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HEMOSTASIA HEMATOPOIESE E COAGULAÇÃO 32 paginas

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1 
 
 
HEMOSTASIA, HEMATOPOIESE E COAGULAÇÃO 
1 
 
 
SUMÁRIO 
 
1. INTRODUÇÃO 2 
2. HEMATOPOESE 3 
2.1 Locais de Hematopoese 6 
2.2 Células-Tronco e Células Progenitoras Hematopoéticas 7 
2.3 Regulação da Hematopoese 8 
2.3.1 Fatores de crescimento hematopoéticos 9 
2.4 Eritropoese 11 
2.5 Leucopoese 11 
2.6 Trombocitopoese 12 
3. COAGULAÇÃO 14 
3.1 Iniciação 15 
3.2 Amplificação 16 
3.3 Propagação 16 
3.4 Sistema Fibrinolítico 18 
4. HEMOSTASIA 19 
4.1 Hemostasia Primária 19 
4.2 Hemostasia Secundária 20 
4.3 Fibrinólise 21 
4.4 Limitação Fisiológica da Coagulação do Sangue 22 
5. PRINCIPAIS DISTÚRBIOS DA HEMOSTASIA 26 
5.1 Alterações Congênitas 26 
5.2 Alterações Adquiridas 26 
5.3 Trombose 27 
CONCLUSÃO 29 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA 30 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
O sangue é um tipo especial de tecido conjuntivo composto de células 
sanguíneas e plasma. Os glóbulos são hemácias, plaquetas e vários tipos de 
leucócitos. As principais funções do sangue são o transporte de oxigênio, nutrientes, 
a remoção de dióxido de carbono e a remoção de produtos excretados nos tecidos. A 
função de defesa também é mediada pelo sangue por meio de células brancas do 
sangue. 
O processo de regulação da produção contínua de células sanguíneas é 
denominado hematopoese. Envolve processos de renovação, proliferação, 
diferenciação e maturação celular. Essas células devem entrar no sangue, mas antes 
passarão pelo processo de diferenciação e maturação da medula óssea. Inicialmente, 
todas as células se originam da medula óssea, sendo a medula óssea e o timo os 
principais órgãos do desenvolvimento linfático. O baço, os nódulos linfáticos e os 
agregados linfóides são órgãos linfóides secundários. 
Hemostasia é o processo fisiológico cujo principal objetivo é a manutenção da 
integridade vascular e da fluidez do sangue após uma lesão vascular permitindo o 
equilíbrio do sistema circulatório. Esse processo compreende interações complexas 
entre os vasos sanguíneos, plaquetas, proteínas da coagulação e o sistema 
fibrinolítico, os quais levam à formação do coágulo sanguíneo e posterior dissolução 
do mesmo após o reparo da lesão vascular. 
A hemostasia tem como parte integrante os vasos sanguíneos, plaquetas, 
sistemas de coagulação e anticoagulação. Além disso, é indispensável a cooperação 
de um sistema lítico, capaz de eliminar o coágulo formado, o qual não sendo uma 
estrutura definitiva, deve ser paulatinamente removido e substituído pelo crescimento 
fibroblástico, ao iniciar-se a cicatrização definitiva do local lesado. 
 A princípio a interação desses componentes levou à segmentação da 
hemostasia em três fases distintas: Primária; Secundária ou Coagulação e Terciária 
ou Fibrinólise. Contudo, vários avanços ocorreram no conhecimento dos mecanismos 
da coagulação sanguínea, o que mostrou a interdependência das fases hemostáticas. 
 
 
 
3 
 
 
2. HEMATOPOESE 
 
A hematopoiese refere-se ao processo pelo qual precursores celulares comuns 
e indiferenciados (chamados de células hematopoiéticas ou células-tronco) se 
desenvolvem e amadurecem para formar componentes do sangue (glóbulos 
vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas). Durante a infância e a idade adulta, a 
medula óssea na cavidade central dos ossos longos produz células sanguíneas. 
O principal órgão hematopoiético dos adultos é a medula óssea vermelha 
localizada nos ossos longos. A medula óssea amarela é composta principalmente de 
gordura e não produz componentes do sangue. No caso de anemia grave, o baço e o 
fígado não só têm a função de hemocaterese (filtração sanguínea), mas também 
restauram sua função de produzir células do sangue. 
As células-tronco (CT) são células indiferenciadas que podem proliferar e 
originar outras células-tronco e têm a capacidade de se diferenciar em células com 
capacidades funcionais normais. Cada CT tem capacidade de se auto-renovar e 
pluripotencialidade, ou seja, tem plasticidade. A plasticidade diminui à medida que a 
célula-tronco se diferencia, ou seja, se compromete com uma linhagem celular 
específica. 
A medula é altamente vascularizada e constituída por tecido conjuntivo 
contendo células livres, sendo as mais primitivas chamadas de células-tronco ou 
células matrizes, que são as precursoras de duas linhagens celulares diferentes 
(linhagens mielóides e linfóides). A linhagem linfóide se diferencia em linfócitos. 
As células-tronco se diferenciam por meio da diferenciação sanguínea e 
produzem células sanguíneas. Nem todos os elementos sanguíneos conhecidos são 
constituídos por células. 
As hemácias ou eritrócitos, ou glóbulos vermelhos são as únicas células 
anucleadas, pois se originam de células embrionárias que perdem por expulsão o seu 
núcleo inteiramente. Possuem vida limitada, cerca de 100 dias e estão presentes em 
grande quantidade no sangue (3 a 4 milhões/ cm3 de sangue). São células indivisíveis 
e flexíveis que passam facilmente pelos capilares. Têm a responsabilidade de 
transportar oxigênio e gás carbônico através da corrente sanguínea. Possuem 
aspecto discóide com nítida depressão na região mediana. 
4 
 
 
A hemoglobina é um pigmento avermelhado encontrado nas células vermelhas 
do sangue e é responsável por levar oxigênio para os tecidos e remover o dióxido de 
carbono das células. 
O fígado e o baço removem os glóbulos vermelhos velhos do corpo. A partir da 
hemoglobina liberada dos glóbulos vermelhos velhos é produzido um pigmento 
chamado bilirrubina. É uma espécie de escória excretada na bile e liberada do corpo 
junto com as fezes. O ferro liberado da hemoglobina durante a formação da bilirrubina 
se liga às proteínas do plasma e entra na medula óssea para formar uma nova 
hemoglobina. 
Os leucócitos ou glóbulos brancos são células nucleadas, incolores que 
desempenham mecanismo de defesa do organismo contra infecções. São células de 
vida curta, duram cerca de sete dias e estão presentes no sangue em uma quantidade 
menor que as hemácias, em torno de 5 a 9 mil leucócitos por milímetros de sangue. 
Cada pessoa possui um número de leucócitos específicos que permanece ao longo 
dos anos. Assim, uma diminuição na contagem dos leucócitos (leucopenia) ou um 
aumento na quantidade das células brancas (leucocitose) são o indicativo de algum 
problema pode estar acontecendo. 
A função hematopoiética tem como pré-requisito um microambiente normal, 
que pode sintetizar fatores necessários para a sobrevivência das células progenitoras, 
facilitar a interação entre diferentes tipos de células e se adaptar às células em 
desenvolvimento. Desta forma, nos diferentes nichos hematopoéticos desde a vida 
uterina até fase adulta, existem, além dos precursores hematopoéticos, outras células, 
que constituem o estroma, formado por componente celular (representado por 
fibroblastos, osteoblastos, osteoclastos, células-tronco mesenquimais, adipócitos, 
macrófagos, linfócitos e células endoteliais dos sinusóides medulares), e um 
componente acelular, composto por substâncias que modulam as atividades 
celulares, chamadas fatores de crescimento, citocinas e proteínas de matriz 
extracelular, as quais favorecem a organização e a estrutura da MO. A regulação de 
CT compreende, portanto, um processo multifatorial, incluindo também sinais 
químicos, físicos e mecânicos, como temperatura, força de cisalhamento, tensão de 
oxigênio constituintes de matriz e presença de íons 
As células mais numerosas são os eritrócitos (especializados no transporte de 
oxigênio e dióxido de carbono), seguidos pelas plaquetas, responsáveis pela 
hemostasia (coagulação) e pelos leucócitos, que fazem parte da defesa do organismo. 
5 
 
 
Temos quatro tipos de fagócitos (neutrófilos, eosinófilos, basófilos e monócitos) e 
linfócitos B (plasmócitos), envolvidos na produção de anticorpos e linfócitos T (CD4 e 
CD8), relacionados à resposta imunee à proteção contra vírus e demais partículas 
estranhas. 
A cada dia são produzidos aproximadamente 1012 cariócitos e, 
consequentemente, 1011 eritrócitos, 108 plaquetas e 108 mega-leucócitos por meio 
de um processo complexo e finamente regulado na medula óssea. O aumento no 
número de células depende da população de células hematopoiéticas e da 
disponibilidade de progenitores, além de estímulos do organismo devido a condições 
fisiológicas ou patológicas. Por exemplo, quando há sepse, os leucócitos 
armazenados precisam chegar à circulação o mais rápido possível. 
As vitaminas e os oligoelementos são indispensáveis à hematopoiese, que é 
afetada pela ausência ou diminuição deles (insuficiência na maturação da eritopoese). 
A vitamina B12 e o ácido fólico, por exemplo, são necessários para a síntese do DNA. 
A carência desses elementos acarreta diminuição de DNA e, consequentemente, 
deficiência na divisão e na maturação nuclear. Nessas condições, as células passam 
por um processo de maturação rápido, sendo produzidos eritrócitos maiores que o 
normal (macrocíticos) e com a membrana celular mais frágil. São rompidas mais 
facilmente, de modo que apresentam um tempo de meia vida mais curto (metade ou 
um terço da vida normal). Essa situação caracteriza a anemia megaloblástica. 
O ferro é um elemento importante na síntese da hemoglobina no processo de 
eritropoiese. A falta de ferro pode levar à produção de hemácias microcíticas (menores 
que as normais) e hemácias hipocrômicas (células menos coradas que o normal). É 
uma característica da anemia por deficiência de ferro. 
A renovação celular é elevada: ocorre, em média, a cada 120 dias na população 
eritróide, 10 dias para as plaquetas e algumas horas (neutrófilos e monócitos), dias 
(eosinófilos e basófilos) e de semanas a anos (linfócitos) para os leucócitos. Os 
eritrócitos, conforme vão envelhecendo, sofrem alteração na sua membrana 
plasmática (diminuição da flexibilidade), que se torna frágil. Muitos se rompem, e isso 
pode ocorrer no baço. 
A hemoglobina liberada é imediatamente fagocitada por macrófagos em muitas 
partes do organismo, principalmente no fígado, no baço e na medula óssea. O ferro e 
a globina são reutilizados no organismo. enquanto a porção porfirina é convertida em 
bilirrubina no fígado e excretada. Já as plaquetas são fagocitadas pelos macrófagos 
6 
 
 
e os leucócitos sofrem apoptose (morte celular programada) para serem eliminados 
do organismo quando envelhecem ou para diminuir a população de células 
necessárias em um processo de defesa do organismo. 
 
2.1 Locais de Hematopoese 
 
Em humanos, a hematopoese inicia-se trinta dias após a formação do embrião. 
Nesta fase, chamada primitiva, as CT estão localizadas no saco vitelínico e são 
capazes de dar origem apenas a eritrócitos. A capacidade de gerar todas as linhagens 
hematopoéticas e de autorrenovação das células -tronco (fase definitiva ou adulta) 
emerge na quarta semana de gestação. Ainda na vida intrauterina, a hematopoese 
migra para a placenta e fígado fetal em torno da quinta semana e, definitivamente, 
para a medula óssea (MO) na décima segunda semana de gestação. 
Após o nascimento, a MO é a única responsável pela produção de células 
hematopoéticas. Nos primeiros anos da infância, a atividade hematopoética pode ser 
detectada em todos os ossos e em toda a medula óssea. Próximo da puberdade, há 
a substituição gradual da medula hematopoética ativa (chamada vermelha), por um 
tecido gorduroso (amarelo). Esse processo ocorre principalmente em ossos longos e 
inicia-se nas diáfises, restringindo gradualmente o tecido hematopoético ativo às 
epífises, além de ossos chatos como pélvis, crânio, vértebras, costelas e esterno. 
Linfócitos T e linfócitos B são produzidos e armazenados nos órgãos linfóides, 
incluindo os linfonodos, baço, timo, tonsilas e diversas concentrações de tecido 
linfóide em outras áreas do organismo, especialmente na medula óssea e nas placas 
de Peyer abaixo do epitélio na parede intestinal. 
Os megacariócitos também são formados na medula óssea e ali se 
fragmentam, e os fragmentos (plaquetas) passam para o sangue. Desse modo, a 
medula óssea é considerada um órgão hematopoético primário, e os demais órgãos 
citados são órgãos hematopoéticos secundários. Quando se fala em órgãos linfóides 
primários, considera-se a medula óssea e o timo. Os linfócitos B são produzidos na 
medula e nos órgãos linfóides secundários (OLS) (baço, linfonodos, tonsilas, 
intestino); já os linfócitos T são produzidos no timo e nos OLS. 
Os eritrócitos, ao longo da vida, em condições normais, são formados apenas 
na medula óssea, assim como os granulócitos e os monócitos. Os granulócitos são 
7 
 
 
armazenados na medula até serem necessários no sistema circulatório. armazenados 
na medula óssea. 
A medula óssea gordurosa remanescente é capaz de reverter para 
hematopoética e, em muitas doenças, também pode haver expansão da hematopoese 
aos ossos longos. Além disso, o fígado e o baço podem retomar seu papel 
hematopoético fetal (“hematopoese extramedular”). 
 
2.2 Células-Tronco e Células Progenitoras Hematopoéticas 
 
As células-tronco são células primitivas com capacidade de autorrenovação e 
diferenciação e pode originar células especializadas em diferentes categorias 
celulares do organismo, como, por exemplo: células ósseas, musculares, da pele, do 
sangue, nervosas, entre outras. 
As células-tronco estão presentes no embrião, quando são, então, designadas 
células-tronco embrionárias (blastocisto), as quais podem diferenciar-se em qualquer 
tipo de tecido; e também podem ser encontradas em tecidos adultos, originando as 
células-tronco adultas, com menor capacidade de diferenciação. No adulto, essas 
células localizam-se, principalmente, no cordão umbilical e placentário, na medula 
óssea, no sangue periférico, no fígado, nos rins e na primeira dentição (dente de 
“leite”). 
 Dentro da célula, os sinais transmitidos pelos fatores de crescimento ativam 
fatores de transcrição específicos, como moléculas ligadoras de DNA que atuam como 
principais interruptores a determinar o programa genético subsequente, que, por sua 
vez, conduz ao desenvolvimento de diferentes linhagens celulares. Após estímulo 
apropriado, as células-tronco hematopoiéticas originam um compartimento de células 
já comprometidas com uma determinada linhagem hematológica, podendo dar origem 
tanto a progenitores mieloides quanto a linfóides. 
Os progenitores mieloides comuns originam progenitores restritos às linhagens 
de granulócitos/macrófagos e de megacariócitos/eritrócitos. Os progenitores linfóides 
comuns dão origem aos linfócitos B, T e às células natural killer (NK). As células 
formadoras de colônias (CFC), também chamadas de unidade formadora de colônia, 
são as células reconhecidas morfologicamente como as precursoras imediatas das 
diversas células maduras presentes no sangue periférico. 
8 
 
 
As células-tronco classificam-se em totipotentes, pluripotentes e multipotentes. 
As totipotentes podem originar tanto um organismo totalmente funcional quanto 
qualquer tipo celular do organismo (inclusive sistema nervoso) e correspondem às 
células do embrião recém-formado. As pluripotentes são células capazes de gerar 
qualquer tipo de tecido sem originar um organismo completo (não podem gerar a 
placenta e outros tecidos de apoio ao feto); formam a massa celular interna do 
blastocisto depois dos quatro dias de vida e participam da formação de todos os 
tecidos do organismo. 
As células multipotentes são um pouco mais diferenciadas, estão presentes no 
indivíduo adulto e têm capacidade de originar apenas um limitado número de tipos 
teciduais. Essas células são designadas de acordo com o órgão de que derivam e 
podem originar apenas células desse órgão, possibilitando a regeneração tecidual. 
 
Figura 1: Diferenciação celularda hematopoese. 
 
Fonte: Hoffbrand e Moss, (2018). 
 
2.3 Regulação da Hematopoese 
 
A hematopoiese começa quando as células-tronco são divididas em duas, uma 
das quais a substitui (autorrenovação) e a outra é responsável pela diferenciação. 
9 
 
 
Essas células progenitoras comprometidas precocemente expressam baixos níveis de 
fatores de transcrição, que podem as comprometer com linhagens específicas. A 
escolha da linhagem de diferenciação pode ser variada por alocação aleatória e sinais 
externos recebidos pelas células progenitoras. 
Vários fatores de transcrição regulam a sobrevivência das células-tronco (ex: 
SCL, GATA-2, NOTCH-1), ao passo que outros estão envolvidos na diferenciação ao 
longo das principais linhagens celulares. Autorrenovação, proliferação, diferenciação 
e homing (volta à medula óssea) são fases da hematopoiese reguladas por 
mecanismos que envolvem o microambiente da medula óssea e pelas próprias células 
hematopoéticas. O microambiente medular favorável é fornecido pelas células do 
estroma que secretam a matriz extracelular e fatores de crescimento. 
A medula óssea é um ambiente adequado para a diferenciação de células 
progenitoras. O meio é composto por células do estroma e rede microvascular. Na 
matriz, existem células mesenquimais, adipócitos, fibroblastos, osteoblastos, células 
endoteliais e macrófagos, que secretam moléculas extracelulares (colágeno, 
glicoproteínas, glicosaminoglicanos) para formar a matriz extracelular. Além disso, 
secreta vários fatores de crescimento necessários para a sobrevivência das células-
tronco. 
As células do estroma são as principais fontes de fatores de crescimento, com 
exceção da eritropoetina, 90% da qual é sintetizado no rim, especialmente pela baixa 
concentração de oxigênio no organismo, e da trombopoetina, sintetizada 
principalmente no fígado. Devido a isso, pacientes com danos ou doenças hepáticas 
podem ter redução no número de plaquetas circulantes. 
 
2.3.1 Fatores de crescimento hematopoéticos 
 
Fatores de crescimento hematopoiéticos são hormônios glicoproteicos que 
podem regular a proliferação e diferenciação de células progenitoras hematopoiéticas 
e as funções de células sanguíneas maduras. Eles podem agir onde são produzidos 
por meio do contato célula a célula ou podem circular no plasma. Eles também podem 
se combinar com a matriz extracelular para formar uma parede onde as células-tronco 
e as células progenitoras aderem. 
10 
 
 
Os fatores de crescimento podem causar não só proliferação celular, mas 
também estimular diferenciação, maturação, prevenir apoptose e afetar as funções de 
células maduras. 
A eritropoietina (principalmente do rim) é responsável por regular a produção 
de glóbulos vermelhos. Qualquer condição que provoque uma redução na quantidade 
de oxigênio entregue ao tecido formará esse hormônio em alguns minutos, atingindo 
assim a produção máxima em 24 horas, aumentando assim a produção de glóbulos 
vermelhos. Já a trombopoetina desempenha um papel na regulação da produção e 
diferenciação de megacariócitos, que são decompostos na medula óssea e produzem 
plaquetas. 
As citocinas são polipeptídeos ou glicoproteínas produzidas por diversos tipos 
celulares e capazes de modular a resposta celular de diversas células, incluindo dela 
própria. Podem ser divididas em: interleucinas (IL), fatores estimuladores de colônias 
(CSF) (estimulam a produção ou maturação específica de determinada linhagem), 
fator de necrose tumoral (TNF) (têm capacidade de provocar apoptose e possuem 
ações pró-inflamatórias), interferons (IFN) (interferem na replicação de 
microrganismos e estimulam a atividade de defesa do organismo) e fatores de 
crescimento (TGF) (controlam a divisão celular). 
As interleucinas são proteínas produzidas, principalmente, por leucócitos 
(principalmente por linfocitos T, macrófagos e eosinófilos) com diferentes funções, 
sendo que a maioria está envolvida na ativação ou supressão do sistema imune e na 
indução de divisão de outras células. 
A interleuquina-3 (IL-3) e GM-CSF são fatores de crescimento multipotentes 
com atividades parcialmente superpostas. O G-CSF e a trombopoetina aumentam os 
efeitos de SCF, FLT-L, IL-3 e GM-CSF na sobrevida e na diferenciação das células 
hematopoéticas primitivas. 
Esses fatores mantêm um pool de células-tronco e células progenitoras 
hematopoéticas sobre o qual agem os fatores de ação tardia, eritropoetina, G-CSF, 
M-CSF (fator estimulador de colônias de macrófagos), IL-5 e trombopoetina, para 
aumentar a produção de uma ou outra linhagem em resposta às necessidades do 
organismo. A formação de granulócitos e monócitos, por exemplo, pode ser 
estimulada por infecção ou inflamação por meio da liberação de IL-1 e fator de necrose 
tumoral (TNF), os quais, por sua vez, estimulam as células do estroma a produzirem 
fatores de crescimento em uma rede. 
11 
 
 
Contrariamente, as citoquinas, como o fator de crescimento transformador-β 
(TGF-β) e o interferon-γ (IFN-γ) podem exercer um efeito negativo na hematopoese e 
podem desempenhar algum papel no desenvolvimento de anemia aplástica. 
 
2.4 Eritropoese 
 
A primeira célula que pode ser identificada como série vermelha é o pró-
eritroblasto. A linhagem seguinte é do eritroblasto basofílico (possui um núcleo 
grande, cora com corantes básicos e com pouco acúmulo de hemoglobina). A cada 
divisão, o núcleo vai diminuindo de tamanho e a célula é preenchida com 
hemoglobina; assim, temos o eritroblasto policromatófilo, o eritroblasto, reticulócitos 
(ainda contêm restos de núcleo) e o eritrócito maduro (célula sem núcleo ou restos 
nucleares) 
 
Figura 2: Estágios da diferenciação das hemácias. 
 
Fonte: Hoffbrand e Moss, (2018). 
 
2.5 Leucopoese 
 
A leucopoiese dividida em linhagem mielocítica — mielopoiese, produção de 
granulócitos (granulopoese) e monócitos — e linhagem linfocítica — linfopoiese, 
12 
 
 
formação dos linfócitos. Ambas as linhagens iniciam com uma célula comum, o blasto 
(mieloblasto e linfoblasto). 
 
Figura 3: Estágios da diferenciação dos granulócitos e monócitos. 
 
Fonte: Hoffbrand e Moss, (2018). 
 
2.6 Trombocitopoese 
 
A trombocitopoiese (plaquetopoiese) se refere a formação das plaquetas, que 
são fragmentos dos megacariócitos. 
 
Figura 3: Formação das plaquetas. 
 
 Fonte: Hoffbrand e Moss, (2018). 
 
13 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Para saber mais: 
http://nicsaude.com/assets/sistema_hematopoietico
.pdf 
https://hematologia.farmacia.ufg.br/p/7063-
hematopoese 
https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1516-
84842009005000057&script=sci_arttext&tlng=pt 
14 
 
 
3. COAGULAÇÃO 
 
A coagulação do sangue envolve a conversão de fibrinogênio (proteína 
plasmática solúvel) em fibrina, um polímero insolúvel, por meio da ação de uma 
enzima chamada trombina. A fibrina forma uma rede de fibras elásticas que consolida 
o tampão plaquetário e o transforma em tampão hemostático. 
A coagulação é uma série de reações químicas entre várias proteínas que 
convertem pró-enzimas (zimogênios) em enzimas (proteases). Essas enzimas e pró-
enzimas são chamadas de fatores de coagulação. A ativação destes fatores é 
provavelmente iniciada pelo endotélio ativado e finalizado na superfície das plaquetas 
ativadas e tem como produto essencial a formação de trombina que promoverá 
modificações na molécula de fibrinogênio liberando monômeros de fibrina na 
circulação. Estes últimos vão unindo suas terminações e formando um polímero 
solúvel (fibrina S) que, sob a ação do fator XIIIa (fator XIII ativado pela trombina) e 
íons cálcio, produz o alicerce de fibras que mantêm estável o agregado de plaquetas 
previamente formado. 
A clássica cascata da coagulação é a ativaçãode cada fator da coagulação 
que leva a ativação de outro fator até a eventual formação da trombina. Esses fatores 
são numerados de I ao XIII, com seus respectivos sinônimos. O número 
correspondente para cada fator foi designado considerando a ordem de sua 
descoberta e não do ponto de interação com a cascata. O fator VI, que foi utilizado 
para designar um produto intermediário na formação da tromboplastina. O fator III é a 
tromboplastina tecidual, chamada atualmente de fator tecidual ou tissular (TF). O fator 
IV é utilizado para designar o cálcio iônico (Ca++). 
O modelo da cascata dividiu a sequência da coagulação em duas vias: a via 
intrínseca na qual todos os componentes estão presentes no sangue e na via 
extrínseca na qual é necessária a presença da proteína da membrana celular 
subendotelial, o fator tecidual (TF). 
Os eventos comuns da coagulação (via final comum), quer sejam iniciados pela 
via extrínseca ou intrínseca, são a ativação do fator X(Xa), a conversão de trombina a 
partir da protrombina pela ação do fator Xa, formação de fibrina estimulada pela 
trombina e estabilização da fibrina pelo fator XIIIa. 
A coagulação, pela via intrínseca, é desencadeada quando o fator XII e ativado 
pelo contato com alguma superfície carregada negativamente (por exemplo, colágeno 
15 
 
 
ou endotoxina). Além do fator XII, estão envolvidos neste processo o fator XI, a pré-
calicreína e o cininogênio de alto peso molecular (cininogênio APM). Tanto o fator XI 
quanto a pré-calicreína necessitam do cininogênio APM para efetuar a adsorção à 
superfície em que está ligado o fator XIIa. Da interação destes elementos é ativado o 
fator XI, que transforma o fator IX em IXa. O fator IXa e o fator VIIa associam-se à 
superfície de fosfolipídio através de uma "ponte" de cálcio estimulando a conversão 
de fator X para Xa. 
De modo mais simples, na via extrínseca, a coagulação é desencadeada 
quando os tecidos lesados liberam o fator tecidual (tromboplastina tecidual TPL), que 
forma um complexo com o fator VII, mediado por íons cálcio. Este complexo age sobre 
o fator X estimulando sua conversão em Xa. A partir deste ponto, as duas vias 
encontram um caminho comum em que ocorre a conversão de protrombina (também 
chamada de fator II) em trombina que, por sua vez, estimula a transformação de 
fibrinogênio em fibrina. 
O sistema de coagulação por muito tempo foi considerado constituído apenas 
por fatores de coagulação e plaquetas. Atualmente, considera-se um sistema 
multifacetado (iniciação, amplificação e propagação), extremamente balanceado, no 
qual participam componentes celulares e moleculares. 
 
3.1 Iniciação 
 
O processo de coagulação sanguínea se inicia com a exposição do fluxo 
sanguíneo a células que expressam fator tecidual (TF). A expressão de TF é iniciada 
por lesão vascular ou por ativação endotelial através de substâncias químicas, 
citocinas ou mesmo processos inflamatórios. Uma vez combinado com o FT, o fator 
VII é ativado (FVIIa). O complexo FT/FVIIa ativado ativa o fator X e fator IX, tornando-
os fator Xa e fator IXa. Fator Xa pode ativar fator V. Se o fator Xa dissociar-se da 
superfície celular, ele é inativado pela antitrombina III e pelo inibidor da via do fator 
tecidual (TFPI). O fator Xa, permanecendo na superfície celular juntamente com o 
fator V convertem uma pequena quantidade de protrombina em trombina, que 
participa fundamentalmente da fase de ampliação. 
 
 
 
16 
 
 
3.2 Amplificação 
 
A adesão de plaquetas no colágeno subendotelial é mediado pelo receptor de 
colágeno plaquetária específica (glicoproteína Ia/IIa) e fator de vonWillebrand, os 
quais formam ligações entre plaquetas e fibras de colágeno para ativar as plaquetas. 
A pequena quantidade de trombina gerada na fase de iniciação amplifica o processo 
da coagulação proporcionando ativação de mais plaquetas, aumentando a adesão 
das plaquetas e ativando os fatores V, VIII e XI. 
Plaquetas ativadas liberam fator V na sua forma parcialmente ativada que é 
então completamente ativada pela trombina ou fator Xa. O fator de vonWillebrand é 
partido pela trombina para liberar o fator VIIIa. Plaquetas ativadas têm agora fatores 
ativados Va, VIIIa e IXa em sua superfície. 
 
3.3 Propagação 
 
A fase de propagação é caracterizada pela produção de complexos e 
protombinases que são agrupados na superfície das plaquetas ativadas. O complexo, 
fator VIIIa e fator IXa, é formado quando o fator IXa move-se da célula expressadora 
TF, onde é ativado, para ligar-se ao receptor expressado nas plaquetas ativadas. O 
complexo fator VIIIa/IXa ativa fator X que juntamente com o fator Va formam o 
complexo protrombinase. 
O complexo protrombinase intensifica em muito a produção de trombina que 
converte o fibrinogênio solúvel em fibrina e também ativa o fator estabilizador da 
fibrina, fator XIII, para formar o coágulo de fibrina hemostático. Embora o fator XII não 
esteja envolvido na hemostasia, existem evidências que ele tem papel fundamental 
na hemostasia anormal ou trombose. 
Níveis aumentados de fator XI são associados com risco aumentado de 
tromboembolismo venoso, infarto do miocárdio e AVC, mas pacientes com deficiência 
grave de fator XI não estão protegidos contra infarto agudo do miocárdio. 
O sistema de coagulação é contido e inibido por anticoagulantes específicos 
que incluem inibidor da via do fator tecidual (TFPI), proteína C, proteína S e 
antitrombina III. Para impedir que a produção de trombina escape do controle, a fase 
de iniciação é controlada pelo TFPI que atua inibindo o complexo FT/FVIIa. O maior 
sítio de produção do TFPI é a célula endotelial. 
17 
 
 
A ativação da proteína C ocorre na superfície da célula endotelial pela trombina 
juntamente com um receptor da célula endotelial, trombomodulina. A proteína C 
ativada (APC) em combinação com a proteína S degradam os fatores Va e VIIIa que 
são necessários para sustentar a formação de trombina na coagulação. 
A APC também exerce atividade antiinflamatória, atividade citoprotetora e 
proteção endotelial, atua também com papel fundamental na prevenção da inflamação 
e trombose microvascular que ocorrem após contato com endotoxinas. A proteína C 
ativada humana recombinante administrada por via intravenosa diminui 
significativamente a mortalidade em pacientes com sepse. 
A antitrombina III é a maior inibidora dos fatores de coagulação incluindo 
trombina, fator IXa e Xa. Em adição a propriedade de anticoagulação, a ATIII também 
possui efeitos anti-inflamatórias e antiangiogênicos. As fases de amplificação e 
propagação são controladas, principalmente, pela ação da antitrombina III. 
Ressalta-se que a heparina quando administrada, forma um complexo com a 
antitrombina III, potencializando muito seus efeitos anticoagulantes. A deficiência de 
antitrombina III torna o efeito da heparina muito diminuído ou ausente. 
 
Figura 4: Cascata de coagulação, via intrinseca e extrinseca. 
 
 Fonte: BLAYA, Carolina et al, 2020. 
 
 
18 
 
 
3.4 Sistema Fibrinolítico 
 
Em circunstâncias normais, a coagulação e a fibrinólise estão em equilíbrio 
dinâmico, de modo que ocorrem simultaneamente, enquanto a primeira interrompe a 
perda de sangue, a última remove o excesso de fibrina e o sangue geralmente flui de 
volta para os vasos sanguíneos restaurados. 
A plasmina, proteína que lisa a rede de fibrina, é derivada do plasminogênio 
que está ligado internamente à rede de fibrina. O ativador tecidual do plasminogênio 
(TPA = tecidual plasminogen activator) liberado pelo endotélio que circunda a área da 
lesão é responsável pelo desencadeamento do processo que limita a progressão 
desnecessária da trombose. A antiplasmina, presente no plasma, combina-se com o 
excesso de plasmina liberada, impedindo o aparecimento de fibrinólise generalizada. 
Esta proteína está presente na circulaçãoem concentração plasmática 10 vezes maior 
do que a plasmina. 
A plasmina não restringe sua ação apenas sobre a fibrina. Também é capaz de 
quebrar o fibrinogênio ou agir diretamente sobre a fibrina, quer seja polimerizada ou 
não, formando os "produtos de degradação da fibrina" (PDFs). Os PDFs são 
removidos da circulação principal pelo fígado e pelo sistema retículo endotelial (SRE). 
Entretanto, se a produção de PDFs superar a capacidade de clareamento, ocorre 
acúmulo do excedente produzido, podendo atingir níveis tais que passam a inibir a 
coagulação normal, através da interferência com a polimerização da fibrina e 
induzindo alteração funcional das plaquetas. 
 
 
 
 
 
 
Para saber mais: 
https://sites.usp.br/dcdrp/wp-
content/uploads/sites/273/2017/05/hemostasia_revisad
o.pdf 
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid
=S1516-84842010000500016 
https://www.youtube.com/watch?v=qnrC2_KCVL0 
19 
 
 
4. HEMOSTASIA 
 
A hemostasia pode ser definida como uma série de fenômenos biológicos 
complexos, esses fenômenos são a resposta imediata ao dano dos vasos sanguíneos 
para parar o sangramento. O mecanismo de hemostasia inclui três processos: 
hemostasia primária, coagulação (hemostasia secundária) e fibrinólise. O objetivo 
desses processos em conjunto é manter a fluidez do sangue necessária sem 
vazamento através dos vasos sanguíneos ou obstrução do fluxo sanguíneo devido à 
presença de trombo. 
 
4.1 Hemostasia Primária 
 
Este é o processo inicial de coagulação causado por danos nos vasos 
sanguíneos. Imediatamente, os mecanismos locais produzem vasoconstrição, 
alterações na permeabilidade vascular com produção de edema, vasodilatação das 
tributárias regionais onde ocorrem danos e aderências plaquetárias, esta contração 
imediata dos vasos sanguíneos lesados e as contrações reflexas das artérias e 
arteríolas adjacentes são responsáveis por uma diminuição inicial do fluxo sanguíneo 
na área doente. Quando ocorre lesão grave, essa resposta vascular evita o 
sangramento. 
Ao mesmo tempo, a formação de edema intersticial reduz o gradiente de 
pressão entre o interior do vaso sanguíneo lesado e a área adjacente, criando um 
tampão natural e ajudando a estancar o sangramento. Em condições normais, os 
vasos sanguíneos devem constituir um sistema tubular não trombogênico capaz de 
desencadear, por mecanismos locais, os processos que iniciem a coagulação e que, 
após a recuperação da lesão anatômica, possam remover o coágulo e restabelecer a 
circulação local (fibrinólise). 
A redução do fluxo sanguíneo pode ativar o contato plaquetário e os fatores de 
coagulação. As aminas vasoativas e o tromboxane A2 (TXA2) liberados das 
plaquetas, além dos fibrinopeptídios liberados durante a formação de fibrina, também 
têm atividade vasoconstritora. 
Após a ruptura do revestimento endotelial, há aderência inicial de plaquetas 
(via receptores GP1a e GP1b) ao tecido conectivo exposto, no caso de GP1b, 
mediada pelo fator de vonWillebrand (VWF). Em condições de fluxo sob pressão (p. 
20 
 
 
ex., nas arteríolas), a matriz subendotelial exposta reveste-se inicialmente de VWF. A 
exposição de colágeno e a geração de trombina pela ativação do fator tecidual 
produzida no sítio da lesão fazem as plaquetas aderentes liberarem o conteúdo dos 
grânulos e ativarem a síntese de prostaglandina, levando à formação de TXA2. O ADP 
liberado provoca ingurgitamento e agrega- ção das plaquetas. 
As plaquetas rolando no sentido do fluxo sobre o VWF exposto, com ativação 
dos receptores de GPIIb/IIIa, aderem de modo ainda mais firme. As plaquetas 
adicionais do sangue circulante são atraídas para a região da lesão. Essa agregação 
contínua de plaquetas promove crescimento do tampão hemostático, o qual logo 
cobre o tecido conectivo exposto. O tampão hemostático primário instável, produzido 
por essas reações das plaquetas já ao fim do primeiro minuto depois da lesão, 
costuma ser suficiente para controle temporário do sangramento. O aumento 
localizado da atividade plaquetária por ADP e TXA2 resulta em uma massa plaquetária 
suficiente para cobrir a área de lesão endotelial. 
 
4.2 Hemostasia Secundária 
 
A hemostasia definitiva é obtida quando a fibrina formada pela coagulação do 
sangue é adicionada à massa plaquetária, e a contração / compactação das plaquetas 
induzida pelo coágulo atinge certo efeito hemostático. Depois da lesão vascular, a 
formação de VIIa, TF, PL e Ca2+, inicia a cascata da coagulação. A agregação de 
plaquetas e as reações de liberação aceleram o processo de coagulação pelo 
fornecimento abundante de fosfolipídio de membrana. 
A quantidade muito maior de trombina gerada pelo complexo de fatores 
(tenases) fatores VIIa, TF, PL e Ca2+ secundária no sítio da lesão converte o 
fibrinogênio solúvel do plasma em fibrina, potencializa a agregação e as secreções 
das plaquetas e também ativa os fatores XI e XIII e os cofatores V e VIII. A fibrina, 
como componente do tampão hemostático, aumenta à medida que as plaquetas 
fundidas se degranulam e se lisam. 
Após algumas horas, todo o tampão hemostático é convertido em fibrina 
reticulada sólida. A retração do coágulo mediada pelo receptor GPIIb / IIIa conecta os 
filamentos de actina citoplasmáticos aos polímeros de fibrina ligados à superfície. No 
entanto, devido à combinação de plasminogênio e TPA, o tampão já começou a se 
digerir. 
21 
 
 
Figura 5: Hemostasia. 
 
Fonte: Medicplus. 
 
4.3 Fibrinólise 
 
A fibrinólise (assim como a coagulação) é a resposta hemostática normal ao 
dano dos vasos sanguíneos. O plasminogênio é um tipo de zimogênio β-globulina no 
sangue e no fluido do tecido, que pode ser convertido em serina protease plasmina 
pelo ativador de parede dos vasos sanguíneos (ativação interna) ou tecidos (ativação 
externa). A via mais importante é desencadeada pela liberação do ativador do 
plasminogênio tecidual (TPA) das células endoteliais. 
O TPA é uma serina-protease que se liga à fibrina, aumentando sua capacidade 
de converter o plasminogênio ligado ao trombo em plasmina. Essa dependência de 
fibrina da ação do TPA localiza e restringe a geração de plasmina por TPA à fibrina 
do coágulo. A liberação de TPA ocorre depois de estímulos, como traumatismo, 
exercício e estresse emocional. A proteína C ativada estimula a fibrinólise por destruir 
os inibidores plasmáticos de TPA. 
22 
 
 
A produção de plasmina no local da lesão limita a extensão da formação do 
trombo. Os produtos de degradação fibrinolítica também são inibidores competitivos 
da polimerização da trombina e da fibrina. Em geral, qualquer plasmina livre é inibida 
localmente pela α2-antiplasmina. 
A plasmina é capaz de digerir fibrinogênio, fibrina, fatores V e VIII e muitas 
outras proteínas. A clivagem de ligações pep- tídicas na fibrina e no fibrinogênio gera 
vários produtos de degradação. Grandes quantidades dos fragmentos menores 
podem ser detectadas no plasma de pacientes com coagulação intravascular 
disseminada. 
 
4.4 Limitação Fisiológica da Coagulação do Sangue 
 
Se os mecanismos de proteção, a inibição dos fatores de coagulação, a diluição 
do fluxo sanguíneo e a fibrinólise não funcionarem, a coagulação sanguínea não 
controlada pode levar a uma oclusão vascular perigosa (trombose). 
É importante que o efeito da trombina seja limitado ao local da lesão. O primeiro 
inibidor a agir é o da via do fator tecidual (TFPI), sintetizado nas células endoteliais e 
presente no plasma e nas plaquetas, acumulando-se no sítio da lesão pela ativação 
local das plaquetas. Ele inibe os fatores Xa, VIIa e o fator tecidual, para limitar a 
principal via in vivo. Há inativação direta da trombina e de outros fatores serina-
proteases por outros inibidores circulantes, dos quaisa antitrombina é o mais potente; 
ela inativa serina-proteases. A heparina potencializa muito sua ação. 
Outra proteína, o cofator II da heparina, também inibe a trombina. α2-Ma- 
croglobulinas, α2-antiplasmina, inibidor de C1-esterase e α1-antitripsina também 
exercem efeitos inibidores nas serina- -proteases circulantes. 
O endotélio é de importância ímpar no controle de diversos aspectos da 
hemostasia, pois além de sua capacidade de secretar substâncias como a 
prostaciclina (PGI2-um vasodilatador eficaz com atividade antiplaquetária), o endotélio 
também é responsável pelas características não trombogênicas da superfície interna 
dos vasos sanguíneos. Caso contrário, em qualquer parte da rede vascular, danos 
anatômicos e função endotelial anormal aumentariam o risco de trombose com 
frequência variável. 
Proteína C e proteína S são inibidores dos cofatores de coagulação V e VIII. A 
trombina liga-se ao receptor trombomodulina da superfície da célula endotelial. O 
23 
 
 
complexo formado ativa a proteína C, uma serina-protease dependente de vitamina 
K, capaz de destruir os fatores V e VIII ativados, evitando, assim, mais geração de 
trombina. A ação da proteína C é amplificada por outra proteína dependente de 
vitamina K, a proteína S, que liga a proteína C à superfície da plaqueta. 
Um receptor endotelial de proteína C localiza-a na superfície endotelial e 
promove sua ativação pelo complexo trombina-trombomodulina. Além disso, a 
proteína C ati- vada estimula a fibrinólise. Como as demais serina-proteases, a 
proteína C ativada está sujeita à inativação pelos inativadores de serina-proteases 
como a antitrombina. 
Em torno da área danificada do tecido, o fluxo sanguíneo rapidamente causa a 
diluição e dispersão do fator de ativação antes que mais fibrina seja formada. As 
células do parênquima hepático destroem os fatores de ativação, e as células de 
Kupffer e outras células reticuloendoteliais removem o material particulado. 
 
Figura 6: Fatores anticoagulantes fisiológicos. 
 
Fonte: Medicplus. 
 
24 
 
 
Figura 7 - Ilustração esquemática das vias da coagulação, anticoagulação 
e fibrinólise. As grandes setas azuis correspondem à principal via da coagulação, 
incluindo os complexos tenase e protrombinase (círculos em vermelho). Linhas 
contínuas e descontínuas representam vias de ativação e inativação, 
respectivamente. As setas vermelhas correspondem às diversas funções da trombina, 
as verdes às do TFPI, as azuis às da antitrombina, alaranjado às da proteína Z e roxo 
às da proteína C. PC: proteína C; APC: proteína C ativada; PS: proteína S; FL: 
fosfolipídios; tPA: plasminogênio tissular; Ca+2: cálcio; FT: fator tissular; i: inativo; 
EPCR: endothelial protein C receptor; ZPI: protease dependente da proteína Z; TAFI: 
thrombin- -activatable fibrinolysis inhibitor. 
 
Figura 7: Ilustração esquemática das vias da coagulação, anticoagulação e fibrinólise. 
 
Fonte: Adaptado de Rezende SM, PhD thesis. 
 
25 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Para saber mais: 
http://reficio.cc/wp-
content/uploads/2017/12/HematologiaClinica.pdf 
http://dx.doi.org/10.5892/ruvrv.2012.101.218233 
Suely Meireles Rezende - Distúrbios da 
hemostasia: doenças hemorrágicas Rev Med 
Minas Gerais 2010; 20(4): 534-553 
26 
 
 
5. PRINCIPAIS DISTÚRBIOS DA HEMOSTASIA 
 
As doenças hemorrágicas abrangem diversas condições clínicas, sendo 
caracterizadas por hemorragias de gravidade variável em diferentes locais do corpo. 
Podem ser de causa hereditária ou adquirida, relacionadas a doenças hematológicas 
ou a outras condições sistêmicas. 
 
5.1 Alterações Congênitas 
 
● Hemofilia A: Deficiência do fator VIII (hemofilia clássica) de caráter hereditário 
recessivo e ligada ao sexo é a mais comum das coagulopatias congênitas, com 
incidência variando entre 30 e 120 por milhão, dependendo da população estudada. 
Os problemas vividos pelo portador desta condição estão diretamente relacionados 
com a reduzida concentração da proteína no sangue, que prejudica a formação de 
trombina através de via intrínseca. A manipulação deste tipo de paciente exige a 
determinação da atividade plasmática do fator VIII. 
● Hemofilia B: Deficiência do fator IX (doenças de Christmas) de caráter 
hereditário recessivo e ligado ao sexo deve ser distinguida da hemofilia A pela 
determinação específica do fator deficiente. O número de afetados é 
aproximadamente seis vezes menor do que para a hemofilia A. Em situações em que 
exista risco de sangramento, os cuidados devem ser semelhantes aos da hemofilia 
clássica 
● Doença de von Willebrand. Deficiência do fator de Von Willebrand (VIII:vW) de 
caráter hereditário dominante e autossômico afeta tanto a hemostasia primária — pois 
funciona como mediador da adesividade plaquetária — quanto a secundária, que 
regula a produção ou liberação do fator VIII:C que participa da via intrínseca. A 
administração de plasma fresco ou crioprecipitado produz elevação imediata do fator 
VIII:vW, que corrige o tempo de sangramento durante duas a seis horas, enquanto o 
pico para o fator VIII:C ocorre 48 horas após. 
 
5.2 Alterações Adquiridas 
 
● Politransfusão: A necessidade de administrar grandes volumes de sangue 
estocado para corrigir hipovolemia termina por produzir distúrbios da coagulação. O 
27 
 
 
principal responsável pela situação é a plaquetopenia diluicional. Os fatores VIII e V, 
mesmo após duas semanas de estocagem, ainda apresentam níveis compatíveis com 
atividade normal e raramente podem ser responsabilizados pelas coagulopatias da 
transfusão maciça. 
● Drogas: Heparina. Sua principal ação é formar um complexo com a 
antitrombina III (ATIII), fazendo com que aumente a velocidade de formação de 
complexo com a trombina, interrompendo o processo de coagulação. O complexo 
heparina-ATIII também aumenta a velocidade de neutralização dos fatores X, XII e IX, 
da plasmina e da calicreína. A protamina forma um complexo estável com a heparina, 
neutralizando seus efeitos. 
● Drogas: Cumarínicos. Para que os fatores II, VII, IX e X funcionem 
normalmente é necessário que passem por uma reação química mediada pela 
vitamina K. Esta reação consiste na conversão das cadeias laterais de ácido glutâmico 
em resíduos de ácido gamacarboxiglutâmico através dos quais os fatores vitamina K 
dependentes irão ligar-se aos íons cálcio e à superfície de fosfolipídios. Os 
cumarínicos bloqueiam o funcionamento do sistema de carboxilação e o resultado final 
é o mesmo da deficiência da vitamina K. 
● Doença do Fígado: Ocorre plaquetopenia devido ao sequestro por 
hiperesplenismo, diminuição da síntese de fatores da coagulação proporcional à 
destruição dos hepatócitos e fibrinólise. Ao mesmo tempo, o clareamento de PDFs 
está prejudicado pela lesão hepatocelular. A administração de vitamina K pode corrigir 
o TP apenas quando a causa básica for deficiência de absorção por falta de sais 
biliares na luz intestinal. 
● CIVD (Coagulação intravascular disseminada): é um distúrbio secundário 
que se caracteriza por conversão de fibrinogênio, consumo dos fatores V e VIII, 
desenvolvimento de plaquetopenia e ativação do sistema fibrinolítico. Isto sugere que 
tanto a formação de trombina quanto sua neutralização pelo sistema antitrombínico 
estão superando os mecanismos de controle da hemostasia, criando um paradoxo em 
que a hemorragia e a trombose ocorrem simultaneamente 
 
5.3 Trombose 
 
Trombos são massas sólidas ou tampões formados na circulação por 
constituintes do sangue – plaquetas e fibrina formam a estrutura básica. Sua 
28 
 
 
significância clínica resulta da isquemia por obstrução vascular local ou embolia à 
distância. 
Os trombos estão envolvidos na patogenia do infarto do miocárdio, da doença 
cerebrovascular,da doença arterial periférica, da trombose venosa profunda (TVP) e 
da embolia pulmonar (EP). 
A trombose, tanto arterial como venosa, é mais comum à medida que aumenta 
a idade e quase sempre é associada a fatores de risco, como cirurgias ou gravidez. O 
termo trombofilia é utilizado para descrever distúrbios hereditários ou adquiridos do 
mecanismo hemostático que predispõem a trombose. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
29 
 
 
CONCLUSÃO 
 
Após a leitura foi possível identificar as diferenças entre o conceito clássico da 
coagulação que sugere a ativação sequencial de diversas pró-enzimas e o conceito 
atual que propõe o mecanismo de coagulação dependente das superfícies celulares 
e não envolve todos os fatores previamente propostos, como por exemplo, o fator XII. 
A contribuição da superfície endotelial, micropartículas e plaquetas no processo 
de coagulação e todo este processo ocorre através de passos sequenciais, sendo 
referido como hemostasia primária e secundária. Após o reparo da lesão vascular, o 
sistema fibrinolítico ou hemostasia terciária atua no restabelecimento do fluxo 
sanguíneo, impedindo a coagulação excessiva e desnecessária. A perda do equilíbrio 
dinâmico destas reações tem como consequência o aparecimento de distúrbios 
hemorrágicos graves que podem comprometer a vida do paciente. 
A coagulação insuficiente pode se manifestar em desordens tais como a 
hemofilia A, hemofilia B e a doença de von Willebrand. Por outro lado, um aumento 
excessivo na coagulação pode causar complicações como, por exemplo, o 
aparecimento de trombose. 
● Trombose arterial: Aterosclerose da parede arterial, ruptura de placa e lesão 
endotelial expõem o sangue ao colágeno subendotelial e ao fator tecidual. Isso inicia 
a formação de um nicho de plaquetas ao qual elas se aderem e se agregam. A 
deposição de plaquetas e a formação do trombo são im- portantes na patogênese da 
aterosclerose. O fator de crescimento derivado de plaquetas estimula a migração e a 
proliferação de células musculares lisas e de fibroblastos na íntima arterial. O 
crescimento do endotélio e o reparo no local da lesão arterial, assim como o trombo 
incorporado, resultam no espessa- mento da parede do vaso; 
● Trombose venosa: Na trombose venosa, aumento de coagulabilidade do san- 
gue e estase são mais importantes. A lesão à parede vascular é menos relevante do 
que na trombose arterial, embora possa ser significativa em pacientes com sepse, 
cateteres venosos e em locais onde há dano venoso por tromboses prévias. A estase 
permite que a coagulação do sangue seja completada no local de início do trombo. 
 
 
 
 
30 
 
 
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