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UNIVERSIDADE PAULISTA DORIVAL JOSÉ MARTINS SIMONE JOSÉ PEREIRA CENTRO DE REFERÊNCIA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL DE NOVO PLANALTO - GOIÁS (CRAS) PROJETO INTEGRADO MULTIDISCIPLINAR - PIM V NOVO PLANALTO/GO 2022 UNIVERSIDADE PAULISTA DORIVAL JOSÉ MARTINS SIMONE JOSÉ PEREIRA CENTRO DE REFERÊNCIA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL DE NOVO PLANALTO – GOIÁS (CRAS) PROJETO INTEGRADO MULTIDISCIPLINAR - PIM V Projeto Integrado Multidisciplinar V para obtenção do título de Tecnólogo em Gestão Pública, apresentado à Universidade Paulista – UNIP NOVO PLANALTO/GO 2022 RESUMO Esse projeto visa o aprendizado tanto na teoria quanto na prática, para a formação de profissionais na área de Gestão Pública, aplicando os conhecimentos adquiridos no decorrer do curso e recorrendo os meios de informação como livros, legislação constitucional, pesquisas em websites e informações da entidade do setor público denominada, Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) no município de Novo Planalto - Goiás. Tal entidade disponibilizou-se a atender as informações necessárias para o desenvolvimento deste PIM, tendo como análise as disciplinas, Análise e Encaminhamento de Projetos Públicos, contendo tópicos relacionados a conceitos básicos de um projeto, construção de um projeto na entidade relacionada, como gerenciar tais projetos e principal ferramenta utilizada, e também a disciplina Captação e Gerenciamento de Recursos, que aborda como é feito o planejamento dos recursos da entidade e como é feito o controle do uso desses recursos e ainda se existe preocupação com o desenvolvimento sustentável na utilização deles. Concluindo então este PIM em análise a Matemática Financeira que é considerada a disciplina que surgiu da necessidade de termos que lidar com o dinheiro ao longo do tempo, na entidade estudada, veremos como tal disciplina é utilizada na prática, e como tem ajudado na administração das finanças no desenvolvimento dos projetos. Destaca-se que para garantir um alto nível de compreensão do leitor, este projeto apresenta termos técnicos e conceitos bem elaborados. Palavras-chave: Análise e Encaminhamento de Projetos Públicos, Captação e Gerenciamento de Recursos, Matemática Financeira, Centro de Referência de Assistência Social. SUMÁRIO 1.INTRODUÇÃO............................................................................................... 01 2.BREVE APRESENTAÇÃO DO CENTRO DE REFERÊNCIA ESPECIALIZADO EM ASSISTÊNCIA SOCIAL DE NOVO PLANALTO – GOIÁS...............................................................................................................02 2.1 ANÁLISE E ENCAMINHAMENTO DE PROJETOS PÚBLICOS..............03 3.CAPTAÇÃO E GERENCIAMENTO DE RECURSOS PÚBLICOS........................................................................................................04 3.1 FORMAS DE REPASSE.............................................................................06 4.MATEMÁTICA FINANCEIRA......... ..............................................................10 5.CONCLUSÃO.................................................................................................12 REFERÊNCIAS.................................................................................................13 1. INTRODUÇÃO O presente trabalho tem como objetivo analisar a estrutura organizacional do Centro de Referência em Assistência Social (CRAS) do município de Novo Planalto – Goiás, a fim de demonstrar como os conhecimentos adquiridos através das disciplinas ministradas durante esse período podem ser colocados em prática na gestão pública. A escolha do Centro de Referência em Assistência Social como entidade a ser pesquisada se deu sobretudo, porque sendo uma Unidade Pública vinculada á Secretaria de Promoção e Desenvolvimento Social, é o principal equipamento de desenvolvimento dos serviços socioassistenciais da Proteção Social Básica, destinado ao atendimento socioassistencial ás famílias em vulnerabilidade e risco social. Por esse motivo, os Centros de Referência normalmente ficam localizados em áreas da cidade onde existem maior vulnerabilidade e riscos em âmbito social e tem como função principal prestar assistência as famílias, sendo, pois um local onde os direitos sociais se materializam. Através do CRAS foram criados diversos projetos de incentivo a cultura, lazer e esporte, trazendo melhoria e qualidade de vida principalmente as populações social e economicamente vulneráveis. O CRAS de Novo Planalto, possui atualmente 32 funcionários entre efetivos e comissionados das diversas áreas, ocupando inclusive cargos de confiança da atual administração. Assim, para maior veracidade das informações, este PIM foi elaborado com dados retirados do próprio site do CRAS, em suas informações institucionais que podem ser verificadas em: https//www.novoplanalto.go.gov.br/estrutura- organizacional/assistencia-social. Sua plataforma ajudou com eficiência na produção deste projeto, com informações que analisadas juntamente com a CF/1988 e outras leis e decretos que regem a tal entidade pública, trouxeram melhor entendimento ao tema proposto. 1.1 BREVE APRESENTAÇÃO DO CENTRO DE REFEÊNCIA EM ASSITÊNCIA SOCIAL DE NOVO PLANALTO – GOIÁS Tem-se que a Assistência Social brasileira está inserida em um contexto maior, a Seguridade Social, prevista em sua matriz constitucional no Capítulo II do Título VIII da CF/1 988, que trata-se da Ordem Social. O CRAS por sua vez, é o principal instrumento de desenvolvimento dos serviços socioassistenciais da Proteção Social Básica. A Seguridade Social tem por objetivo proteger e amparar os indivíduos da sociedade conforme dispõem a CF/1988 no Art. 194. A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social. O Centro de Referência de Assistência Social, de modo geral possui uma área de ampla atuação, na qual o Técnico do Seguro Social, será responsável pelo atendimento ao público, devendo também desenvolver a função de orientar e prestar informações aos usuários e segurados, sendo essas suas atribuições do cargo. Em Novo Planalto - GO, a Secretaria Municipal da Ação Social, Trabalho e Habitação, possui atribuições em planejar, coordenar, supervisionar, assistir e executar a política social, com ênfase às iniciativas da comunidade na área de atuação assistencial, inclusive aquelas filantrópicas, estabelecendo filosofia de que o homem tem o dever e responsabilidade perante seus semelhantes para que todos atinjam a verdadeira cidadania com dignidade sobre todos os aspectos e idade, envolvendo neste processo todas esferas de Governo nos seus diversos níveis constituídos, montagem de processo junto ao agente financeiro no sistema associativo, para financiamento da construção de casas populares e infraestrutura social e urbano. O Centro de Referência da Assistência Social – CRAS - Novo Planalto é o local responsável por promover essas ações e serviços de caráter assistencialista, para famílias em vulnerabilidade social, bem como é um equipamento público mantido pelo MDS (Ministério do Desenvolvimento Social) e foi criado com o objetivo de fornecer apoio e proteção assistencial a pessoas que residem em áreas consideradas de vulnerabilidade social. A unidade do CRAS tem como foco principal oferecer assistência social para idosos, gestantes e crianças que estão em condições de risco, psicológico, social ou físico. Além de fornecer amparo para esse público, o centro fica responsável porprestar esclarecimentos sobre os auxílios assistenciais do governo, além os encaminharem para programas sociais do governo, como o Bolsa Família. Alguns serviços, tais como o PAIF (Proteção e Atendimento Integral à Família) e o SCFV (Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos) são oferecidos na unidade de Novo Planalto. O PAIF e o SCFV são conjuntos de atividades promovidas pelo CRAS que visam promover o ganho social e material dos cidadãos. Em outras palavras, são serviços de acompanhamento que visam direcionar as famílias para participar de planos assistenciais. Além disso, o CRAS também trabalha para melhorar as condições de um município, bairro ou comunidade para questões envolvendo transporte, violência, trabalho infantil, espaços públicos de lazer, pontos de cultura, entre outros. Uma das atribuições do CRAS é viabilizar o acesso a projetos e benefícios governamentais. Quanto ao público atendido, as unidades do CRAS em todo o Brasil estão preparadas para atender: ▪ Famílias e pessoas em situação de desproteção social ▪ Pessoas com deficiência ▪ Idosos ▪ Crianças retiradas do trabalho infantil ▪ Pessoas inscritas no Cadastro Único ▪ Beneficiários do Bolsa Família ▪ Beneficiários do Benefício de Prestação Continuada (BPC), entre outros. Outro programa assistencial realizado pelo CRAS – NOVO PLANALTO é o Cadastro Único que é um dos principais motivos que levam as famílias a procurar o atendimento na agência do CRAS. Somente com a aprovação neste sistema é possível ter acesso aos receber os benefícios dos programas sociais a seguir: ▪ Aposentadoria para pessoa de baixa renda ▪ Bolsa Família ▪ Bolsa Verde (Programa de Apoio à Conservação Ambiental) ▪ Brasil Carinhoso ▪ Carta Social ▪ Carteira do Idoso ▪ Fomento – Programa de Fomento às Atividades Produtivas Rurais ▪ Isenção de Taxas em Concursos Públicos ▪ Minha Casa, Minha Vida ▪ Passe Livre para pessoas com deficiência ▪ PETI (Programa de Erradicação do Trabalho Infantil) ▪ Pro Jovem Adolescente ▪ Programa de Cisternas ▪ Tarifa Social de Energia Elétrica ▪ Telefone Popular Através do atendimento fornecido pelo CRAS, as famílias em situação de risco recebem orientação para fazer a inscrição no Cadastro Único, item necessário para o ingresso em programas de transferência de renda, como o Bolsa Família. O CRAS – Novo Planalto oferece esses serviços para famílias que estão cadastradas no Cadastro Único – CadÚnico, com o auxílio de programas assistenciais do governo. Esse incentivo que ocorre na administração pública tem sido implementado por meio dos acordos conhecidos como Parcerias Público-Privadas (PPP'S), voltados à abertura de novas frentes de captação de energias, como exemplo, temos o caso das novas hidrelétricas, exploração do pré – sal, etc. Um conceito mais detalhado de um projeto exposto por VARGAS (2016): “Projeto é um empreendimento não repetitivo, caracterizado por uma sequência clara e lógica de eventos, com início, meio e fim, que se destina a atingir um objetivo claro, e definido, sendo conduzido por pessoas dentro de parâmetros predefinidos de tempo, custo, recursos envolvidos e qualidade”. Como visto acima, as atividades de um projeto possuem um prazo determinado, ou seja, é uma sequência de atividades finitas, com início, meio e fim programados. Contudo, isto não quer dizer que o prazo de um projeto não possa ser alterado a qualquer momento. No Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), os projetos são elaborados de acordo com a demanda da população atendida. O público alvo dos projetos são as famílias em vulnerabilidade social e beneficiários dos Programas Sociais do Governo Federal e Estadual, por exemplo, os programas Bolsa Família e Viva Leite. É notável que os projetos são montados de acordo com a demanda populacional. Tudo começa com uma reunião de toda equipe do CRAS, onde é discutido sobre todo atendimento e pedidos da população, em seguida, inicia-se um processo de inscrição, na qual os necessitados dirigem-se até o CRAS e preenche um formulário pautando as oficinas que gostariam de participar. Feito todo esse processo, os formulários são analisados um por vez e é realizado pela equipe do CRAS (Servidores) um estudo sobre quais projetos elaborarem. Tal órgão possui convênio com o Governo Federal através do PAIF (Programa de Atendimento Integral á Família) e com o Governo Estadual através da Rede de Proteção Social Básica. O foco principal desses projetos da entidade, como previsto na Lei Orgânica da Assistência Social (LEI Nº 8.742/93) é: ”Fortalecer os laços familiares rompidos, além de dar atendimento e acompanhamento para as famílias que estão com vulnerabilidade social e com os vínculos familiares afetados, além de prevenir o uso de álcool e drogas ilícitas, principalmente com os adolescentes”. 2.1 ANÁLISE E ENCAMINHAMENTO DE PROJETOS PÚBLICOS É notório que o setor público brasileiro, implementa muitos esforços para promover a melhoria da qualidade dos serviços prestados pelo Estado e o controle dos custos envolvidos nos programas e projetos públicos. Esse fato vem inovando no sentido de mostrar novos modelos de gestão como na adoção de estratégias que resultem em facilitadores da governança e gerem maior eficiência na execução, controle e consecução dos resultados previstos nos planos governamentais. Em 1988, a nova Constituição Federal (BRASIL, 1988) impôs, em seu artigo 165, regulamentado pelo Decreto 2.829, de 29/10/1998 (BRASIL, 1988), a obrigatoriedade da elaboração do Plano Plurianual (PPA), instrumento no qual se estabelecem as diretrizes, objetivos e metas da administração pública federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada, definindo objetivos e metas da ação pública de forma regionalizada e para um período de quatro anos. Devemos nos atentar ao fato de que existem diferenciais entre os projetos implementados na área pública e os das organizações privadas em virtude do envolvimento de inúmeros órgãos no setor público, desde os responsáveis pelo planejamento e autorização, passando pelos encarregados da execução dos projetos, finalizando com os órgãos de controle, que se constituem em controle externo, no caso da União, exercido pelo Congresso Nacional com auxilio do Tribunal de Contas da União (TCU) e do controle interno do Poder Executivo, exercido pela Controladoria Geral da União (CGU). No que tange aos CRAS os projetos são apresentados às autarquias municipais que irão desenvolver as questões principais do projeto, como elaboração, questões financeiras e viabilidade. E analisar abrangência que o projeto vai atingir seja em âmbito setorial ou mesmo municipal. No caso do município de Novo Planalto, por ser uma localidade pequena com pouco mais de 5.000 habitantes, todos os projetos são desenvolvidos com abrangência municipal. De acordo com Manual Técnico do Orçamento (MTO, 2012), toda ação do Governo está estruturada em programas orientados para a realização dos objetivos estratégicos definidos para o período do Plano Plurianual (PPA), ou seja, de quatro anos. Outra publicação do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (BRASIL, 2011) denominada Metodologia de Gerência de Projetos do Sistema de Administração de Recursos de Tecnologia da Informação (MGP-SISP), define que um programa é um conjunto de projetos relacionados, gerenciados de modo coordenado, a fim de obter benefícios não disponíveis se gerenciados individualmente. Um aspecto importante do programa é que ele é orientado a benefícios. Ainda de acordo com essa referência, o gerenciamento de um programa visa o alcance de objetivos e benefícios estratégicos, sendo que para isso se deve: integrar, monitorar e controlar as interdependências entre os projetos que compõem os programasde governo. A definição de projeto, segundo o Guia do Conhecimento em Gerenciamento de Projetos - Guia PMBOK (2008) do Project Management Institute PMI é: Um projeto é um esforço temporário empreendido para criar um produto, serviço ou resultado exclusivo. A sua natureza temporária indica um início e um término definidos. O término é alcançado quanto os objetivos tiverem sido atingidos ou quando se concluir que esses objetivos não serão ou não poderão ser atingidos e o projeto for encerrado, ou quando o mesmo não for mais necessário. Um projeto pode ser avaliado por meio dos processos que o compõem, que são basicamente: iniciação, planejamento, execução, controle e encerramento. Esses grupos de processos se sobrepõem, interagem e se repetem durante a execução do projeto. A constituição de uma estrutura formal é um dos pré-requisitos para que se definam as funções e responsabilidades pelas atividades do projeto nas diversas áreas, especialmente as de planejamento, execução e controle dessas atividades, alinhadas e indispensáveis ao alcance dos objetivos previstos. Os entes governamentais emanaram suas próprias definições de projeto para adotar e difundir a analise e o encaminhamento de projetos no âmbito de suas três esferas. Assim o Governo Federal, ao editar o Manual de Elaboração do PPA 2012- 2015 (BRASIL, 2011, p.44) [13], define projeto como: Instrumento de programação que deve ser articulado e compatibilizado com outros, para alcançar os objetivos de um programa, envolvendo um conjunto de operações limitadas no tempo, das quais resulta um produto que concorre para a expansão ou aperfeiçoamento da ação do governo. Os projetos podem criar ou ampliar atividades cujos impactos orçamentários devem ser previstos. A classificação como projeto só se aplica a ações com recursos orçamentários. 3. CAPTAÇÃO E GERENCIAMENTO DE RECURSOS Evidentemente que analisar com a precisão e amplitude adequada o gerenciamento de recursos e a sua respectiva captação em uma entidade do setor público (qualquer uma delas tem porte normalmente significativo) teria como consequência uma monografia na ordem de centenas de páginas escritas. Porém, nossa proposta não é essa, de tal forma que buscou-se esclarecer alguns aspectos pontuais que, apesar de pequenos, são importantes e elucidam a natureza do problema da gestão pública. Os governos estaduais disponibilizam em seus sites extensos trabalhos relativos a transparência em seus processos. O material disponível, infelizmente, normalmente é bruto demais, o que gera bastante confusão. É uma falha tradicional na transparência pública dado que a maciça elaboração de materiais de baixa qualidade obscurece o próprio sentido de transparência, que dizer da consecução da própria transparência. Para uma equipe de auditoria o trabalho já seira bastante extenso. Isso fica claro nas recomendações feitas aos próprios auditores em livros da área, conforme Pardini (2015): “[…] a parte textual dos relatórios de auditoria operacional [...] não deve exceder 50 páginas. A análise de temas muito complexos pode requerer relatórios mais longos, mas relatórios completos e também concisos são mais úteis [...]”. Nesse sentido buscou-se nesse trabalho focar elementos essenciais, pois um só dos temas abordados dentre os 3 propostos já seria extenso demais para ser tratado integralmente, em qualquer entidade pública que se queira abordar. Pois bem. Uma peça fundamental no entendimento da própria necessidade de captação de recursos é possível de ser obtida ao observar que a cidade encontra-se num momento histórico decisivo para o seu desenvolvimento econômico e social, pois a atual gestão tem buscado diferentes meios e fontes de recursos para ampliação do patrimônio material e imaterial. Quanto a isso sabemos que as políticas sociais devem ser financiadas mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, do Distrito Federal, dos estados e municípios e das diversas contribuições sociais. Assim, de acordo com a Constituição Federal de 1988, todas as ações governamentais na área da assistência social devem ser realizadas com recursos do orçamento da seguridade social conforme previsto no art. 195, além de outras fontes previstas no art. 204. É neste contexto que funciona o Sistema Único de Assistência Social (SUAS), sistema público que organiza de forma descentralizada os serviços socioassistenciais no Brasil, possuindo um modelo de gestão participativa, que permite a captação de recursos nas três esferas de governo para a execução e o financiamento da Política Nacional de Assistência Social (PNAS). Uma das ferramentas mais utilizadas para garantir o funcionamento e manutenção dos serviços socioassistenciais é o cofinanciamento da assistência social. Todavia, os recursos dos estados e municípios, são alocados, respectivamente, nos Fundos Estaduais e Municipais de Assistência Social, constituídos como unidades orçamentárias, e do Distrito Federal, no Fundo de Assistência Social do Distrito Federal. De acordo com a NOB SUAS/2012 que ratifica o art. 30 da Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS (Lei nº 8.742/1993), para que os Estados, o Distrito Federal e os Municípios recebam os recursos referentes ao cofinanciamento federal, têm-se como requisitos mínimos: ✓ A existência do Conselho de Assistência Social instituído e em funcionamento; ✓ O Plano de Assistência Social elaborado e aprovado pelo Conselho de Assistência Social; ✓ O Fundo de Assistência Social criado em lei e implantado. Dentre os recursos captados pelo CRAS de Novo Planalto, para o desenvolvimento de projetos no âmbito da Assistência Social, alguns são recebidos mensalmente outros trimestralmente quais sejam: Bloco da Proteção Social Básica: Piso Básico Fixo: R$ 6.000,00; Piso Básico Variável III: R$ 4.500,00; Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos: R$ 9.000,00 (trimestral) 3.1 FORMAS DE REPASSES Os recursos constantes do orçamento da União podem ser executados diretamente pelo Governo Federal ou por meio de outro ente da federação ou entidade privada. Nas transferências de recursos que são descentralizados ao município assim que recebidos, o município utiliza a própria estrutura administrativa para promover a contratação de bens e serviços necessários à realização de um objetivo comum entre União e município. Os repasses de recursos federais a municípios são efetuados por meio de três formas de transferências: transferências constitucionais; transferências legais; transferências voluntárias. As transferências constitucionais correspondem às parcelas de recursos arrecadados pelo Governo Federal e repassados aos municípios, conforme determinado na Constituição Federal de 1988. Entre as principais transferências previstas na Constituição da União para os Estados, o Distrito Federal e os municípios, destacam-se: o Fundo de Participação dos Estados e do Distrito Federal https://www.gesuas.com.br/blog/loas/ https://www.gesuas.com.br/blog/loas/ - FPE; o Fundo de Participação dos municípios - FPM; o Fundo de Compensação pela Exportação de Produtos Industrializados - FPEX; o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais de Educação - FUNDEB; o Imposto sobre Operações Financeiras - lOF - Ouro; o Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - ITR. (BRASIL, 2012). As transferências legais são regulamentadas em leis específicas que determinam a forma de habilitação, transferência, aplicação de recursos e prestação de contas. Segundo Brasil (2012) há duas modalidades de transferências legais: a) as que não vinculam a aplicação dos recursos repassados a um fim específico; b) as que vinculam a aplicação dos recursos repassados a um fim específico. No caso de não haver vinculação dos recursos a um fim específico, o município tem liberdadepara definir a despesa correspondente ao recurso repassado pela União. Em situações de a transferência de recursos estar vinculada a uma finalidade específica, o município deve habilita-se para receber os recursos e, a partir da habilitação, passa a ter o direito aos recursos federais, sem a necessidade de apresentação de documentos e tramitação de processos a cada solicitação, como ocorre nas transferências voluntárias. Esse mecanismo tem sido utilizado, nos últimos anos, para repassar recursos aos municípios em substituição aos convênios nos casos de ações de grande interesse para o Governo. Há três formas de transferência legal: a) transferência automática; b) transferência fundo a fundo; c) transferência direta ao cidadão. (BRASIL, 2012) De acordo com a Lei Complementar n° 101, de 4 de maio de 2000 Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) transferências voluntárias referem-se às transferências de recursos correntes ou de capital a outro ente da federação a título de cooperação, auxílio ou assistência financeira e que não decorrem de determinação constitucional, legal ou concernente aos recursos destinados ao Sistema Único de Saúde (SUS). Conforme artigo 25: Art. 25. Para efeito desta Lei Complementar, entende-se por transferência voluntária a entrega de recursos correntes ou de capital a outro ente da Federação, a título de cooperação, auxílio ou assistência financeira, que não decorra de determinação constitucional, legal ou os destinados ao Sistema Único de Saúde. (BRASIL, 2000). Os instrumentos para viabilizar as transferências voluntárias são: a) convênio; b) contrato de repasse; c) termo de parceria. 4. MATEMATICA FINANCEIRA A matemática financeira é uma área das Ciências Exatas que se dedica aos problemas de ordem financeira, sendo uma ferramenta muito útil para a gestão pública bem como para os gestores que procuram controlar os gastos públicos com precisão e habilidade. Por esse motivo, ela tem bastante importância na tomada de decisões. Usada com precisão, a matemática financeira pode ajuda os órgãos públicos a reduzir os custos, que é o desejo de todo gestor. Ela oferece os instrumentos necessários para que se realizem avaliações sobre os recursos mais viáveis (menores custos) e os investimentos que podem ser mais vantajosos, seja a médio, curto ou longo prazo. Qualquer projeto empresarial deve ser respaldado em uma análise financeira. Ou seja, a partir de cálculos e considerações baseadas na matemática financeira, inclusive o potencial de retorno que o projeto poderá oferecer. É uma ferramenta essencial para resolver questões pequenas e grandes dentro da empresa, quantificando as transações financeiras e considerando o valor monetário ao longo do tempo. As decisões devem ser tomadas olhando-se o futuro, baseando-se nas projeções de fluxo de caixa. Quanto mais precisas às projeções, melhores serão as decisões. Somente a aplicação dos elementos da matemática financeira permite que se façam projeções seguras, baseada em números precisos e não em intuições duvidosas. Para a matemática e também para a gestão financeira, o objetivo econômico das empresas e entidades públicas e privadas é a maximização de seus valores, pois desta forma estará sendo aumentada a riqueza de seus proprietários. O ambiente financeiro é bastante dinâmico, oscilando em vários momentos, por isso os gestores e administradores precisam estar sempre atentos para não perder as oportunidades e evitar prejuízos. A administração financeira passou a incluir em seu horizonte de estudo teórico e pratico as questões pertinentes aos ativos e passivos dos balanços, assumindo uma definição bem mais abrangente. Considerando riscos e potencial de retorno, incidência de juros, custos operacionais, folha de pagamento e muitos outros pontos relevantes. O setor de contabilidade também se vale da matemática financeira na hora de escolher o melhor regime tributário para a empresa e, durante toda sua gestão tributária, precisará dela para calcular corretamente os impostos, os descontos e as compensações. No caso da instituição pesquisada (CRAS) ela não possui um setor direcionado para a matemática financeira, visto que essas questões são definidas nas Secretarias de Saúde e Prefeitura. Mas podemos enfatizar que ela pode contribuir para a gestão da matemática financeira, atrás de controles de estoque, controles de atendimentos e gastos que cada atendimento demanda de forma a informar aos superiores o que precisa de mais ou menos investimento e o que precisa de atenção imediata. No que se refere à disciplina matemática financeira a instituição que foi elemento fundamental deste projeto de pesquisa como qualquer empresa, tem que manter estoques, realizar pagamentos, fazer tomadas de preços, à prazo e à vista, diferenciando-os pela taxa de juros que pode ser embutida no caso de compra à prazo, ou aplicada na forma de desconto na modalidade pagamento à vista. Considerando-se que atualmente, o mercado financeiro sempre trabalha com taxas de juros, sejam elas simples ou compostas, surge a questão: o que efetivamente vêm a ser juros? Qual o conceito de juros? Juro ou interesse é a remuneração ganha ou paga pela aplicação ou utilização de determinado capital durante um certo prazo. Segundo Cavaleiro (2013), os recursos necessários para a aplicação da matemática financeira são: Capital: valor principal de uma operação, ou seja, do dinheiro em um momento inicial; Montante: Resumidamente, podemos entendê-lo como o valor do dinheiro no futuro; Taxa de juros: coeficiente que determina as correções monetárias, sempre expressas em porcentagem (%); Juros: correção monetária em espécie ou o valor acrescido pela taxa de juros; Desconto: abatimento sobre uma operação financeira; é proporcional à taxa de juros e ao período considerado; Período: são os prazos envolvidos na operação financeira. Podem ser expressos em dia, semana, mês, semestre, ano; mas o que importa é que temos de considerar uma regra: devem constar, de um problema de Matemática Financeira, todas as informações de taxa e período na mesma menção de tempo; Investimento: Operação financeira em que se faz aplicação de um valor e espera recebê-lo acrescido dos juros incorridos no período; Empréstimo: Operação financeira na qual se buscam recursos no mercado para fazer frente às necessidades das mais variadas espécies; Amortização: Antecipação de pagamentos de operação de financiamentos, na qual se fazem necessários os conceitos de valor atual e futuro. 5. CONCLUSÃO O trabalho abrangeu questões pertinentes à gestão pública no que tange a realização e controle projetos, sistema de informação e matemática financeira. Saber aplicar essas técnicas de aprendizagem pode garantir uma melhor eficiência na gestão das instituições públicas como um todo. Melhorando o controle evitando prejuízos e gastos desnecessários, assim como aperfeiçoando os projetos de forma a serem otimizados. As organizações e os órgãos públicos de uma forma geral sempre apresentam características individuais, formas de gerir diferentes. Quando se trata de órgãos públicos administrarem ainda se torna mais delicado visto que o recurso que é utilizado para manter a engrenagem funcionando vem de seus próprios usuários, a população que através de seus impostos mantém a engrenagem pública em funcionamento. Realizar esse trabalho agregou ainda mais valor ao curso e aos estudos podendo visualizar e estudar novas partes de um todo que é a Gestão Pública. Ademais a elaboração deste projeto foi significativo tendo em vista que possibilitou a ampliação dos conhecimentos a respeito da dinâmica da administração pública, neste sentido, o projeto apresenta dados relevantes que levam ao entendimento de que a captação de recursos, o gerenciamento através de projetos, bem como a matemática financeira, precisamestar integrados, onde todos tenham consciência da importância de seus cargos e funções, para que a instituição venha atingir os seus objetivos e metas sem perder de vista a ética na administração da coisa pública. REFERÊNCIAS BRASIL. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG). Secretaria de Orçamento Federal. Manual técnico de orçamento - MTO. Versão 2012. Brasília,2011. Disponível em http://www.orcamentofederal.gov.br/informacoesorcamentarias/ manual- tecnico/manual-tecnico-de-orcamento-mto>. _______. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG). Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação. 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Dispõe sobre as normas relativas às transferências de recursos da União mediante convênios e contratos de repasse, e dá outras providências. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007- 2010/2007/decreto/d6170.htm>>. KOHAMA, Hélio. Balanços Públicos: Teoria e Prática. 2.ª ed. São Paulo: Atlas, 2000. Livro texto Unip Interativa, Análise e Encaminhamento de Projetos Públicos. Livro texto Unip Interativa, Captação e Gerenciamento de Recursos. Livro texto Unip Interativa, Matemática Financeira. PMI (Project Management Institute). Um guia do conjunto de conhecimentos em gerenciamento de projetos (Guia PMBOK). Newtown Square, 2004. PRATES, et. al. A captação de recursos e o poder local. Revista virtual textos e contextos, 2006.
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