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Microbiota do Corpo Humano
· Microbiota ou microbioma do corpo humano são termos semelhantes que podem ser usados como sinônimos. Uma vez que microbiomas são pequenos meios/pequenas estruturas diferentes no nosso corpo. Assim, nosso corpo é um microbioma para as bactérias.
 
· Temos entre 18 e 40 trilhões de células no nossos corpo. Vale destacar que temos cerca de 10 vezes mais bactérias do que células no nosso corpo. Por isso devemos pensar sempre, quem é de verdade o microbioma? Quem é o hospedeiro? 
· Toda essa quantidade de bactérias é influenciada por fatores ambientais, como ph, temperatura e até mesmo o peso corporal (tudo isso pode alterar a quantidade de bactérias). Estudos estão caracterizando que vários fatores metabólicos do corpo humano que são direta e indiretamente influenciados por bactérias, inclusive o sistema imunológico. Assim, as bactérias são benéficas que fazem conosco uma relação de troca, mas quando essas são agredidas teremos o desenvolvimento de um processo de patogenia. Dessa forma, existe uma relação harmoniosa e de dependência bilateral, mas quando ocorre a interferência nesse micro bioma de alguma forma, a bactéria acaba por desenvolver uma resposta patogênica. 
· Por esse motivo, quem geralmente agride primeiro é o ser humano, tendo o sistema imunológico com primeiro fator indutor de agressão (com a evolução o SI passou a reduzir a esse processo de agressão, uma vez que passou a se adaptar a tal microbiota – assim, atualmente nós temos APC que reconhecem proteínas de superfície de bactéria, para que tenhamos um processo migratório de defesa sem induzir a reações inflamatórias assim, estrategicamente se cerca essas bactérias, para que caso ocorra uma invasão se tenha uma resposta imune já pronta, reconhecendo então o agente agressor, mas inicialmente sem agredi-lo).
· Existem 2 nomenclaturas muito usadas para caracterizar a microbiota: Microbiota transitória x Microbiota permanente e autóctone x alóctone. 
· Microbiota permanente, resistente ou autóctone se trata de quando a bactéria está em um local em que esperamos que essa esteja (ex.: estafilococos na pele, E.coli no intestino).
· Microbiota transitória, temporária ou alóctone se trata de quando a bactéria se encontra em um local onde não esperamos que ela esteja.
· A microbiota permanente dificulta a fixação da microbiota temporária. Assim, anatomicamente falando as bactérias transitórias ficam acima/superficiais as permanentes. Quando ocorre alguma interferência na bactéria residente o processo de invasão pela transitória se torna possível, podendo causar uma patogenia. São as bactérias transitórias as grande vilãs das infecções relacionadas ao sistema de saúde, uma vez que se posicionam superficialmente as transitórias, sendo mais facilmente transmitidas/passadas a diante.
· Apesar de não ser componente do ser humano, a microbiota permanente é considerada um fator protetor ao mesmo (elas dificultam a fixação das bactérias transitórias). A microbiota permanente é consequência de um processo realizado pela mesma de ter chegado primeiro, se colonizado de ficado no ambiente em que se encontra.
Obs.: Uma criança que nasce de cesariana deverá ter o contato com o meio ambiente para que adquira imunidade e sua microbiota, diferente da criança de nasce de parto normal, que irá adquirir bactérias pela via de parto (adquire bactérias da conjuntiva e da boca, podendo ter maior imunidade que crianças de cesariana – inclusive tendo menos chance de fixação de uma bactéria do ambiente, tendo menos chance de realiza uma infecção hospitalar, já que estão menos pré dispostas a ter que adquirir as bactérias do ambiente). Criança que nasce de parto normal tem mais chances de se adaptar a amamentação e de não ter problemas de sangramento do que a que nasce de cesariana (recebem bactéria pela via oral e começam a desenvolver uma microbiota intestinal, o que é fundamental na produção de vitamina K e na quebra da lactose do leite materno), uma vez que essas tem perfil imunogênico diferenciado. Além disso, a via de parto também é considerada um fator indutor de alergia (estudos mostram que o contato recente com a microbiota materna sofrido pelas crianças de parto normal é um fator que diminui as chances de alergia – o estímulo intestinal pela presença de bactérias estimula a produção da imunidade mucosa, o que ativa o SI inato e adaptativo nas células intestinais). 
· Colonização se trata de uma proliferação bacteriana, sendo o individuo uma fonte de infecção (está infectado), porém sem fazer manifestação clínica. Assim, ser um indivíduo colonizado é tão grave quanto ser um indivíduo doente, já que ambos são fontes de infecção. Os indivíduos doentes são indivíduos que apresentam sintomatologia/manifestação clinica associada a fonte de infecção, uma vez que a bactéria pode ter interferido na microbiota do mesmo, alterando sua homeostasia. Em casos de pacientes doentes se faz ATBterapia adequada, mas no caso do individuo colonizado, caso tome o ATM, esse pode acabar por desenvolver resistência. Assim, devemos recomendar que os mesmos fazem o uso de um antisséptico durante a higienização corporal visando apenas diminuir a carga bacteriana (microbiota), além de fazer o monitoramento por isolamento bacteriano e um antibiograma.
· A resistência bacteriana pode levar a presença de MRSA e VRE (enterococos).
· Podemos ter relações parasitarias do tipo mutualística (que gera benefício mutuo), comensalismo (quando o parasitismo é para um dos indivíduos) e oportunista (quando um dos indivíduos se beneficia do outro) com as bactérias. Esse processo parasita-hospedeiro pode ser interferido quando o microbioma é alterado. 
· Temperatura, ph, nutrientes, oxigênio e luminosidade são fatores ambientais que interferem no crescimento bacteriano. Assim, alterando algum desses fatores poderemos matar/interferir nessas bactérias.
· O ph da pele sofre influência de acordo com sua localização, sendo normalmente ácido, no qual temos acidez maior na face quando comparada a ambientes de baixa luminosidade, o que faz com que se aumente a umidade (ex.: axila e região inguinal geralmente tem ph mais próximo ao neutro do que o rosto e a mão). Vale destacar que a acidez facilita a quebra de queratina, o que promove “descamação” (eliminação espontânea de células mortas, principalmente das substancias associadas a queratina). 
· Assim, de acordo com a parte do nosso corpo algumas bactérias irão crescer mais do que outras (ex.: mais estafilos na face, causando as acnes). Para isolarmos uma bactéria do paciente devemos levar em consideração a localização da microbiota (cada local terá uma quantidade maior ou menor de bactérias).
· Importância da microbiota humana: A microbiota humana irá agir em vários fatores do corpo humano, desde auxiliar na quebra de nutrientes, como também na absorção de nutrientes, na produção de componentes que vão associar a vitaminas (ex.: complexo B12), produção de vitamina K, auxilia na liberação de tripsina (derivado proteico que auxilia na quebra de certas proteínas importantes) e auxilia o SI a reconhecer várias proteínas de superfície das bactérias como agente agressor. 
· 
· Barreira que impede a proliferação de microrganismos patogênicos.
· Ativam e modulam a resposta imunológica.
· Reduzem o pH intestinal.
· Controlam o armazenamento de gorduras.
· Metabolizam compostos como ácidos biliares.
· Fermentam resíduos de alimentos que o corpo humano é incapaz de digerir.
· Auxílio na motilidade intestinal.
· Síntese de vitamina K e componentes da vitamina B.
· Síntese de cadeia curta de ácidos graxos.
· O TLR é um receptor que a maioria dos agentes que podem causar doença ao ser humano, usam para se fixar e causar uma patogenia (existe em 5 tipos diferentes – cada um tem uma associação maior com um perfil antigênico – a partir do momento em que esse receptor está ligado a um ligante, o SI percebe uma invasão antigênica, sendo então ativado e realizando apresentação de antígeno). Assim, atualmente já se sabe qual o receptormais importante para a apresentação de antígeno para o SI. Ele é responsável, na maioria das vezes, pela reação de rejeição ao tecido, sendo o maior ativador de MHC1 e 2. O bloqueio dessa molécula evita o processo de rejeição (atualmente se fazem órgãos geneticamente modificados sem esse receptor, para que esse não seja reconhecido como corpo estranho). 
· Se não temos essa molécula não sofreremos interferência da nossa resposta imunológica, assim as bactérias irão transitar no local sem o reconhecimento de que são corpos estranhos, mesmo que uma agressão esteja presente (o que abaixa a imunidade e faz com que as bactérias que entrarem na mucosa de CS possam fazer um grande estrago). 
· Alteração da microbiota intestinal: Alterações emocionais podem provocar alterações intestinais. Assim, é muito comum que fatores emocionais provoquem alterações intestinais que provocam interferência na microbiota bacteriana, gerando distúrbios patológicos (por consequência de estresse e ansiedade – ex.: existem pessoas que desenvolvem diarreia por estresse). A própria sensação de dor, principalmente a dor crônica, tem tendencia ao desenvolvimento de diminuição da absorção de nutrientes (se pode inclusive desenvolver um quadro anêmico por existir uma competição do ferro e dos nutrientes com as bactérias, já que algumas bactérias liberam uma secreção que fazem com que o paciente tenha a concentração de ferro reduzida e desenvolva anemia ferropriva). 
· Esse desequilíbrio geralmente é conhecido como desbiose, que muitas vezes causará uma síndrome da hiperosmolaridade intestinal. Assim, ocorre uma interferência no AMPc do enterócito, o que pode inibir ou estimular a absorção de nutrientes ou a retenção de água. É mais comum essa interação no ID, do que no IG. Esses podem ser causados por estresse, antibioticoterapia e parasitas (bactéria, fungos e protozoários). 
 
· Existem diversos tipos diferentes de bactérias, em diferentes partes do corpo humano. Muitas bactérias que colonizam o nosso corpo não são isoladas, ou seja, não crescem em meio de cultura (ex.: cerca 40% das bactérias dos olhos). Uma vez que, por mais que possamos fazer um meio semelhante ao meio que a mesma vive no corpo, esse jamais será idêntico/substituível ao corpo humano. 
· Existe uma carga microbiana que é controlada pelo nosso sistema imune inato, em conjuntivas, por exemplo, muitas enzimas proteolíticas são liberadas, fazendo o controle bacteriano (inibem o crescimento indevido das bactérias). Assim, enzimas podem ser produzidas para que possamos controlar a quantidade de bactérias. A lisozima é uma enzima proteolítica responsável pelo controle da concentração bacteriana (é liberada em alta concentração na lagrima e na saliva). 
· A troca de fluido corporal é um fator indutor de crescimento bacteriano, mas a lisozima controla esse processo. 
· Em pele, de forma geral, temos um destaque estafilococos e estreptococos.
· Vias aéreas superiores e inferiores e olhos, de forma geral, temos um destaque para estreptococos e estafilococos. Mas vale destacar que estafilococos podem causar infecções intestinais, não devendo normalmente estar nesses locais (não é interessante que esses se encontrem nesses locais, não devendo nem se adaptar aos mesmos, já que o ph é diferente da pele – mas eles tem adaptação ampla a variações de ph e temperatura, tem fatores de adaptação a outro ambiente). 
· O intestino tem, predominantemente, as enterobactérias que vão além de enterococos, tendo também a klebsisela e a E. coli (tem 6 subtipos diferentes). O grande problema dessas enterobactérias é que essas tem facilidade de sofrer interferências por antibioticoterapia (mesmo que não tomemos medicamento diretamente para as mesmas, ela pode sofrer modificações por consequência desse processo terapêutico). Os lactobacillus são a maior concentração bacteriana que temos no intestino (caso se ingira lactobacillus vivos em excesso pode se ter um desequilíbrio na microbiota intestinal, levando a um aumento da motilidade intestinal). Clostridium difficile, Escherichia coli, lactobacillus, micobacterias e Bacteroides sp são exemplos bactérias intestinais, que tem um papel extremamente importante, favorecendo a absorção de nutrientes, produção de vitaminas, mas também acabam causando determinada patogenia. 
· Caso essas bactérias intestinais cresçam de forma exagerada irão provocar diarreia e a indução de um processo inflamatório intenso e continuo (crônico), que pode favorecer a um processo de formação de reposição de células de forma exagerada e com falhas (o que pode causar câncer). Assim, pessoas que tem muita inflamação intestinal, ou por autoimunidade ou de origem bacteriana, tem maiores chances de terem câncer de intestino (tem alterações na mucosa que leva a formação de células a mais ou mal formadas). 
· Clostridium difficile são bactérias que favorecem/tem tendencias ao desenvolvimento de processo inflamatório. Se trata também de uma bactéria intestinal que é controlada pela população de lactobacillus e bacteroides (assim, temos 3 bactérias intestinais, onde 2 controlam a outra). Por isso os lactobacilos são fundamentais/importantes, uma vez que alterações na sua população podem levar ao aumento de clostridum, levando ao aumento dos processos inflamatórios. 
· A microbiota intestinal é tão importante/significava para o corpo humano que atualmente se usa de 2 técnicas estratégias para mantermos a mesma adequada/saudável. Dessa forma, utilizamos alimentos (prebióticos) e bactérias (probióticos) para o controle da mesma.
· Prebióticos: São componentes alimentares não-digeríveis (que não são degradas no suco gástrico) que afetam beneficamente o hospedeiro pelo estímulo seletivo da proliferação ou atividade de populações de bactérias desejáveis no cólon. Assim, são alimentos não degradados pelo suco gástrico, que irão adaptar/ajustar o crescimento bacteriano (fazendo manutenção de ph, manutenção da concentração da osmolaridade e favorecem a absorção de nutrientes pelas bactérias – geralmente o açúcar é o principal fator que participa desse processo).
· Exemplos de alimentos: Cevada, alcachofra, grão-de-bico, maçã, linhaça, cacau, aveia, raiz de yacon, banana, chicória, farelo de trigo, alga marinha, cebola, dente de leão, aspargo, raiz de bardana, alho poró e alho. Podemos perceber a presença de muitas raízes usadas na alimentação oriental, o que interfere (reduzindo) nos casos de câncer de ID no Japão. Porém, como esse controle é tão rigoroso/significativo para a concentração de bactérias no ID, isso favorece o aumento de bactérias no IG, o que aumenta a concentração de câncer de IG diretamente relacionado a alimentação. 
· Probióticos: São produtos alimentares que contêm microrganismos vivos cuja ingestão traz benefícios à saúde. Esses microrganismos favorecem o controle de bactérias. 
· Simbiótico: Se trata da fusão entre probióticos e prebióticos (ex.: produtos que contêm derivados alimentares como açúcares e microrganismos).
· Os prebióticos são considerados tratamentos complementares a alopatia (fármacos prescritos) e não alternativos, principalmente em pacientes câncer (já que os quimioterápicos, por mais que tenham fatores redutores de efeitos colaterais, podem causar complicações como a interferência na microbiota intestinal, com isso o paciente terá uma dificuldade grande de aceitar a sua dieta e de fazer absorção de nutrientes – sendo o tratamento com prebióticos e probióticos um tratamento complementar importante). 
 
· Esses prebióticos e probióticos podem ser usados para potencializar tratamentos com fármacos ou usados na falta deles.
· Pode se pedir a um profissional da nutrição para que ele auxilie na introdução dos pré e probióticos. Além disso, vale destacar que esses prebióticos não podem ser inseridos na alimentação na 1° fase do tratamento, devendo ser necessária uma orientação para que se introduza os mesmos (ex.: na introdução alimentar da criança não pode se introduzir qualquer alimento – como esses antinflamatórios naturais –, poispodem causar diarreia e gerar micro lesões intestinais, que irão favorecer a invasão bacteriana na CS, cursando com bacteremia e sepse).
· Características gerais dos prebióticos: Não devem ser metabolizados ou absorvidos durante a sua passagem pelo trato digestivo superior (não podem ser metabolizados/degradados pelo suco gástrico), uma vez que caso sejam não irão influenciar na microbiota intestinal como um todo. Além disso, devem servir como substrato (ser importante para o crescimento) de uma ou mais bactérias intestinais benéficas (estas serão estimuladas a crescer e/ou tornarem-se metabolicamente ativas por meio destes). Devem também possuir a capacidade de alterar a microbiota intestinal (para mais ou para menos) de maneira favorável à saúde do hospedeiro, além de deverem induzir efeitos benéficos sistêmicos no lúmen intestinal do hospedeiro.
· Prebióticos basicamente controlam o ph, bloqueiam sítios de aderência (se diminuirmos a aderência da bactéria nos enterócitos, iremos diminuir o crescimento bacteriano).
· Existem 3 importantes fatores de virulência para o crescimento bacteriano, que visam aumentar a capacidade de colonização, aderência e a patogenia da bactéria (visam aumentar a colonização e invasão). Entre essas temos as adesinas, que são derivados proteicos que podem ser encontrados na superfície externa da bactéria e em biofilmes (secreções de concentrado de proteínas associadas aos lipopolissacarideos que gram positivas produzem visando aumentar a sua adesão as estruturas – podem até mesmo servir de reservatório nutricional externo para as bactérias), aumentando o poder de aderência bacteriano. As invasinas são substancias que aumentam o poder de invasão bacteriano, o que aumenta a patogenicidade. Além disso, podemos ter sideroforos, que são secreções produzidas por algumas bactérias (principalmente as bactérias intestinais) que promovem a remoção da molécula de ferro (removem ferro do alimento, ou seja, o ferro que ligaria a hemácia a Hb). Assim, podemos ter a manifestação de um quadro anêmico (com leucocitose e desvio também) em uma infecção bacteriana, o que aumenta a gravidade da doença. Por isso sideroforos e invasinas aumentam a gravidade de uma patogenia. 
· Vale destacar que algumas bactérias podem produzir toxinas, que são substancias que irão agir nas células do corpo humano. Essas serão chamadas de endotoxinas (atua no interior da célula alvo – são produzidas só por gram -) e exotoxinas (que interfere na membrana plasmática da célula, atuando no exterior da célula alvo – são produzidas pro gram + e -). Sendo então mecanismos de defesa da bactéria contra o SI, uma vez que promovem o escape do mesmo.
· Tipos de probióticos: Leite acidófilo – Lactobacillus acidophilus (contém bactérias que são importantes para a nossa microbiota já que tem a capacidade de produção de ácido lático, que mantém o ph intestinal além de ser facilmente produzido em laboratório promove melhor controle microbiano, gerando uma patogenicidade menor), Kerfir – grãos gelatinosos (se coloca na agua filtrada e toma após 24h – se não for trocada a cada 24h se tornará toxica, dando origem a uma agua gaseificada com toxinas que provocará diarreia) contendo bactérias que liberam ácido-lático, ácido acético e leveduras (contém bactérias e fungos que realizam a substituição de antimicrobianos convencionais e patógenos de origem alimentar – liberam então substancias que atuam no crescimento microbiano, sendo um ATM natural, controlado o crescimento de outros patógenos) e antienvelhecimento – Bacillus subtilis (biofilme que atua na imunidade inata, neuroproteção e aumento da longevidade – usado atualmente para tratamento estético – reduz envelhecimento celular –, de processos tumorais e de Alzheimer e demência alguns estudos mostram a interferência da microbiota intestinal na redução da perda de memória, sendo o uso de probiótico um protocolo nesses tratamentos).
· Efeitos dos probióticos: Realiza um processo de competição, promovendo a inibição de bactérias intestinais indesejáveis (controla o crescimento de bactérias que não deveriam estar onde estão). Vale destacar que o uso de probiótico pode fazer com que o indivíduo tenha menos chance de desenvolver gastrite ou ulceras por H. pylori (uma vez que controla o crescimento dessa bactéria), que favorece os processos inflamatórios no estomago e causa ulcera péptica e até gastrite (é uma bactéria que não era considerada como pertencente a microbiota humana, mas atualmente é já que de 30-50% da população tem a mesma). Por isso é uma boa ideia iniciar probiótico em pacientes que terminaram tratamento pra H. pylori (evita retorno). 
· Além disso, realizam a ativação da imunidade humoral e celular (aumentam a presença de APCs como macrófagos e células dendríticas que ficam na alça intestinal, aumentando a fagocitose e a apresentação do antígeno como corpo estranho, o que ativa linfócitos B e T, aumentando IgA). 
· Também aumentam a liberação de vitaminas (vitamina K, B12, piridoxina, biotina, ácido fólico, ácido nicotínico e tiamina – o que pode ser importante em casos de paciente com problema de coagulação é interessante o uso de probiótico neles). 
· Ajudam também na liberação e absorção de componentes que são importantes na síntese proteica (inclusive na síntese de hemácias e de hemoglobina), além de promover o aumento da digestibilidade da lactose (podendo ser usados em pacientes que tem intolerância a mesma – ajudam na digestão). 
Obs.: Em animais sem microbiota as microvilosidades são menores, o que prejudica a absorção nutricional.
· Os macrófagos se encontram captando os componentes microbianos e as proteínas solúveis de superfície para que se ative o sistema imune em uma situação de possível invasão (os receptores TLR farão esse processo de pré ativação imunológica, para que caso uma invasão ocorra o SI possa agir apesar de serem uma defesa inespecífica). Assim, quando temos uma lesão e uma invasão dos patógenos da nossa microbiota no ambiente corpóreo teremos a ativação da resposta inflamatória, levando a um aumento da migração celular, controlando o processo de invasão. Mas caso esse processo aconteça constantemente, o excesso de processo inflamatório fará com que as células imunológicas liberem citocinas (IL1, IL6, TNF alfa), o que irá gerar um processo de reparação tecidual. Esse excesso de reparação tissular, por sua vez, poderá formar uma circulação colateral, o que pode cursar com o desenvolvimento de um câncer.
· O próprio sistema imune acaba gerando, como consequência do excesso de reação inflamatória, a formação de um tumor. Mas vale destacar que fatores exógenos também influenciam nesse processo, como alimentação, cigarro, medicamentos, álcool e estresse (ex.: o cigarro induz ao aumento de resposta inflamatória intestinal, aumentando a liberação de citocinas inflamatórias/imunológicas, o que pode induzir a reparação errada do tecido).
 
· A todo tempo fazemos troca com as bactérias, sendo que alguma delas atuam ajudando o SI, ajudando a absorção de nutrientes, na produção de vitaminas, na liberação das células caliciformes de muco (dificulta a fixação de parasitas), tendo então ação de mutualismo. Mas ao mesmo tempo podemos ter bactérias tendo relação de comensalismo, pré ativando o SI mas não interferindo em outras situações. Já em outras situações pode se ter relação de parasitismo, na qual a bactéria induzir alterações no metabolismo das células intestinais (principalmente a nível de AMPc), aumentando a absorção ou reduzindo a retenção de agua, causando patogenicidade. Assim, a relação parasitaria irá depender do microbioma/ambiente que se oferece a bactéria.

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