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GD - Adolescência - Psicologia Médica I

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Maria Teresa Patrocinio Souza
Universidade Federal de Juiz de Fora
2° período
GD - Adolescência - Psicologia Médica I
Os alunos deverão ler o material postado e discutir em grupo de 10 sobre:
1 - O que é adolescência?
2 - Qual a especificidade do atendimento a adolescentes nos serviços de saúde?
O que é adolescência?
A adolescência é uma etapa intermediária do desenvolvimento humano, entre a
infância e a fase adulta. Por isso, é também um período marcado por diversas transformações
corporais, hormonais e até mesmo comportamentais, que evoluem para o amadurecimento
físico, sexual, mental e psicossocial. Não se pode definir com exatidão o início e fim da
adolescência: segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), por exemplo, ocorre entre os
10 e os 19 anos de idade; no entanto, de acordo com a Organização das Nações Unidas
(ONU), vai dos 15 aos 24 anos de idade.
A puberdade compreende o período inicial da adolescência, sendo marcada por
transformações físicas e biológicas no corpo dos meninos e meninas, a fim de prepará-los para
a reprodução. Nesse sentido, os meninos enfrentam mudanças como: engrossamento da voz,
desenvolvimento do pênis e dos testículos, crescimento de pêlos pubianos, aumento da massa
corporal e primeira ejaculação. As meninas, por sua vez, desenvolvem as mamas, quadril e
pêlos pubianos e têm sua primeira menstruação.
Ademais, a adolescência é marcada por um aumento da capacidade de pensamento
abstrato e raciocínio lógico. Trata-se de um cérebro em constante desenvolvimento que só
alcançará sua maturação completa por volta dos 24 anos. Grandes mudanças nas áreas
responsáveis pelo autocontrole, discernimento, emoções e organização ocorrem entre a
puberdade e a idade adulta. Dessa forma, é nessa fase que, a partir de suas vivências, o
adolescente inicia o desenvolvimento de uma identidade, personalidade e sentimentos
próprios, que permearão no adulto que ele virá a se tornar.
As intensas transformações impactam diretamente no comportamento dos jovens que
podem, repentina e frequentemente, variar seu humor, o que pode explicar as imprudências, as
explosões emocionais e a rebeldia demonstrada por muitos adolescentes. Além disso, nessa
fase a interação social torna-se muito importante, pois eles sentem a necessidade de
pertencimento, isto é, de estabelecer vínculos afetivos e amizades sólidas com outros
adolescentes que estejam vivenciando experiências semelhantes às suas.
Qual a especificidade do atendimento a adolescentes nos serviços de saúde?
Como descrito, a adolescência é um período transitório difícil e repleto de
inseguranças. Por esse motivo, é fundamental que haja compreensão e empatia por parte dos
pais e profissionais de saúde, designando um atendimento específico de acordo com as
necessidades do paciente. Deve-se considerar que cada um tem a sua peculiaridade e
personalidade próprias, o que torna cada atendimento único e individual. Além disso, o
médico deve fazê-lo sem quaisquer tipo de crença cultural limitante ou julgamentos, como
poderia acontecer em um caso de gravidez precoce ou Infecções Sexualmente Transmissíveis.
Cabe ao médico manter um olhar profissional diante da situação para evitar quaisquer tipos de
vieses que possam vir a interferir na análise clínica do paciente.
Nesse sentido, o acompanhamento e o diálogo são essenciais para se estabelecer
vínculos mais concretos entre ambos e ajudar na progressão do tratamento. A princípio,
durante uma consulta médica é imperioso que a entrevista seja conduzida de forma a
desenvolver a confiança do paciente, o qual deve se sentir confortável e acolhido para
expressar suas angústias, sentimentos e dores. Posteriormente, durante o exame físico é
preciso que haja cuidado da parte do médico quanto a manipulação do corpo, que muitas
vezes é visto pelos adolescentes como marco de inseguranças e imperfeições.
No entanto, em muitos dos casos, os próprios pais dificultam o andamento do processo
de tratamento pois impõe barreiras na relação médico-paciente ao buscar constantemente uma
relação de cumplicidade com o médico para reforçar sua autoridade sobre os filhos. Dessa
forma, para superar tal dualidade,o profissional de saúde deve estimular uma boa relação entre
os pais e o filho, informando e conscientizando-os para auxiliar no tratamento sem, no
entanto, expor indevidamente o adolescente e perder sua confiança. Assim, os serviços de
saúde oferecem aos adolescentes direito de privacidade e escolha de ser ou não acompanhado
durante as consultas médicas. Ao médico, cabe manter o sigilo e evidenciar que todas as
informações e comentários realizados pelo paciente só serão repassados a terceiros com o seu
consentimento. Tais condutas aumentam o grau de confiança e estabelecem uma maior adesão
ao tratamento.
Por fim, o médico precisa ser capaz de identificar os principais acometimentos
psíquicos dessa faixa etária, sua sintomatologia, normalmente acompanhada de sentimentos
de angústia, medo, ansiedade, tristeza e solidão, bem como as medidas terapêuticas
necessárias. No geral, o tratamento a um adolescente deve ser pautado em dois pilares:
psicoterapia e abordagem medicamentosa. Na primeira, o paciente deve ser encaminhado para
atendimento com uma equipe multidisciplinar, que irá ajudá-lo a controlar seus sentimentos
mediante a conflitos sociais e existenciais, bem como estimulará seu autoconhecimento. Na
segunda, a abordagem medicamentosa deve acontecer apenas quando, diante do quadro
clínico apresentado pelo paciente, houver necessidade, ponderando sempre seus benefícios.
Conclui-se assim, que a adolescência deve ser entendida e tratada em todas suas
peculiaridades, designando um atendimento específico pelos serviços de saúde.

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