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Disciplina: Análise Estatística Aula 1: Conceitos Introdutórios em Estatística Apresentação Atualmente, qualquer pessoa pode ter acesso a uma enorme quantidade de informações estatísticas. Os profissionais nas funções gerenciais e tomadores de decisões necessitam cada vez mais de ter conhecimentos estatísticos, a fim de entender a informação e usá-la de forma eficaz. As análises estatísticas dependem de vários fatores como tamanho da amostra, tipo de dados a serem coletados e do processo de obtenção das informações. Desde a definição dos objetivos a serem alcançados até a análise dos resultados obtidos o processo estatístico deve ser bem criterioso e cuidadoso, a fim de que não haja erros grosseiros que levem a resultados distorcidos. De uma forma decisiva os métodos estatísticos estão inseridos nas mais diversas áreas de conhecimentos e nos seus diversos setores, auxiliando nas mais importantes tomadas de decisões e direcionando muitas melhorias de processos. Objetivos Compreender a aplicação da estatística da área de gestão; Identificar os métodos científico, experimental e estatístico; Conhecer as fases do método estatístico (coleta, crítica, apuração e apresentação e análise dos dados). Introdução à Análise Estatística Atualmente, é fundamental o emprego da Estatística em quase todas as áreas do conhecimento, todas as vezes que estiverem envolvidas informações na forma de dados coletados em pesquisas ou de forma experimental. Com o objetivo de alcançar uma melhoria dos processos tanto nas áreas industriais como tecnológicas, as ferramentas estatísticas tem alcançado um papel importantíssimo nesse cenário. O que modernamente se conhece como Estatística: Um conjunto de técnicas e métodos de pesquisa que, entre outros tópicos, envolve o planejamento do experimento a ser realizado, a coleta quali�cada dos dados, a inferência, o processamento, a análise e a disseminação das informações. IBGE Gráficos. ( Fonte: Shutterstock / Por Scanrail1) Estatística da Área de Gestão Todo profissional hoje em dia deve estar ciente da importância da Estatística e ter conhecimento de como utilizá-la, a fim de ter um lugar no mercado de trabalho com a capacidade de lidar com as realidades atuais extremamente competitivas. Dentre várias habilidades profissionais, vem crescendo em importância o desenvolvimento do pensamento estatístico, tendo em vista as necessidades de todas as áreas de conhecimentos de uma análise mais apurada durante os processos decisórios. Pódio de bonecos. ( Fonte: Shutterstock / Por Percom) A metodologia estatística está sendo empregada em várias áreas de conhecimento, tais como nos setores farmacêuticos, médicos e setores industriais diversos, principalmente para melhoria da área de produção. Controle de qualidade Observa-se que o controle de qualidade foi criado como uma necessidade de resolver problemas na redução de custos, no controle de perdas desnecessárias, na uniformização e normalização da produção, auxiliando as empresas a controlarem, melhor distribuírem e maximizarem os seus recursos, tornando-as assim mais competitivas. Prancheta. ( Fonte: Shutterstock / Por nut3d) Aplicação Um interessante estudo experimental aplicado à pesquisa médica é o relato do primeiro ensaio clínico planejado para comprovar a eficácia do AZT (zidovudina) no prolongamento da vida de aidéticos. Os dados foram publicado por Fischl et al. (1987) e posteriormente discutidos por Soares & Siqueira (1999, p.176-183). O experimento considerou essencialmente o acompanhamento de 282 pacientes aidéticos durante 24 semanas de tratamento, os quais foram aleatoriamente divididos em dois grupos: o grupo de pacientes tratados com AZT (composto por 145 aidéticos) e o grupo controle, composto por 137 aidéticos que receberam o placebo. A variável resposta (desfecho) é a situação do paciente (sobrevivente ou não sobrevivente) após as 24 semanas de tratamento. Ensaio clínico. ( Fonte: Shutterstock / Por Gorodenkoff ) Número de sobreviventes e não sobreviventes após 24 semanas de tratamento com AZT ou Placebo. Grupo / Situação Vivo Morto Total AZT 144 1 145 Placebo 121 16 137 Atenção A avaliação da eficácia do AZT para o prolongamento da vida de aidéticos consiste basicamente em comparar as proporções de sobreviventes dos dois grupos. Entre os indivíduos tratados com AZT, a proporção de sobreviventes e 𝑃 = 0,993, enquanto que no grupo de pacientes que receberam o placebo é 𝑃 = 0,883. Aparentemente a proporção de sobreviventes é maior no grupo de pacientes tratados com AZT, mas para estender este resultado para a população, é vital avaliar se as diferenças observadas não são devidas ao acaso, mediante um teste de hipóteses. Neste problema, a estratégia de análise adotada foi o teste de homogeneidade de populações, baseado na estatística (lê-se “qui-quadrado”) de Pearson. O valor calculado da estatística de teste foi igual a 15,087, cuja probabilidade de significância associada (𝑃 , em inglês) é inferior a 0,0001. Este resultado evidencia que a verdadeira proporção de pacientes aidéticos que sobrevivem após 24 semanas é maior quando são tratados com AZT em relação aos não tratados (isto é, que recebem o placebo). Métodos Método Cientí�co Há muito tempo que o homem faz descobertas importantes, que originaram muitos dos conhecimentos atuais. Entretanto muitas dessas descobertas foram ao acaso, ou em função de uma necessidade da época e muitas dessas descobertas não seguiram um caminho, roteiro ou um método específico. Contudo hoje em dia os métodos de observação, estudo e análise fazem parte da maioria dos aumentos de conhecimentos atuais. Até mesmo os conhecimentos obtidos por descobertas ao acaso são desenvolvidos com base em métodos específicos, que chamamos de métodos científicos. Os métodos são as trilhas que nos permite chegar a um objetivo, ou a um determinado resultado, sendo um conjunto de passos e procedimentos que repetidos fornecem um resultado específico. Dentre os métodos científicos destacamos o método estatístico e experimental. 𝐴𝑍𝑇 𝑃𝐿𝐴𝐶𝐸𝐵𝑂 𝑣𝑎𝑙𝑢𝑒 Método Experimental Quando se realiza um experimento e se deseja analisar como se comportam seus resultados ao se alterar algum dos elementos componentes do experimento, é necessário manter constante os demais fatores (causas).Quando se usa este tipo de pesquisa, faz-se uma análise do problema, montam-se as hipóteses necessárias. A seguir procede-se a uma manipulação das variáveis referentes ao fenômeno observado, alterando-as da melhor maneira possível. As alterações nas variáveis tanto em quantidade, quanto em qualidade, permite o estudo das relações de causas e efeitos do referido fenômeno em análise. Todo esse procedimento experimental permite que se possa avaliar e controlar os resultados obtidos. Pontos importantes do método experimental: Indicar o objeto de estudo; Determinar as variáveis independentes capazes de influenciar o fenômeno em estudo; Identificar as ferramentas de análise, controle e observação dos efeitos, resultantes da manipulação das variáveis, sobre o objeto. Método Estatístico No nosso dia a dia, quando fazemos repetidas observações com relação a um determinado sistema ou fenômeno específico, verificamos que os resultados obtidos não são exatamente os mesmos. A esta fato podemos chamar de variabilidade. Como fazer para que essa variabilidade possa fazer parte da nossa tomada de decisão? Através da análise estatística, é possível descrever a variabilidade e entender quais a fontes mais importantes, ou quais as de maior potencial de influência na variabilidade do fenômeno. No método estatístico, observando suas várias etapas, podemos considerar que a mais importante muitas vezes não é a análise de dados. Podemos dizer que a etapa que necessita de maior atenção e cuidado é o planejamento de comoo conjunto de dados será coletado. Um mau planejamento, ou mesmo uma coleta feita de forma inapropriada pode acarretar em dados inúteis, de onde não se consegue tirar nenhuma informação ou qualquer conclusão coerente. No método estatístico, observando suas várias etapas, podemos considerar que a mais importante muitas vezes não é a análise de dados. Podemos dizer que a etapa que necessita de maior atenção e cuidado é o planejamento de como o conjunto de dados será coletado. Um mau planejamento, ou mesmo uma coleta feita de forma inapropriada pode acarretar em dados inúteis, de onde não se consegue tirar nenhuma informação ou qualquer conclusão coerente. Leitura Antes de continuar os estudos, leia o texto Fases do Método Estatístico. <galeria/aula1/anexo/fases_do_metodo_estatistico.pdf> Abusos da Estatística Não é de hoje que ocorrem abusos com a Estatística. Assim é que, há cerca de um século, o estadista Benjamin Disraeli disse: Há três tipos de mentiras: as mentiras, as mentiras sérias e as estatísticas. Já se disse também que: Os números não mentem; mas os mentirosos forjam os números. E que: Se torturarmos os dados por bastante tempo, eles acabam por admitir qualquer coisa. O historiador Andrew Lang disse que algumas pessoas usam a Estatística: Como um bêbado utiliza um poste de iluminação – para servir de apoio, e não para iluminar. Todas essas afirmações se referem aos abusos da Estatística quando os dados são apresentados de forma enganosa. Eis alguns exemplos das diversas maneiras como os dados podem ser distorcidos: Pequenas Amostras Números Imprecisos Estimativas por Suposição Porcentagens Distorcidas Cifras Parciais Distorções Liberadas Perguntas Tendenciosas Gráficos Enganosos Pressão do Pesquisador Más Amostras Texto retirado da apostila de Estatística, Shiguti, Wanderley Akira e Shiguti, Valéria A. C., Brasília 2006, página 4. Os motoristas mais idosos são mais prudentes que os mais jovens? A American Association of Retired People — AARP (Associação Americana de Aposentados) alega que os motoristas mais idosos se envolvem em menor número de acidentes do que os mais jovens. Nos últimos anos, os motoristas com 16-19 anos de idade causaram cerca de 1,5 milhões de acidentes em comparação com apenas 540.000 causados por motoristas com mais de 70 anos, de forma que a alegação da AARP parece válida. Acontece, entretanto, que os motoristas mais idosos não dirigem tanto quanto os mais jovens. Em lugar de considerar apenas o número de acidentes, devemos examinar também as taxas de acidentes. Eis as taxas de acidentes por 100 milhões de milhas percorridas: 8,6 para motoristas com idade de 16 a 19 anos; 4,6 para os com idade de 75 a 79 anos; 8,9 para os com idade de 80 a 84 e 20,3 para os motoristas com 85 anos de idade ou mais. Embora os motoristas mais jovens tenham de fato o maior número de acidentes. os mais velhos apresentam as mais altas taxas de acidentes. Texto extraído do livro: TIOLA, Mario E, Introdução à Estatística. 7 ed. Rio de Janeiro: LTC. 1999. Referências BRUNI, Adriano Leal; PAIXÃO, Roberto Brazileiro. Excel aplicado à gestão empresarial. 1.ed. São Paulo: Atlas, 2008. CRESPO, Antônio Arnot. Estatística fácil. 19.ed. São Paulo: Saraiva, 2009. KAZMIER, Leonard J. Estatística aplicada à Economia e Administração. 4.ed. Porto Alegre: Artmed, 2007. Próximos Passos Média aritmética e ponderada; Mediana; Moda; Relação entre média, moda e mediana; Quartis, decis e percentis; Cálculo das medidas estatísticas em Excel. Explore mais Pesquise na internet sites, vídeos e artigos relacionados ao conteúdo visto. Em caso de dúvidas, converse com seu professor online por meio dos recursos disponíveis no ambiente de aprendizagem.
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