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MÉTODOS E TÉCNICAS EM ANÁLISES CLÍNICAS Esta Foto de Autor Desconhecido está licenciado em CC BY-NC-ND MÉTODOS E TÉCNICAS EM ANÁLISES CLÍNICAS Aulas teórica Aula prática EMENTA A disciplina fornecerá subsídios para discutir resultados de exames laboratoriais de diagnóstico de diversas patologias usando vários setores do laboratório clinico, relacionando-os entre si. II - OBJETIVOS GERAIS A disciplina pretende propiciar conhecimentos sobre as principais técnicas laboratoriais convencionais realizadas em laboratórios de rotina em diversos setores. III - OBJETIVOS ESPECÍFICOS Ao final da disciplina, o aluno deve ter conhecimento suficiente sobre os principais exames laboratoriais realizados na rotina, com fundamentação da técnica e valores de referência com a finalidade de obter um diagnóstico aproximado da possível patologia do paciente. IV - COMPETÊNCIAS Compreender os fundamentos e instrumentação das diversas metodologias utilizadas nas reações químicas e bioquímicas do Laboratório de Análises Clínicas, incluindo desde a coleta, realização, interpretação, emissão de laudos e pareceres até responsabilizar-se tecnicamente por análises clínico-laboratoriais, incluindo os exames hematológicos, citológicos, citopatológicos e histoquímicos, biologia molecular, bem como análises toxicológicas, dentro dos padrões de qualidade e normas de segurança. CONTEÚDO PROGRAMÁTICO UNIDADE I: O profissional do laboratório clinico; terminologia médica, Avaliação da qualidade no laboratório (sensibilidade, especificidade, precisão e exatidão na etapa analítica). Bioquímica: testes laboratoriais remotos; técnicas analíticas usadas (ponto final, cinético, histoquímico, imunohistoquímico...etc). 1- Perfil pancreático: principais exames laboratoriais, discussão de casos clínicos, discutir eventos (patologias) que modificam estes parâmetros. 2- Perfil hepático: principais exames laboratoriais, discussão de casos clínicos, discutir eventos (patologias) que modificam estes parâmetros. 3 - Perfil cardíaco/muscular: principais exames laboratoriais, discussão de casos clínicos, discutir eventos (patologias) que modificam estes parâmetros. 4- Metabolismo lípidico principais exames laboratoriais, discussão de casos clínicos, discutir eventos (patologias) que modificam estes parâmetros. Aula prática - Bioquímica: Mediante as determinações de TGO, TGP, GGT, CK discutir eventos (patologias) que modificam estes parâmetros. Hematologia: 1- Plaquetas: coagulograma - quando é indicado, quais os procedimentos e os preparativos, técnica e testes rápidos de hemostasia, enfocando possíveis distúrbios de coagulação. (Tempo de sangramento, tempo de protrombina. 2- Leucócitos: leucograma -. Enfocar alterações qualitativas e quantitativas dos leucócitos. Princípios de Automação em hematologia; Contagem manuais e automatizadas. 3- Hemácias: Eritograma - hematócrito, VCM, CHCM, HCM, RDW relacionando com as diferentes anemias ou outros distúrbios. Princípios de Automação em hematologia; Contagem manuais e automatizadas. Aula prática – Hematologia: Esfregaço sanguíneo e micro hematócrito. Discutir algumas alterações nestes exames mediante a revisão/aula vista em sala de aula. UNIDADE II Microbiologia: Técnicas de cultura para bactérias; preparando e corando por Gram e outras colorações especificas em microbiologia; Meios de cultura de utilizados para secreções, urina, fezes - coleta, preparo, Cultura de orofaringe e testes rápidos para Streptocccus do grupo A; automação em microbiologia para diversos tipos de bactérias. As patologias mais comuns: detecção laboratorial de doenças sexualmente transmissíveis e na área da infectologia as principais doenças acometidas ao homem. Microbiologia: Interpretação das principais síndromes infecciosas fungícas (trato respiratório, geniturinário, SNC, abdominal, pele etc.); Técnicas de cultura e técnicas automatizadas para diagnóstico de fungos. Aula prática – Microbiologia: A partir de uma placa de Petri semeada com bactéria, fazer uma lamina e coloração de gram para que se proceda a análise da morfologia e coloração das bactérias. Discutir algumas alterações mediante a revisão/aula vista em sala de aula UNIDADE III Imunologia: Enfocar atividades de rotina (diagnostico sorológico de Doenças Infecciosas Bacterianas, Viróticas e Parasitárias (Sífilis, Toxoplasmose, Leishmaniose, citomegalovirus, rubéola, hepatite) de Diagnóstico Sorológico de Doenças Reumáticas (Proteína C Reativa, Fator reumatóide, C3, C4) Marcadores laboratoriais nas provas de inflamação e nas doenças Auto imunes Imunologia: Noções de Imunoglobulinas. Relacionar com as patologias lúpus eritematoso, artrite reumatoide, HIV), Diagnóstico de Gravidez. Revisar algumas provas realizadas em banco de sangue como: Tipagem Sanguínea e Provas de Coombs. Discutir técnicas de soroaglutinação, enzimaimunoensaio Parasitologia: Enfocar as técnicas Faust, Willis, Kato-Katz, Hoffman, Rugai, gota espessa, teste de sangue oculto nas fezes. Interpretação das principais infecciosas parasitárias (malária, doença de chagas, toxoplasmose, parasitoses intestinais). Uroanálise: (exame físico, químico e microscópico) Interpretação de exames laboratoriais utilizados para avaliar as alterações da função renal. - Discussão de caso clínico englobando os parâmetros estudados Bibliografia Básica MORAES, Sandra Lago; FERREIRA, Antonio Walter. Diagnóstico Laboratorial das Principais Doenças Infecciosas e Autoimunes. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013. (Minha Biblioteca) SOARES, José Luiz F. Métodos Diagnósticos. São Paulo: ArtMed, 2012. (Minha Biblioteca) SILVA, Adeline Gisele da. Imunologia Aplicada: fundamentos, técnicas laboratoriais e diagnósticos. São Paulo: Érica, 2014. (Minha Biblioteca) Bibliografia Complementar FISCHBACH, Frances Talaska; DUNNING, Marshall Barnett. Exames laboratoriais e diagnósticos. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2010. (Minha Biblioteca) MCPHERSON, Richard A.; PINCUS, Matthew. Diagnósticos Clínicos e Tratamento por Métodos Laboratoriais de Henry. Barueri: Manole, 2012. (Minha Biblioteca) NICOLL, Diana. Manual de Exames Diagnósticos. Porto Alegre: AMGH, 2013. (Minha Biblioteca) SILVA, Paulo Henrique da. Hematologia Laboratorial: Teoria e Procedimentos. Porto Alegre: ArtMed, 2015. (Minha Biblioteca) TOY, Eugene C. Casos Clínicos em Bioquímica. Porto Alegre: AMGH, 2016. (Minha Biblioteca) BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA UNIDADE I Bioquímica e Hematologia Casos Clínicos e Aulas Práticas Bioquímica Perfil Hepático Perfil Pancreático Perfil Cardíaco/Muscular Metabolismo Lipídico Hematologia Eritrograma Leucograma Plaquetograma e Coagulograma UNIDADE II Microbiologia Casos Clínicos e Aulas Práticas Microbiologia Técnicas de cultura para bactérias Coloração de Gram Principais meios de cultura UNIDADE III Imunologia Parasitologia Urianálise Casos Clínicos e Aulas Práticas Imunologia Sorologia Marcadores Parasitologia Técnicas detecção de parasitas Urinálise Exame físico, químico e microscópico UNIDADE I BIOQUÍMICA Fase pré-analítica Coleta de sangue venoso Coleta com seringa (sistema aberto) Coleta a vácuo (sistema fechado) Usado em pacientes de difícil acesso venoso; Riscos para o profissional da saúde; Manipulação da amostra; Erros pré-analíticos frequentes: hemólise e coágulo. Coleta de sangue venoso Coleta com seringa (sistema aberto) Conforto ao paciente: coleta de múltiplos tubos; Segurança para o profissional da saúde; Não ocorre manipulação da amostra, Erros pré-analíticos mínimos: hemólise e coágulo Coleta de sangue venoso Coleta a vácuo (sistema fechado) Coleta de sangue venoso sequência correta de coleta dos tubos: Importância: evitar a contaminação com aditivos de um tubo para outro, Erros pré-analíticos: hemólise Ruptura das células sanguíneas Possíveis causas: Anemia hemolítica; Espetar agulha da seringa diretamente no tubo; Força ao puxar êmbolo da seringa; Coleta através de cateter; Calibre daagulha inadequado; Manuseio do sistema a vácuo; Tempo de garroteamento; Coleta traumática; Erros pré-analíticos: hemólise Ruptura das células sanguíneas Possíveis causas: Punção imediata após antissepsia; Tubos com volume de sangue insuficiente; Temperatura de transporte (contato direto com gelo); Tempo para início da centrifugação: após 30 min ou em até 2 horas após coleta; Frear a centrífuga; Re-centrifugar. Bioquímica e Imunologia Ativador de Coágulo: Partículas microscópicas de Sílica Fator ativador de Plaquetas (PAF) Armazenamento: Congelado (-20°C) até 30 dias Cuidado com estabilidade de algumas químicas! Cor dos tubos e anticoagulantes/aditivos Tampa vermelha Bioquímica (Curvas Glicêmicas e de Tolerância à Lactose) Anticoagulante: Fluoreto de Sódio + Oxalato de Potássio Função: Quelante de íons cálcio Inibidor da enzima glicolítica Fosfatase alcalina, Amilase, LDH, CK, ALT, AST, Cálcio á Na+ e K+ Distorção da morfologia celular Cor dos tubos e anticoagulantes/aditivos Tampa cinza Bioquímica (Gasometria) Anticoagulante: Heparina sódica ou lítica Função: Fibrinolítica - inibe transformação do fibrinogênio em fibrina Proporção: 0,1mL/mL de sangue Os gases não sofrem efeito dilucional com a heparina T3 e T4 TP e TTPA Na+ (heparina sódica) Lítio (heparina lítica) Formação de agregados plaquetários Distorção da morfologia celular Tampa verde Cor dos tubos e anticoagulantes/aditivos SORO PLASMA SORO Obtido pela centrifugação do sangue total colhido sem anticoagulante. Não contém fatores de coagulação, pois eles foram “consumidos” na cascata de coagulação”. PLASMA Obtido pela centrifugação do sangue total colhido com anticoagulante. Contém fatores de coagulação, pois eles não foram utilizados na cascata de coagulação. Proteína + Lipoproteínas 7% Água 91% Solutos 2% Plaquetas 150 – 450 mil Leucócitos 5 – 10 mil Eritrócitos 4,2 – 6,5 milhões Albumina 57% Globulinas 38% Fibrinogênio 4% Enzimas e hormônios 1% Eletrólitos: Na+, K+, Ca2+, Mg2+, Cl-, HCO3-, HPO42-, SO42- Nutrientes orgânicos: Lipídios, Carboidratos e Aminoácidos Resíduos orgânicos: Ureia, Creatinina, Bilirrubina e Amônia Neutrófilos 60% - 70% Linfócitos 20% - 25% Monócitos 3% - 8% Eosinófilos 2% - 4% Basófilos 0% - 1% Composição do plasma 55% 45% Transporte de moléculas orgânicas e inorgânicas e manutenção temperatura UNIDADE I: BIOQUÍMICA Perfil Hepático Provas enzimáticas Proteínas não enzimáticas UNIDADE I: BIOQUÍMICA Perfil Hepático Provas enzimáticas Alanina transaminase (ALT/TGP) Aspartato transaminase (AST/TGO) Fosfatase alcalina (FAL) Gama-glutamil transpeptidase (GGT) Desidrogenase láctica (LDH) Proteínas não enzimáticas Bilirrubinas Albumina Proteínas Totais Tempo de Protrombina Alfa feto-proteína UNIDADE I: BIOQUÍMICA Perfil Hepático Utilidade Clínica: Detectar inflamação, lesão ou disfunção do fígado. Avaliar a gravidade da lesão do fígado. Monitorar a evolução de uma doença do fígado e a resposta da pessoa ao tratamento. Especificar o diagnóstico entre doença colestática ou hepatocelular. UNIDADE I: BIOQUÍMICA Perfil Hepático Quando realizar? Quando há sintomas que levam a suspeita de doença hepática: icterícia urina escura ou fezes esbranquiçadas náuseas, vómitos e/ou diarréia perda de apetite fezes muito escuros ou sangue vivo inchaço ou dor abdominal alteração incomum no peso UNIDADE I: BIOQUÍMICA Perfil Hepático: Transaminases (ALT/AST) As principais doenças que causam elevação das transaminases são: Hepatites virais Cirrose Esteatose hepática (gordura do fígado) Abuso de bebidas alcoólicas Lesão do fígado por drogas e medicamentos (hepatite medicamentosa) Câncer do fígado Isquemia do fígado (hepatite isquêmica): falência respiratória, transplantes, crise falciforme Insuficiência cardíaca Doenças musculares UNIDADE I: BIOQUÍMICA Perfil Hepático: Transaminases ALT /TGP: Presente no citoplasma do hepatócitos AST/TGO: Presente 80% nas mitocôndrias dos hepatócitos Diferença importante para o diagnóstico e prognóstico das doenças hepáticas: Dano hepatocelular leve (aumento da ALT/TGP) Lesões graves (aumento considerável da AST/TGO) ALT AST UNIDADE I: BIOQUÍMICA Perfil Hepático: Transaminases Elevação em conjunto com valores maiores que 1000 U/L Hepatites Virais agudas: Causas: Hepatites A, B e C Diagnóstico Laboratorial: ALT/TGP = AST/TGO Relação AST/ALT menor que 1 Atividade máxima entre 7° e 12° dia, declínio entre a 3° e 5° semana Aumento da Bilirrubina (sangue e urina) Elevação da Fosfatase alcalina UNIDADE I: BIOQUÍMICA Perfil Hepático: Transaminases Elevação com valores entre 100 e 500 U/L Hepatites Crônicas: Causas: Virais (HBV e HCV) Esteato-hepatite não alcoólica (NASH): Obesidade, Dislipidemia (níveis de lipídeos) e Diabetes Hepatite alcoólica Hepatite auto-imune Diagnóstico Laboratorial: ALT > AST Aumento persistente da ALT/TGP por mais de 6 meses Níveis de Bilirrubina normais ou pouco elevada Níveis de Fosfatase alcalina normal ou pouco elevada UNIDADE I: BIOQUÍMICA Perfil Hepático: Transaminases Elevação em conjunto com valores até 5X maiores que o limite superior: Cirrose por qualquer etiologia Diagnóstico Laboratorial: AST/TGO > ALT/TGP Relação AST/ALT maior que 1; quanto maior a relação, maior grau de fibrose. Diminuição da Albumina Aumento do Tempo de Protrombina Aumento de Bilirrubina no sangue UNIDADE I: BIOQUÍMICA Perfil Hepático: Fosfatase Alcalina + GGT São enzimas que se elevam em conjunto quando há lesão das vias biliares: 2 a 3X maior que o limite máximo do valor de referência Obstrução das vias biliares Fibrose biliar Cirrose biliar primária Colangite (infecção das vias biliares) Câncer das vias biliares Uso de alguns medicamentos (corticoides, barbitúricos e fenitoína) UNIDADE I: BIOQUÍMICA Perfil Hepático: GGT + 5’NTD 5’ nucleotidase (5’NTD) Encontra-se elevada (4 a 6 vezes) na: Obstrução biliar Cirrose biliar Colestase intra-hepática A relação GGT/5’NTD é útil para descobrir se os níveis elevado de FAL é de origem biliar ou hepática Relação GGT/5-nucleotidase menor que 1,9 indica: diagnóstico de colestase intra-hepática UNIDADE I: BIOQUÍMICA Perfil Hepático: LDH É uma enzima que possui 5 frações isoenzimáticas presentes em diversos tecidos É inespecífico para lesão hepática É utilizada em conjunto com ALT, AST e FAL Diagnóstico Laboratorial: Aumento da ALT e LDH: insuficiência hepática Aumento da AST e LDH: pancreatite biliar Aumento da FAL e LDH: Lesões no fígado por neoplasias UNIDADE I: BIOQUÍMICA Perfil Hepático: Bilirrubinas Produto do metabolismo da hemoglobina: “restos” da destruição das hemácias A bilirrubina do baço é chamada de bilirrubina indireta, A bilirrubina transformada no fígado é chamada de bilirrubina direta. Aumento da bilirrubina indireta: doenças hemolíticas e hepáticas Aumento da bilirrubina direta: hepatites, cirrose, tumores e obstrução biliar UNIDADE I: BIOQUÍMICA Perfil Hepático: Bilirrubinas Albumina: Proteína produzida no fígado Não é útil na fase aguda, tem meia vida de 20 dias Baixos níveis indicam mal função hepática: insuficiência na produção de proteínas e condições inflamatórias do fígado Proteínas Totais: Total de albumina e globulina Altos níveis indicam hepatites crônicas ativas e hepatite alcoólica UNIDADE I: BIOQUÍMICA Perfil Hepático: Albumina e Proteínas Totais Tempo de Protrombina (TAP): Fígado produz a vitamina K: envolvida no processo de coagulação do sangue Falência hepática: dificuldade na coagulação sanguínea Aumento do tempo de coagulação ou INR (valor padrão do tempo de protrombina) INR geralmente acima de 4,00 nas lesões hepáticas UNIDADE I: BIOQUÍMICA Perfil Hepático: Tempo de Protrombina Alfa-fetoproteína: Proteína produzida no início da vida fetal (defeitos no tubo neural do feto) Marcador não específico, porém útil na triagem de carcinoma Carcinoma hepatocelular (70 - 90%) Necrose Hepática maciça (74%) Hepatite viral (34%) Hepatite crônica ativa (29%)Cirrose (11%) Necessário associação da dosagem de alfa-fetoproteína e exame de imagem (preferencialmente ultrassonografia) UNIDADE I: BIOQUÍMICA Perfil Hepático: Alfa-fetoproteína
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