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TEORIA GERAL DO DIREITO

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NOÇÕES DE DIREITO
1. Origem e finalidade do Direito
O Direito nasceu junto com a civilização, sob a forma de costumes que se tornaram obrigatórios. Sua história é a história da própria vida. Por mais que mergulhemos no passado sempre vamos encontrar o Direito, ainda que em estágio rudimentar, a regular as relações humanas. É que os homens, obrigados ao convívio, labutando uns ao lado dos outros, carecem de certas regras de conduta, de um mínimo de ordem e direção. A história de Robinson Crusoé, vivendo só na ilha deserta, é alegoria que não infirma esta verdade. Daí a atualidade do velho apotegma: ubi homo, ibi jus (onde está o homem está o Direito). Essas regras de procedimento, disciplinadoras da vida em sociedade, recebem o nome de Direito.
Portanto, a finalidade do direito se resume em regular as relações humanas, a fim de que haja paz e prosperidade no seio social, impedindo a desordem ou o crime. Sem o Direito estaria a sociedade em constante processo de contestação, onde a lei do mais forte imperaria sempre, num verdadeiro caos.
2. Conceito de Direito
Vulgarmente, costuma-se dizer que o Direito não passa de um "sentimento", algo assim como o amor, que nasce no coração dos homens. "Não é exagero mesmo afirmar-se que todos sentem o Direito e que, de certo modo, todos sabem o que o Direito é. Vocábulo corrente, empregado a todo instante nas relações da vida diária para exprimir sentimento que todos já experimentamos, está gravado na mente de cada um, representando ideia esboçada em traços mais ou menos vagos e obscuros. ‘Isto é direito', 'o meu direito foi violado', 'o juiz reconheceu o nosso direito', são expressões cotidianas ouvidas, que envolvem a noção vulgar a respeito do fenômeno jurídico".
Os especialistas, entretanto, dada a precariedade dessa noção vulgar, buscam, incessantemente, um conceito mais aprofundado do que seja o Direito.
Na verdade, para não adentrarmos ao estudo da filosofia jurídica, à qual pertence a questão, diremos que o Direito é um complexo de normas reguladoras da conduta humana, com força coativa. Sim, a vida em sociedade seria impossível sem a existência de um certo número de normas reguladoras do procedimento dos homens, por estes mesmos julgadas obrigatórias, e acompanhadas de punições para os seus transgressores. A punição é que torna a norma respeitada. De nada adiantaria a lei dizer, por exemplo, que matar é crime, se, paralelamente, não impusesse uma sanção àquele que matasse. A coação, ou possibilidade de constranger o indivíduo à observância da norma, torna-se inseparável do Direito. Por isso, como mostra conhecida imagem, a justiça sustenta numa das mãos a balança em que pesa o direito, e na outra a espada de que se serve para o defender. A espada sem a balança é a força brutal; a balança sem a espada é a impotência do Direito.
3. Direito objetivo e Direito subjetivo
A palavra Direito tem diferentes sentidos ou acepções, tornando-se praticamente impossível reuni-las numa única fórmula significativa. As mais importantes são as traduzidas pelas expressões direito objetivo e direito subjetivo.
O Direito objetivo designa o Direito enquanto regra de ação (norma agendi), isto é, o conjunto de regras vigentes num determinado momento, para reger as relações humanas, e que são impostas, coativamente, à obediência de todos. Assim, quando eu me reporto ao Código Penal, ao Código Civil, à Lei do Inquilinato, ao Estatuto da Cidade etc., bem como a qualquer uma de suas regras, estou me referindo ao direito objetivo.
O Direito subjetivo, a seu turno, encerra o poder de ação derivado da norma (facultas agendi), isto é, a faculdade ou prerrogativa de o indivíduo invocar a lei na defesa de seu interesse. Assim, ao direito subjetivo de uma pessoa corresponde sempre o dever de outra, que, se não o cumprir, poderá ser compelida a observá-lo através de medidas judiciais.
Melhor explicitando: a Constituição Federal garante o direito de propriedade, ao dispor no art. 5º, XXII, que "é garantido o direito de propriedade". Essa regra é um preceito de direito objetivo. Agora, se alguém violar a minha propriedade, poderei acionar o Poder Judiciário para que a irregularidade seja sanada. Essa faculdade que tenho de movimentar a máquina judiciária para o reconhecimento de um direito que a lei me garante é que constitui o direito subjetivo. Disso resulta que o direito objetivo é o conjunto de leis dirigidas a todos, ao passo que o direito subjetivo é a faculdade que tem cada um de invocar essas leis a seu favor sempre que houver violação de um direito por elas resguardado.
4. Direito e moral
A vida social só é possível uma vez presentes regras determinadas para o procedimento dos homens. Essas regras, de cunho ético, emanam da moral e do Direito, que procuram ditar como deve ser o comportamento de cada um. Sendo ambos - moral e Direito - repositórios de normas de conduta, evidentemente apresentam um campo comum. Assim, aquele que estupra uma mulher viola, a um tempo, normas de cunho jurídico (art. 213 do CP) e moral (neminem laedere = não prejudicar a ninguém).
Assim sendo, poder-se-ia representar o Direito e a moral por um único círculo, já que comum o campo de ação de ambos.
Sustenta-se, por outro lado, que o Direito, embora não sendo algo diverso da moral, é uma parte desta, armada de certas garantias. MIGUEL REALE, ao expor essa ideia, elucida que "o Direito representa apenas o mínimo de Moral declarado obrigatório para que a sociedade possa sobreviver. Como nem todos podem ou querem realizar de maneira espontânea as obrigações morais, é indispensável armar de força certos preceitos éticos, para que a sociedade não soçobre. A moral, em regra, dizem os adeptos dessa doutrina, é cumprida de maneira espontânea, mas como as violações são inevitáveis, é indispensável que se impeça, com mais vigor e rigor, a transgressão dos dispositivos que a comunidade considerar indispensáveis à paz social".
Essa teoria, chamada do "mínimo ético", pode ser reproduzida por dois círculos concêntricos, sendo o círculo maior o da moral, e o círculo menor o do Direito. Haveria, portanto, um campo de ação comum, sendo mais amplo o da moral. De acordo com essa imagem, poderíamos dizer que "tudo o que é jurídico é moral, mas nem tudo o que é moral é jurídico".
Mas, seria certo dizer que todas as normas jurídicas estão contidas no plano moral? Evidentemente que não.
Ações existem, de fato, que interessam apenas ao Direito, como ocorre, por exemplo, com as formalidades de um título de crédito. Finalmente, outras existem que ao Direito são indiferentes, mas que a moral procura disciplinar. É o que acontece, por exemplo, com a prostituição. A mulher que se dedica à prostituição, que mercadeja seu corpo, não sofre qualquer sanção legal, por isso que a prostituição em si não encerra conduta reprovada pelo Direito. Contudo, é considerada como chaga social e a mulher que a pratica, por um motivo de ordem ética, fica marginalizada, sujeitando-se a repulsa de todos.
Destarte, conquanto tenham um fundamento ético comum, também possuem caracteres próprios que os distinguem, embora as normas morais exerçam, em sua maior parte, enorme influência sobre as normas jurídicas. Daí a elucidativa figura, onde o Direito e a moral, embora com um campo em comum, se situam em círculos excêntricos, possuindo o da moral diâmetro maior que o do Direito.
Esses caracteres distintivos podem ser sistematizados sob tríplice aspecto: em razão do campo de ação, da intensidade da sanção que acompanha a norma ou nos efeitos desta.

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