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Relações Trabalhistas Tema 4 
REMUNERAÇÃO E SISTEMA DE PROTEÇÃO DO SALÁRIO
Nesta unidade temática, você vai aprender
· A desenvolver capacidade de transferir conhecimentos da vida e da experiência cotidianas para o ambiente de trabalho e do seu campo de atuação profissional, em diferentes modelos organizacionais, revelando-se profissional adaptável;
· A reconhecer e definir problemas; 
· A pensar estrategicamente;
· A atuar preventivamente;
· A transferir e generalizar conhecimentos;
· A exercer, em diferentes graus de complexidade, o processo da demanda de decisão.
Introdução
Nesta seção, serão apresentados os conceitos e características da remuneração e apresentados componentes como o salário-base, comissões, gorjetas e adicionais.
Por fim, serão apresentadas previsões que tutelam a remuneração do trabalhador, tais como o estabelecimento de periodicidade, prazo de pagamento e critérios para a isonomia salarial.
Remuneração e Sistema de Proteção do Salário
REMUNERAÇÃO
A remuneração pode ser conceituada como o conjunto de parcelas contraprestativas pagas pelo empregador (salário) ou terceiros (gorjetas) ao empregado em função da prestação de serviços. Portanto, pode ser sintetizada na imagem:
O salário é a contraprestação paga pelo empregador em razão da prestação de serviços pelo empregado. Podem compor o salário os seguintes elementos, por exemplo:
· Salário-base (fixo);
· Gratificação legais;
· Comissões;
· Adicionais.
O salário-mínimo legal é aquele assegurado constitucionalmente conforme artigo 7º, inciso IV da Constituição Federal de 1988, mas considerando a jornada padrão do inciso XIII. Logo, em jornadas reduzidas (regime de tempo parcial ou contrato intermitente) poderá receber menos de 1 (um) salário-mínimo, mas respeitando o valor horário do salário-mínimo.
O empregador poderá pagar o salário com uma parte fixa e com outra com acréscimo de comissões (comissionista misto) ou pagar somente comissões ao empregado (comissionista puro). Comissão é uma parcela salarial paga em razão de produção, negócios intermediados, tarefas etc. Em qualquer caso, será assegurado o pagamento de 1 (um) salário-mínimo, conforme a Constituição Federal de 1988:
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem remuneração variável. 
Exemplificando, caso o empregado receba somente por comissões e não consiga realizar nenhuma venda no mês, ele receberá naquele mês uma remuneração de 1 (um) salário-mínimo.
A gratificação legal do 13º salário integra o salário dos trabalhadores. O 13º salário tem previsão legal na Constituição Federal de 1988, que estipulou no artigo 7º que “são direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: VIII - décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da aposentadoria”.
As Leis nº 4.090 de 1962 e nº 4.749 de 1965 regulam esse direito que corresponde ao pagamento de 1 (uma) remuneração do trabalhador em duas parcelas, sendo a primeira entre fevereiro até novembro e a segunda parcela até 20 de dezembro de cada ano.
Além do salário-base, comissões e gratificações, o empregado poderá também receber adicionais em razão de condições consideradas mais gravosas e previstas na legislação conforme será mostrado a seguir.
ADICIONAIS
Adicionais são parcelas salariais pagas em razão de circunstâncias tipificadas mais gravosas. Já foram estudados nos temas anteriores os adicionais de horas extras, de trabalho em jornada noturna e de transferência provisória. Nesta seção, serão abordados os adicionais de insalubridade, periculosidade e penosidade.
Direitos relativos à segurança e aos adicionais estão previstos na Constituição Federal de 1988 nos artigos 7º, incisos XXII, XXIII, XXVIII e XXXIII.
A CLT estabeleceu as principais situações em atividades insalubre e perigosa. Atividades insalubres são aquelas que afetam a saúde e quando não são observados intensidades e limites de exposição:
· Art. 189 - Serão consideradas atividades ou operações insalubres aquelas que, por sua natureza, condições ou métodos de trabalho, exponham os empregados a agentes nocivos à saúde, acima dos limites de tolerância fixados em razão da natureza e da intensidade do agente e do tempo de exposição aos seus efeitos.
· Art. . 190 - O Ministério do Trabalho aprovará o quadro das atividades e operações insalubres e adotará normas sobre os critérios de caracterização da insalubridade, os limites de tolerância aos agentes agressivos, meios de proteção e o tempo máximo de exposição do empregado a esses agentes. Parágrafo único - As normas referidas neste artigo incluirão medidas de proteção do organismo do trabalhador nas operações que produzem aerodispersóides tóxicos, irritantes, alérgicos ou incômodos (BRASIL, 1943).
A Portaria nº 3.214 de 08 de junho de 1978 que aprovou as Normas Regulamentadoras prevê a NR 15 que dispõe sobre as atividades insalubridades. Nessa norma, são estabelecidas atividades e os limites que possam caracterizar atividades insalubres. São atividades envolvendo produtos químicos, ruído, frio, exposição ao calor, umidade, agentes biológicos, poeiras etc.
Caracterizado a exposição ao agente insalubre e acima dos limites, será assegurada ao trabalhador a percepção de adicional de 40% (quarenta por cento), 20% (vinte por cento) e 10% (dez por cento) do salário-mínimo conforme o grau máximo, médio ou mínimo previsto na NR15.
Caso ocorra a eliminação do agente ou a introdução de medidas que controlem mantendo a exposição abaixo do limite, cessará o direito do trabalhador ao adicional de insalubridade. No mesmo sentido, quando forem fornecidos equipamentos de proteção aprovados e assegurado o uso de tais equipamentos, também será afastado o direito ao adicional. Nesse sentido, os entendimentos do Tribunal Superior do Trabalho:
SUM-80 INSALUBRIDADE - A eliminação da insalubridade mediante fornecimento de aparelhos protetores aprovados pelo órgão competente do Poder Executivo exclui a percepção do respectivo adicional.
SUM-289 INSALUBRIDADE. ADICIONAL. FORNECIMENTO DO APARELHO DE PROTEÇÃO. EFEITO - O simples fornecimento do aparelho de proteção pelo empregador não o exime do pagamento do adicional de insalubridade. Cabe-lhe tomar as medidas que conduzam à diminuição ou eliminação da nocividade, entre as quais as relativas ao uso efetivo do equipamento pelo empregado.
Outro adicional previsto é em razão da exposição de atividades perigosas previstas em lei. A CLT apresenta as principais:
Art. 193. São consideradas atividades ou operações perigosas, na forma da regulamentação aprovada pelo Ministério do Trabalho e Emprego, aquelas que, por sua natureza ou métodos de trabalho, impliquem risco acentuado em virtude de exposição permanente do trabalhador a: 
I – inflamáveis, explosivos ou energia elétrica; 	
II – Roubos ou outras espécies de violência física nas atividades profissionais de segurança pessoal ou patrimonial. 
§ 4o São também consideradas perigosas as atividades de trabalhador em motocicleta.
A NR16 também prevê anexos que regulamentam as hipóteses acima e também incluem atividades com radiações ionizantes ou substantivas radioativas como perigosas.
Os empregados que operam em bomba de gasolina têm direito ao adicional de periculosidade (Lei nº 2.573, de 15.08.1955). Por outro lado, o Tribunal Superior do Trabalho apresenta o seguinte entendimento no abastecimento de aeronave:
SUM-447 ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. PERMANÊNCIA A BORDO DURANTE O ABASTECIMENTO DA AERONAVE. INDEVIDO - Res. 193/2013, DEJT divulgado em 13, 16 e 17.12.2013 - Os tripulantes e demais empregados em serviços auxiliares de transporte aéreo que, no momento do abastecimento da aeronave, permanecem a bordo não têm direito ao adicional de periculosidade a que aludem o art. 193 da CLT e o Anexo 2, item 1, “c”, da NR 16 do MTE. 
Caracterizado o adicional de periculosidade, deverá ser pago um adicional de 30%(trinta por cento) sobre o salário sem os acréscimos resultantes de gratificações, prêmios ou participações nos lucros da empresa.
Prevalece o entendimento que não cabe o acúmulo dos adicionais de insalubridade e periculosidade, prevalecendo o pagamento daquele que mais beneficiar o empregado. Por exemplo, caso um trabalhador esteja exposto a um agente insalubre e a uma atividade perigosa ao mesmo tempo, deverá ser pago o que gerar maior remuneração.
Existe a previsão na Constituição Federal de 1988 do adicional de penosidade. Porém, tal disposição não foi regulamentada, não cabendo, por enquanto, o pagamento de tal adicional por falta de previsão legal, salvo se existir alguma previsão em acordo com sindicato ou no contrato de trabalho.
PARCELAS SEM NATUREZA SALARIAL
Existem as parcelas não salariais que são pagas pelo empregador e ou pagas por terceiro.
Gorjetas são parcelas remuneratórias paga por terceiro em razão da relação de emprego. Portanto, não são pagas pelo empregador e não possuem natureza salarial.
Existem outras parcelas pagas pelo empregador ou por pelo Estado, mas que não possuem natureza salarial. São exemplos:
a) indenização;
b) indenização pelo descumprimento dos intervalos intrajornada e interjornada;
c) ajuda de custo;
d) diárias;
e) participação nos lucros;
f) benefícios da Previdência Social: salário-maternidade, salário-família;
g) abono do PIS – Programa de Integração Social;
h) seguro-desemprego;
i) stock options: por opção de compra de ações da empresa.
Essas verbas pagas não repercutem em FGTS e INSS e não servem de base de cálculo para outras verbas trabalhistas. As diárias, por exemplo são ajuda de custo para a realização do trabalho nos termos da CLT:
457, § 2o As importâncias, ainda que habituais, pagas a título de ajuda de custo, auxílio-alimentação, vedado seu pagamento em dinheiro, diárias para viagem, prêmios e abonos não integram a remuneração do empregado, não se incorporam ao contrato de trabalho e não constituem base de incidência de qualquer encargo trabalhista e previdenciário. (BRASIL, 1943) 
Portanto, são situações que o empregado recebe valores para pagamento de hotel ou alimentação em viagens para o trabalho. Esses valores não terão nenhuma repercussão nas verbas trabalhistas.
Como citado anteriormente, o artigo 7º da Constituição Federal de 1988 estabeleceu no inciso XXVIII a responsabilidade civil subjetiva do empregador nos casos de acidentes, ou seja, quando incorrer em dolo ou culpa. Vale lembrar que é possível a aplicação da responsabilidade objetiva, ou seja, sem a necessidade de comprovar culpa do empregador, bastando a demonstração da atividade do empregador for de natureza de risco, nos termos do artigo 927, parágrafo único do Código Civil.
Caso o empregador seja condenado ao pagamento de indenização para reparar lesão ao empregado e provocada por negligência, imprudência ou imperícia, esses valores não terão natureza salarial.
SISTEMA DE PROTEÇÃO DA REMUNERAÇÃO
A legislação trabalhista traz várias previsões de proteção da remuneração do trabalhador estabelecendo prazos de pagamento, periodicidade de pagamento, irredutibilidades, vedações de descontos e outras proteções, tais como a isonomia salarial.
A periodicidade de pagamento é mensal, e o prazo de pagamento mensal é até o 5º dia útil. Essa é a regra geral para os trabalhadores conforme a CLT.
Art. 459 - O pagamento do salário, qualquer que seja a modalidade do trabalho, não deve ser estipulado por período superior a 1 (um) mês, salvo no que concerne a comissões, percentagens e gratificações. § 1º Quando o pagamento houver sido estipulado por mês, deverá ser efetuado, o mais tardar, até o quinto dia útil do mês subsequente ao vencido. (BRASIL, 1943) 
Em relação à irredutibilidade, a Constituição Federal de 1988 veda a redução, salvo negociação coletiva (artigo 7º, VI). Porém, em razão da pandemia do Covid-19, o Supremo Tribunal Federal considerou constitucional a redução nos termos da Medida Provisória nº 936 de 2020, posteriormente convertida na Lei nº 14.020 de 2020.
Art. 3º São medidas do Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda:
I - o pagamento do Benefício Emergencial de Preservação do Emprego e da Renda;
II - a redução proporcional de jornada de trabalho e de salário; e
III - a suspensão temporária do contrato de trabalho. (BRASIL, 2020)
Nos termos dessa Lei, celebrado o acordo entre o trabalhador e a empresa pela redução salarial, o empregado fará jus ao pagamento de benefício a ser pago pelo Estado para atenuar as perdas:
Art. 5º Fica criado o Benefício Emergencial de Preservação do Emprego e da Renda, a ser pago nas seguintes hipóteses: 
I - Redução proporcional de jornada de trabalho e de salário; e 
II - Suspensão temporária do contrato de trabalho. (BRASIL, 2020) 
Por outro lado, caso ocorra a redução salarial de forma ilegal pelo empregador, poderá ser caracterizada uma falta grave do empregador possibilitando a extinção do contrato denominada rescisão indireta:
Art. 483 - O empregado poderá considerar rescindido o contrato e pleitear a devida indenização quando: g) o empregador reduzir o seu trabalho, sendo este por peça ou tarefa, de forma a afetar sensivelmente a importância dos salários. (BRASIL, 1943) 
Além disso, somente poderão ser realizados descontos quando previstos em lei. Exemplos desses casos são os descontos do Imposto de Renda e da Contribuição Previdenciária.
Outra hipótese de desconto é quando o empregado provocar prejuízo ao empregador. Caso o prejuízo provocado pelo empregado ocorra por culpa (imprudência, imperícia ou negligência), mas sem a intenção, o empregador somente poderá descontar o prejuízo quando estiver previsto no contrato tal obrigação.
Art. 462 - Ao empregador é vedado efetuar qualquer desconto nos salários do empregado, salvo quando este resultar de adiantamentos, de dispositivos de lei ou de contrato coletivo § 1º - Em caso de dano causado pelo empregado, o desconto será lícito, desde de que esta possibilidade tenha sido acordada ou na ocorrência de dolo do empregado. (BRASIL, 1943) 
Além dessas proteções, o legislador previu também algumas regras para assegurar uma isonomia salarial entre os trabalhadores da mesma empresa e que exercem funções idênticas.
Mas para isso, são necessários os seguintes requisitos:
a) Trabalho de igual valor:
b) Mesma produtividade;
c) Mesma perfeição técnica;
d) Diferença de tempo na função de até 2 anos;
e) Diferença de tempo de serviço para o mesmo empregador de até 4 anos.
f) Mesmo empregador;
g) Mesmo estabelecimento.
Portanto, caso o empregado, por exemplo, possuir pouco tempo na empresa e o outro empregado (paradigma) comparativo tiver mais tempo de empresa, seja mais de 4 anos na empresa ou mais de 2 anos na função, não haverá a equiparação salarial.

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