Prévia do material em texto
Atributos das normas jurídicas I. Vigência Vigência é o tempo de validade de uma norma jurídica. Existem dois tipos de normas quanto a vigência, a determinada e a indeterminada. As normas de vigência determinada: a) São normas que estabelecem previamente o término de sua validade. Ex: contrato. b) Quando a vigência determinada cessa ocorre o fenômeno de caducidade. As normas de vigência indeterminada: a) Por sua vez podemos falar em normas de vigência indeterminada, normas que não estabelecem o término de sua validade. Elas constituem a maioria das normas jurídicas. Ex: constituição. Denomina-se revogação a cessação da vigência indeterminada das normas jurídicas. b) A revogação consiste na substituição de uma norma jurídica por outra norma jurídica de igual ou superior hierarquia que trata do mesmo tema de modos diversos. Tipos de revogação: Revogação expressa X Revogação tácita a) Expressa: se encontra no texto da nova norma. É explicita. b) Tácita: revogação não expressa que se manifesta toda vez que a nova norma jurídica é incompatível com a norma jurídica anterior. Ex: A revogação da antiga lei de imprensa pela Constituição de 1988. Revogação total X Revogação parcial a) Total: quando a nova norma jurídica modifica globalmente a norma jurídica anterior. b) Parcial: quando uma nova norma modifica apenas algumas parcelas do diploma normativo anterior. Vigência ≠ Incidência Não podemos confundir vigência com incidência. @SOFII.STUDIES Incidência é a relação entre o momento da publicação de uma norma e o momento de início da vigência. Se houver coincidência destes momentos a incidência será IMEDIATA, se não houver coincidência a incidência será MEDIATA. A maioria das normas judiciais tem incidência imediata. É possível, contudo, que o início da vigência ocorra depois (mediata). Ex: código do processo civil de 2015 que só entregou em vigor em 2016. Esse prazo é chamado de vacatio legis, lapso temporal que vai da publicação até o início da vigência. ____________________________________________________________________________________ • Lei complementar número 95° de 1998 • LINDB • Link para estudo OBS: Sobre o tema merece especial registro o artigo 1° da LINDB que estabelece, diante do silêncio do legislador sobre a incidência, um prazo de vacatio legis de 45 dias em território brasileiro e de três meses para os estados estrangeiros. (não é usado com muita frequência, mas, o 1% que acontece, quando o legislador não se dispuser sobre a incidência, se considera incidência mediata, se utiliza o artigo 1° da LINDB. Se aplica a lei) ____________________________________________________________________________________ Repristinação Entende-se repristinação dos efeitos jurídicos de uma norma revogada pela revogação de uma norma revogadora. A repristinação pode ser total ou parcial. Na maioria dos ordenamentos jurídicos, por força do princípio da segurança jurídica, a repristinação é expressa. Neste mesmo sentido o artigo 2° da LINDB exige a forma expressa para repristinações de leis no Brasil. II. Validade Consiste na compatibilidade vertical de uma norma jurídica inferior com uma norma jurídica superior, por conta da observância de parâmetros formais e materiais. a) Validade formal: Compreende tanto o estabelecimento da competência e do procedimento. No tocante à validade formal, afirmasse que a competência é a autorização dada por uma norma jurídica superior para um dado órgão criar uma norma jurídica inferior. (Art. 22 da constituição de 88). Por sua vez o procedimento é o conjunto de ritos que devem ser observados para a criação da norma jurídica inferior, exemplo: processo legislativo previsto nos artigos 59 a 69. @SOFII.STUDIES b) Validade material: compreende o estabelecimento do conteúdo a ser prescrito pela norma jurídica inferior. No tocante à validade material, pode se dizer que a norma jurídica superior estabelecesse qual deve ser o conteúdo a ser prescrito pela norma jurídica inferior. A norma superior estabelece qual deve ser a competência para criar uma norma inferior e o procedimento. Tratar da validade, é tratar de uma das mais importantes compreensões de Hans Kelsen: a pirâmide normativa: III. Vigor A forma vinculante de uma norma jurídica vale dizer que é a capacidade da norma jurídica de vincular-se aos fatos ocorridos durante a sua vigência. A sistemática do vigor repousa em três princípios: a) a segurança jurídica; b) a irretroatividade normativa; c) a ideia de que o tempo rege o ato (tempus regit actum). a) Se um contrato se inicia enquanto uma norma está em vigor, mesmo se essa for revogada, a que vale continua sendo a antiga, trazendo assim segurança jurídica. b) O novo código civil não poderia retroagir para alcançar o passado. c) O tempo rege o ato, no momento que alguém rege um contrato com o antigo código civil, será esse que continuará em vigor para tal contrato. OBS: a sistêmica em vigor pode sofrer relativizações toda vez que o legislador dispuser sobre a possibilidade da retroatividade da nova lei. Ex: a retroatividade da lei penal mais benéfica. IV. Eficácia É a possibilidade concreta de produção de efeitos jurídicos. Se divide em duas categorias; a) eficácia técnica (aplicabilidade); b) eficácia social (efetividade). a) É técnica quando a norma é aplicável¹. b) É social quando estamos diante da efetividade². Constituição Legislação Atos Administrativos Contratos/ Testamentos/ Divisões Indiciais Validade @SOFII.STUDIES ¹ uma norma é aplicável quando ela não necessita de outra norma para produzir os seus efeitos. Ex: parágrafo 1 Artigo 18 da Constituição Federal de 1988 é uma norma autoaplicável, por sua vez, o inciso VII do Artigo 153 da Constituição Federal de 1988 estabelece uma norma sem aplicabilidade. ² por sua vez, a eficácia social é a adequação fática de uma norma jurídica, toda vez que os seus preceitos sejam compridos pelos agentes sociais. Ex: a norma do artigo 5º da constituição de 88, que estabelece a prisão civil diante do não pagamento da pensão alimentícia. V. Legitimidade É a adequação valorativa da norma jurídica toda vez que os preceitos normativos são considerados justos pela maioria da sociedade em dado contexto histórico social. Uma adequação da norma com os valores sociais. Não podemos confundir legitimidade com efetividade pois não há entre estes atributos uma relação necessária. Uma norma pode ser legitima, mas não efetiva. @SOFII.STUDIES