Trabalho higiene e segurança do trabalho - home office

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
ESCOLA DE ENGENHARIA
TELETRABALHO - REGIME HOME OFFICE
MED 05011- Higiene e Segurança do Trabalho
Bruno Bianchetti - 275528- Turma D
Gabriel Pohren - 262445 - Turma C
Guilherme Santos Andrade - 315135 - Turma D
Henrique Baron - 292610 - Turma D
Natália Pavin - 275800 - Turma D
Porto Alegre, maio de 2022
1. Introdução
Com a necessidade dessas mudanças em virtude da epidemia do novo
coronavírus(SARS-CoV-2), muitas atividades tiveram que ser adaptadas e com isso
certas consequências foram trazidas. Trabalhadores passaram a frequentar suas
casas em horário comercial, e com isso a necessidade de se adaptar a situações
que antes não haviam presenciado no trabalho convencional.
Em alguns setores da economia, o home office vai se consolidando como
algo definitivo, entretanto, estudos mostram que ainda há muito a se desenvolver
para que o teletrabalho se torne um modelo sustentável. Em uma pesquisa
realizada pela Universidade do Sul da Califórnia (USC), foi constatado que a maioria
das pessoas que migraram para o home office desenvolveram problemas de saúde
em função da mudança: (64% das pessoas desenvolveram problemas físicos e 75%
mentais). Além disso, estudos mostram o aumento da carga horária de trabalho,
maior descontentamento com o emprego e dificuldades em conciliar a vida pessoal
e profissional.
Neste trabalho temos como objetivo abordar o regime de trabalho em Home
Office e analisar seus efeitos e impactos nos trabalhadores. Para isso, levamos em
consideração dados de jornadas de trabalho remoto e analisamos a partir de
estudos, normas.
2. Adoção do Teletrabalho e Novas Regulamentações
Com a chegada da pandemia, o número de empresas e trabalhadores que
passaram a adotar essa modalidade de trabalho aumentou significativamente.
Empresas e trabalhadores passaram a repensar suas dinâmicas de trabalho,
levando em consideração as facilidades do Home Office: menos tempo perdido em
transporte, maior contato com familiares entre outros benefícios.
Junto a essas mudanças, também veio a necessidade de adequação legal e
diretrizes que norteassem os direitos e deveres de cada parte. Esse ano o governo
federal publicou duas medidas provisórias referentes ao teletrabalho. Com isso,
algumas regras foram alteradas e valerão por no máximo quatro meses, e serão
votadas no Congresso. Caso sejam aprovadas, as medidas terão caráter definitivo.
A principal mudança trazida pelas medidas é em relação ao regime híbrido,
uma regulamentação que possibilita que o trabalhador tenha a possibilidade de
trabalhar em casa, mas em algum momento ele vai ao escritório de forma
presencial. Agora a jornada híbrida é permitida legalmente para estagiários e
aprendizes.
Outra mudança que a regulamentação traz é a possibilidade de contratar o
trabalhador por produção, sem controle do tempo de jornada de trabalho. Dessa
forma, há a possibilidade de flexibilização do horário de trabalho.
Em relação a benefícios como auxílio alimentação, com objetivo de equilibrar
as normas do auxílio-alimentação listadas na CLT, a MP mudou as regras de
pagamento do benefício ao trabalhador. Agora, os recursos destinados a este fim
devem ser efetivamente usados para adquirir apenas gêneros alimentícios.
A MP traz considerações específicas sobre situações de calamidade pública,
como a pandemia do Covid-19. Nesses casos, o empregador tem direito de mudar o
tipo de regime de trabalho e retornar sem acordo individual ou alterações
contratuais. Também é dever da empresa realizar reembolso ao trabalhador caso
haja necessidade de adquirir e manter equipamentos tecnológicos ou infraestrutura
para adequação do espaço de trabalho ao home office.
3. Riscos
a. Riscos Físicos
Os riscos físicos são as formas de energia que possam estar em contato com
o trabalho. Entre eles temos ruídos, temperaturas extremas, vibrações, umidade,
radiações, eletricidade, pressões anormais, iluminamento.
No regime Home Office, podemos perceber que esses riscos são reduzidos
frente a ambientes mais hostis, como fabris por exemplo. Ainda assim, é necessário
que se atente a condições que podem ser minimizadas. Durante a pandemia, os
trabalhadores permaneceram em casa em horários comerciais, e por isso tiveram
de se adaptar a barulhos e ruídos de vizinhos, crianças e obras. É interessante se
atentar a este último, pois de acordo com a NBR 10.151/2000 existem limites para
os ruídos gerados por obras em áreas residenciais. Em norma, os limites são de 55
decibéis das 7h às 20h, e 50 decibéis para horários entre 20h e 7h. Os síndicos
devem ser informados e é dever dele repassar a informação aos moradores. Caso
seja comprovado que esses ruídos ultrapassem os limites estabelecidos, há a
possibilidade de processar a obra.
b. Riscos Ergonômicos
A maior parte dos riscos ergonômicos no home office estão relacionados a
má postura, estresse, falta de controle de jornadas, falta de interação social,
síndrome de burnout. De acordo com a NR-17, que visa estabelecer parâmetros que
permitam a adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas
dos trabalhadores, a fim de ter conforto e segurança para um desempenho eficiente.
Riscos biomecânicos são fatores ligados a esforços físicos como
levantamento de peso e lesões por esforços repetitivos. No home office, trabalhar
sem a infraestrutura adequada pode ser um problema: má postura leva a dores nas
costas e pescoço devido a falta de cadeiras e telas apropriadas, falta de iluminação
pode causar dores de cabeça e cansaço também. Para isso, é importante que o
trabalhador esteja atento a adequar seu ambiente de trabalho de modo a evitar
esses riscos. É importante que as empresas também prestem atenção e instruam
seus empregados, ou até mesmo promovam dinâmicas e atividades como ginástica
laboral, a fim de ajudar nesses riscos. Conforme o artigo 2º da CLT, é
responsabilidade do empregador arcar com todos os custos de sua atividade
econômica, abrangendo todos os custos com o trabalho e para a prestação de
serviços em home office.
Em relação a riscos psicossociais, o home office trouxe alguns pontos
interessantes de serem observados. As reuniões onlines, e possibilidade de resolver
assuntos via chat afastou o contato entre os trabalhadores. A falta de contato social
pode afetar a saúde mental das pessoas, podendo trazer situações de ansiedade e
até mesmo depressão. A produtividade também pode ser afetada por situações de
monotonia, e a falta de interação social pode influenciar esses fatores. Além disso,
outro risco que vem se mostrando cada vez mais comum é a dificuldade que o
trabalhador tem de separar o trabalho de seu lar. No momento em que não existe a
separação espacial, o trabalhador continua pensando em seu trabalho e com isso
pode ter dificuldade de descanso. Além disso, em relação a horários, a adoção do
home office diminui a quantidade de “tempos mortos”, que de certa forma ajudam a
aumentar a produtividade.
Nesse mesmo sentido, trazendo riscos organizacionais, é visível que a
jornada do trabalhador aumentou no home office. Dados mostram que a carga
horária de trabalho sofreu um aumento em cerca de 33% dos profissionais. Para as
mulheres essa carga aumentou ainda mais, uma vez que os filhos também em
ensino remota exigiam mais atenção e cuidados. Além disso, mostraram que a
comunicação é um fator chave para o Home Office. Definir um canal de
comunicação oficial de trabalho, diferente do canal de comunicação pessoal, pode
ajudar com que o trabalhador separe horários de trabalho e descanso.
A Medida Provisória nº1.108, publicada no dia 28/03/22, busca amenizar
esses riscos trazendo novas regras sobre a jornada de trabalho. Segundo a
publicação, para casos de contratação por jornada, é permitido o controle remoto da
jornada pelo empregador viabilizando o pagamento de horas extras caso a jornada
regular seja ultrapassada. Isso iria incentivar uma diminuição das jornadas extensas
de trabalho e das consequências que elas trazem a saúde do trabalhador.
c. Síndromede Burnout ou Síndrome de Esgotamento Profissional
Reconhecida como um distúrbio emocional com sintomas de exaustão
extrema, estresse e esgotamento físico resultante de situações de trabalho
desgastante, que demandam muita competitividade ou responsabilidade.
A principal causa da doença é justamente o excesso de trabalho. Esta
síndrome é comum em profissionais que atuam diariamente sob pressão e com
responsabilidades constantes. A Síndrome de Burnout também pode ocorrer em
situações onde o trabalhador se sente incapacitado de realizar determinado trabalho
(geralmente em situações onde planeja ou é pautado a atingir objetivos de trabalho
de grande dificuldade).
Essa síndrome pode resultar em casos de depressão profunda e nos
primeiros sintomas é fundamental a busca por acompanhamento profissional. Entre
os sintomas mais comuns estão: cansaço excessivo (físico e mental), insônia,
dificuldades de concentração, negatividade constante, alterações de humor
repentinas, etc.
Em janeiro de 2022, a Síndrome de Burnout passou a ser reconhecida como
doença ocupacional pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
d. Riscos de Acidentes
Conforme o artigo 19 da Lei n° 8213/91, definimos acidente de trabalho:
“.. é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa (…), provocando
lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução
permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho”.
Mesmo que o acidente ocorra na moradia do empregador e não na sede da
empresa, a mesma pode ser responsabilizada desde que comprovada a relação
direta entre o acidente e o trabalho exercido pelo empregado.
Nos artigos 75-A ao 75-E têm regras específicas para o teletrabalho, mesmo
que seja diferente do home office, algumas regras podem ser aplicadas a ambos os
regimes de trabalho. O artigo 75-E da CLT de questões que o empregador tem o
dever de instruir o seu funcionário em home office:
“— Art. 75-E. O empregador deverá instruir os empregados, de maneira
expressa e ostensiva, quanto às precauções a tomar a fim de evitar doenças e
acidentes de trabalho.”
Deve-se concluir, portanto, que o regime home office não retirou do
empregador o dever de zelar pela saúde dos empregados e pela manutenção de um
ambiente de trabalho seguro, continuando ele responsável pela orientação,
treinamento e fiscalização quanto ao cumprimento das medidas de saúde e
segurança do trabalho.
Dessa forma, muito embora a responsabilidade pelo acidente de trabalho
seja, em regra, subjetiva e dependa da comprovação da culpa da empresa, os
acidentes ocorridos na residência do empregado durante o desempenho da
atividade profissional, bem como a doença ocupacional decorrente do ambiente de
trabalho inadequado, serão de responsabilidade do empregador, tendo os
empregados em home office os mesmos direitos que teriam caso sofressem o
acidente ou desenvolvessem a doença ocupacional nas dependências da empresa.
e. Equipamentos para o Home Office
Segundo o artigo 75-D da CLT,caso o empregado não possua os recursos
necessários para a prática do trabalho em home office, o empregador deve fornecer
os equipamentos. Cabe a ele providenciar a infraestrutura necessária para que se
possa ser executada a atividade, incluindo reembolso de valores despendidos pelo
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/11357361/artigo-19-da-lei-n-8213-de-24-de-julho-de-1991
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/173000250/artigo-75e-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943
empregado caso ele tenha que adquirir ou realizar a manutenção de algum
equipamento ou infraestrutura.
É importante ressaltar que a legislação define que tanto os equipamentos
fornecidos quanto as despesas pagas pelo empregador não terão natureza salarial
e, portanto, não contarão na remuneração dos empregados para o cálculo de férias
+ ⅓, 13º, FGTS, entre outros.
4. Conclusão
5. Referências Bibliográficas
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Home office e direitos trabalhistas: o que diz a CLT sobre as obrigações dos funcionários e
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https://www.omniaonline.com.br/home-office-nao-retira-responsabilidade-do-empregador-em-caso-de-acidente-do-trabalho/
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Pontos de atenção:
- Interação social; saúde mental
- Jornada de trabalho
- Postura
- Barulhos e ruídos
- pausas
- cansaço mental
- limitação a áreas poluentes (menos transito)
- flexibilização de horários: positivos e negativos
- ginástica laboral
● Descrição do trabalho/atividades exercidas
●
Riscos existentes:
Físicos Mecânicos Químicos Ergonômicos Biológicos Psicosociais
São considerados riscos físicos:
•Ruídos: vizinhos, moradores da mesma casa, adaptar fones de ouvidos.
•Temperaturas extremas/ •Umidade/ •Radiações: garantir condições confortáveis na casa.
•Iluminamento: garantir condições confortáveis.
Consequências desses riscos: dores de cabeça, estresse, perturbações nervosas,