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AULA 1 FUNDAMENTOS DO DIREITO

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INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO 
Profa. Marília Barbosa
TEMA 1: FUNDAMENTOS DO DIREITO
1. O DIREITO ENQUANTO CIÊNCIA SOCIAL:
1.1) O que é Direito? 
- A palavra “direito” tem sua origem no latim directus, que significa aquele que segue regras predeterminadas. 
- O conceito deriva de direção ou obrigatoriedade de um comportamento. Mas, a palavra direito pode receber variados significados dependendo da frase em que se encontrar.
- Exemplos:
· Quando se diz que não é direito abusar da boa-fé alheia. 
Quais sinônimos poderiam ser dados à palavra direito? Certo, correto, justo.
· Da mesma forma, é comum ouvir dizer que saúde é direito de todos, toda criança tem direito a um lar. 
Quais sinônimos poderiam ser dados à palavra direito? Bem jurídico, garantia.
· O direito brasileiro proíbe o roubo; está escrito no direito que todos são iguais. 
Quais sinônimos poderiam ser dados à palavra direito? Lei, norma jurídica.
· O eleitor tem o direito de votar.
Quais sinônimos poderiam ser dados à palavra direito? Faculdade, poder, prerrogativa.
- Qual desses significados é o mais importante?
Não há como apontar com precisão, dentre os significados até aqui apresentados, qual seja o mais importante. Isto porque, ao mesmo tempo em que o direito tem o significado daquilo que é justo, de bem jurídico justo, também tem o significado de norma, legislação e de poder, dever.
- Outro significado importante para a palavra direito é o científico. É muito comum os estudantes afirmarem que fazem direito. O direito feito pelos alunos não é a norma ou a justiça, mas a ciência jurídica.
- Em um sentido figurado, o direito também passou a designar o que estava de acordo com a lei. Mas, que lei?
As leis físicas ou naturais indicam aquilo que na natureza necessariamente é. 
Ex: a água pura é líquida, incolor e inodora.
→ As leis jurídicas, ao contrário, indicam apenas aquilo que na sociedade deve ser. Por essa razão diz-se que o Direito é a ciência do dever ser.
Ex: Art. 927, do Código Civil. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
Em outros termos: Quem causa dano a outrem, por meio de ato ilícito, deve reparar o dano provocado.
Do ponto de vista da Ciência Jurídica, o direito é um conjunto de normas sociais obrigatórias que asseguram o equilíbrio do organismo social e que são impostas coercitivamente pelo Estado. 
1.2) O Direito enquanto ciência:
- A Ciência do Direito, também chamada de Dogmática Jurídica estuda a norma jurídica: 
· as questões referentes à sua interpretação; e 
· sua aplicação a casos particulares. 
- O cientista do Direito (jurista) interpreta e aplica a norma jurídica. A norma jurídica prescreve aos indivíduos certas regras de conduta que devem ser obedecidas.
· Uma vez cumprida a determinação da norma: o “dever-ser” (pretensão) exaure-se num “ser” (fato). 
· Quando descumprida a determinação da norma, ocorre um outro “ser”(fato contrário), de conteúdo aparentemente contrário ao pretendido pelo regramento jurídico. 
- Tomemos como exemplo uma norma jurídica que disciplina o trânsito:
O sinal de luz vermelha no semáforo corresponde a ordem: “o motorista deve parar”. Essa ordem é um “dever-ser” jurídico, pois aponta o que a norma jurídica pretende que seja. É um comando dirigido aos indivíduos, no caso, aos motoristas.
Quando diante de um sinal vermelho a ordem é cumprida, ocorre um fato que se ajusta ao conteúdo da norma; a norma jurídica é vivenciada como um acontecimento no mundo do “ser”, dos fatos.
Já quando o motorista desobedece à norma, não parando seu automóvel e ultrapassando o sinal, há uma violação do comando e ao mesmo tempo outro tipo de “ser”: um fato contrário à pretensão normativa e sancionado pela norma jurídica.
Ao infrator, o Direito prescreve a sanção. No caso do sinal vermelho, uma multa é imposta ao transgressor. A sanção faz parte da estrutura da norma para que esta seja cumprida, e não para que seja violada. O objetivo da norma jurídica não é aplicar a sanção e sim fazer com que o fato se concretize conforme a sua pretensão.
DEVER-SER SER
Prescrição da norma Cumprido o comando Fato que se ajusta à norma
Prescrição da norma Descumprido o comando Fato não se ajusta à norma
 
 Sanção 
1.3) O Direito, a Moral e a religião: Instrumentos de controle social
- Tanto o Direito como a Moral se voltam a orientar os comportamentos sociais.
- O Direito, apesar de acolher alguns preceitos morais fundamentais, garantidos com sanções eficazes, aplicáveis por órgãos institucionais, tem campo mais específico que a moral, pois disciplina também matéria técnica e econômica indiferente à moral, muitas vezes com ela incompatíveis. 
- A Moral identifica-se com a noção de bem, aquilo é bom. A moral varia no tempo e no espaço. Assim sendo, cada povo possui sua moral, que evolui no curso da história, consagrando novos modos de agir e pensar.
- O dever moral não é exigível em juízo, reduzindo-se a dever de consciência. Já o dever jurídico é exigível em juízo, deve ser observado, sob pena de o transgressor sofrer os efeitos da sanção, aplicável pelos órgãos competentes.
- Embora exista infiltração da Moral no Direito (por exemplo, regras penais como: não matar, não furtar, etc.) nem todas as determinações morais são tuteladas pelo Direito. Muitas determinações morais, que não são essenciais à paz, à segurança e ao convívio social, não se encontram no Direito.
- As distinções entre Direito e Moral podem ser enfocadas sob dois aspectos: quanto à forma e quanto ao conteúdo. 
· Quanto à forma:
- As normas de Direito são postas pelo legislador, pelos juízes, sempre por terceiros, podendo os seus mandamentos coincidir ou não com as convicções que temos sobre o assunto. Podemos criticar as leis, das quais dissentimos, mas devemos agir em conformidade com elas, mesmo sem lhes dar adesão de nosso espírito. Isso significa que elas valem objetivamente, independentemente, a despeito da opinião e do querer dos obrigados. Essa validade objetiva está acima das pretensões dos sujeitos de uma relação, sendo o que se denomina heteronomia. Ela é a característica do Direito que estabelece que este se impõe à vontade do indivíduo — ou seja, a lei é imposta ao indivíduo, independentemente de sua concordância.
- A Moral é autônoma, é de foro íntimo, cada um tem seus próprios valores morais e que, não necessariamente, são iguais aos dos demais indivíduos.
Exemplo: Nem todos pagam imposto de boa vontade. Muitas pessoas consideram determinadas cobranças de tributos injustas e indevidas. No entanto, o Estado não pretende que, ao ser pago um tributo, se faça com um sorriso nos lábios; a ele, basta que o pagamento seja feito nas épocas previstas. O imposto previsto em lei deve ser pago por todos aqueles a quem a lei atribui esse dever, independentemente de sua concordância, sob pena de sofrerem sanções.
Foi Kant o primeiro pensador a trazer à luz essa nota diferenciadora, afirmando ser a Moral autônoma, e o Direito heterônomo.
- O Direito se caracteriza pela exterioridade, enquanto que a Moral, pela interioridade. Com isto se quer dizer, modernamente, que os dois campos seguem linhas diferentes.
- Uma das notas fundamentais do Direito é a coercibilidade. Entre os processos que regem a conduta social, apenas o Direito é coercível. 
O certo é que todos cumpram a lei espontaneamente. Mas, se isso não acontece, a coação se faz necessária, essencial à efetividade da norma.
- A Moral, por seu lado, não possui este elemento coativo. É incoercível. Diante dela, ninguémtem o poder de exigir uma conduta de outrem, embora suas regras sejam intimidativas de certos comportamentos.
· Quanto ao conteúdo:
- Existem temas relativos exclusivamente à Moral (Ex: Um ato de gratidão feito a um benfeitor). Assim também, há problemas tão somente jurídicos que não possuem qualquer relevância moral (amorais), como por exemplo, os prazos processuais.
- Considera-se justa aquela norma que seja ao mesmo tempo jurídica e moral:
	 MORAL DIREITO
 Ato de gratidão Prazos processuais
 
 Não matar, não furtar.
- A principal diferença entre a Moral e o Direito está objetivamente na sanção (punição). 
A moral, em razão do fim a que se destina, só permite sanções de foro íntimo (remorso, arrependimento, desgosto íntimo, sentimento de reprovação social). Mas, sob o aspecto social, essa sanção não é eficaz, porque não se submetem a ela aqueles que não tenham consciência ética. 
O Direito, ao contrário, tem na sanção um mecanismo eficaz para coagir os indivíduos. Sem esse elemento coercitivo, não existiria segurança eficaz para a humanidade.
- O Direito é bilateral, pois para cada direito corresponde um dever. A moral é unilateral, pois a norma moral não pode obrigar o outro a um dever moral, caso este não tenha interiorizado o mesmo valor moral.
 RESUMINDO:
- Diferenças entre Direito e Moral: 
• A moral é autônoma e o direito heterônomo; 
• O campo da moral é mais amplo; O campo do direito é mais específico;
• O Direito tem coação, a moral é incoercível; 
• A moral visa à abstenção do mal e a prática do bem. O Direito visa evitar que se lese ou prejudique a outrem; 
• A moral dirige-se ao momento interno, psíquico; o Direito ao momento externo, físico (ato exteriorizado); 
• A moral é unilateral, o Direito bilateral.
- A religião também se apresenta como importante instrumento de controle social. 
Pode-se entender que a religião atribui sentido à existência do indivíduo impondo normas, regras e padrões de comportamento. No entanto, tais regras só são eficazes para aqueles que aderem à religião.
►Situação-problema:
Josevilsonclei da Silva está profundamente magoado com seu melhor amigo Edilson. Ele prometera não dizer a ninguém sobre sua união com Maria José, pois ela está em divórcio com o ex-marido. Ocorre que, Edilson espalhou a todos que Josevilsonclei estava com a mulher, trazendo-lhe grandes aborrecimentos. Diante da cena veio-lhe à memória a seguinte frase dita por Kant: 
“Manter os próprios compromissos não constitui dever de virtude, mas dever de direito, a cujo cumprimento pode-se ser forçado. Mas prossegue sendo uma ação virtuosa (uma demonstração de virtude) fazê-lo mesmo quando nenhuma coerção possa ser aplicada. A doutrina do direito e a doutrina da virtude não são, consequentemente, distinguidas tanto por seus diferentes deveres, como pela diferença em sua legislação, a qual relaciona um motivo ou outro com a lei”.
Pergunta-se: 
(a) Pelo trecho acima podemos inferir que Kant estabelece uma relação entre o direito e a moral? 
(b) Caracterize a conduta de Edilson no contexto desta relação entre Moral e Direito.
► Exercício de Verificação da aprendizagem:
Busquem exemplos onde ocorram conflitos entre: costumes, moral e religião. 
►Importante:
Assistam ao filme: O mercador de Veneza.
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=i0VbIO4mtFg.
Acesso em: 09/07/2020.
Disponível também em algumas plataformas conhecidas de streaming.
►Estudo de caso:
Juvencio critica insistentemente seu vizinho Ademir, em função das festas que realiza aos finais de semana em sua casa. Ele alega que as festas não são coisa de Deus. Recrimina o uso de bebida alcoólica e diz que suas filhas não usarão jamais as roupas que as filhas de seu vizinho usam. Um dia enraivecido, por causa da música que nem estava tão alta, ele foi até a casa de Ademir, entrou sala adentro e quebrou o aparelho de som, gritando que o o fogo do inferno o consumiria em breve. Diante do caso, responda:
a) Quais elementos distinguem questões de direito, moral e religião no caso? b) Houve comportamento que infringisse o direito? Por quê?
►Atividade Autônoma Aura 
01) O Direito, para o jurista Miguel Reale, é um conjunto de regras obrigatórias que garante a convivência social graças ao estabelecimento de limites à ação de cada um de seus membros. Assim é possível dizer que: 
a) Moral compreende conceitos normativos de caráter subjetivo que influenciam a conduta, mas não a lei.
b) A religião traz normas de caráter moral obrigatório. 
c) O Sistema jurídico brasileiro se firma na liberdade religiosa. 
d) Uma sanção legal deve ser interpretada como um ato da comunidade jurídica. Já a sanção religiosa deve ser entendida como uma sanção transcendental.
e) A religião traz normas gerais de obrigatoriedade que fundamentam a norma jurídica. 
02) O Direito deve ser compreendido como uma ciência social aplicada. Ciência social por ser destinado ao estudo da sociedade, dos indivíduos e de suas relações. 
Assim, é correto afirmar:
a) Direito como ciência aplicada se destina a buscar o aprimoramento das relações humanas a partir de sua própria utilização como instrumento para o progresso social. 
b) Não chega a ser uma ciência autônoma, pois lhe falta metodologia própria. 
c) O direito é uma ciência empírica, a exemplo de outros ramos que partem da observação e da experimentação de fenômenos e objetos. 
d) Miguel Reale aponta que o Direito faz uso de três métodos científicos principais: indutivo, dedutivo e principiológico. 
e) É negada pela doutrina a natureza científica do Direito.
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