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pcc-trabalho único 2022 1 Ped nas inst não escolares


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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
6º PERÍODO DA GRADUAÇÃO EM PEDAGOGIA
FAGNER CHAVES DE PAIVA
MAT. 201908416858
A IMPORTÂNCIA DE PROJETOS EDUCATIVOS FUNDAMENTADOS NO PRINCÍPIO DA INCLUSÃO ESCOLAR
Matéria: Pedagogia nas instituições não escolares
Tutora: Marta Teixeira do Amaral Montes
RIO DE JANEIRO
 2022
SUMÁRIO
1.	OBJETIVOS	2
2.	INTRODUÇÃO	2
3.	O DIREITO DE APRENDER E A EDUCAÇÃO INCLUSIVA	2
4.	AÇÕES RELEVANTES PARA A IMPLEMENTAÇÃO DE UM PROJETO EDUCATIVO FUNDAMENTADO NOS PRINCÍPIOS DA INCLUSÃO ESCOLAR	5
5.	PLANEJAMENTO EDUCATIVO BASEADO EM PROFESSORES ESPECIALIZADOS COM USO DE TECNOLOGIAS E DESENVOLVIMENTO DE HABILIDADES SOCIOEMOCIONAIS	6
6.	CONCLUSÃO	7
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS	7
1. OBJETIVOS
O presente trabalho tem o intuito de apresentar as dificuldades enfrentadas pelas pessoas com necessidades educacionais especiais e demonstrar a partir de uma perspectiva inclusiva da educação que se pode quebrar o paradigma do preconceito, estabelecendo a consciência de que todos fazemos parte de uma única sociedade; além de pretender criar um projeto educativo fundamentado nos princípios da inclusão escolar.
2. introdução
Tratar da inclusão escolar das pessoas com deficiência é visto como um tema essencialmente importante quando se teoriza a inclusão em si, mas, por outro lado, se refletir e partirmos para uma experiência prática, constatamos que estamos bem aquém do pretendido para que seja efetiva a inclusão escolar desse público-alvo, como podemos observar na citação a seguir:
O Plano Nacional de Educação (PNE)2014–2024 busca, predominantemente em sua Meta 4, universalizar o atendimento escolar aos estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação de preferência na rede regular de ensino. Os resultados da Meta revelaram, em diferentes faixas etárias, discrepâncias no acesso e na taxa de escolarização, de alfabetização e de analfabetismo entre a população com e sem deficiência. As diferenças observadas se acentuam na população com deficiência intelectual e motora. Tais dados corroboram a necessidade de reconstrução do modelo educativo escolar para a efetiva inclusão de pessoas com deficiência.
MORAES, L. A educação especial no contexto do Plano Nacional de Educação. Brasília, DF: Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais
Anísio Teixeira, 2017 (adaptado)
Como relatado no texto acima, com base em pesquisas no ano de 2017 é notório o insucesso não só da educação especial numa perspectiva inclusiva, mas também da educação para alunos sem deficiência, isto é, há muito sofremos com a precarização da educação brasileira.
Veremos, a seguir, com mais detalhes, como os estudantes, com e sem deficiência, se beneficiam da educação inclusiva e tentaremos entender por que a prática não tem surtido resultados esperados.
3. O DIREITO DE APRENDER E A EDUCAÇÃO INCLUSIVA
 A Constituição brasileira estabelece em seu Art. 205.
A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
Brasil. Constituição (1988).
Por sua vez, o Plano Nacional de Educação em vigência (2014-2024) no que diz respeito a educação especial (meta 4) elabora diversas intenções de se estabelecer uma educação inclusiva, porém suas considerações finais admite a falta de dados e pesquisas a respeito do assunto:
Como ressaltado, outro desafio em relação à Meta 4 diz respeito à disponibilidade de dados que permitam monitorá-la anualmente de maneira integral. Atualmente não há disponíveis dados oficiais em âmbito nacional que permitam a criação de um indicador para aferir todos os objetivos propostos na meta. Em razão disso, o próprio PNE prevê, em sua estratégia 4.15, a necessidade de coleta de informações mais específicas sobre esse público-alvo: “promover, por iniciativa do Ministério da Educação (MEC), nos órgãos de pesquisa, demografia e estatísticas competentes, a obtenção de informação detalhada sobre o perfil das pessoas com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidade ou superdotação de 0 a 17 anos. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira | Inep
Brasil. Plano Nacional de Educação (PNE 2014-2024).
Podemos afirmar que desenvolvemos bastante nos últimos tempos, se compararmos à antiguidade, onde os deficientes físicos e/ou mentais eram totalmente excluídos do convívio social, pelo motivo de serem diferentes dos padrões que diziam normais, por preconceitos devido à ignorância do povo e das religiões por admitirem ser possuidores de espíritos malignos, sem falar nos infanticídios por conta de anormalidade das crianças na Grécia Antiga, por exemplo.
No entanto, a sociedade atual continua desprendendo esforços para vencer essa barreira, permitindo uma melhor qualidade de vida para aqueles que tanto precisam, prova disso são as Declaração Mundial de Educação para Todos (assinada em 1993 e publicada em 94), Declaração de Salamanca (1994), Lei de Diretrizes e Base - LDB (1996), Lei nº 13.146, de 6 de Julho de 2015 (Lei brasileira de inclusão da pessoa com deficiência), Lei 10.098 – acessibilidade (2000), Lei de LIBRAS e ECA.
Embora necessitemos da união de todas as instituições e cidadãos para disponibilizar uma melhor rede de acessibilidade física e interpessoal para facilitar a convivência dessas pessoas, não os tratando como inferiores, mas como seres humanos que têm suas limitações e que precisam de atenção especial para executar certas atividades, assim como poderá, ou com certeza, já aconteceu com qualquer um de nós. Quem não gosta de receber ajuda quando realmente precisa? Ela é reflexiva e recíproca ao mesmo tempo, isto é, o indivíduo que ajuda ao mesmo tempo se ajuda, faz bem emocionalmente ao sujeito ativo e ao passivo, além de manter a harmonia nas relações sociais.
Para conseguir uma efetiva inclusão temos que dispor de uma rede de profissionais e equipamentos tecnológicos específicos, atendimento educacional especializado (AEE), flexibilização do currículo, além do apoio e afeto por parte de professores, demais funcionários da escola, alunos e familiares, ou seja, para se ter o êxito neste projeto contamos com a ajuda de todos.
Mas, por que o sucesso da Educação Especial numa Perspectiva Inclusiva não tem correspondido às expectativas? 
Bem, como vimos anteriormente, na introdução, o próprio INEP – Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira – reconheceu através de pesquisas que há uma ineficiência não só na educação especial, mas em toda rede de ensino público. Portanto, não podemos concluir que o problema está somente na forma que se tem realizado as práticas relativas à educação especial, o problema é crônico e afeta toda a rede.
Precisamos, quem sabe, de mais empenho e seriedade por parte das autoridades competentes, principalmente daquelas relacionadas com a disponibilidade de verbas para que se possa investir em equipamentos e recursos como profissionais de várias áreas relacionadas ao atendimento a esse público e levá-los para dentro das escolas com o propósito de viabilizar e otimizar o atendimento.
Muitas vezes o que acontece é que há, em vez de inclusão, apenas a matrícula na escola regular, pois na falta de profissionais especializados o aluno não tem oportunidade de desenvolver suas habilidades com as técnicas adequadas dentro das suas especificidades, principalmente no caso do autismo grau 3, severo, por isso urge a necessidade de trazer os profissionais especializados em ABA, por exemplo, para dentro da escola, pois do contrário o aluno sairá. Contrariando com isso a inclusão. 
Em visita à Escola Municipal Marita de Vasconcelos no bairro de Campo Grande Rio de Janeiro – RJ, foi constatado diversos recursos como por exemplo: carteira adaptada para cadeirante, sistema em braile, material referente a LIBRAS, entretanto, ficou evidente que há uma deficiênciaainda com relação a equipamentos que deveriam existir ou estar funcionando inadequadamente (computadores danificados), também foi constatado que urge a necessidade de se aplicar a intervenção por ABA (aplied behavior analysis) para alunos com TEA, procedimento comprovado cientificamente através de Práticas Baseadas em Evidências pelos especialistas do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais - Quinta Edição (DSM-5), talvez por falta de uma política pública realmente comprometida com a causa, deixando a desejar o efetivo preparo dos profissionais (ouvi dos professores que, em certos casos, a escola especial se faz necessária), bem como a devida valorização como melhores condições de trabalho e salários, além de investimentos em equipamentos necessários para atender eficientemente cada caso específico, possibilitando dentro de suas necessidades um desenvolvimento integral, unindo as duas vertentes: socialização e aprendizagem.
4. ações relevantes para a implementação de um projeto educativo fundamentado nos princípios da inclusão escolar 
Em primeiro lugar, não tem como discordar de que socialização e aprendizagem andam juntas no processo de formação integral do ser humano, por tanto, devemos adequar as escolas para proporcionar as melhores maneiras para se promover uma educação de qualidade para todos, sem abrir mão dos princípios da equidade e da inclusão perpassando pelo máximo potencial de aprendizagem de cada aluno dentro de suas especificidades.
Seguindo o que preconiza a lei 13.146 de 6 de julho de 2015 em seu Art. 28. Incumbe ao poder público assegurar, criar, desenvolver, implementar, incentivar, acompanhar e avaliar:
III - projeto pedagógico que institucionalize o atendimento educacional especializado, assim como os demais serviços e adaptações razoáveis, para atender às características dos estudantes com deficiência e garantir o seu pleno acesso ao currículo em condições de igualdade, promovendo a conquista e o exercício de sua autonomia; 
Brasil. Lei 13.146/15.
Então, partindo desse pressuposto, é inegável que as ações relevantes são aquelas voltadas ao desenvolvimento das potencialidades intelectuais, assim como as sociais e emocionais, logo, é imprescindível o acompanhamento especializado tanto na sala regular quanto, evidentemente, na sala de recursos multifuncionais com a finalidade de monitorar o desenvolvimento intelectual (avanços e dificuldades) para que possa ser montada uma estratégia técnica específica para cada caso, sem ignorar, no entanto, o aspecto afetivo (muita atenção, amor e carinho) somado a um estímulo de conscientização e empatia voltado às demais crianças da escola para que se relacionem de maneira adequado e respeitosa com os amigos com deficiência, corroborando com a inclusão efetiva, pois caso negativo quanto a essas duas ações relevantes (professores especializados com uso de tecnologias e desenvolvimento de habilidades socioemocionais) não teremos inclusão mas sim apenas matrículas de alunos especiais em escolas regulares, ou seja, neste caso haveria segregação dentro de escola inclusiva.
5. PLANEJAMENTO EDUCATIVO BASEADO EM PROFESSORES ESPECIALIZADOS COM USO DE TECNOLOGIAS E DESENVOLVIMENTO DE HABILIDADES SOCIOEMOCIONAIS
PROJETO: “TODAS SOMOS UMA” – frase alusiva a todas as pessoas “fazemos” parte de uma só sociedade.
TEMA: CONSCIENTIZAÇÃO DE QUE DEPENDEMOS DO PRÓXIMO E A IMPORTÂNCIA DA EMPATIA numa perspectiva de que fazer bem nos faz bem.
PERÍODO DE FUNCIONAMENTO DO PROJETO: Um bimestre letivo.
SÉRIES OU ANOS CONTEMPLADOS COM O PROJETO: 5º ano - Fundamental I.
OBJETIVO GERAL: ter consciência de que somos iguais nas diferenças, levar o aprendizado ao longo de toda a vida, praticando em casa, na escola, na rua e futuramente no local de trabalho.
OBJETIVO ESPECÍFICO: Diminuir ou cessar a prática de brincadeiras inadequadas, bullying, por exemplo, respeitar o colega e incentivar o relato das incidências aos responsáveis, evitando uma resposta violente (agressão física ou verbal).
JUSTIFICATIVA DO PROJETO: O motivo principal é que tem sido observado um comportamento segregador direcionado às crianças com deficiência, alunos fazendo piadas e desrespeitando três alunos, um cadeirante, um surdo e outro com autismo – grau leve, os primeiros na turma 1501 e o último na turma 1502.
METODOLOGIA ESTRATÉGICA: Escolha de três filmes sobre o assunto. A depender do aval do professor da sala de recurso, selecionar no decorrer do bimestre um ou dois alunos por vez para frequentar a referida sala juntamente com o colega com deficiência no contraturno. Toda sexta-feira no último tempo de aula a professora dialogar sobre a experiência do vídeo e da visita à sala de recursos multifuncionais no intuito de conscientização, passar pelo menos dos trabalhos de casa durante o período do projeto, pesquisa, recortes e imagens postados em cartolina, além de confecção de mural com a importância do tema.
Filmes/desenhos animados: 
Cordas (animação) – Conta a história de um menino cadeirante e com paralisia cerebral, que na escola conhece Maria uma menina muito simpática e prestativa, a única que interage com ele. (10min.53seg.).
 https://www.youtube.com/watch?v=MF19PqxSnps
Arthur e o Infinito (filme) - Um Olhar Sobre o Autismo - o ter o filho mais novo, Arthur, de seis anos, diagnosticado como autista. Marina, sua mãe, assume a responsabilidade de dedicar todo o seu tempo para o filho e buscar caminhos para compreender melhor seu mundo. (36min.35seg.).
https://www.youtube.com/watch?v=33Fv3_0s0rE
Min e as mãozinhas (animação) – A personagem Min está pronta para ensinar LIBRAS para todos. (8min.25seg.).
https://www.youtube.com/watch?v=zNCczm3jzgo
6. Conclusão
O desafio é árduo, pois sabemos que além de os professores ter de possuírem as técnicas e a atenção necessárias, cada aluno é único e como tal aprende de formas diversas, no entanto, é aí que nós, profissionais da educação, encontramos inspiração para que a cada aula consigamos dar o melhor de nós para aqueles que necessitam de atenção especial, e, como todos necessitam de atenção especial, é preciso, pois, que priorizemos a educação inclusiva, por isso precisamos conscientizar nossas crianças desde cedo para que adotem uma postura de espírito de corpo, um ajudando o outro, sem discriminação, só assim poderemos ter esperança de um futuro melhor para a sociedade e o mundo.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Brasil. Convenção sobre os direitos das pessoas com deficiência. portal.mec.gov.br. Disponível em:
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=424-cartilha-c&category_slug=documentos-pdf&Itemid=30192. – acesso em 13/05/22 às 20h
Brasil. Lei 13.146/15 - Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência. planalto.gov.br. Disponível em: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13146.htm#:~:text=Art.,sua%20inclus%C3%A3o%20social%20e%20cidadania. – acesso em 12/05/22 às 23h
FERREIRA, M. E C.; GUIMARÃES, M. Educação Inclusiva, Rio de Janeiro: DP&A, 2006
LACERDA, LUCELMO. Transtorno do espectro autista: uma brevíssima introdução, Curitiba: CRV, 2017.
Ministério da Educação. Plano Nacional de Educação Pne 2014-2024 Linha De Base. inep.gov.br. Disponível em:
https://download.inep.gov.br/publicacoes/institucionais/plano_nacional_de_educacao/plano_nacional_de_educacao_pne_2014_2024_linha_de_base.pdf. Acesso em 08/05/22 às 10h
NCAEP. Prática Baseada em Evidências para Crianças, Adolescentes e Jovens Adultos com Autismo. ncaep.fpg.unc.edu. Disponível em:
https://ncaep.fpg.unc.edu/sites/ncaep.fpg.unc.edu/files/imce/documents/Pr%C3%A1tica%20Baseada%20em%20Evid%C3%AAncias%20para%20Crian%C3%A7as%2C%20Adolescentes%20e%20Jovens%20Adultos%20com%20Autismo.pdf?fbclid=IwAR1pziu-282QWmqb4grTQbfMMdCcHSk_7koI9LmGyiuo4FqBde8C89nQsjI – acesso em 13/05/22 às 22h
SILVA, LUZIA GUACIRA DOS SANTOS. Educação Inclusiva (livro eletrônico), Paulinas – São Paulo 2016.
FILMES:
Pedro Solís García. Cordas. Espanha – 2014. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=MF19PqxSnps – acessoem 08/05/22 às 20h
Julia Rufino. Arthur e o Infinito. São Paulo – 2012. Disponível em: 
https://www.youtube.com/watch?v=33Fv3_0s0rE – acesso em 08/05/22 às 11h
Paulo Henrique dos Santos. Min e as mãozinhas. São Paulo – 2018. Disponível em: 
https://www.youtube.com/watch?v=zNCczm3jzgo – acesso em 09/05/22 às 23h