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MEDICINA INTERNA – FMBM Pamela Barbieri – T23 Prof. Dr. Augusto Degiovanni 1 →Epidemiologia 6,6 milhões de indivíduos acima de 18 anos com IC (EUA 2010). 23 milhões de pessoas no mundo (Diretriz IC 2018). 75% dos portadores de IC tem HAS. Mortalidade de até 50% em 5 anos. No brasil, 40% das internações são por IC(2007). Principais fatores de descompensação de IC: CHAMPIT Coronárias (doença coronariana) Hipertensão Arritmias Miocardiopatias Pneumonia Infarto Tamponamento →Etiologias da IC: Isquêmica, HAS, Chagas, cardiomiopatias, toxinas, doenças endócrinas, nutricional (deficiência de selênio, tiamina, caquexia, obsedida), infiltrativas (amiloidose, sarcoidose, hemocromatose), extracardíaca (béri- béri), fístula arteriovenosa, anemia), outras (periparto, HIV, DRC). →Fisiopatologia: IC é uma síndrome clínica = conjunto de sinais e sintomas devido a incompetência da ejeção de sangue anterogradamente. Aumento das pressões de enchimento das cavidades ventriculares (disfunção sistólica e/ou diastólica). Congestão retrógrada. Sinais e sintomas clínicos como manifestações da congestão. →Mecanismos fisiopatológicos da insuficiência cardíaca: Ativação neuro-hormonal: Na insuficiência cardíaca, ocorre queda do volume circulante efetivo que é detectado pelo sistema barorreceptor renal e extrarrenal, desencadeando a ativação de potentes vasoconstritores e a subsequente retenção de sódio. MEDICINA INTERNA – FMBM Pamela Barbieri – T23 Prof. Dr. Augusto Degiovanni 2 SRAA: Ocorre aumento da produção de renina pelo aparelho justaglomerular renal por duas vias principais: estimulação dos adrenorreceptores-beta-1 do aparelho justaglomerular, secundário ao aumento da atividade simpática, e ativação dos barorreceptores renais pela queda da pressão hidrostática no glomérulo e na arteríola aferente. Outros mecanismos que interferem no controle da renina são a carga de sódio que chega à mácula densa e a própria retroalimentação negativa proveniente dos níveis de angiotensina. A renina atua sobre o angiotensinogênio transformando-o em angiotensina I, que é convertida em angiotensina II pela enzima conversora da angiotensina (ECA). A angiotensina II é um peptídio biologicamente ativo que se liga a dois diferentes receptores: AT1 e AT2, sendo a maior afinidade pelo AT1, que intermedeia as principais ações no coração, nos vasos, nos rins e no cérebro. A ação da angiotensina II sobre os vasos produz potente vasoconstrição e contribui, juntamente do sistema nervoso simpático, para excessiva elevação da resistência vascular na IC. Ela aumenta também a liberação de noradrenalina pelo sistema simpático e estimula a secreção de aldosterona pela glândula suprarrenal, aumentando, em consequência, a reabsorção de sódio no nível de túbulo contornado distal. Além dessas ações clássicas, acredita-se também ter papel no remodelamento de tecidos, angiotensina II estimular fibrogênse, que envolve morte celular por vasoconstrição intensa: efeito trófico nos miócitos e feito proliferativo de fibroblastos. A aldosterona também faz indução de fibrose, com efeito direto no miocárdio e fibroblastos, efeito sobre colagenases, hipopotassemia e modulação do efeito da angiotensina II pela elevação de seus receptores. Portanto, a ativação do SRAA na IC, a princípio promove benefícios para manutenção do débito cardíaco, mas acaba sendo deletéria a longo prazo, por estimular remodelamento ventricular, sobrepondo maior deteriorização a um coração já debilitado. Sistema nervoso autônomo: Na insuficiência cardíaca ocorre ativação adrenérgica generalizada e retração do sistema parassimpático. A falta de estiramento dos mecanorreceptores situados no arco aórtico, nas artérias carótidas, nas arteríolas aferentes renais e no ventrículo esquerdo por causa da queda da pressão arterial ou do volume sistólico diminui o influxo inibitório para o sistema nervoso autônomo, que ativa vias eferentes simpáticas, promovendo vasoconstrição periférica, aumento da contratilidade cardíaca e taquicardia. O sistema adrenérgico é o integrador da resposta vasoconstritora neuro-hormonal por ação direta na vasoconstrição periférica com redistribuição do fluxo sanguíneo para áreas nobres, como cérebro e coração, além do efeito de estímulo à liberação de vasopressina e renina. Apesar dos benefícios desses mecanismos para preservar o fluxo sanguíneo, as consequências são prejudiciais, pois a vasoconstrição generalizada promove aumento a resistência vascular sistêmica e aumento da pós-carga ao ventrículo esquerdo, sobrecarregando esse ventrículo que já é insuficiente. A hipoperfusão da musculatura esquelética, leva aumento do metabolismo anaeróbico (produz lactato) gerando fraqueza e fadiga. A hipoperfusão esplâcnica promove retenção de nitrogênio e sódio, disfunção hepática e isquemia mesentérica. A hiperativação simpática promove a diminuição tanto no número como na sensibilidade dos receptores beta -1-adrenérgicos miocárdicos, contribuindo à dessensibilização miocárdica ao estímulo adrenérgico. O aumento das concentrações local e circulante de noradrenalina pode contribuir para a hipertrofia dos miócitos, diretamente pela estimulação de receptores alfa e beta-adrenérgicos ou, de modo secundário, ativando o SRAA. A noradrenalina é diretamente tóxica para as células miocárdicas, efeito mediado pela sobrecarga de cálcio ou pela indução da apoptose. Vasopressina: Na IC, o nível de ADH é constantemente aumentado, devido à elevação de renina e catecolaminas (que estimulam secreção de ADH pela neurohipofise). Essa secreção não osmótica de ADH ocorre pelo estímulo MEDICINA INTERNA – FMBM Pamela Barbieri – T23 Prof. Dr. Augusto Degiovanni 3 de barorreceptores arteriais que sentem a redução de enchimento das artérias. A vasopressina causa vasoconstrição periférica, retenção de água livre e consequentemente hiponatremia dilucional. Endotelina: Endotelina é um potente peptídio vasoconstritor liberado pelas células endoteliais. A angiotensina II, a noradrenalina, a vasopressina e a IL-1 estimulam a produção da endotelina, que, por sua vez, ativa receptores de endotelina tipo A, que causam vasoconstrição da musculatura lisa. A endotelina também tem potencial de estimular o crescimento e atuar no remodelamento cardíaco. Peptídios natriuréticos: A família dos peptídios natriuréticos é composta por três peptídios estruturalmente similares: peptídio natriurético atrial (ANP), peptídio natriurético cerebral (BNP) e peptídio natriurético tipo-C. O ANP é sintetizado nos átrios e liberado em resposta à distensão deles. Em contraste, o BNP é sintetizado primariamente nos ventrículos e secretado em vigência de sobrecargas pressórica ou volumétrica para esses ventrículos. Embora tanto o ANP quanto o BNP se elevem na IC, o BNP se correlaciona melhor com o grau da IC. O papel dos peptídios natriuréticos na IC é no sentido de contrabalançar os efeitos de retenção de sal e água e vasoconstrição estimulados pelo SNS, pelo SRAA e pela vasopressina. Apesar de ser um mecanismo compensatório importante, os peptídios natriuréticos são insuficientes para superar a intensa vasoconstrição instalada na IC. Neprilisina: A neprilisina é uma enzima responsável pela degradação dos peptídios natriuréticos vasoativos. Citocinas pró-inflamatórias: TNF-alfa, IL-1 e IL-6 estão aumentados na IC. Responsáveis pela ativação de catabolismo corpóreo, elevação relacionada a caquexia cardíaca e miopatia esquelética. Disfunção endotelial: o aumento de neurohormonios já citados, citocinas, aumento da degradação da bradicinina, radicais livres, apoptose levam a redução de oxido nítrico e/ou sua inativação pelo endotélio. Isso contribui com aumento do tônus vasomotor e do processo de remodelamento vascular em pacientes IC. Remodelamento cardíaco: Ocorredevido a fatores mecânicos, neuro-hormonais e genéticos alteram forma e função ventricular: Hipertrofia de miócitos e a dilatação cardíaca, com aumento da formação de matriz intersticial. Inicia-se como um processo adaptativo, a fim de manter força contrátil e preservar estresse da parede. Com a progressão, ocorre degeneração miocárdica e esse processo torna-se deletério e contribui para piora da IC. Remodelamento: inicialmente estiramento mecânico, isquemia, hormônios, peptídeos vasoativos. A hipertrofia ocorre por umento de miofibrilas e mitocôndrias. Na sobrecarga pressórica, ocorre desenvolvimento de sarcômeros em paralelo – remodelamento concêntrico (maior aumento de massa em relação ao volume ventricular). Na sobrecarga volumétrica, ocorre hipertrofia de sarcômeros em série – remodelamento excêntrico (maior aumento de volume ventricular em relação a massa). Interstício também sofre alterações com os estímulos e provocam alterações nas propriedades sistólicas e distólicas. A fibrose provoca rigidez miocárdica e heterogenicidade mecânica e elétrica: arritmias e deterioração das funções sistólica e diastólica. MEDICINA INTERNA – FMBM Pamela Barbieri – T23 Prof. Dr. Augusto Degiovanni 4 A morte celular (devido a isquemia, estiramento mecânico, estresse da parede, estimulação neuro- hormonal e de citocinas) é determinante no remodelamento, pois perda de massa contrável leva a hipertrofia das células miocárdicas e fibrose reparativa. Associado ao remodelamento, a progressão da lesão miocárdica leva desenvolvimento de arritmias, distúrbios de condição. Bloqueio de ramo esquerdo altera ativação e contração ventricular, provocando atraso na abertura e fechamento da válvula mitral, causando disfunção diastólica. Remodelamento cardíaco. Metabolismo energético: O miocárdio, em situações de normalidade, usa os ácidos graxos como principal fonte de energia, sendo responsável por 70% do ATP produzido. No entanto, em situações de estresse (isquemia, sobrecarga pressórica), o miocárdio dá preferência à glicose como produtora de ATP, já que ela é mais eficiente e gera maior quantidade de ATP por molécula de oxigênio utilizada. Nessas situações, o balanço oferta/demanda de oxigênio é um fator importante. Conforme o processo de remodelamento progride, porém, essa adaptação metabólica torna-se insuficiente, ocorrendo redução na capacidade de oxidar glicose e diminuição da eficiência energética. Miopatia periférica: Na IC, há intolerância a exercíficos físicos, devido a alterações da periferia, como na perfusão e no metabolismo da musculatura esquelética, bem como anormalidades nos reflexos originários dessa musculatura. Conforme aumenta a demanda de músculos durante exercício físico, chegam informações ao cérebro para aumentar influxo autonômico pelo estímulo de mecano e quimiorreceptores (estimulados por metabólitos, principalmente acidose). Na IC, há dessensibilização de quimiorreceptores pela continua exposição de metabólitos pela musculatura hipoperfundida e dessensibilização de mecanossensores pelo ATP. O controle autonômico deriva quase exclusivamente de mecanossensores pelo ATP. Por fim, em vez de a acidose ser o estímulo para elevação da pressão arterial e restabelecer o fluxo sanguíneo na musculatura em atividade, os mecanossensores já sensibilizados agem no início da atividade física e da MEDICINA INTERNA – FMBM Pamela Barbieri – T23 Prof. Dr. Augusto Degiovanni 5 contração muscular, provocando uma limitação ainda maior do fluxo sanguíneo muscular. Anemia na IC: Piora prognóstico. A principal causa de anemia na IC é provavelmente a associação de IR e resistência à ação de eritropoetina. Ocorre déficit na produção de eritropoetina secundária a IR e, associado, há um aumento das citocinas (TNF), que deprime a produção de eritropoetina pelo rim, inibe a hematopoese e diminui a disponibilidade de ferro dos locais de armazenamento para sua utilização pela medula óssea. Os inibidores da ECA também contribuem para a anemia da IC pela inibição da síntese de eritropoetina. Também estão relacionadas a desnutrição e a hemodiluição. Síndrome cardiorrenal: IC + IR → piora da função renal durante o tratamento da insuficiência cardíaca aguda descompensada e resistência aos diuréticos. O rim tenta manter a TFG em pacientes com insuficiência cardíaca, apesar do declínio constante do fluxo sanguíneo renal, pelos mecanismos neuro-hormonais (SRAA, SNS, ADH, endotelina, peptídeos natriuréticos). Enquanto o índice cardíaco é mantido acima de 1,5 L/min/m², a TFG é preservada pelo aumento da fração de filtração, apesar da redução desse fluxo sanguíneo. Quando o índice cardíaco cai abaixo desse limite, os mecanismos compensatórios falham e a TFG declina juntamente com a redução do fluxo sanguíneo renal. Todo esse sistema contrarregulador (catecolaminas, ADH, sistema beta-adrenérgico, SRAA...) aumenta volemia, pré-carga, pós-carga e aumentando consumo miocárdico. Por aumento da pressão capilar e hidrostática, ocorre todo sistema de congestão. O coração e vasos tem um sistema ‘vasoscomunicantes’. No período de diástase (quando abre a valva mitral, antes do átrio contrair): Pressão diastólica final (PD2) = Pressão diastólica da Aorta = Pressão Átrio Esquerdo = Pressão capilar pulmonar. Em uma situação de aumento de pressão, o ventrículo aguenta; o átrio não aguenta muito e congestiona para o capilar pulmonar. Dessa forma, a PD2 aumenta e o paciente congestiona por aumento da pressão do capilar pulmonar. Acima de 15mmHg, paciente começa a ter congestão. À direita, tem todo o sistema veno-capilar: ascite, edema de MMII, veias/vênulas renais. Na congestão das veias do rim, há aumento do volume retrogrado do rim e as arteríolas aferentes tem menos capacidade de enviar sangue para os rins, reduzindo a TFG, paciente fica hipervolêmico. DIAGNÓSTICO: →SINTOMAS NA IC: Sintomas maiores: dispneia, ortopneia, DPN, edema maleolar, edema pulmonar, fadiga, intolerância a exercícios, caquexia. Sintomas menores: perda de pso, tosse, nictúria, palpitações, cianose periférica, depressão. →ACHADOS FÍSICOS: Sintomas maiores: taquicardia, pressão venosa elevada, refluxo hepatojugular positivo, estertores pulmonares, taquipneia, B3, hepatomegalia, edema maleolar, ascite, derrame pleural. Sintomas menores: insuficiência mitral, cardiomegalia, esplenomegalia, hipotensão, pulso alternante, extrasssístoles, fibrilação atrial, perda de peso. RX de tórax: sinais congestivos, cefalização de trama vascular pulmonar, linha de cissura. MEDICINA INTERNA – FMBM Pamela Barbieri – T23 Prof. Dr. Augusto Degiovanni 6 Por que tem B3? Relembrando fisiologia normal: Na IC: B3: vibração do miocárdico no período de enchimento rápido com volume residual. No VE normal cabe 120ml, a cada ciclo tem que ejetar 60ml. Um coração dilatado, cabe 160ml (cabe, mas não acomoda, pois não tem complacência), com uma fração de ejeção de 30%, por ex, sobra muito volume nesse VE. No próximo ciclo, o átrio manda para o ventrículo um volume que o ventrículo não consegue acomodar e há turbilhonamento – isso gera um ruído no início da diástole, na fase de enchimento rápido – B3. B4: ventrículo tão hipertrofiado, que recebe menos volume. Tem FE preservada, mas ejeta metade. Só que a parede é extremamente dura. Então, na hora que o átrio tenta esvaziar (durante o enchimento rápido, abertura da valva mitral), ele não consegue, porque a pressão de ventrículo é muito alta. Então o átrio tem que fazer um esforço muito grande – ocorre turbilhonamento com pressão do volume que sai do átrio para dentro do ventrículo no enchimento final (quando há contração atrial), na sístole atrial – essa vibração da parede enrijecida é a B4. MEDICINA INTERNA – FMBM Pamela Barbieri – T23 Prof. Dr. Augusto Degiovanni 7 →CRITÉRIOSDE FRAMINGHAM Critérios maiores: DPN Estase jugular Crepitação pulmonar Cardiomegalia ao RX de tórax EAP B3 PVC >16cmH2O Refluxo hepatojugular Perda ponderal > 45,kg com tratamento Critérios menores: Edema maleolar bilateral Tosse noturna Dispneia aos esforços Hepatomegalia Derrame pleural Capacidade vital <1/3 do previsto FC >120 DX: 2 critérios maiores ou 1 maior e 2 menores Na IC esquerda observam-se sintomas respiratórios, como cansaço e dispneia derivados da congestão pulmo nar. Na direita, sintomas periféricos são mais pronunciados, como edema, congestão hepática, turgência jugular e anasarca, muitas vezes de difícil tratamento. ECO: prognóstico, diagnósticos etiológicos, graduação FE. MEDICINA INTERNA – FMBM Pamela Barbieri – T23 Prof. Dr. Augusto Degiovanni 8 →Classificação: Quanto mais alto BNP, pior o prognóstico. A FEVE pode até ser preservada, mas se o ventrículo não acomoda sangue adequadamente, ele ejeta pouco. Ex: cabe apenas 40mL, ejeta 20mL; a fração é preservada, mas em volume absoluto ainda é deficiente. Função diastólica: capacidade do ventrículo ter complacência e acomodar o sangue. Função sistólica: capacidade de ejetar. MEDICINA INTERNA – FMBM Pamela Barbieri – T23 Prof. Dr. Augusto Degiovanni 9 →Perfil hemodinâmico: Cuidado ao receber o paciente C: não fazer muito diurético e o tornar paciente D. Em linhas gerais, os pacientes em perfil A estão compensados; os pacientes em perfil B necessitam, além das medidas gerais, de diuréticos e vasodilatadores; os em perfil D necessitam de prova de volume e, se necessário, inotrópicos; e os em perfil C necessitam de diuréticos, inotrópicos e vasodilatadores. Tratamento: IC AGUDA: A lógica da terapêutica para compensação da ICA é: suporte ventilatório, eliminação de fluidos, redução de pré e pós-carga e, em alguns casos, inotropismo. MEDICINA INTERNA – FMBM Pamela Barbieri – T23 Prof. Dr. Augusto Degiovanni 10 →Exames complementares: BNP (mais elevada quanto maior distensão ventricular. Num paciente em tratamento, deseja-se que os níveis de BNP fiquem abaixo de 500 pg/mL, melhor ainda se abaixo de 100 pg/mL e do ProBNP abaixo de 1.500 pg/mL, melhor ainda abaixo de 300 pg/mL. Os níveis mais baixos indicam estar o paciente compensado e que, portanto, não apresenta congestão.) Hemograma (avaliar anemia, se há infecção causando descompensação...) Função renal (avaliar eletrólitos, investigar hiponatremia dilucional, que pode descompensar IC...) Eletrocardiograma (ondas Q; zonas inativas; sobrecarga atrial, bloqueios atrioventriculares) MEDICINA INTERNA – FMBM Pamela Barbieri – T23 Prof. Dr. Augusto Degiovanni 11 RX de Tórax (sinais de cardiomegalia; congestão) Ecocardiograma (função sistólica do VE; Valvas) →Tratamento IC crônica: Treinamento físico (reabilitação cardiovascular): modula a atividade neuro-hormonal, reduzindo a atividade simpática e atividade inflamatória, e promove melhora da função endotelial e, consequente, efeitos importantes na reversão das alterações musculares esqueléticas, decorrentes do baixo débito cardíaco. Drogas anti-remodeladoras/ redutoras de mortalidade: - IECA (Os inibidores da enzima de conversão da angiotensina, reduzindo assim os níveis de angiotensina II e elevando os níveis de bradicinina.); BRAs (podem ser usados nos pacientes que não toleram os inibidores da ECA); - Sacubitril (inibe nefrilisina, que quebra BNP)-Valsartana - Antagonista de aldosterona – espironolactona – terapia otimizada com betabloqueadores e IECA/BRA não diminuem totalmente os níveis de aldosterona circulante (efeito conhecido como "escape da aldosterona”), fato conseguido com a associação de um antagonista direto da aldosterona. - Beta bloqueadores (antagonizam os efeitos adversos da estimulação adrenérgica crônica na insuficiência cardíaca, com efeitos antiarrítmico, anti-isquêmico e de proteção celular). - Inibidores SGLT-2 (gliflozinas) – melhora fluxo sanguíneo renal, natriurese; efeitos anti-inflamatórios e anti-oxidantes ao musculo cardíaco, acredita-se que há inibição do uso de glicose para produção de ATP por ácido graxo (gera mais energia com menos trabalho). - Digitálicos: a digoxina é o agente inotrópico positivo mais utilizado na descompensação cardíaca. Atua inibindo a sódio-potássio adenosina trifosfatase, amenizando os sintomas por meio do aumento da contratilidade miocárdica, do débito cardíaco e atua também sobre o sistema neuro-hormonal, diminuindo o tônus simpático com consequente diminuição dos níveis plasmáticos de catecolaminas e menor estimulação do SRAA e melhora a função barorreceptora. Também utilizada em pacientes com FA. Utilizada naqueles pacientes que não responderam a terapia otimizada. Cuidado com intoxicação, principalmente em mulheres, idosos e DPOCíticos. Dieta normosódica (paciente compensado) – 7g de sal por dia. Outras terapias: Ressincronizador cardíaco. Cardiodesfibrilador implantável.
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