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Prova hermeneutica finalizada

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Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais
2ª AVALIAÇÃO DE HERMENÊUTICA JURÍDICA
Prof.ª Fransuelen Silva - 2º semestre 2021
Aluno (a): Maria Fernanda Coelho Torreão 
Aluno (a): Murilo Pompermayer
ORIENTAÇÕES (NÃO DEIXE DE LER!): 
1) Esta é uma avaliação que pode ser feita em DUPLA;
2) CADA UM DEVE POSTAR A SUA PROVA;
3) Faça a prova no próprio documento enviado!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
4) As perguntas devem ser respondidas com base nos conceitos abordados nas aulas, textos e material de apoio; 
5) As respostas têm que ser formuladas em até 12 linhas, fonte Times New Roman, tamanho 12, espaçamento um e meio. RESPEITEM ESSE ESPAÇO;
6) Esclareço que a avaliação não deve ter plágio de qualquer natureza, em relação aos autores, sites/textos obtidos na internet e/ou aos colegas. CITAÇÕES DIRETAS, se houver, devem ser feitas com uso de aspas e com a referência (AUTOR, ANO, PÁGINA). CITAÇÕES INDIRETAS permitem referência apenas ao AUTOR e ao ANO, sem menção à página. A existência de avaliações com IDÊNTICAS REDAÇÕES, NO TODO OU EM PARTE, bem como aquelas em que se identificar qualquer tipo de plágio, implicará em atribuição de nota zero, na questão ou nas questões, conforme o caso, a todas as provas que apresentarem a mesma ocorrência;
7) A avaliação é composta de 4 questões;
8) COMPETÊNCIAS A SEREM AVALIADAS:
Capacidade de percepção dos desdobramentos e consequências de determinada elaboração conceitual;
Capacidade de interpretação;
Capacidade de diálogo e construção discursiva conjunta;
Capacidade de análise crítica;
Capacidade de síntese;
Capacidade de empatia e sensibilidade; 
Todo o conteúdo da avaliação faz referência às nossas aulas. 
Boa avaliação!
Abraços,
Profa. Fransuelen Silva
1) A)Qual foi o fato que motivou a fundação da escola exegese? 
Durante o período do Terror na França, houve uma grande desordem no ordenamento jurídico do país, gerando grandes prejuízos aos negócios da burguesia. Contudo, com a ascensão de Napoleão Bonaparte ao poder, a burguesia patrocinou a criação de um Código Civil que consolidou as conquistas burguesas da Revolução e que trouxe ordem e segurança ao ordenamento jurídico francês. Com a criação do Código de Napoleão (1804) e discussões acerca da forma de interpretação que ocorria mediante privilégio dos aspectos gramaticais e lógicos, houve a fundação da escola exegese. (MELO, 2021)
B) Quais são as características da escola exegese? 
No que discerne a aplicação do Direito, a Escola da Exegese pregava a concepção silogística e pregava o Estado com a única fonte do Direito, pois todo o ordenamento jurídico seria originado da lei e, esta, por ser proveniente do legislador, teria como origem o Estado, ou seja, das fontes formais do direito atualmente aceitas pelo ordenamento jurídico brasileiro, somente a lei era admitida como fonte do Direito. (BOBBIO, 1995)
As características da escola exegese são a idolatria da lei, a negação da existência de lacunas no Código Napoleônico, a redução do direito à lei e a visão do Estado como única fonte do direito. Para essa vertente, deveria-se tomar o texto legal como uma proposição e procurava desdobrá-lo em todas as suas implicações, obedecendo às regras da lógica (MELO, 2021). Caso a interpretação da lei, ainda assim, continuasse confusa, o jurista deveria fazer uma pesquisa da vontade do legislador. 
C) Analise uma norma jurídica a partir dos métodos da escola exegese e D) aponte as limitações/as consequências do método aplicado. Fundamente. (6 pontos)
A Escola da Exegese não aceitava a existência de lacunas na lei, pois, por ser fruto da razão, ela alcançaria todo o ordenamento jurídico. Além disso, era dado destaque à vontade do legislador e o Estado com a única fonte do direito, possuidor de três elementos básicos: o fato, a norma e a sentença. Logo, a norma sobrepujaria o fato, sendo essa a premissa menor e aquela a premissa maior. Além disso, a sentença era vista como a conclusão desse silogismo. A norma jurídica do art. 121, caput, do Código Penal, por exemplo, se aplicaria ao fato concreto, se ocorrer o verbo nuclear do tipo “matar” e uma sentença deverá ser imposta. 
As limitações do método aplicado são o fato de não levar em consideração circunstancias específicas do caso concreto, não ser possível acessar a vontade real do legislador, podendo gerar arbitrariedades. 
Referências:
BOBBIO, Norberto. O positivismo jurídico: Lições da filosofia do direito, São Paulo: Ícone, 1995, p. 64.
MELO, Liana Holanda de. Hermenêutica jurídica: a escola da exegese e o mito da neutralidade. Disponível em https://ambitojuridico.com.br/edicoes/revista-85/hermeneutica-juridica-a-escola-da-exegese-e-o-mito-da-neutralidade/. Acesso em 03 de nov. 2021
2) Segundo Chaïm Perelman, no livro Lógica Jurídica, a decisão judicial aceitável deve satisfazer três auditórios para os quais ela se destina: as partes, os juristas e a sociedade. Conforme estudamos em sala, responda: (6 pontos)
A) O nosso sistema processual ( em especial, no método da elaboração da decisão judicial) absorveu as ideias de Perelman? B) Se sim, como ? Fundamente.
O positivismo defende que, para a aplicação do direito, devem ser excluidos todos os elementos subjetivos, ou seja, juizos de valor e aplicação apenas de critérios objetivos, como legalidade validade do negócio jurídico. No entanto, concepções modernas, como a de Perelman, no livro Lógica Jurídica, admitem a impossibilidade de ser totalmente estático e formal a aplicação do direito, devendo, sim, ser aplicados juízos de valores intersubjetivos. Assim, o raciocinio jurídico deixaria de ser uma simples operação dedutiva, baseada no silogismo e dependeria também de argumentação persuasiva, ou seja, da retórica. (MELO, 2021)
O sistema processual brasileiro contemporâneo determina que deve ser viabilizado o contraditório e a ampla defesa no processo, ou seja, direito de resposta contra a acusação. Logo, o nosso sistema processual permite que as partes busquem convencer o juiz sobre qual norma deve ser aplicada, absorvendo as ideias de Perelman. 
Referências:
BOBBIO, Norberto. O positivismo jurídico: Lições da filosofia do direito, São Paulo: Ícone, 1995, p. 64.
MELO, Liana Holanda de. Hermenêutica jurídica: a escola da exegese e o mito da neutralidade. Disponível em https://ambitojuridico.com.br/edicoes/revista-85/hermeneutica-juridica-a-escola-da-exegese-e-o-mito-da-neutralidade/. Acesso em 03 de nov. 2021
3) Sobre a Teoria Pura do Direito, de Hans Kelsen, responda? (7 pontos)
a) O que significa uma teoria pura do Direito? O Direito é uma técnica social pura? Fundamente.
A teoria pura do Direito, de Kelsen, pretende gerar independência científica do Direito, reduzindo-o à norma jurídica. O Direito sempre esteve relacionado com ordens de conduta humana e um sistema de normas cuja unidade é formada pelo mesmo fundamento de validade. Uma norma se torna jurídica quando pertence ao ordenamento jurídico, ou seja, quando sua validade se funda na norma fundamental dessa ordem (KELSEN, 1998). As normas jurídicas se referem a regulações da conduta humana, prescrevem uma conduta do homem frente aos animais, plantas e objetos inanimados, mas a conduta desses não é regulada.
Logo, o Direito é uma ordem coativa, exige uma determinada conduta ao mesmo tempo em que atribui uma sanção a atitudes opostas. Essa sanção não é transcendente, que se aplica no campo metafísico por uma instância supra-humana, e sim ordens coativas socialmente imanentes e organizadas, atribuídas à comunidade jurídica. (KELSEN, 1998)
Referências:
KELSEN, Hans. Teoria pura do Direito 6ª ed. - São Paulo : Martins Fontes, 1998.
b) O objeto da ciência do Direito, proposto por Kelsen, é a lei? Qual a diferença entre a norma jurídica e a norma natural? Fundamente.
A ciência do Direito está relacionada à norma jurídica e uma norma é valida significa que ela esta vinculada ao ordenamento e que o individuo deve agir da forma prescrita. O fundamento de validade uma norma só pode ser a validade de outra superior e pelo fato de ser posta por alguma autoridade (serhumano ou supra-humano). (KELSEN, 1998)
A diferença da norma jurídica para a norma natural é que o Direito positivo só pode ser justificado através de uma norma ou ordem normativa, cuja norma fundamental constitui condição de validade jurídica objetiva, fundamentando a validade de qualquer ordem jurídica positiva. O Direito natural, por sua vez, não é possível que uma ordem globalmente eficaz seja pensada com a ordem normativa objetivamente válida, estabelecendo um critério de justiça e injustiça, pois é ordem posta na natureza como autoridade suprema colocada acima do legislador humano. (KELSEN, 1998)
REFERÊNCIAS:
KELSEN, Hans. Teoria pura do Direito 6ª ed. - São Paulo : Martins Fontes, 1998.
c) Qual é a principal diferença entre a escola exegese e o positivismo de Kelsen? Fundamente.
A principal diferença entre a escola exegese e o positivismo de Kelsen é que a primeira pregava o Estado com a única fonte do Direito, pois todo o ordenamento jurídico seria originado da lei e, esta, por ser proveniente do legislador, teria como origem o Estado. Kelsen, por sua vez, determinava que a fonte do direito é a norma jurídica fundamental. Para ele, uma norma jurídica para valer não depende do seu conteúdo e, sim, da forma, determinada por uma norma fundamental, de criação. Por isso, todo conteúdo pode ser Direito. O fundamento de validade de uma norma, portanto deve consistir na afirmação de que a norma foi produzida em consonância com a norma fundamental.
REFERÊNCIAS:
KELSEN, Hans. Teoria pura do Direito 6ª ed. - São Paulo : Martins Fontes, 1998.
d) Qual é o fundamento último de validade do ordenamento jurídico, segundo Kelsen? Fundamente.
O fundamento último de validade do ordenamento jurídico é a norma fundamental. A natureza da norma fundamental se refere a uma constituição determinada, efetivamente estabelecida, produzida através do costume ou da elaboração de um estatuto, não sendo, portanto, fruto de uma descoberta livre, sua pressuposição não é arbitrária. A função da Constituição é fundamentar a validade objetiva de uma ordem jurídica positivada. Segundo Kelsen, para indagar se uma norma é válida, deve-se encontrar a sua norma fundamental e todas as normas do sistema possuem, necessariamente, um mesmo fundamento de validade, que é a norma fundamental. (KELSEN, 1998)
REFERÊNCIAS:
KELSEN, Hans. Teoria pura do Direito 6ª ed. - São Paulo : Martins Fontes, 1998.
4) Diz o art. 226, § 3° , da Constituição da República: "Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento". O art. 1.723 do Código Civil, por sua vez, estabelece: "É reconhecida como entidade familiar a união estável entre o homem e a mulher, configurada na convivência pública, contínua, duradoura e estabelecida com o objetivo de constituição de família". Os ministros do STF, ao julgarem a ADIn 4277 e a ADPF 132, no entanto, reconheceram, por unanimidade, a união estável para casais do mesmo sexo, proporcionado o mesmo tratamento da união estável heteroafetiva. A decisão do STF foi fundamentada a partir de uma visão sistêmica do ordenamento jurídico brasileiro e demonstra que o Direito pode ser um instrumento de combate aos preconceitos da sociedade.
A situação acima descrita pode ser compreendida, à luz da proposta do Adilson José Moreira, em Pensando como um Negro: ensaio de hermenêutica jurídica, sobre o princípio constitucional da igualdade, de qual forma? Fundamente!
Adilson José Moreira assevera que a raça ocupa um importante papel no processo interpretativo da igualdade e define como questões preponderantes à diversidade e complementariedade para uma sociedade comprometida com a justiça racial. (MOREIRA, 2019)
Para o autor, é necessário um caráter relacional da igualdade que impulsiona a eliminação de relações arbitrárias nas esferas pública e privada e o estabelecimento de critérios para a distribuição de oportunidades materiais para os diferentes grupos sociais (MOREIRA, 2019) . Há uma prioridade na proteção de grupos sociais vulneráveis em relação a indivíduos (genericamente considerados).
Sendo assim, o caso em tela, referente ao reconhecimento da união estável de casais do mesmo sexo, é uma forma de concessão de direitos a grupos minoritários, ou seja, uma forma de gerar igualdade material, através do respeito à diversidade, conforme defendido por Moreira em seu livro.
Referências:
MOREIRA, Adilson José. Pensando como um negro: ensaio de hermenêutica jurídica. São Paulo: Contracorrente, 2019

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