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Introdução: História da psicanálise ❖ Contexto de surgimento da psicanálise ➢ Freud era dedicado à ciência, iniciando sua carreira como neurologista, dirigiu suas investigações ao funcionamento do sistema nervoso. Era a grande promessa da medicina, mas aos poucos se afastou da fisiologia e debruçou seus trabalhos sobre acontecimentos cotidianos e suas relações com o psiquismo os sonhos, principalmente, base para a sua formulação do inconsciente. ➢ No início do seu trabalho, com a obra A interpretação dos sonhos , foi muito criticada por ser cientista e dedicar seus estudos para assuntos não vistos como científicos. ❖ O caso Miss Lucy R. ➢ Freud, ao dar ouvidos às coisas da vida humana, recebe Miss Lucy com o que parece ser uma questão pequena, o odor constante de torta queimada. Mesmo diante de um sofrimento singular, ele chega a elementos que se mostram estruturais, capazes de universalização. ➢ Só podemos nos constituir como sujeitos em sociedade, desse modo, é importante não perder de vista a relação entre casos particulares e toda a questão social do sujeito. ➢ Nesse texto, o autor começa relatando sua dificuldade com o hipnotismo, prática por vezes usada pelos médicos pois conferia acesso a memórias e lembranças talvez escondidas e que eram causadoras do sofrimento (situações, provavelmente traumas, que ficaram marcados e que afetam o futuro). ➢ aumentar o potencial do hipnotismo. O que se percebe com isso é que há acontecimentos que deixam marcas. ❖ Conceitos Importantes Trauma - algo que marca o sujeito e que permanece fixado no psiquismo. Como também, se aproxima da ideia de inconsciente, conteúdos apartados da consciência. Sintoma - O sintoma retém aquilo que deixou marcas. Ele é algo que impede a circulação da palavra e retorna como um ponto no qual o afeto não pôde circular. O sintoma de Miss Lucy é o cheiro de torta queimada. Conflito De maneira geral, ideias no Eu que são inconciliáveis, incompatíveis, quando comparadas a expectativas que se acredita ter que responder. Podemos dizer, então, que é um conflito com aquilo minhas próprias expectativas ou a dos outros sobre mim mesmo (podemos citar, por exemplo, a moral). Em resumo, trata-se do seguinte: surgem representações que são expressão do meu desejo e que são inconciliáveis com um ideal de mim mesmo (ideal de eu). Defesa - Estando colocado o conflito, a consequência é a defesa contra ele. Quando não há espaço para a efetivação desses pensamentos e ideais incompatíveis, o Eu tenta apagar o conflito, cancelá-lo, afastá-lo. Disso decorre, em grande parte, o sofrimento e os sintomas. Conversão - De maneira geral, na histeria (histeria de conversão), por causa do afeto não conseguir ser expressado/ pelo desejo não ser tramitado, devido a defesa, o afeto escoa por uma outra via, retornando ao corpo. O que não sai na palavra, na expressão do desejo, volta ao corpo, O sintoma indica o conflito, pois (a ideia incompatível aparentemente some), mas ele volta através da enervação do corpo. Então é uma escolha de viver com o sintoma para não se enfrentar o conflito. Covardia moral - Não se enfrenta o conflito por uma (hesitação moral). É um mecanismo protetor de que o Eu dispõe para lidar com conflito. Sobredeterminação - um sintoma pode revelar diversas determinações, como no caso do cheiro de torta queimada e de charuto que Miss Lucy R. sente. É basicamente um sintoma se sobrepondo a outro. ➢ Portanto, o esquema da histeria para Freud é basicamente: Conflito > defesa > conversão O conflito (ideia incompatível com algum padrão de pensamento), quando não silenciado pela defesa, se converte nos sintomas histéricos.
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