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Fisiologia feminina antes da gravidez e hormônios femininos Principais órgãos do aparelho reprodutor feminino incluem: Ovários, trompas de falópio, útero e vagina. Os órgãos genitais femininos internos são constituídos por: ovários, tubas uterinas, útero e vagina. Eles estão contidos principalmente na cavidade pélvica e no períneo A genitália externa inclui: monte do púbis, lábios maiores e menores do pudendo, clitóris, vestíbulo e abertura da vagina, hímen e óstio externo da uretra. Ovários Anatomia • Forma de amêndoa localizado lateralmente ao útero. • Mede 3 a 4cm de comprimento por 1,5 de largura cm por 1cm de espessura. • Cada ovário está fixado a superfície posterior do ligamento largo por uma prega peritoneal, o mesovário. • O polo superior ou tubário do ovário está fixado á parede pélvica pelo ligamento suspensor do ovário, que transporta os vasos e nervos daquele. • Seu polo inferior ou uterino está fixado ao útero pelo ligamento útero-ovárico. • Cada ovário localiza-se contra a parede lateral óssea da pelve verdadeira próximo a bifurcação dos vasos ilíacos comuns As superfícies do ovário são lisas nas meninas, mas após a puberdade adquirem cicatrizes e depressões por conta da liberação mental dos óvulos. Histologia O ovário é composto por córtex e medula. • A medula do ovário ou região medular: Localizada na porção central, contém tecido frouxo, massa de vasos sanguineos contorcidos de calibre grande, vasos linfáticos e nervos. • O córtex do ovário ou região cortial, é encontrado na porção periférica do ovário, circundando a medula. Contém folículos ovarianos inseridos em tec. Conjuntivo ricamente celularizado O limite entre a medula e o cortéx do ovário é indistinto. Sua superficie é coberta por epitélio pavimentoso ou cúbico simples, o epitélio germinativo. Sob o epitélio germinativo existe uma camada de tecido conjuntivo denso, a túnica albugínea, que da a a cor esbranquiçada ao ovário. Abaixo da túnica albugínea encontramos uma região chamada cortical, onde predominam os folículos ovarianos. O Foliculo é o conjunto do ovócito e das células que o envolvem. Se localizam no escido conjuntivo (estroma) da região cortical, local que contem fibroblastos dispontos em arranjos caracteristicos que formam redemoinhos. (Junqueira e carneiro) O ovário é recoberto por epitélio germinativo que substitui o mesotélio A superficie do ovário é recoberta por uma única madada de células cubóides que em algumas partes tornam-se quase pavimentosas, essa camada celular conhecida como epitélio germinativo é continua com o mesotélio que recobre o mesovário. O termo epitélio germinativo é um nome trazido do passado, acreditava-se incoretamente que esse seria o local da formação de células germinativas durante o desenvolvimento embrionário. Uma camada de tecido conjuntivo denso, a túnica albugínea situa-se entre o epitélio germinativo e o córtex subjacente. Vasos e nervos Os ovários são supridos pelas artérias ováricas, que são ramos da parte abdominal da aorta, e pelos ramos ováricos das artérias uterinas, que surgem da artéria ilíaca interna (Marieb) Tubas Uterinas Anatomia São um par de tubos que se estendem bilateralmente do útero em direção aos ovários. Cada tuba uterina tem de 10 a 12cm Composta por 4 segmentos: • O ínfundíbulo é o segmento em formato de fúnil da tuba adjacente ao ovário. • A ampola é o segmento mais longo da tuba uterina, constitui cercas de 2/3 do comprimento total e constitui o local da fertilização. • O istmo é o segmento medial estreito da tuba uterina adjacente ao útero. • A parte uterina ou intramural mede cerca de 1cm de comprimento e situa-se na parede do útero. Histologia A parede da tuba consiste em uma camada serosa externa, uma camada muscular intermediária e uma camada mucosa interna. • Serosa ou peritônio é a camada mais externa da tuba uterina, composta de mesotélio e de uma fina camada de tecido conjuntivo. • A muscular, na maior parte de sua extensão esta organizada em uma circular internam espessa e uma camada longitudinal externa mais delgada • A mucosa, o revestimento interno da tuba, exibe pregas longitudinais relativamente finas, que se projetam para dentro do lúmen da tuba uterina em toda sua extensão. As pregas são mais numerosas e complexas na ampola. • O revestimento mucoso consiste em um simples colunar composto de dois tipos de células ciliadas e não ciliadas. 1) Células ciliadas: Mais numerosas no infundíbulo e na ampola da tuba uterina. 2) Células em cavilha não ciliadas são células secretoras que produzem o liquido que por sua vez fornece material nutritivo ao óvulo. Útero Anatomia Órgão oco piriforme, localizado na pelve entre a bexiga e o reto, na mulher nulípara, ou seja, que nunca teve filhos, pesa 30 a 40g e tem 7,5cm de comprimento, 5cm de largura na face superior e 2,5cm de espessura. Pode ser dividido em duas regiões: • Corpo: Porção superior grande do útero. A superfície anterior é quase plana e a posterior convexa. • Colo: Parte inferior em formato de barril, separado do corpo pelo istmo. O lúmen do colo, o canal do colo do útero apresenta uma abertura contraída em casa extremidade. O Óstio interno do útero comunica-se com a cavidade do útero, já o óstio externo, com a vagina. Histologia Composta de três camadas: • Endométrio é a parte mucosa do útero. ‘’Dentro do útero’’, consiste em epitélio colunar simples contendo células secretórias e ciliadas sustentadas por uma lâmina própria de tecido conjuntivo; Aqui que o embrião se abriga caso acontecer a fertilização. E fica até o nascimento. • Miométrio é a camada muscular espessa. ‘’Músculo do útero’’, consiste em feixes entrelaçados de músculo liso que se contraem para expelir o bebê durante o parto. • Perimétrio: Camada serosa externa, recobre toda a superfície posterior do útero, mas apenas a parte da superfície anterior. ’’Envolta do útero’’. Vagina Anatomia A vagina é uma bainha fibromuscular que se estende do colo do útero até o vestíbulo, que corresponde a área entre os lábios menores do pudendo. A abertura da vagina pode ser circundada pelo hímen, que consiste em pregas da mucosa que se estendem para o lúmen vaginal. O hímen ou seus remanescentes são derivados da membrana endodérmica, que separou a vagina em desenvolvimento da cavidade do seio urogenital definitivo do embrião. A parede vaginal consiste nas seguintes estruturas: • A camada mucosa interna, numerosas rugas ou pregas transversais é revestida por epitélio estratificado pavimentoso. • Camada muscular intermédia organizada em duas camadas entremeadas de músculo liso, algumas vezes distintas: Uma camada longitudinal externa e uma camada circular interna. A camada interna contém numerosas fibras elásticas que contribuem para a elasticidade e a força da parede • Camada adventícia: Externa, organizada em uma camada interna de tecido conjuntivo denso adjacente a muscular e uma camada externa de tecido conjuntivo frouxo, que se mistura com a adventícia das estruturas circundantes. Contém numerosas fibras elásticas que contribuem para a elasticidade e força da parede vaginal. A camada externa contém numerosos vasos sanguíneos e linfáticos, além de nervos. A vagina contém um epitélio estratificado pavimentoso não queratinizado e é desprovida de glândulas. O lúmen da vagina é revestido por epitélio estratificado pavimentoso não queratinizado. Sua parede é lubrificada principalmente pelo muco produzido pelas glândulas cervicais, as glândulas vestibulares maiores e menores, localizadas na parede do vestíbulo da vagina, produzem muco adicional que lubrifica a vagina. A lâmina própria apresenta duas regiões distintas. A região externa, formada por tecido conjuntivo frouxo muito celularizado e a região mais profunda, adjacente a camada muscular é mais densa e pode ser consideradacomo submucosa, essa região contém numerosas veias de paredes finas que simulam o tecido erétil durante e excitação sexual, existem numerosas fibras elásticas imediatamente abaixo do epitélio e algumas das fibras se estendem até a camada muscular. Na lâmina própria são encontrados numerosos linfócitos que migram para o epitélio. Genitália externa A genitália feminina consiste em um conjunto de estruturas denominadas pudendo feminino, que apresenta um epitélio estratificado pavimentoso: • Monte do púbis: Proeminência arredondada sobre a sínfise púbica formada por tecido adiposo subcutâneo. • Lábios maiores do pudendo: Duas grandes pregas longitudinais de pele, que se estendem do monte púbis e que formam os limites laterais da fenda urogenital. A superfície externa é revestida por pelos púbicos, já a interna é lisa e desprovida de pelos. Existe glândulas sebáceas e sudoríparas em ambas superfícies. • lábios menores do pudendo: Consiste em um par de pregas desprovida de pelo. O centro de tecido conjuntivo dentro de cada prega é desprovido de gordura, mas contem numerosos vasos sanguíneos e fibras elásticas delgadas. • Clitóris: Estrutura erétil homologa ao pênis, seu corpo é composto por dois pequenos corpos eréteis unidos: corpos cavernosos; glande do clitóris que é um pequeno tubérculo arredondado na extremidade dos corpos cavernosos. A pele sobre a glande é muito fina, forma o prepúcio do clitóris e contem numerosas terminações nervosas sensoriais. • Vestíbulo da vagina: Revestido por epitélio estratificado pavimentoso, numerosas glândulas mucosas pequenas, as glândulas vestibulares menores (também chamadas glândulas de Skene), encontradas principalmente próximo do clitóris e ao redor do óstio externo da uretra. As glândulas vestibulares maiores (de bartholin) secretam muco lubrificante. O Ducto dessas glândulas abre-se no vestíbulo próximo da abertura vaginal. Existem numerosas terminações nervosas sensoriais na genitália externa: Os corpúsculos de Meissner são particularmente abundantes na pele sobre o monte do púbis e os lábios maiores do pudendo Os corpúsculos de Pacini estão distribuídos nas camadas mais profundas de tecido conjuntivo, e são encontrados nos lábios maiores do pudendo e em associação com o tecido erétil. Os impulsos sensoriais, a partir das terminações nervosas, desempenham importante papel na resposta fisiológica durante a excitação sexual Existem terminações nervosas livres em grande número que estão igualmente distribuídas na pele da genitália externa. Sistema hormonal feminino O sistema hormonal feminino consiste em 3 hierarquias 1. O hormônio d e liberação hipotalâmica, chamado hormônio liberador de gonadotropina (GnRH) 2. Os hormônios sexuais hipofisários anteriores, o hormônio foliculoestimulante FSH e o hormônio luteinizante LH ambos secretados em resposta a liberação de GnRH no hipotálamo. 3. Os hormônios ovarianos, estrogênio e progesterona, quando são secretados pelos ovários em resposta aos dois hormônios sexuais femininos da hipófise anterior. A quantidade de GhRH liberada pelo hipotálamo aumenta e diminui de modo bem menos drástico durante o ciclo sexual mensal. CICLO OVARIANO MENSÃO: FUNÇÃO DOS HORMONIOS GONADOTROPICOS Hormônios gonadotrópicos e seus efeitos nos ovários As mudanças ovarianas que ocorrem durante o ciclo sexual dependem inteiramente dos hormônios gonadotrópicos FSH e LH que são secretados na hipófise anterior. O FSH e LH são pequenas glicoproteínas com pesos moleculares em torno de 30.000 Na ausência desses hormônios, os ovários permanecem inativos como ocorre na infância, quase nenhum hormônio gonadotrópico é secretado. Entre os 9 e 12 anos de idade a hipófise começa secretar mais FSH e LH levando ao inicio dos ciclos sexuais, que começam entre 11 e 15 anos, o período de mudança é chamado puberdade e o primeiro ciclo, menarca. Durante cada mês do ciclo sexual feminino, ocorre aumento e diminuição cíclico, tanto de FSH como LH. Tais variações acarretam alterações ovarianas cíclicas. O FSH e o LH vão estimular suas células-alvo ovarianas ao se combinarem aos receptores muito específicos de FSH e LH, nas membranas das células-alvo ovarianas. Os receptores ativados vão aumentar a secreção das células e em geral o crescimento e a proliferação delas. Quase todos esses efeitos estimuladores resultam da ativação do sistema do segundo mensageiro do monofosfato de adenosina cíclico, no citoplasma celular, levando á formação da proteína cinase e múltiplas fosforilações de enzimas chaves que estimulam a síntese dos hormônios sexuais. Crescimento do folículo ovariano – fase folicular do ciclo ovariano Quando uma criança do sexo feminino nasce, cada óvulo é circundado por uma camada única de células da granulosa; o óvulo, com esse revestimento de células da granulosa, é denominado folículo primordial. Acredita-se que durante toda a infância as células da granulosa ofereça nutrição ao óvulo e secretem um fator inibidor da maturação do oócito que mantém o óvulo parado em seu estado primordial. Em seguinte depois da puberdade quando FSH e LH da hipófise anterior começam a ser secretados em quantidades significativas, os ovários em conjunto com alguns dos folículos em seu interior começam a crescer. O primeiro estagio de crescimento folicular é o aumento do próprio óvulo, o diâmetro aumenta de 2 a 3x. Em seguida ocorre em alguns folículos o desenvolvimento de outras camadas das células granulosa, são chamados de folículos primários. Desenvolvimento de folículos antrais e vesiculares Durante os primeiros dias de cada ciclo sexual mensal feminino, as concentrações de FSH e LH secretados pela hipófise anterior aumentam de leve a moderadamente, o aumento de FSH é maior do que de LH. Esses hormônios principalmente o FSH causam o crescimento acelerado de 6 a 12 folículos primários por mês. O efeito inicial é a rápida proliferação de células da granulosa, levando ao aparecimento de muitas outras camadas dessa célula, além disso, as células fusiformes (derivadas do interstício ovariano) agrupam-se em diversas camadas por fora das células da granulosa, sevando ao aparecimento de uma segunda massa de células, chamada TECA. Na teca interna as células adquirem características epitelioides e desenvolvem a capacidade de secretar mais hormônios sexuais esteroides (estrogênio e progesterona). A teca externa se desenvolve formando a capsula de tecido conjuntivo muito vascular, que passa a ser a capsula do folículo em desenvolvimento. Depois dessa fase proliferativa inicial, a massa de células da granulosa secreta o liquido folicular, que contem concentração elevada de estrogênio. O acumulo desse liquido ocasiona o aparecimento de antro dentro da massa de células da granulosa. O crescimento inicial do folículo primário até o estágio antral só é estimulado principalmente por FSH. Então, há crescimento muito acelerando levando a folículos ainda maiores, denominados folículos vesiculares. Isso tudo acontece pelos seguintes fatores: • O estrogênio é secretado no folículo e faz com que as células da granulosa formem quantidades cada vez maiores de receptores de FSH, o que provoca um efeito de Feedback positivo, já que as células da granulosa ficam ainda mais sensíveis ao FSH. • O FSH hipofisário e os estrogênios se combinam para promover receptores de LH nas células originais da granulosa, permitindo que ocorra a estimulação pelo LH, além da estimulação pelo FSH, provocando aumento ainda mais rápido da secreção folicular • A elevada quantidade de estrogênio na secreção folicular mais a grande quantidade de LH da hipófise anterior agem em conjunto, causando Quando os folículos antrais começam a crescer seu crescimento se da de modo quase explosivo, o diâmetro do ovulo aumenta de 3 a 4x. Enquanto o folículo aumenta o ovulo permanece incrustadona massa de células da granulosa. Apenas um folículo amadurece completamente por mês e o restante sofre atresia Após 1 semana ou mais de crescimento (antes de ocorrer a ovulação) um dos folículos cresce mais do que os outros, e os outros 5 a 11 em desenvolvimento involuem, ficam atrésicos, sofrem atresia. A causa da atresia não é conhecida, mas se sugere que as grandes quantidades de estrogênio do folículo em crescimento mais rápido agem no hipotálamo, deprimindo a secreção mais intensa de FSH pela hipófise anterior, bloqueando nessa forma o crescimento dos menos desenvolvidos. Sendo assim, o folículo maior continua a crescer por causa de seus efeitos de feedback positivo intrínsecos, enquanto outros folículos param de crescer e involuem. Ovulação Tem o ciclo sexual de 28 dias que se dá 14 dias após o inicio da menstruação. Um pouco antes de ovular, a parede externa protuberante do folículo incha rapidamente, e uma pequena área no centro da capsula folicular denominada estigma, projeta-se como um bico. Em 30m ou mais o liquido começa a vazar do folículo através desse estigma e cerca de 2m depois o estigma se rompe inteiramente, permitindo que um liquido mais viscoso que ocupava a posição central do folículo seja lançado para forma. O Liquido viscoso carrega consigo o óvulo cercado por massa de milhares de pequenas células da granulosa, denominada coroa radiada. Um pico de hormônio luteinizante é necessário para a ovulação O LH é necessário para o crescimento folicular final e ovulação, sem esse hormônio, mesmo com grandes quantidades de FSH o folículo não progredirá ao estagio de ovulação. 2 dias antes da ovulação, a secreção de LH pela hipófise anterior aumenta bastante, de 6 a 10x e com um pico em torno de 16h antes da ovulação. O FSH também aumenta em cerca de 2 a 3x o mesmo tempo. FSH e LH agem sinergicamente causando rápida dilatação folículo, durante os últimos dias antes da ovulação. O LH vai ter um efeito especifico nas células da granulosa e tecais, convertendo-as principalmente em células secretoras de progesterona. A secreção do estrogênio cai um dia antes da ovulação enquanto quantidades cada vez maiores de progesterona começam ser secretadas. É nesse ambiente de: 1. Crescimento rápido do folículo 2. Menor secreção de estrogênio após fase prolongada de sua secreção 3. Inicio da secreção de progesterona Que vai ocorrer a ovulação, sem o pico inicial de LH isso não aconteceria. Inicio da ovulação No inicio da ovulação ocorre uma grande quantidade de LH secretada pela hipófise anterior, esse LH vai ocasionar rápida secreção dos hormônios esteroides foliculares que contem progesterona. Dentro de algumas horas ocorrem dois eventos necessários para a ovulação: 1. A teca externa que é a capsula do folículo vai começar a liberar enzimas proteolíticas dos lisossomos, o que vai causar a dissolução da parede capsular do folículo e enfraquecimento dela, resultando em mais dilatação do folículo e degeneração do estigma. 2. Rápido crescimento de novos vasos sanguíneos na parede folicular, e ao mesmo tempo, são secretadas prostaglandinas que são hormônios locais que causam vasodilatação nos tecidos foliculares. Esses dois efeitos promovem transdução do plasma pro folículo, contribuindo pra dilatação, essa dilatação + degeneração do estigma faz com que o folículo se rompa e libere o ovulo. Corpo lúteo: Fase lútea do ciclo ovariano Durante as primeiras horas depois da expulsão do ovulo do folículo, as células da granulosa e tecais internas se transformam em células luteínicas. Elas aumentam de diâmetro de 2 a 3x, ficam repletas de inclusões lipídicas que as dão aparência amarelada. Esse processo é conhecido como luteinização e a massa total de células é denominada corpo lúteo. As células da granulosa no corpo lúteo vão desenvolver vastos retículos endoplasmáticos lisos intracelulares, que formam grandes quantidades de hormônios sexuais femininos progesterona e estrogênio. As células tecais formam os androgênios androstenediona e testosterona em vez dos hormônios sexuais femininos. O corpo lúteo cresce normalmente até 1,5cm de diâmetro atingindo esse tamanho 7 a 8 dias após a ovulação, depois começa a involuir e perde suas funções secretoras, 12 dias depois passa a ser o corpus albicans que durante as semanas seguintes é substituído por tecido conjuntivo e absorvido ao longo de meses. Função luteinizante do hormônio luteinizante A alteração das células da granulosa e tecais internas dependem do LH secretado pela hipófise anterior. A luteinização também depende da extrusão do ovulo do folículo, o fator inibidor da luteinização controla o processo até depois da ovulação. Secreção do corpo lúteo: Uma função adicional do hormônio luteinizante O corpo lúteo é um órgão altamente secretor, produzindo grande quantidade de progesterona e estrogênio. Uma vez que o LH tenha agido nas células da granulosa e tecais causando a luteinização, as células luteínicas recém formadas parecem programadas para seguir a sequência pré ordenada de: 1. Proliferação 2. Aumento 3. Secreção 4. Degeneração Tudo isso em 12 dias. Involução do corpo lúteo e início do próximo ciclo ovariano O estrogênio e a progesterona em menos extensão secretados pelo corpo lúteo durante a fase luteínica do ciclo ovariano tem potentes efeitos de feedback na hipófise anterior, mantendo intensidades reduzidas de FSH e LH. Além disso, as células luteínicas secretam pequenas quantidade do hormônio inibina, esse hormônio inibe a secreção de FSH pela hipófise anterior. Como resultado temos concentrações sanguíneas reduzidas de FSH e LH, por fim, isso faz com que o corpo lúteo se degenere completamente, processo chamado involução do corpo lúteo. A involução final se dá 12 dias exatos e vida do corpo lúteo, em torno do 26 dia do ciclo sexual feminino normal, dois dias antes de começar a menstruação. Acontece então a parada súbita de secreção de estrogênio progesterona e inibina pelo corpo lúteo e fim da inibição por feedback negativo da hipófise anterior, permitindo que ela secrete novamente FSH e LH em grandes quantidades, isso dará origem a novos folículos começando novamente o ciclo ovariano. Síntese dos hormônios sexuais Os estrogênios são secretados em quantidades significativas pelos ovários. O principal estrogênio secretados pelos ovários é o b-estradiol. Todos os estrogênios e progestinas são esteroides sintetizados nos ovários, principalmente do colesterol derivado do sangue, mas também da acetil coenzima A, onde múltiplas moléculas podem se combinar e formar o núcleo esteriode apropriado. Durante a síntese, progesterona e androgênios são sintetizados primeiro, em seguida durante a fase folicular do ciclo ovariano, quase todos os androgênios e grande parte da progesterona são convertidos em estrogênios pela enzima aromatase nas células da granulosa. Os androgênios difundem das células da teca para as da granulosa adjacente onde são convertidos em estrogênios pela aromatase, atividade regulada por FSH. Durante a fase lútea do ciclo, mais progesterona é formada do que pode ser convertida, o que responde pela grande secreção de progesterona no sangue circulante nesse momento. Cerca de 1/15 a mais de testosterona é secretado no plasma da mulher pelos ovários do que é secretado no plasma masculino pelos testículos. Estrogênios e progesterona são transportados no sangue e ligados a proteínas plasmáticas Os dois são transportados para o sangue, ligados principalmente a albumina plasmática e globulina de ligação especifica a estrogênio e progesterona. Essa ligação entre os hormônios e as proteínas plasmáticas é fraca o bastante para que sejam rapidamente liberadas aos tecidos em aprox. 30m. Funções do fígado na degradação do estrogênio O fígado conjuga os estrogênios para formar glicorunídeose sulfatos. Além disso, o fígado converte os potentes estrogênios estradiol e estrona no estrogênio quase totalmente impotente estriol. A redução da função hepática aumenta a atividade dos estrogênios no corpo, causando as vezes hiperestrinismo. Poucos minutos após secretada, quase toda progesterona é degradada em outros esteroides que não tem qualquer efeito progestacional. O principal produto final da degradação da progesterona é o pregnanediol. Funções dos estrogênios Uma função primaria dos estrogênios é causar proliferação celular e crescimento dos tecidos dos órgãos sexuais e outros relacionados a reprodução. Efeito do estrogênio no útero e órgãos sexuais femininos externos Os estrogênios alteram o epitélio vaginal do tipo cuboide para estratificando, sendo mais resistente a traumas e infecções. O estrogênio causa aumento do endométrio uterino, pois causam proliferação acentuada do estroma endometrial e grande desenvolvimento das glândulas endometriais, que mais tarde vão ser essenciais para a nutrição ao ovulo implantado. Efeitos dos estrogênios nas trompas de falópio Os estrogênios fazem a proliferação dos tecidos glandulares desse revestimento e o mais importante é que aumentam o numero de células epiteliais ciliadas que revestem as trompas de falópio e as intensificam. Esses cílios ajudam a propelir o ovulo fertilizado em direção ao útero. Efeito dos estrogênios nas mamas Causa o desenvolvimento dos tecidos estromais das mamas, crescimento de um vasto sistema de ducto e deposito de gordura nas mamas. Os lóbulos e alvéolos das mamas se desenvolvem ate um certo ponto sob a influencia do estrogênio, mais tarde, é determinado pela progesterona e prolactina. Em suma, da inicio ao crescimento das mamas e aparato produtor de leite, e também aparecia externa da mama feminina adulta. Efeito do estrogênio no esqueleto Inibem a atividade osteoclastica nos ossos e portanto, estimulam o crescimento ósseo, grande parte desse efeito é devido a estimulação de osteoprotegerina, também chamado fator inibidor da osteoclastogênese, citocina que inibe a reabsorção óssea. Os estrogênios aumentam ligeiramente o deposito de proteínas Os estrogênios causam leve aumento de proteína corporal total, esse efeito resulta essencialmente do efeito promotor do crescimento de estrogênio nos órgãos sexuais, ossos e poucos tecidos no corpo. Os estrogênios aumentam o metabolismo corporal e deposito de gordura Aumentam ligeiramente o metabolismo de todo corpo, mas apenas 1/3 mais do que causado pela testosterona. Causam também deposito de quantidade maior de gordura nos tecidos subcutâneos, além do deposito nas mamas, também ocorre nos glúteos e coxas. Os estrogênios tem pouco efeito na distribuição dos pelos Quase não afetam a distribuição de pelos, entretanto, se desenvolvem na região pubianica e axilas após a puberdade. Os androgênios formados em quantidades crescentes pelas glândulas adrenais femininas são os principais responsáveis por isso. Efeito na pele Os estrogênios fazem com que a pele desenvolva textura macia e normalmente lisa, fazem com que a pele se torne mais vascularizada e mais quente, promovendo maior sangramento nos cortes superficiais, mais do que se observa nos homens. Funções da progesterona Promove alterações secretora no útero Uma função importante da progesterona é promover alterações secretora no endométrio uterino, durante a ultima metade do ciclo sexual feminino, preparando o útero para a implantação do ovulo fertilizado. Também diminui a frequência e intensidade das contrações uterinas, ajudando a impedir a expulsão do ovulo implantado. Efeito da progesterona nas trompas de falópio Promove aumento da secreção pelo revestimento mucoso das trompas de falopio, necessários para nutrir o ovulo fertilizado e em divisão, quando ele passa pela trompa antes de se implantar no útero. Efeito nas mamas Promove o desenvolvimento dos lóbulos e alvéolos das mamas, fazendo com que as células alveolares proliferem, aumentem e adquiram natureza secretora. Ciclo endometrial mensal e menstruação Ocorre nos seguintes estágios: 1. Proliferação do endométrio uterino 2. Desenvolvimento de alterações secretoras no endométrio 3. Descamação do endométrio Fase proliferativa (estrogênica) do ciclo endometrial ocorrendo antes da ovulação Sob a influencia dos estrogênios secretados em grande quantidade pelo ovário, durante a primeira parte do ciclo ovariano mensal, as células do estroma e epiteliais proliferam rapidamente. Em seguida, durante a próxima semana e meia antes de ocorrer a ovulação a espessura do endométrio aumenta baste devido ao crescente numero de células estromais e crescimento progressivo das glândulas endometriais e novos vasos sanguíneos no endométrio. Na épica da ovulação, o endométrio tem de 3 a 5mm de espessura. As glândulas endometriais secretam muco fino e pegajoso, esse muco se alinha ao longo da extensão do canal cervical ajudando a guiar o espermatozoide na direção correta da vagina ate o útero. Fase secretora (fase progestacional) do ciclo endometrial ocorrendo após a ovulação. Durante grande parte da ultima metade do ciclo mensal, depois de ter ocorrido a ovulação, a progesterona e o estrogênio são secretados em grande quantidade pelo corpo lúteo. Os estrogênios causam leve proliferação celular adicional do endométrio durante essa fase, enquanto a progesterona causa inchaço e desenvolvimento secretor acentuado do endométrio. Além disso, o citoplasma das células estromais aumentam, e o fornecimento sanguíneo ao endométrio aumenta ainda mais em função ao desenvolvimento da atividade secretora, no pico da fase secretora 1 semana depois da ovulação o endométrio tem espessura de 5 a 6mm. A finalidade geral é produzir endométrio muito secretor que contenha grandes quantidades de nutrientes armazenados afim de promover condições apropriadas a implantação do óvulo fertilizado. Menstruação Se o ovulo não for fertilizado, cerca de dois dias antes do ciclo mensal, o corpo lúteo do ovário involui e a secreção dos hormônios ovarianos estrogênio e progesterona diminui. A menstruação é causada pela redução de estrogênio e progesterona no final do ciclo ovariano mensal. O primeiro efeito é a redução da estimulação das células endometriais, seguida pela involução do endométrio para cerca de 65% de sua espessura, nas próximas 24h precedem o surgimento da menstruação, os vasos sanguíneos tortuosos ficam vasoespasticos. O vasoespasmo, a diminuição dos nutrientes do endométrio e a perda de estimulação hormonal desencadeiam necrose do endométrio, especialmente dos vasos sanguíneos. O sangue primeiro penetra a camada vascular do endométrio, e as áreas hemorrágicas crescem rapidamente de 24 a 36h. Gradativamente as camadas externas necróticas do endométrio se separam do útero, 48h depois de surgir a menstruação todas as camadas superficiais do endométrio descamaram. A massa de tecido descamado e sangue na cavidade uterina mais os efeitos contrateis das prostaglandinas ou de outras substancias agem em conjunto, dando início as contrações que expelem os conteúdos uterinos.