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Caso tutoria - Sistema reprodutor feminino, ovulogênese, ciclo menstrual

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Andressa S. Pereira | MedUNEB XIII 
 
 
1 
Caso 11 – sistema reprodutor feminino 
 Desenvolvimento pré-natal → os ovários se desenvolvem na 
região lombar superior da parede posterior do abdome e migram 
em direção à parede lateral da pelve. Um processo vaginal do 
peritônio forma o canal inguinal, como no homem, e se projeta para 
o lábio maior do pudendo em desenvolvimento (homólogo feminino 
do escroto). O gubernáculo feminino é um cordão fibroso que une o 
ovário e o útero primitivos ao lábio maior do pudendo em 
desenvolvimento e dá origens aos ligamentos: 
o Ligamento útero-ovárico: entre o ovário e o útero, dessa 
forma o ovário não migra para a região inguinal. 
o Ligamento redondo do útero: parte do útero, atravessa o 
canal inguinal e se dispersa na parte anterior do lábio maior do 
pudendo. 
 Ovários → cada ovário é suspenso pelo mesovário (prega 
peritoneal), uma subdivisão do ligamento largo. Nas mulheres pré-
púberes, a túnica albugínea do ovário é coberta por uma lâmina lisa 
de epitélio germinativo, uma única camada de células cúbicas. Depois da puberdade, há fibrose e 
distorção progressiva do epitélio germinativo, em razão da repetida ruptura de folículos ovarianos e 
liberação de ovócitos. A fibrose é menor em usuárias de contraceptivos orais. 
o Ligamento suspensor do ovário: passagem de vasos sanguíneos, linfáticos e os nervos 
ovarianos, se torna contínuo com o mesovário. 
o Ligamento útero-ovárico: é mais curto e fixa o ovário ao útero. 
o Ligamento largo do útero: é formado pelo mesovário, mesossalpinge e mesométrio. 
Como o ovário está suspenso na cavidade peritoneal e sua superfície não é coberta por peritônio, o 
ovócito expelido na ovulação passa para a cavidade peritoneal. Em seguida, o ovócito é aprisionado pelas 
fímbrias do infundíbulo da tuba uterina e conduzido para a ampola, onde pode ser fertilizado. 
 
 Tubas uterinas → estendem-se lateralmente a partir dos cornos uterinos e se abrem na cavidade 
peritoneal perto dos ovários. Elas têm cerca de 10 cm de comprimento e estão no mesossalpinge (mais 
estreito). Apesar das imagens ilustrativas, muitas vezes as tubas estão dispostas assimetricamente e uma 
 Andressa S. Pereira | MedUNEB XIII 
 
 
2 
delas está em posição superior e até mesmo posterior em relação ao útero. Elas podem ser divididas em 
quatro partes, da região lateral para a medial: 
o Infundíbulo: a extremidade distal afunilada da tuba que se abre na cavidade peritoneal através 
do óstio abdominal. A extremidade distal do infundíbulo forma fímbrias sobre o ovário. 
o Ampola: a parte mais larga e mais longa da tuba. A fertilização do ovócito geralmente ocorre na 
aqui. 
o Istmo: a parte da tuba que tem parede espessa e entra no corno uterino. 
o Parte uterina: o segmento intramural curto da tuba que atravessa a parede do útero e se abre, 
através do óstio uterino, para a cavidade do útero. 
 
o Artérias ováricas originam-se da aorta abdominal. Na margem da pelve, cruzam sobre os vasos 
ilíacos externos e entram nos ligamentos suspensores. 
o Artérias uterinas se originam das 
artérias ilíacas internas. Seguem ao 
longo das faces laterais do útero, 
emitem ramos e se aproximam das 
faces mediais dos ovários e tubas 
uterinas. 
o Ramos ováricos e tubários são 
originados de bifurcações da artéria 
ovárica e da artéria uterina ascendente 
e anastomosam-se entre si, criando uma 
circulação colateral de origem 
abdominal e pélvica para ambas as 
estruturas. 
o Plexo venoso pampiniforme formado pelas veias que drenam o ovário, que se juntam para 
formar uma única veia ovárica. A veia ovárica direita ascende e entra na veia cava inferior; a veia 
ovárica esquerda drena para a veia renal esquerda. 
o Veias tubárias drenam para as veias ováricas e para o plexo venoso uterino. 
 Útero → órgão muscular oco, piriforme, com paredes espessas. Na mulher adulta, o útero geralmente 
encontra-se antevertido (inclinado anterossuperiormente em relação ao eixo da vagina) e antefletido 
 Andressa S. Pereira | MedUNEB XIII 
 
 
3 
(curvado anteriormente em relação ao colo, criando o ângulo de flexão), de modo que sua massa fica 
sobre a bexiga urinária. A posição do útero muda com o grau de enchimento da bexiga urinária e do reto, 
e também com a evolução da gravidez. Embora seu tamanho varie muito, o útero tem cerca de 7,5 cm de 
comprimento, 5 cm de largura e 2 cm de espessura. 
o Corpo do útero: forma os 2/3 superiores do órgão e inclui o fundo do útero. É separado do colo 
pelo istmo do útero (óstio uterino interno). 
o Colo do útero: 1/3 inferior do órgão. É dividido em uma porção supravaginal entre o istmo e a 
vagina, e uma porção vaginal, que se projeta para a parte superior da vagina, circunda o óstio 
uterino externo. A porção supravaginal é separada da bexiga urinária anteriormente pela 
escavação vesicouterina e do reto posteriormente pela escavação retouterina. 
o Cavidade do útero: vai do óstio uterino externo até o fundo do útero. Os cornos do útero são as 
regiões superolaterais, onde penetram as tubas uterinas. A cavidade do útero continua 
inferiormente como o canal do colo do útero, que junto com o lúmen da vagina constituem o canal 
de parto. 
 
 
 Vagina → tubo musculomembranáceo distensível (7-9 cm de comprimento), estende-se da porção 
vaginal do colo do útero até o óstio da vagina, a abertura na sua extremidade inferior. A vagina situa-se 
posteriormente à bexiga urinária e à uretra e anteriormente ao reto. Quatro músculos comprimem a 
vagina e atuam como esfíncteres: pubovaginal, esfíncter externo da uretra, esfíncter uretrovaginal e 
bulboesponjoso. 
 Andressa S. Pereira | MedUNEB XIII 
 
 
4 
 Monte do púbis → eminência adiposa, arredondada, anterior à sínfise púbica. Após a puberdade, o 
monte do púbis é coberto por pelos pubianos encrespados. 
 Lábios maiores do pudendo → pregas 
cutâneas proeminentes que proporcionam 
proteção indireta para o clitóris e para os óstios 
da uretra e da vagina. Contém tecido subcutâneo 
frouxo contendo músculo liso e a extremidade do 
ligamento redondo do útero. 
 Clitóris → órgão erétil localizado no ponto de 
encontro dos lábios menores do pudendo 
anteriormente. Consiste em uma raiz e um 
pequeno corpo cilíndrico, formados por dois 
ramos, dois corpos cavernosos e a glande do 
clitóris. 
 Vestíbulo da vagina → espaço circundado 
pelos lábios menores do pudendo, no qual se 
abrem os óstios da uretra e da vagina e os 
ductos das glândulas vestibulares maiores e 
menores. De cada lado do óstio externo da uretra 
há aberturas dos ductos das glândulas uretrais. 
O tamanho e a aparência do óstio da vagina 
variam com a condição do hímen, uma prega anular fina de túnica mucosa, que proporciona oclusão 
parcial ou total do óstio da vagina. Após a ruptura do hímen, são visíveis as carúnculas himenais 
remanescentes. Esses remanescentes delimitam a vagina e o vestíbulo. 
 Bulbos do vestíbulo → duas massas de tecido erétil alongado. 
Situam-se lateralmente ao longo do óstio da vagina. São homólogos 
ao bulbo do pênis. 
 Glândulas vestibulares → podem ser maiores ou menores e 
situam-se de cada lado do vestíbulo da vagina, posterolateralmente 
ao óstio da vagina. Os ductos delgados dessas glândulas se abrem no 
vestíbulo de cada lado do óstio vaginal. Essas glândulas secretam 
muco para o vestíbulo da vagina durante a excitação sexual. 
 Córtex ovariano → é recoberto por uma cápsula de tecido 
conjuntivo, a túnica albugínea, e uma camada de epitélio simples 
consistindo em células epiteliais da superfície ovariana. Não existem 
ductos emergindo do ovário para conduzir seus gametas para o trato 
reprodutor. Desta forma, o processo de ovulação envolve um evento 
inflamatório que causa erosão da parede do ovário. Após a ovulação, 
as células epiteliais da superfície ovariana rapidamente se dividempara 
reparar a parede. 
 Fenótipo sexual na embriogênese → a ausência de testosterona não permite o desenvolvimento dos 
ductos de Wolff, os precursores do trato genital masculino, e a ausência do hormônio antimülleriano 
permitem o desenvolvimento dos ductos de Müller, os precursores do trato genital feminino. 
 Medula ovariana → constituída por uma matriz rica em colágeno contendo fibras elásticas, também 
contém grandes vasos sanguíneos, vasos linfáticos e fibras nervosas. 
 Andressa S. Pereira | MedUNEB XIII 
 
 
5 
 Corpo e fundo → são constituídos por endométrio, miométrio e uma adventícia ou serosa, a depender 
da localização. 
O endométrio é constituído por um epitélio simples cilíndrico e uma lâmina própria, que contém 
glândulas tubulosas que se estendem até o miométrio. Ele é formado por duas camadas: 
o Camada funcional: espessa, superficialmente, 
é descamada na menstruação. 
o Camada basal: estreita, profundamente, onde 
as glândulas e células do tecido conjuntivo 
proliferam e regeneram a camada funcional 
durante cada ciclo menstrual. 
O miométrio é a parede muscular do útero, 
constituído por três camadas de músculo liso. À 
medida que o útero se estreita em direção ao colo, a 
quantidade de músculo liso diminui e este é 
substituído por tecido conjuntivo fibroso. 
 Colo → o lúmen é revestido por um epitélio simples cilíndrico mucossecretor. Entretanto, sua 
superfície externa, onde o colo se projeta para a vagina, é revestida por um epitélio estratificado 
pavimentoso não-queratinizado semelhante ao da vagina. A mucosa cervical contém glândulas 
cervicais. Embora a mucosa cervical se modifique durante o ciclo menstrual, ela não descama durante a 
menstruação. 
Representam a estrutura folicular mais precoce e simples do ovário. As 
ovogônias (células germinativas primitivas) desenvolvem-se no 
endoderma do saco vitelino logo após o primeiro mês de gestação. Elas 
sofrem várias divisões mitóticas e povoam o córtex ovariano. A partir do 
5º mês de gestação, aproximadamente 7 milhões de ovogônias entram 
no processo de meiose e se tornam ovócitos primários. Os ovócitos 
primários são circundados por um epitélio simples de células foliculares, 
dando origem aos folículos primordiais (primitivo). Envolvendo o 
ovócito, estão as células granulosas, semelhantes às células de Sertoli, 
ajudando na sustentação e maturação do ovócito. 
Estes folículos são a reserva do ovário, que é reduzida de 7 milhões para 
menos de 300 mil folículos na maturidade sexual. Destes, uma mulher 
ovulará cerca de 450, entre a menarca e a menopausa. A velocidade com 
que os folículos primordiais entram no processo de crescimento parece 
ser independente das gonadotrofinas hipofisárias, sendo mais 
dependente, nesse início, de fatores parácrinos intraovarianos, que são 
produzidos tanto pelas células foliculares como pelos ovócitos. 
Representa o primeiro estágio de crescimento folicular (pré-antral), que ocorre antes da formação de uma 
cavidade antral preenchida por líquido. Com o aparecimento de células granulosas cuboides, o folículo 
 Andressa S. Pereira | MedUNEB XIII 
 
 
6 
é denominado folículo primário. À medida que as células granulosas proliferam, formam um epitélio 
estratificado ao redor do ovócito, denominado folículo secundário. 
O folículo secundário secreta fatores parácrinos, que induzem as células do estroma adjacente a se 
diferenciarem em células epitelioides da teca, as quais formam uma camada achatada de células ao 
redor do folículo, que passa a ser denominado folículo pré-antral maduro. Durante esse estágio pré-
antral, o ovócito inicia a secreção de glicoproteínas da matriz extracelular, ZP1, ZP2 e ZP3, que formam 
a zona pelúcida, a qual aumenta de espessura e torna-se um local de ligação específico para o 
espermatozoide. Células granulosas expressam receptores para FSH durante este período, mas são 
primariamente dependentes de fatores do ovócito para crescer. 
Os folículos pré-antrais maduros se desenvolvem em folículos antrais iniciais. O epitélio da granulosa 
aumenta e os espaços são preenchidos por líquido, formando um antro. Os folículos antrais pequenos 
continuam crescendo, originando folículos antrais grandes e recrutáveis. Este período é caracterizado 
por um crescimento da cavidade antral, a qual, progressivamente, divide as células granulosas em duas 
populações discretas. 
o Células granulosas murais: são a parede externa do folículo, 
abaixo da teca. Elas se tornam altamente esteroidogênicas e 
permanecem no ovário após a ovulação para se diferenciarem 
no corpo lúteo. 
o Células do cumulus oophorus / coroa radiada: são mais 
internas, circundam o ovócito e são liberadas junto com ele 
durante a ovulação. Elas são essenciais para que as fímbrias da 
tuba uterina consigam capturar o ovócito após esse processo. 
Nos folículos primários e secundários iniciais, o ovócito não completa 
a meiose I devido a uma carência de proteínas específicas associadas 
à meiose. Entretanto, folículos antrais maiores ganham competência 
meiótica, mas ainda mantém a interrupção meiótica até o pico de LH 
que ocorre no meio do ciclo. A interrupção meiótica é decorrente da 
manutenção de níveis elevados de AMPc no ovócito maduro. Folículos antrais grandes se tornam 
altamente dependentes de FSH hipofisário para seu crescimento e manutenção da viabilidade, e 
produzem níveis baixos de estrógeno e inibina B. 
No final de um ciclo menstrual anterior, um grupo de folículos antrais grandes são recrutados para 
iniciar um desenvolvimento rápido e dependente de gonadotrofina. À medida que os níveis de FSH 
declinam, os folículos recrutados sofrem atresia até que reste apenas um folículo. Geralmente, o maior 
folículo com a maior quantidade de receptores para FSH se torna o folículo dominante. A seleção ocorre 
durante a fase folicular inicial. No meio do ciclo, o folículo dominante se torna um folículo pré-ovulatório 
grande. 
O folículo selecionado se torna uma “glândula” esteroidogênica significativa, constituindo a 
esteroidogênese ovariana, a qual requer tanto células da teca como da granulosa. 
o Células da teca: são análogas às células de Leydig testiculares, pois residem fora das células de 
“sustentação” epiteliais, expressam o receptor para LH e produzem andrógenos. Os níveis basais 
de LH estimulam a expressão de enzimas esteroidogênicas, assim como ocorre nas células de 
Leydig, mas a principal diferença entre elas é que as células da teca expressam níveis menores de 
17β-HSD, produzindo androstenediona e testosterona, em menor quantidade. Esses 
andrógenos liberados da teca se difundem pelas células granulosas murais ou penetram nos vasos 
que circundam o folículo. 
 Andressa S. Pereira | MedUNEB XIII 
 
 
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o Células granulosas murais: apresentam um grande número de receptores para FSH, além de 
serem bastante sensíveis ao FSH, o que estimula a expressão gênica e a atividade da CYP19 
(aromatase), a qual converte androstenediona em estrona, um estrógeno fraco, e converte 
testosterona em 17β-estradiol, um estrógeno potente. Além disso, o FSH induz a expressão de 
inibina B durante a fase folicular e a expressão de receptores de LH, para que essas células 
respondam ao pico de LH. 
 
O período periovulatório é definido como o tempo entre o início do pico de LH e a expulsão do 
ovócito e dura cerca de 32-36 horas, ocorrendo tanto a luteinização e formação do corpo lúteo como a 
ovulação. 
Mudanças estruturais provocadas pelo pico de LH: 
o Indução da liberação de citocinas inflamatórias e enzimas hidrolíticas das células da teca e 
granulosa: rompimento da parede do folículo e da superfície do epitélio ovariano. 
o Secreção de ácido hialurônico pelas células do cumulus: aumenta todo o complexo cumulus-
ovócito, tornando o ovócito mais facilmente capturado e transportado pela tuba uterina e o torna 
mais fácil de ser encontrado pelos espermatozoides.o Indução da progressão do ovócito para metáfase II, ficando nesse estágio até a fertilização. 
o Rompimento da lâmina basal das células granulosas murais, de forma que os vasos sanguíneos e 
a teca podem penetrar entre as células granulosas, o que aumenta o suprimento sanguíneo para 
o novo corpo lúteo. 
Mudanças na esteroidogênese provocadas pelo pico de LH: 
o Inibição transitória da expressão de CYP19: rápido declínio do estrógeno ajuda a “desligar” o 
feedback positivo da secreção de LH. 
o Aumento da expressão dos receptores para LDL e HDL: isto torna o colesterol de LDL e HDL 
acessível a estas células. 
o Aumento da expressão da proteína StAR, CYP11A1 e 3b-HSD, associado à menor atividade da 
CYP17, especialmente sua função 17,20-liase. Dessa forma, a formação da progesterona é 
favorecida e os níveis de progesterona aumentam gradualmente durante a semana seguinte. 
Após a ovulação, o remanescente da cavidade antral é preenchido por sangue proveniente de vasos 
sanguíneos danificados, dando origem ao corpo hemorrágico. Dentro de alguns dias, os eritrócitos e 
debris são removidos por macrófagos, e fibroblastos preenchem a cavidade antral com matriz 
extracelular de aspecto hialino. No corpo lúteo maduro, as células da teca aumentam de tamanho, se 
enchem de ésteres de colesterol e acabam colapsando para dentro da antiga cavidade antral, 
juntamente com vasos sanguíneos e células do tecido conjuntivo. 
 Andressa S. Pereira | MedUNEB XIII 
 
 
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O corpo lúteo humano é programado para viver por 14 dias, a menos que seja “resgatado” pela 
gonadotrofina coriônica humana (hCG), hormônio semelhante ao LH, que se origina do embrião 
implantado. Se resgatado, o corpo lúteo da gestação permanecerá viável durante a gestação 
(normalmente cerca de 9 meses). Porém, se não houver fecundação, o corpo lúteo da menstruação 
regride em 14 dias e este mecanismo parece envolver a liberação de prostaglandina PGF 2a tanto das 
células granulosas luteínicas como do útero, em resposta à diminuição dos níveis de progesterona 
durante a segunda semana da fase lútea. Vários fatores parácrinos de células imunes e vasculares 
provavelmente desempenham um papel na morte e remoção das células granulosas luteínicas. Ao final 
do ciclo, o corpo lúteo é transformado em um corpo cicatricial denominado corpus albicans, o qual se 
aprofunda na medula do ovário e é lentamente absorvido. 
A produção de progesterona está fortemente correlacionada com um padrão pulsátil de liberação de 
LH. Tanto o LH como o FSH são reduzidos a níveis basais durante a fase lútea, pelo feedback negativo 
da progesterona e do estrogênio. Além disso, as células granulosas luteínicas secretam inibina A, a qual 
reprime seletivamente a secreção de FSH. 
Durante a atresia, as células granulosas e os ovócitos dos folículos que foram recrutados sofrem 
apoptose. As células da teca persistem e repopulam em geral o estroma celular do ovário. Estas células 
da teca ainda mantêm receptores de LH e a capacidade de produzir andrógenos, sendo coletivamente 
denominadas “glândula intersticial” do ovário. 
Os neurônios hipotalâmicos secretam GnRH de forma pulsátil, o qual estimula a produção de LH e FSH 
pelos gonadotrofos. Uma alta frequência de pulsos de GnRH (um pulso a cada 60-90 min) promove, 
seletivamente, a produção de LH, enquanto uma baixa frequência de pulsos (~3h) promove a produção 
de FSH. A principal diferença entre os eixos reprodutores feminino e masculino é o pico de 
gonadotrofinas no meio do ciclo, o qual é dependente de um nível de estrógeno alto e constante, 
proveniente de um folículo dominante. Dessa forma, ocorre uma sequência de eventos que pode ser 
dividida em três estágios, começando com o final de um ciclo de 28 dias: 
 
o Na ausência do LH ou de hCG, o corpo lúteo degenera e há queda drástica de progesterona, 
estrógeno e inibina A no dia 24 do ciclo. Esses hormônios faziam um feedback negativo sobre o 
FSH e o LH, então na ausência deles, há uma elevação da secreção de FSH, principalmente, por 
conta da baixa frequência de pulsos de GnRH durante a fase lútea. 
o O aumento nos níveis de FSH permite o recrutamento de folículos antrais grandes, os quais 
produzem pequenas quantidades de estrógeno e inibina B, que por sua vez vão agir fazendo 
feedback negativo para a produção de FSH. A perda de altos níveis de progesterona (mais 
importante) e estrógeno, pelo corpo lúteo, causa um aumento na frequência de pulsos de 
GnRH, o que leva ao aumento de LH e da relação LH/FSH durante a fase folicular. 
o A resposta ovariana aos níveis decrescentes de FSH é a atresia folicular de todos os folículos 
recrutados, com exceção do folículo dominante, o qual produz quantidades crescentes de 
estrógeno e inibina B. 
o Uma vez que o folículo dominante faça com que os níveis circulantes de estrógeno excedam 
200 pg/mL, por cerca de 50 horas, o estrógeno produz um feedback positivo no gonadotrofo, 
induzindo o surto de LH do meio do ciclo, pelo aumento da frequência de pulsos do GnRH. 
 Andressa S. Pereira | MedUNEB XIII 
 
 
9 
o O surto de LH induz a maturação meiótica, a ovulação e a diferenciação das células granulosas 
em células produtoras de progesterona. Juntamente com o aumento da progesterona, há 
elevação dos níveis de estrógeno e inibina A, os quais fazem feedback negativo nos 
gonadotropos. Mesmo se os níveis de estrógeno ultrapassarem a marca dos 200 pg/mL do 
feedback positivo, os níveis altos de progesterona bloqueiam qualquer retroalimentação positiva, 
fazendo com que o FSH e o LH voltem aos níveis basais. 
o Esses níveis basais, principalmente de LH, são muito necessários para o funcionamento normal 
do corpo lúteo. Mas, com o decorrer do desenvolvimento, o corpo lúteo se torna insensível ao 
LH e pode morrer se não haver aumento de uma atividade semelhante ao LH. 
 
 Fase proliferativa → é induzida pelos níveis de estrógeno em elevação, durante a fase folicular 
ovariana. O estrógeno induz o crescimento e divisão de todos os tipos celulares do estrato basal e atua 
diretamente por meio de seus receptores α-ER e β-ER, os quais regulam a expressão gênica. Além disso, 
o estrógeno induz a expressão de receptores para progesterona, desta forma “preparando” o 
endométrio uterino para que ele seja capaz de responder à progesterona durante a fase lútea ovariana. 
 Fase secretória → a fase lútea ovariana muda a fase proliferativa do endométrio uterino para a fase 
secretória. A progesterona inibe maior crescimento endometrial e induz a diferenciação das células 
epiteliais e do estroma. Ela também induz as glândulas uterinas a secretarem um produto rico em 
nutrientes, que mantém a viabilidade do blastocisto. À medida que a fase secretória continua, as 
glândulas uterinas da mucosa ficam dilatadas. A progesterona também induz mudanças na 
adesividade do epitélio de superfície, para implantação de um embrião. Além disso, promove a 
diferenciação das células do estroma em “células pré-deciduais”, que devem estar preparadas para 
formar a decídua da gestação ou para orquestrar a menstruação na ausência de gestação. 
 Fase menstrual → a morte do corpo lúteo resulta em repentina redução da progesterona, o que leva 
a mudanças no endométrio uterino, que resultam em perda da lâmina funcional. A menstruação coincide 
com a fase folicular inicial do ovário. 
 
 Andressa S. Pereira | MedUNEB XIII 
 
 
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Aproximadamente 60% do estrógeno é transportado ligado a globulina ligadora de hormônio sexual 
(SHBG), 20% está ligado a albumina e 20% está na forma livre. A progesterona se liga principalmente a 
globulina ligadora de cortisol (transcortina) e albumina, e como sua afinidade por estas proteínas é 
baixa, sua meia-vida na circulação é em torno de 5 minutos. 
Apesar de o ovário ser o principal local de produção do estrógeno, a aromatização periférica de 
andrógenos a estrógenos pode gerar níveis locais altos de 17β-estradiolem alguns tecidos. A conversão 
periférica de andrógenos adrenais e ovarianos é uma fonte importante de estrógeno após a menopausa. 
O fato da CYP19 (aromatase) ser expressa na mama é a base para o uso de inibidores da aromatase no 
tratamento de câncer de mama dependente de estrógeno, em mulheres após a menopausa. 
Estrógenos e progestinas são degradados no fígado em metabólitos inativos, conjugados com sulfato 
ou glicuronida e excretados na urina. Os principais metabólitos do estradiol incluem estrona, estriol e 
catecolestrógenos. O principal metabólito da progesterona é o pregnanediol, o qual é conjugado com 
glicuronato e excretado na urina. 
 Tubas uterinas → o estrógeno secretado durante a fase folicular aumenta o tamanho e o peso das 
células epiteliais da camada interna das tubas. Ele promove a secreção de muco espesso no istmo e 
aumenta o tônus da muscular do istmo, desta forma mantendo o complexo cumulus-ovócito na junção 
ampola-istmo para que ocorra a fertilização. Altos níveis de progesterona, juntamente com estrogênios, 
durante a fase lútea inicial até a fase lútea média, reduzem o tamanho e a função das células epiteliais, 
promovendo, também a deciliação, também reduz a secreção de muco espesso e relaxa o tônus do istmo. 
 Miométrio → o tamanho e o número de células musculares lisas são determinados pelo estrógeno e 
pela progesterona. Mulheres saudáveis e ciclando mantêm um miométrio robusto, enquanto este se 
torna progressivamente mais fino em mulheres após a menopausa. Quando os estrógenos estão 
ausentes, a musculatura miometrial atrofia, com algumas células sofrendo apoptose. Apesar de a maior 
parte do aumento do tamanho do útero durante a gravidez estar relacionada à hipertrofia de células 
musculares lisas, a população de células musculares lisas também aumenta, sugerindo que também 
ocorre hiperplasia. 
 Colo do útero (canal endocervical) → o estrógeno estimula a produção de uma quantidade 
abundante de muco fino, aquoso e levemente alcalino, que forma um ambiente ideal para 
espermatozoide, coincidindo com a ovulação. A progesterona estimula a produção de muco escasso, 
viscoso e levemente ácido, que é prejudicial ao espermatozoide. 
 Vagina → O estrógeno estimula a proliferação do epitélio vaginal e aumenta seu conteúdo de 
glicogênio, que é metabolizado em ácido láctico por lactobacilos comensais, desta forma mantendo um 
ambiente ácido. Isto inibe a infecção por bactérias não comensais e fungos. A progesterona aumenta a 
descamação das células epiteliais. 
 Ossos → O estrógeno é necessário para o fechamento das placas epifisárias dos ossos longos em 
ambos os sexos e tem efeito ósseo anabólico e calciotrópico, estimulando a absorção intestinal de 
Ca++. O 17β-estradiol também é um dos mais potentes reguladores da função dos osteoblastos e 
osteoclastos, promovendo a sobrevivência dos osteoblastos e a apoptose dos osteoclastos (formação 
óssea). 
 Andressa S. Pereira | MedUNEB XIII 
 
 
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 Fígado → o efeito geral é a melhora dos perfis de lipoproteínas circulantes. O estrógeno aumenta 
a expressão de receptores de LDL, desta forma aumentando a eliminação de partículas LDL pelo fígado 
e aumenta os níveis circulantes de HDL. 
 Sistema cardiovascular →Mulheres antes da menopausa apresentam significativamente menos 
doenças cardiovasculares do que homens ou mulheres após a menopausa. O estrógeno promove 
vasodilatação pelo aumento na produção de óxido nítrico, o que relaxa a musculatura lisa vascular e 
inibe a ativação plaquetária. 
 SNC →O estrógeno é neuroprotetor. Os efeitos positivos do estrógeno na angiogênese podem ser 
responsáveis por algumas das ações benéficas e estimulantes do estrógeno no SNC. A progesterona 
atua no hipotálamo para aumentar o ponto de termorregulação, desta forma elevando a temperatura 
corporal. Esta é a base para a utilização da mensuração da temperatura corporal para determinar se 
ocorreu ovulação. 
 Tecido adiposo → O estrógeno reduz o tecido adiposo por reduzir a atividade da lipoproteína lipase 
e aumentar a da lipase sensível ao hormônio. A perda do estrógeno resulta no acúmulo de tecido 
adiposo, especialmente no abdome. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fontes: Moore, 8ª Ed; Gartner, 3ª Ed; Berne, 6ª Ed.

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