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AVA2 - Bases psico-social-antropológicas em saúde

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UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA
	GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM
MARIA EDUARDA MOURA BRAGA – 20201107319
CONTRIBUIÇÃO DO PROFISSIONAL DE SAÚDE PARA O SUJEITO EM FORMAÇÃO DA SUA PERSONALIDADE E NA REABILITAÇÃO DO SUJEITO COM TRANSTORNO MENTAL COM SERES BIOPSICOSSOCIAIS
RIO DE JANEIRO, RJ
2022
 Na atualidade, diversos fatores exercem influência sob a formação da personalidade, juntamente com o sujeito biopsicossocial que é o homem. Ao ser classificado como um ser biopsicossocial, o ser humano dispõe de um potencial determinado por suas características biológicas, onde também se encontram influenciadas pelos aspectos psicológicos e pelo ambiente social. De forma concomitante, ao decorrer da vida o ser humano passa por diversas etapas das quais são importantes para a formação da personalidade, não excluindo o fato de que a formação da personalidade passa por etapas das quais toca diretamente na parte do ser humano como persona biopsicossocial. 
 A partir desse preceito simples, é possível fazer uma análise mais profunda dos pontos que se interligam entre a formação da personalidade e o individuo biopsicossocial. Como as ações influenciadas pelos aspectos psicológicos, onde desejos, motivações e inibições podem ser conectadas a formação da personalidade para Erickson no exato momento durante o 2º e 3º ano de vida, caracterizado pela primeira infância, onde a crise que é encontrada é sobre a autonomia versus a vergonha e dúvida. A motivação e a inibição são diretamente ligadas a autonomia, a vergonha e a dúvida, visto que a vergonha e a dúvida gera a inibição e a autonomia gera motivação. 
 Seguindo esse raciocínio, quando por parte do fator que envolve o ambiente social, onde trata-se resumidamente da pressão exercida por outras pessoas e restrições legais, dentro do biopsicossocial, pode-se relacionar também aos estágios que ocorrem as crises entre a iniciativa versus culpa e também ao estágio que ocorre a crise entre identidade e confusão de identidade. Ambas as crises detém grande influência do social, de forma respectiva quando se trata do primeiro contato social primeiramente e com a pressão para assumir um papel social na outra crise em questão. 
 De forma geral, os princípios fundamentos que descrevem o ser biopsicossocial se encontram relacionados não só por meio dos exemplos apresentados mas em análise mais profunda, todas as crises que torneiam a formação da personalidade tocam diretamente aspectos da persona biopsicossocial. Visto que a identidade sendo um conjunto total das características próprias dos seres humanos, inclui propriedades psicológicas, físicas e sociais. 
 O comportamento e estilo de vida dos indivíduos tem um impacto significativo sobre o desenvolvimento ou agravamento de doenças. Na sociedade do século XXI, em algum momento da vida, toda a população poderá passar por no mínimo um episódio que envolva uma doença de ordem mental (OMS, 2005). Nesse contexto, pode-se conceber a conexão que a sociedade atual e seu método de vida tem com o surgimento dos transtornos mentais. Diariamente, devido ao cenário caótico de imprevisibilidade, fluidez e movimento que se manifesta a angústia existencial, impulsionada por um sentimento de liberdade com o qual o homem não sabe lidar, em contrapartida a responsabilidade de que ele é o único responsável pelos seus atos, põe medo e apavora, faz ele temer a liberdade. Com essa crise de identidades enfrentada pelos homens da sociedade atual, instala-se o mal estar social.
 Os transtornos mentais se caracterizam como doença com manifestação psicológica associada a algum comprometimento funcional resultante de disfunção biológica, social, psicológica, genética, física ou química. Podem ser classificados, ainda, como alterações do modo de pensar e/ou do humor associadas a uma angústia expressiva, produzindo prejuízos no desempenho global da pessoa no âmbito pessoal, social, ocupacional e familiar. 
 A maioria das pessoas com algum transtorno mental não busca atendimento psiquiátrico, por razões que estão ligadas, muitas vezes, ao estigma, ao desconhecimento da doença, ao preconceito, à falta de treinamento das equipes para lidar com esses transtornos, à falta de serviços adequados para atendimento psiquiátrico, ao medo, entre outras. Dessa forma, o que corrobora para a manutenção e reforço do sofrimento e da formação de mais transtornos mentais.
 Visto que o direito a saúde mental é um direito fundamental do cidadão, previsto na Constituição Federal para assegurar bem-estar mental, integridade psíquica e pleno desenvolvimento intelectual e emocional. Diante disso, o profissional de saúde responsável pelo cuidado e pela reabilitação de pessoas com transtornos mentais exerce uma atividade muito importante e detalhada. 
 Conforme o analisado, pode-se seguir com a apresentação de dispositivos utilizados para o cuidado e reabilitação de pacientes com transtornos mentais, tais como os CAPs, centro de atenção psicossocial, onde são tratadas pessoas com transtornos mentais, psicoses, neuroses graves e persistentes e demais quadros que necessitem de atenção diária. Os CAPs realizam acompanhamento clínico, garantem a reinserção social, adjunto com o fortalecimento dos laços familiares e comunitários, ambos importantes para a reabilitação de pacientes que sofrem de transtornos mentais. A reabilitação psicossocial precisa contemplar três vértices da vida de qualquer cidadão: casa, trabalho e lazer. Nesta perspectiva, a reabilitação consiste em um conjunto de estratégias capazes de resgatar a singularidade, a subjetividade e o respeito à pessoa com sofrimento psíquico, proporcionando-lhe melhor qualidade de vida. Cabe à equipe de saúde mental compreender o indivíduo em sua integralidade, para tanto, é necessário construir um novo paradigma de saúde/doença mental que busque o desenvolvimento de uma relação saudável. 
 De forma que por final, os profissionais ressaltam as diversas maneiras de pensar e agir em função da reabilitação social dos pacientes portadores de transtornos mentais, seja com práticas individuais ou interdisciplinares incluindo a família. Ressaltam ainda, as dificuldades enfrentadas no cotidiano, bem como os limites na apreensão do conceito de reabilitação social.
Referências:
SANTOS, Élem Guimarães dos; SIQUEIRA, Marluce Miguel de. Prevalência dos transtornos mentais na população adulta brasileira: uma revisão sistemática de 1997 a 2009. Jornal Brasileiro de Psiquiatria, v. 59, n. 3, p. 238-246, 2010.
DO NASCIMENTO, Valdir Aragão et al. TRANSTORNOS MENTAIS E SOCIEDADE: O SOFRIMENTO PSÍQUICO NA ATUALIDADE. Transtornos mentais e sociedade: vãos e desvãos do sofrimento psíquico em perspectiva multidisciplinar, p. 6, 2021.
ALABORA, Luana Aparecida Ceron; DEMARCO, Taisa Trombetta; SILVA, Nilva O. Farias. Transtornos mentais e inserção social. Anuário Pesquisa e Extensão Unoesc Videira, Videira, v. 2, p. 1-13, 2017.
JORGE, Maria Salete Bessa et al. Reabilitação psicossocial: visão da equipe de saúde mental. Revista Brasileira de Enfermagem, v. 59, p. 734-739, 2006.

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