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Saúde Coletiva Aula 4

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4/17/22, 5:42 PM Saúde coletiva
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SAÚDE COLETIVA
UNIDADE 4 - MODELOS, ORGANIZAÇÃO E
PROMOÇÃO EM SAÚDE NO ÂMBITO DO
SUS
Autoria: Averlândio Wallysson Soares da Costa – Revisão técnica: Patrícia Passos
Simões
4/17/22, 5:42 PM Saúde coletiva
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?cd=Tf9BSnCkW0%2bHx0MiFGdOrg%3d%3d&l=S169i2SRmlzNu9NC5GqmoA%3d%3d&lc=86erYQK85t… 2/22
Introdução
Nesta última unidade, fortaleceremos uma discussão fundamental para a formação de profissionais na área da Saúde
Coletiva. Você já se perguntou qual deve ser a forma de atuação em saúde? Se existe uma forma correta ou não de
atuar? A partir de agora, veremos sobre os Modelos de Atenção à Saúde, que funcionam como estruturas idearias
para explicar os modos de intervenção em saúde.
Você já deve ter se interrogado sobre o que seria prevenção e promoção em saúde. Sabe se há alguma diferença?
Para esclarecer essas questões, estudaremos sobre essa temática, aprendendo sobre cada um desses aspectos e
compreendendo que ambos são instrumentos para a operacionalização da atenção à saúde.
Para todo esse processo, é preciso organizar equipes e serviços que atendam a tais demandas, então, como os
serviços de saúde se organizam para atender às necessidades de saúde de indivíduos e coletividades? Para isso,
elucidaremos sobre os níveis de atenção à saúde e a organização dos serviços em Redes de Atenção à Saúde (RAS).
Como já é possível perceber, esta unidade será incrível e você não perde por esperar tudo o que vem por aí. Então,
segure firme e embarque nessa importante viagem.
Bons estudos!
4.1 Modelos de Atenção à Saúde no Brasil
Neste tópico iremos promover uma importante discussão sobre os Modelos de Atenção à Saúde no Brasil, a partir do
arcabouço teórico fundamental para a construção da atuação profissional e manejo das necessidades de saúde de
indivíduos e coletividades em um espaço e tempo delimitado.
4.1.1 Modelos de Atenção: conceitos introdutórios
Em um primeiro momento é fundamental estabelecer o conceito de modelo. Acredito que pensar sobre o que seria
um modelo remete a ideia de um padrão a seguir, algo que serve de base para alcançar uma determinada condição
homogênea. Na saúde essa concepção se aplica, já que os Modelos de Atenção são padrões organizativos de formas
de atuação em saúde.
Desse modo, é importante frisar que, quando lidamos com saúde na perspectiva da determinação social da saúde, a
multiplicidade e complexidade de formas de construir saúde precisam ser consideradas. Portanto, precisamos,
inicialmente, compreender que os modelos não podem engessar ou mesmo limitar a atuação, ao contrário, devem ser
tratados como formas e impulsos para a reflexão e crítica aos processos.
No Brasil, predominam dois modelos, que atuam de forma paralela e contrária: o modelo Médico Hegemônico e o
Sanitarista. O primeiro, como o próprio nome traz, é hegemônico na sociedade, denotando o maior uso e
exequibilidade na sociedade. O segundo, diz respeito a um modelo que, mesmo atuante na sociedade, tende a ser
usado bem menos em relação ao hegemônico, ocupando uma menor relevância social, enfrentando dificuldades em
sua execução, principalmente, pelos modelos econômicos e políticos da sociedade, como o
neoliberalismo/capitalismo (PAIM, 2014).
4/17/22, 5:42 PM Saúde coletiva
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O Modelo Médico Hegemônico está centrado em um formato mais pautado nos ideais econômicos e na lógica de
lucro oriunda do capitalismo/neoliberalismo. Tende ao individualismo a concepção da saúde-doença como
mercadoria, que pode ser comercializada para obtenção de lucro. E como tal, dá ênfase ao biologicismo,
medicalização dos problemas, estímulo ao consumismo médico, participação passiva e subordinada dos
consumidores perante a figura do profissional de saúde.
O Modelo Sanitarista teve suas primeiras expressões no início da década de XX, e remete à ideia de campanha,
campanhas de vacinação, controle de epidemias, erradicação de endemias; e ainda aos programas, programas de
controle de tuberculose, saúde da criança, saúde mental, saúde da mulher, entre outros. Tende a uma abordagem
epidemiológica, no sentido de controle e erradicação de situações de saúde, assim como uma vigilância em saúde
que atenda a tais necessidades (PAIM, 2014).
Em termos conceituais e levando em consideração nossos objetivos, serão abordadas 4 estratificações, duas de cada
modelo. Em relação ao Modelo Médico Hegemônico, serão apresentadas noções sobre o Modelo Médico
Assistencial Privatista e o Modelo de Atenção Gerenciada. Quanto ao Modelo Sanitarista, serão detalhados
conceitos sobre Campanhas Sanitárias e Programas e sobre Vigilância Sanitária e Epidemiológica, de acordo com
Paim (2014). Veja a seguir.
Os Modelos de Atenção à Saúde devem englobar técnicas e tecnologias para resolver problemas e atender às
necessidades de saúde individuais e coletivas. Materializando-se como maneiras de intervenção em saúde,
acompanhando as demandas e necessidades da sociedade.
VOCÊ SABIA?
O modelo Médico Flexneriano teve sua origem nos Estados Unidos e caracteriza-se
pela perspectiva exclusivamente biologicista da doença, com negação dos
determinantes sociais de saúde. Tendo no hospital o local para a execução desse modelo
e o estímulo à disciplinariedade e uma abordagem reducionista do conhecimento.
Modelo Médico Hegemônico 
Modelo Médico Assistencial Privatista é a versão mais conhecida do
Modelo Médico Privatista. Aproxima-se da Medicina Flexneriana,
fortalecendo a clínica e os procedimentos e serviços especializados, com
uma demanda espontânea.
Modelo da Atenção Gerenciada teve seu desenvolvimento substancial
com o incremento dos planos e seguros de saúde, tendo uma abordagem
extremamente focada no custo-efetividade, custo-benefício. Utiliza
técnicas com intuito de uniformizar condutas, utilizando uma prática
baseada em evidências e protocolos assistenciais. Fortalecendo, assim, a
contenção da demanda e a racionalização dos serviços e procedimentos. 
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Modelo Sanitarista 
 
 
Campanhas Sanitárias e Programas têm seu arcabouço teórico nos
conhecimentos e fundamentos biológicos e epidemiológicos. Inclina-se
para uma gestão verticalizada, em que o centro decisório está em um
nível hierárquico superior e todos os demais reproduzem as ações
estabelecidas. Possui um plano de ação para determinados riscos e
agravos e/ou determinados grupos populacionais.
Vigilância Sanitária e Epidemiológica contempla a Vigilância
Sanitária, que se centra nos riscos, utilizando dos saberes da
biomedicina e epidemiologia, do saber jurídico; e a Vigilância
Epidemiológica centrada no controle dos danos, utilizando dos
fundamentos biológicos, estatísticos e epidemiológicos. 
 
4.2 Promover e prevenir em saúde
Neste tópico iremos elucidar sobre dois pontos que estão sempre interligados e, muitas vezes, são entendidos como
sinônimos. Porém, iremos perceber que há diferenças, estamos nos referindo à prevenção e a promoção da saúde.
Aqui, iremos discutir sobre cada um desses conceitos, com vistas ao fortalecimento da sua aplicabilidade.
4.2.1 Promoção da saúde
As intensas mudanças na sociedade, no decorrer da história, contribuíram para as transformações nos modos de
compreender e dar sentido à vida. Como a saúde e a doença são produtos dessa transformação, nesse contexto,
passaram e vem passando por mudanças nas formas de atuação.
Assim, as formas de lidar com a saúde e a doença passaram por mudanças, inclusive nas formas de atuação. No
período após a Revolução Industrial, em todo o mundo, percebe-se um acréscimo do ideário da preservação da
saúde e controle de vulnerabilidades,com intuito, a princípio, de diminuir as incapacidades e evitar o adoecimento
da mão de obra operante.
Essas mudanças, mesmo que com objetivos econômicos, em primeiro momento, embaladas pelo fortalecimento da
concepção de saúde de forma complexa e abrangente, culminaram na necessidade de formulação de estratégias que
viessem a controlar riscos e, assim, diminuir o adoecimento e consequências das patologias.
No Brasil, as primeiras expressões de saúde pública utilizaram ferramentas higienistas e sanitárias para controle de
vetores, contaminantes e diminuição de riscos de doenças. Com práticas limitadas e pouco abrangentes, não resultou
em expressivo êxito a nível coletivo. Posteriormente, ascendem movimentos com intuito de uma reforma a essa
situação, a Reforma Sanitária Brasileira que abarcou ideias de práticas que promovessem a integralidade de ações e
condutas.
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Posteriormente, em 1988, a VIII Conferência Nacional da Saúde (CNS) promove o fortalecimento da concepção de
saúde como um direito, um direito democrático inclusive, ascendendo outras demandas como a construção de um
sistema único e descentralizado. Tais conduções culminaram na necessidade de construção conceitual em legislação
do que seria saúde, que abarcou as concepções amplas que traziam os determinantes e condicionantes de saúde
como influências ao processo saúde-doença.
Essa condição de entendimento amplo de saúde como parte de uma determinação social, por influências em nível
internacional da Carta de Otawa, documento produzido na I Conferência Internacional de Promoção da Saúde,
introduziu a concepção teórica e operativa da promoção à saúde em níveis mundiais (BASSINELLO, 2014).
VOCÊ O CONHECE?
Jairnilson Silva Paim é professor Titular de Universidade Federal da Bahia e Professor
Honoris Causa da Universidade Estadual de Feira de Santana. Possui uma vasta literatura na
área de saúde pública e saúde coletiva, sendo um dos autores contemporâneos mais lidos no
que diz respeito à construção do SUS e seus reflexos atuais.
Figura 1 - Saúde de forma integrada
Fonte: Monster Ztudio, Mediapool, 2020.
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#PraCegoVer: na imagem há uma pirâmide construída de blocos, cada bloco apresenta um símbolo relacionado à
saúde, como estetoscópio, comprimido, gosta de sangue, cruz vermelha e cadeira de rodas.
Com a construção do Sistema Único de Saúde (SUS), em 1990, há um incremento do conceito ampliado de saúde,
com o acréscimo de políticas públicas, participação social, regionalização, coparticipação e intersetorialidade, que
são as bases para a promoção da saúde. Nesse sentido, há uma sinergia entre as ações para melhoramento da
qualidade de vida e para a afirmação do direito à vida e à saúde, dialogando com a promoção da saúde.
Mas aqui, se faz necessário estabelecermos, em termos conceituais e práticos, o que seria promoção da saúde, já que
se trata de todo o conjunto de políticas, planos, programas de saúde pública com intuito de favorecer a saúde das
pessoas. Em outros termos, podemos definir com a série de medidas protetivas com intuito de manejar os
condicionantes e determinantes de saúde, favorecendo o autocuidado, cidadania, liberdade, democracia e
comprimento de direitos (BASSINELLO, 2014).
Na condição ampliada de saúde, os modos de vida se referem a arranjos do sujeito e coletivo, de sua interação no
meio social, em todas as diversas áreas de abrangência, não só no âmbito da saúde. Portanto, os modos de viver
superam o modo tradicional de formas individuais de expressão da vontade, para características do grupo, das
coletividades e como o processo tem acontecido na sua própria vida, ao passo que tem suas necessidades atendidas,
novas são configuradas pela própria construção e reconstrução em seu contexto.
A promoção da saúde também mantém relação com Vigilância em Saúde, articulando e reforçando a exigência de
um movimento integrador no estabelecimento de consensos e sinergias, assim como na execução dos planos
governamentais, a fim de que as políticas públicas sejam exequíveis e adequadas à saúde da população (ROCHA,
2012).
A cidadania, na perspectiva da promoção da saúde, é peça fundamental do processo, tendo sua expressão por meio
da criatividade e do espírito inovador que torna os indivíduos como atores principais no processo de construção da
saúde. Participando de todas as etapas, desde a captação e identificação das necessidades, o planejamento, execução
e avaliação das medidas e ações de saúde.
VOCÊ QUER VER?
No vídeo Abertura do ano letivo ENSP 2014  há uma importante entrevista com Jairnilson
Paim, em que ele faz uma reflexão sobre saúde pública e saúde coletiva de suma importância
para a construção de conhecimento sobre essa área temática. Confira
em:  https://www.youtube.com/watch?
time_continue=2&v=xuUXD0SJJpE&feature=emb_logo (https://www.youtube.com/watch?
time_continue=2&v=xuUXD0SJJpE&feature=emb_logo).
https://www.youtube.com/watch?time_continue=2&v=xuUXD0SJJpE&feature=emb_logo
4/17/22, 5:42 PM Saúde coletiva
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#PraCegoVer: na imagem há duas senhoras em um parque verde, elas estão sorrindo e se exercitando com bambolê.
Para tanto, exigirá a participação de todas as expressões da comunidade, isto é, usuários, trabalhadores da saúde,
gestores, prestadores, entre outras expressões. Buscando sempre contribuir e pensar coletivamente uma prática que é
também coletiva. Promover saúde é pensar o todo, para todos, com todos e com vistas a sua integralidade (ROCHA,
2012).
A promoção da saúde é, assim, uma estratégia de produção de saúde, ou seja, é um modo de pensar e de intervir nas
políticas e tecnologias desenvolvidas em um sistema de saúde. Podemos compreender o SUS como uma
possibilidade de enfocar os aspectos que determinam o processo saúde-doença. Em um país com iniquidades como o
nosso, temos determinantes como: violência, desemprego, subemprego, falta de saneamento básico, habitação
inadequada e/ou ausente, dificuldade de acesso à educação, urbanização não planejada, fome, poluição, que são
influenciados pelos modos de intervir nas políticas e programas de saúde.
Figura 2 - Vida saudável
Fonte: Rawpixel.com, Mediapool, 2020.
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#PraCegoVer: na imagem há dois desenhos, cada um com três garotos que tentam olhar por cima de um muro. Na
primeira figura está escrito “igualdade” e cada um dos garotos está em cima de uma caixa, assim, o garoto mais
baixo não consegue ver o que acontece no outro lado do muro. Na segunda figura está escrito “equidade” e os
mesmos garotos aparecem, mas com uma distribuição diferente das caixas, o mais baixo fica com duas caixas e,
assim, fica mais elevado e consegue ver, já o mais alto não fica com caixa e mesmo assim consegue ver.
O Ministério da Saúde, por meio da Portaria MS/GM nº 687, de 30 de março de 2006, propõe a Política Nacional de
Promoção da Saúde (PNPS), com vistas a enfrentar os desafios de produção da saúde em um cenário sócio-histórico
complexo e que precisa ser considerado quanto aos aspectos sanitários e da própria situação de saúde.
A promoção da saúde por meio da PNPS se coloca como um mecanismo de empoderamento e implantação de uma
política que seja transversal, integrada e intersetorial, que possibilite uma relação entre as diversas áreas dos setores
da saúde, mas também de outros. Essa articulação se dá entre os diversos setores, não só públicos, mas também
privados. Na verdade, se estabelecem as seguintes relações: sujeito/coletivo,público/privado, estado/sociedade,
clínica/ política, setor sanitário/outros setores, buscando ultrapassar a constante fragmentação na abordagem do
processo saúde-doença. A política irá, então, fomentar os princípios e diretrizes do SUS.
Figura 3 - Igualdade x equidade
Fonte: SOU+SUS, 2020.
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4.2.2 Prevenir em saúde
A partir de agora iremos produzir uma discussão sobre uma interface aplicativa da promoção da saúde, que é a
prevenção. A prevenção em saúde se relaciona à aplicabilidade dos modos de controle e redução de riscos e
vulnerabilidades pautados em uma determinada situação. Ao contrário da promoção, que tende a abarcar a saúde de
forma geral, na prevenção conseguimos nos deter a patologias especificas ou hábitos, por exemplo.
A prevenção é classificada em níveis de acordo com sua sistemática e o que se propõe. Há quatro níveis de
prevenção, descritos a seguir.
Prevenção Primária
Trata-se de das medidas de remoção de causas e fatores de risco sobre um problema de saúde individual ou coletivo,
mas antes da existência da condição clínica/doença. Assim, trata-se de ações com intuito de amenizar os riscos e
fatores que levem ao adoecimento, por exemplo, aqui adentram medidas de promoção da saúde e proteções
especificas, como imunização, orientação de atividade física, hábitos alimentares e de vida para manter uma vida
saudável (BRASIL, 2013).
Prevenção Secundária
Trata-se das medidas com intuito de detectar um problema de saúde em fases iniciais, de preferência em estágios
subclínicos, no indivíduo ou coletividade. A perspectiva aqui é o diagnóstico precoce, a diminuição dos dados de um
possível agravamento e dos efeitos que a doença, propriamente dita, pode causar. Como exemplos temos os testes e
medidas de rastreamento como os exames citopatológicos preventivos de câncer de colo de útero, testes rápidos de
HIV, Sífilis, Hepatite, entre outros (BRASIL, 2013).
Prevenção Terciária
VOCÊ QUER LER?
É muito importante uma leitura complementar sobre uso e apropriação de tecnologias para o
cuidado em saúde, permitindo conhecer as tecnologias leves, leve-duras. Para isso, vale a
pena a leitura do texto A utilização e a apropriação das tecnologias do cuidado, disponível
em:  https://unasus2.moodle.ufsc.br/pluginfile.php/14844/mod_resource/content/2/un01/inde
x.html
(https://unasus2.moodle.ufsc.br/pluginfile.php/14844/mod_resource/content/2/un01/index.ht
ml).
•
•
•
https://unasus2.moodle.ufsc.br/pluginfile.php/14844/mod_resource/content/2/un01/index.html
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Consiste na ação implementada para a redução dos danos/prejuízos de uma determinada condição de
saúde/patologia a um indivíduo ou população. Adentra aqui a reabilitação da saúde, a fim de que os danos possam
ser controlados ou que novos danos não venham a acontecer, por exemplo, a prevenção de complicações do
Diabetes Mellitus ou Hipertensão Arterial Sistêmica, ação de reabilitação de um paciente pós Infarto Agudo do
Miocárdio ou Acidente Vascular Encefálico.
Prevenção Quaternária
Trata-se de um nível recente de prevenção, oriunda das intervenções e técnicas realizadas de forma excessiva nos
indivíduos e coletividades. Dessa forma, consiste na proteção dos indivíduos e/ou coletividades para intervenções
médicas inapropriadas, com intuito de oferecer alternativas eticamente aceitáveis, como cuidados paliativos para
pacientes oncológicos (BRASIL, 2013).
A prevenção tem como objetivo, assim, a redução do risco de se adquirir uma doença específica, reduzindo a
probabilidade de que uma doença ou desordem venha acarretar algum dano ao indivíduo, família ou coletividades
(BRASIL, 2013).
•
4.3 Atenção à saúde e sua organização
Como já percebemos, as necessidades de saúde são múltiplas e adentram os mais diversos contextos para serem
atendidas. Dessa forma, os sistemas de saúde precisam estar organizados de modo que possam abarcar as diversas
nuances de necessidades e serviços a serem prestados.
4.3.1 Níveis de atenção à saúde
Nesse sentido, temos o estabelecimento dos níveis de atenção à saúde, que são arranjos organizacionais, a fim de
tornar os serviços e estabelecimentos de saúde aptos e adequados para o atendimento das reais necessidades dos
indivíduos e coletividades. A Organização Mundial da Saúde (OMS) define três níveis de atenção à saúde: primário,
secundário e terciário. Esses termos são os mundialmente utilizados. No Brasil, há adaptações para a atenção básica,
média e alta complexidade, respectivamente análogos aos termos da OMS.
Veja quais são os níveis de atenção à saúde (BRASIL, 2018).
Atenção Primária
Nesse nível se encontram as situações com densidade tecnológica mais baixa, tendo um foco em atividades de cunho
generalista de prevenção e promoção da saúde. O foco é o atendimento de pacientes estabilizados e com grau de
cuidados que não demandem urgência e emergência, ou seja, aqui se encontram os serviços de eletivos (agendados),
programas de doenças crônicas como Hipertensão e Diabetes, pré-natal, atividades de triagem como testes rápidos e
outros. No Brasil, esse nível é representado pela Atenção Básica, materializado no cenário da Unidade Básica de
Saúde, que é porta de entrada para os demais níveis e ao próprio SUS.
Atenção Secundária
Nessa etapa estão concentrados os serviços de saúde especializados em nível ambulatorial e hospitalar. De forma
geral, tendem a ser regulados pela atenção primária ou ainda podem ser acessados diretamente. Incluem serviços
ambulatoriais especializados com serviços e consultas de especialidades, como cardiologia, oftalmologia,
endocrinologia etc., além de serviços de apoio ao diagnóstico, Policlínicas, Centro de Atenção Psicossocial (CAPS),
entre outros.
Atenção Terciária
Nesse nível estão os serviços de grande aporte tecnológico, especializados e de alto custo, abarcando intervenções
reabilitadoras. Incluem serviços como cirurgias, internação e demais condutas de alta complexidade. São exemplos
procedimentos em oncologia (incluindo quimio e radioterapia), cardiologia, oftalmologia, transplantes, parto em
•
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4/17/22, 5:42 PM Saúde coletiva
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gestações de alto risco, traumato-ortopedia, neurocirurgia, diálise (ou terapia renal substitutiva - TRS), cirurgias
(como a bariátrica), reprodução assistida, otologia (destinada ao tratamento de doenças no aparelho auditivo), dentre
outras. Incluem-se também a ressonância nuclear magnética e a medicina nuclear, hemoterapia. Além do
fornecimento de próteses ósseas, marca-passos, stendt cardíaco etc.
É importante frisar que esses níveis seguem uma ordem crescente de complexidade e aparato tecnológico, a fim de
termos a garantia de que cada paciente seja atendido no nível que necessita de atenção à saúde. O entendimento de
quais são as necessidades e ofertas que cada nível pode oferecer é de grande importância, de modo a organizar e
sistematizar os atributos de cada serviço.
4.3.2 A Atenção Básica como a porta de entrada do sistema
A Atenção Básica (AB) representa a Atenção Primária à Saúde (APS) no Brasil e se configura como a porta de
entrada ao sistema, devendo ser resolutivo para a maioria das demandas que chegam ao seu campo. Ser a porta de
entrada representa, assim, estar apta a receber e gerenciar todos os serviços ao qual se propõe e se responsabiliza,
conforme regulamenta a Política Nacional de Atenção Básica (PANB).
E tal responsabilização é o que mais caracteriza esse nível de atenção, pois temos na Atenção Básica um ponto de
encontro para o exercício dos princípios e diretrizes do SUS, tornando-os práticos e exequíveis. Para fortalecer tal
concepção vamos elucidar osatributos da APS, de acordo com Gondim, Grabois e Mendes Júnior, 2011. Veja quais
são.
Garantia de acesso, fortalecendo o ideário de universalidade;
Ser a porta de entrada ao sistema e a rede de serviços;
VOCÊ QUER LER?
Para reforçar a discussão aqui trabalhada, é de suma importância a leitura da Portaria
2.436/2017 do Ministério da Saúde
(https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2017/prt2436_22_09_2017.html), que
regulamenta a Política Nacional da Atenção Básica (PNAB).
•
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https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2017/prt2436_22_09_2017.html
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Longitudinalidade com intuito de fortalecer o vínculo do
serviço/equipe ao indivíduo/família/comunidade;
Integralidade de ações e serviços;
Coordenação de serviços, organizando o fluxo e direcionamento
do usuário/família ao serviço de saúde;
Enfoque familiar, o foco é justamente a família em suas
interações e direcionamentos;
Orientação da comunidade, fortalecendo o controle social.
Em termos conceituais a AB se caracteriza como um conjunto de ações e atividades de saúde, adentrando a
promoção e proteção da saúde, assim como prevenção de agravos, diagnóstico, tratamento, reabilitação e
manutenção da saúde, a nível individual e coletivo.
A figura a seguir demostra os valores que um serviço de atenção primária/atenção básica necessita conglomerar a
fim de ter êxito.
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Figura 4 - Elementos essenciais de um serviço de APS
Fonte: Elaborada pelo autor, baseada em GONDIM; GRABOIS; MENDES JÚNIOR, 2011.
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#PraCegoVer: na imagem há um organograma com várias palavras ao redor, deve-se ler do centro para a periferia e
assim são representados os princípios-atributos da atenção primária à saúde.
As práticas desenvolvidas pela AB acontecem por meio de exercício de práticas gerenciais e sanitárias, de forma
democrática e participativa, que se dão por meio de trabalhos em equipe, dirigidos a populações em territórios
delimitados. Essa equipe assume, então, a responsabilidade sanitária por uma área territorial delimitada, utilizando
tecnologias de complexidade, mas de baixa densidade tecnológica, a fim de resolver os problemas de saúde de maior
frequência e importância em sua área adscrita (GONDIM; GRABOIS; MENDES JÚNIOR, 2011).
#PraCegoVer: a imagem é o símbolo da Atenção Básica, há a representação de um homem, uma mulher e uma
criança nas cores azul, vermelho e branco, respectivamente. Atrás deles tem a representação de uma casa e um
prédio.
A AB considera o sujeito em sua singularidade e complexidade, dessa forma, busca uma atenção integral que, como
está inserida no território do usuário/ família/ comunidade, consegue se adaptar e se inserir nos contextos
socioculturais em que está contida. A seguir são apresentados os princípios e diretrizes do SUS e da RAS a serem
Figura 5 - Atenção Básica
Fonte: BRASIL, 2018.
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operacionalizados na Atenção Básica, de acordo com o Ministério da saúde (2017).
Regionalização e hierarquização: dos pontos de atenção da RAS, tendo a AB como ponto de comunicação.
Considera-se regiões de saúde um recorte espacial estratégico para fins de planejamento, organização e gestão de
redes de ações e serviços de saúde em determinada localidade. A hierarquização é uma forma de organização de
pontos de atenção da RAS entre si, com fluxos e referências estabelecidas.
População adscrita: população que está presente no território da AB, de forma a estimular o desenvolvimento de
relações de vínculo e responsabilização entre as equipes e a população, garantindo a continuidade das ações de
saúde e a longitudinalidade do cuidado e com o objetivo de ser referência para o seu cuidado.
Cuidado centrado na pessoa: aponta para o desenvolvimento de ações de cuidado de forma singularizada, que
auxilie as pessoas a desenvolverem os conhecimentos, aptidões, competências e a confiança necessária para gerir e
tomar decisões sobre sua própria saúde e seu cuidado de saúde de forma mais efetiva. O cuidado é construído com
as pessoas, de acordo com suas necessidades e potencialidades, na busca de uma vida independente e plena. A
família, a comunidade e outras formas de coletividade são elementos relevantes, muitas vezes, condicionantes ou
determinantes na vida das pessoas e, por consequência, no cuidado.
Resolutividade: reforça a importância de a AB ser resolutiva, utilizando e articulando diferentes tecnologias de
cuidado individual e coletivo, capaz de construir vínculos positivos e intervenções clínica e sanitariamente efetivas.
Centrada na pessoa, na perspectiva de ampliação dos graus de autonomia dos indivíduos e grupos sociais, deve ser
capaz de resolver a grande maioria dos problemas de saúde da população, coordenando o cuidado do usuário em
outros pontos da RAS, quando necessário.
Longitudinalidade do cuidado: pressupõe a continuidade da relação de cuidado, com construção de vínculo e
responsabilização entre profissionais e usuários ao longo do tempo e de modo permanente e consistente,
acompanhando os efeitos das intervenções em saúde e de outros elementos na vida das pessoas, evitando a perda de
referências e diminuindo os riscos de iatrogenia, que são decorrentes do desconhecimento das histórias de vida e da
falta de coordenação do cuidado.
Coordenar o cuidado: elaborar, acompanhar e organizar o fluxo dos usuários entre os pontos de atenção das RAS.
Atuando como o centro de comunicação entre os diversos pontos de atenção, responsabilizando-se pelo cuidado dos
usuários em qualquer um desses pontos por meio de uma relação horizontal, contínua e integrada, com o objetivo de
produzir a gestão compartilhada da atenção integral. Articulando também as outras estruturas das redes de saúde e
intersetoriais, públicas, comunitárias e sociais.
Ordenar as redes: reconhecer as necessidades de saúde da população sob sua responsabilidade, organizando as
necessidades dessa população em relação aos outros pontos de atenção à saúde, contribuindo para que o
planejamento das ações, assim como a programação dos serviços de saúde, parta das necessidades de saúde das
pessoas.
Participação da comunidade: estimular a participação das pessoas, a orientação comunitária das ações de saúde na
Atenção Básica e a competência cultural no cuidado, como forma de ampliar sua autonomia e capacidade na
construção do cuidado. Considerando ainda o enfrentamento dos determinantes e condicionantes de saúde, por meio
de articulação e integração das ações intersetoriais na organização e orientação dos serviços de saúde, a partir de
lógicas mais centradas nas pessoas e no exercício do controle social.
As responsabilidades da AB na RAS são:
Ordenar o fluxo das pessoas nos demais pontos de
atenção da RAS.
Gerir a referência e contrarreferência em outros
pontos de atenção.
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Estabelecer relação com os especialistas que cuidam
das pessoas do território.
4.3.3 Estratégia Saúde da Família
Nos serviços de AB temos a Estratégia Saúde da Família (ESF), que busca promover a qualidade de vida da
população brasileira e intervir nos fatores que colocam a saúde em risco, como falta de atividade física, má
alimentação e o uso de tabaco. Com atenção integral, equânime e contínua, a ESF se fortalece como uma porta de
entrada do Sistema Único de Saúde (SUS), visa à reorganização da APS no país, de acordo com os preceitos do
SUS, e é tida pelo Ministério da Saúde e gestores estaduais e municipais como estratégia de expansão,qualificação e
consolidação da APS. Por meio da ESF é possível reorientar o processo de trabalho com maior potencial para
aprofundar os princípios, diretrizes e fundamentos da atenção primária, e ampliar a resolutividade e impacto na
situação de saúde das pessoas, além de propiciar uma importante relação custo-efetividade. 
É importante frisar que a ESF está ligada a Unidade Básica de Saúde (UBS) local, que é o espaço em que estão
contidas as equipes. Uma ESF é composta por uma equipe multiprofissional que possui, no mínimo, um médico
generalista ou especialista em saúde da família ou família e comunidade, um enfermeiro generalista ou especialista
em saúde da família, um técnico de Enfermagem e os Agentes Comunitários de Saúde (ACS). Acresce-se ainda as
equipes de Saúde Bucal, composta por odontólogo, preferencialmente especialista em saúde da família e Técnico em
Saúde Bucal.
Cada ACS terá no máximo 750 pessoas cadastradas sob sua responsabilidade, isto é, em sua microárea. O número
de ACS por equipe deverá ser definido de acordo com a base populacional, critérios demográficos, epidemiológicos
e socioeconômicos. Cada equipe de saúde da família deve ter no máximo 4.000 pessoas cadastradas em sua área.
•
VOCÊ QUER VER?
A Estratégia Saúde da Família é uma das ações mais exitosas do SUS, no sentido de
desenvolver uma atenção integral às famílias e coletividade. De forma breve e dinâmica, o
vídeo Estratégia Saúde da Família traz  uma boa demonstração dessa prática. Assista
em:  https://www.youtube.com/watch?v=lT3VmVbdxsU (https://www.youtube.com/watch?
v=lT3VmVbdxsU)
https://www.youtube.com/watch?v=lT3VmVbdxsU
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Como forma de dar apoio à ESF e ainda fomentar a integralidade na atenção à saúde, as unidades/equipes poderão
ainda contar com os Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF), mesmo atualmente não tendo mais padrão fixo
para a sua composição. Já que cada gestor pode organizar essas equipes de acordo com suas necessidades e
possibilidades, tais equipes funcionam como rede de apoio e referência em diversos serviços como: médico
acupunturista, assistente social, profissional de educação física, farmacêutico, fisioterapeuta, fonoaudiólogo, médico
ginecologista e obstetra, médico Homeopata, nutricionista, psicólogo, médico pediatra e geriatra, terapeuta
ocupacional, médico psiquiatra; terapeuta ocupacional; médico geriatra; médico internista (clínica médica), médico
do trabalho, médico veterinário, profissional com formação em arte e educação (arte educador) e profissional de
saúde sanitarista, ou seja, profissional graduado na área de saúde com pós-graduação em saúde pública ou coletiva
ou graduado diretamente em uma dessas áreas conforme normativa vigente.
O NASF constitui uma equipe multiprofissional e interdisciplinar composta por categorias de profissionais da saúde,
complementar às equipes que atuam na AB. É formada por diferentes ocupações (profissões e especialidades) da
área da saúde, atuando de maneira integrada para dar suporte (clínico, sanitário e pedagógico) aos profissionais das
equipes de Saúde da Família (eSF) e de Atenção Básica (eAB).
4.4 Redes de Atenção à Saúde
Neste tópico iremos abordar a operacionalização dos serviços de saúde de acordo com os níveis de atenção e, assim,
possibilitar a execução dos diversos serviços e possibilidades de atenção à saúde. Isto é, trabalharemos aqui sobre as
Redes de Atenção à Saúde (RAS) que, no contexto SUS, se tornam de fundamental importância e aplicabilidade.
Inicialmente, é importante compreender que as RAS são arranjos de ações e serviços de saúde, de diversos níveis
tecnológicos e de atenção, que se conectam em um processo organizativo de forma técnica, logística e de gestão,
garantindo o cumprimento da integralidade do cuidado.
Tais arranjos se organizam de forma sistematizada, a fim de responder as necessidades específicas de saúde por meio
de um ciclo de atenção que abarque todas as situações do usuário que está imerso na rede. Não importa a
necessidade de saúde que se tenha e se essa será sanada pela Atenção Primária, Secundária ou Terciária, todos os
níveis de atenção estarão organizados e conectados de forma a promover o cuidado integral (BRASIL, 2018).
Salienta-se que a coordenação das RAS fica sob a responsabilidade da AB. Como porta de entrada ao sistema e o
nível de atenção que garante o atendimento ao máximo de demandas dos usuários, a AB é o serviço que terá relação
direta com todos os outros serviços da rede, de modo a permitir o acesso e a resolutividade do sistema perante o que
se propõe.
As RAS estão organizadas e situadas dentro de uma região de saúde. Essa região está contida em uma área
delimitada geograficamente e organizada por meio de Comissões Intergestores, que atuam na organização e
funcionamento das atividades e serviços de saúde parte da rede, a nível municipal, estadual e federal, a depender da
rede a que se propõem. A figura a seguir demostra um exemplo de RAS, em que a Unidade Básica de Saúde atua
como coordenadora.
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#PraCegoVer: na imagem há várias figuras de serviços de saúde, no centro está a UBS que, por meio de setas de
sentido duplo, faz conexão com a UPA, hospital, ambulatório de especialidades, telessaúde, academia da saúde,
CRAS e outros.
A seguir são apresentadas as principais características das RAS, a partir das quais percebemos a importância do
fortalecimento da integralidade, regionalização e equidade das ações e serviços (BRASIL, 2014).
Figura 6 - Rede de Atenção à Saúde
Fonte: BRASIL, 2020.
Composição de relações horizontais entre os serviços da rede, tendo a Atenção Básica no centro da
comunicação. 
As necessidades de saúde da população no centro da atenção.
Fortalecimento de uma atenção contínua e integral.
 
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Para a construção de uma RAS é importante atentar-se para alguns pontos como a definição clara da população e
território; diagnóstico situacional em que se identifique as maiores necessidades da população adscrita; definição dos
objetivos a alcançar; articulação do público com o privado; estabelecimento de um sistema logístico e de suporte;
investimento nas pessoas/equipes; definição de sistema de regulação e governança da rede; e financiamento
sustentável (BRASIL, 2014). 
Cuidado multiprofissional.
Compartilhamento de metas e compromisso com os resultados sanitários e econômicos. 
 
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CASO
Maria Tereza tem 48 anos, 2 filhos gêmeos e é casada com José Felipe, de 51 anos. Essa
família faz parte da área adscrita da UBS Esperança, que é responsável pelas famílias do
bairro. A unidade é composta por um médico, um enfermeiro, um técnico de enfermagem,
um dentista e um técnico em saúde bucal e seis agentes comunitários de saúde (ACS),
sendo que cada um fica responsável por uma microárea, já que a área da unidade é dividida
em seis microáreas.
A UBS presta diversos serviços com foco na saúde da família, é por isso que os filhos de
Maria Tereza fazem acompanhamento de consultas de crescimento e desenvolvimento com
o enfermeiro e o médico, tomam vacinas e já foram referenciados para um
acompanhamento com nutricionista na policlínica da região.
José Felipe faz acompanhamento nas consultas de Hiperdia, já que é hipertenso e toma
regularmente anti-hipertensivos, faz acompanhamento com o médico da unidade e
anualmente é referenciado para o cardiologista da clínica especializada do município.
Maria Tereza fez o pré-natalna própria unidade com o médico e o enfermeiro e foi
referenciada para a maternidade no momento do parto. Quando recebeu alta teve a visita da
equipe para a sua avaliação e dos bebês. Além de receber regularmente a visita da ACS
Juliana, que acompanha todas as questões de saúde da família e sempre orienta sobre
dúvidas que surgem.
E foi em uma dessas visitas que Maria Tereza foi lembrada da necessidade de fazer o
exame preventivo de câncer de colo de útero (PCCU), que estava atrasado, pois o último
tinha sido realizado há mais de 3 anos. Foi agendado o PCCU e no dia e horário Maria
Tereza foi recepcionada pelo enfermeiro da unidade que realizou o procedimento e prestou
as informações necessárias.
Após 15 dias do exame, ela foi contactada pelo enfermeiro solicitando sua presença na
unidade, lá foi informada que o seu exame constatou uma lesão que precisaria ser
averiguada com maior precisão e com maior aporte tecnológico e especialização. Sendo
assim, foi referenciada para o centro de especialidades do município, onde teve a
assistência de uma ginecologista que a submeteu a uma Colposcopia e, após uma biopsia,
constatou-se uma malignidade.
Maria Tereza ficou extremamente preocupada com a situação, já que foi informada que
teria seu tratamento realizado do hospital de oncologia. Porém, foi tranquilizada, pois seria
contrarreferenciada para a sua UBS, que também ficaria ciente do seu quadro clínico.
A equipe da UBS recebeu as informações da situação de Maria Tereza e logo foi planejado
uma visita domiciliar conjunta com o médico, enfermeiro e ACS para prestar apoio e dar
orientações para a família. Essa visita aconteceu e Maria Tereza ficou mais aliviada, pois se
sentiu apoiada por sua equipe de saúde, com a qual possui vínculo, mesmo que quem presta
o serviço não são esses mesmos profissionais, mas outros níveis de complexidade da RAS.
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Como uma forma de implementar e pactuar entre os três níveis governamentais, em 2010, por meio da portaria
ministerial 4.279, foram regulamentados grupos temáticos que possibilitaram a configuração das Redes Temáticas:
Rede Cegonha, Rede de Atenção às Urgências e Emergências, Rede de Atenção Psicossocial, Rede de Cuidado à
Pessoa com Deficiência, Rede de Atenção à Saúde das Pessoas com Doenças Crônicas.
Rede Cegonha: trata-se de uma estratégia que visa implementar
uma rede de serviços para assegurar às mulheres o direito de uma
atenção humanizada no planejamento reprodutivo, gravidez, parto
e puerpério. Garantindo ainda, às crianças, o direito ao nascimento
seguro e um crescimento e desenvolvimento saudável (BRASIL,
2014). Tais praticas se darão por meio de uma ampliação do acesso
e da melhoria da qualidade do pré-natal, vinculação da gestante
na unidade, implantação de boas práticas no parto, puerpério,
crescimento e desenvolvimento da criança.
Rede de Atenção às Urgências e Emergências: pensada de forma
integrada, busca colocar à disposição da população uma rede
integrada de urgência. Faz parte da rede o Serviço Atendimento
Móvel às Urgências (SAMU 192) e as Unidades de Pronto
Atendimento (UPA 24h), que devem trabalhar de forma integrada a
fim de atender as demandas de urgência e emergência (BRASIL,
2014).
Rede de Atenção Psicossocial: rede de serviços com vistas a
atender as necessidades de saúde mental. Com perspectivas mais
atuais de um cuidado mais centrado na pessoa e com vistas a sua
ressocialização. Possui serviços específicos, quais sejam: CAPS I,
CAPS II, CAPS III, CAPS i, CAPS ad e CAPS ad III. Juntamente com a
AB e demais serviços de média e alta complexidade buscam
atender de forma integral todas as necessidades de saúde dos
indivíduos com transtornos mentais (BRASIL, 2014).
Rede de Cuidado à Pessoa com Deficiência: constituída de
serviços que buscam propiciar atenção integral à saúde da pessoa
com deficiência. Evolve serviços de atenção básica, que acolhem e
inserem o usuário na rede, até serviços mais especializados com
foco no tratamento e reabilitação. Inclui serviços que fornecem
concessão de órteses, próteses e meios auxiliares de locomoção,
quando necessários (BRASIL, 2014).
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Rede de Atenção à Saúde das Pessoas com Doenças Crônicas:
formada por uma série de serviços e ações com foco nas doenças
crônicas, incluindo todos os níveos de atenção, por meio de ações
de prevenção, promoção, tratamento, diagnóstico, reabilitação e
redução de danos. Busca-se uma atenção integral, que amplie a
visão tradicional limitada de doença, para a uma abordagem
centrada na pessoa, que visualize e atenda todas as suas
necessidades. No foco estão as seguintes patologias: Hipertensão
Arterial, Hepatites, Diabetes, Meningites, AIDS, Câncer de mama,
Câncer de pênis, Alcoolismo, Tabagismo, Hanseníase,
Leishmaniose, entre outros.
Desta forma, pode-se compreender o delineamento das Redes de Atenção à Saúde e sua configuração, com intuito
de desenvolver a integralidade nas ações e serviços de saúde, garantindo a equidade e universalidade no acesso. 
•
Conclusão
Assim, diferentes lógicas de organização dos serviços de saúde podem ser observadas no SUS, orientadas por
critérios diversos: tipos de serviços envolvidos (ambulatoriais, hospitalares, domiciliares, urgência e emergência),
níveis de complexidade da atenção à saúde (atenção básica, média e alta complexidade) e modelos de prestação do
cuidado à saúde (Estratégia Saúde da Família). Porém, existem desafios entre essas distintas lógicas de organização
dos serviços no que se refere às propostas de planejamento e financiamento da saúde, que devem ser bem
conduzidas e de forma não fragmentada pelas esferas de governo.
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
conjecturar sobre os Modelos de Atenção à Saúde: compreensão
sobre as estratégias de intervenção para se alcançar a atenção à
saúde;
compreender os preceitos da prevenção e promoção à saúde:
possibilidade de fortalecer as particularidades e
complementariedades que cada um desses processos tem e a sua
contribuição no contexto de saúde e doença;
compreender os três níveis de atenção à saúde: primário,
secundário e terciário, visualizando a organização e
responsabilidade que cada um desses níveis;
aproximar a organização da Atenção Básica e as Redes de Atenção
à Saúde: visualização da Atenção básica como ordenadora da rede
e a porta de entrada ao SUS.
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Bibliografia
ABERTURA do ano letivo ENSP 2014 com Jairnilson Paim. Produção do Núcleo Audiovisual - Coordenação de
Comunicação Institucional (CCI/ENSP). Manguinhos, 2014. 1 vídeo (9 mim). Publicado pelo canal Ensp Fiocruz.
Disponívem em: https://www.youtube.com/watch?time_continue=2&v=xuUXD0SJJpE&feature=emb_logo
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BASSINELLO, G. Saúde Coletiva. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2014.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Implantação das Redes de Atenção à Saúde e
outras estratégias da SAS. Brasília: Ministério da Saúde, 2014.
BRASIL. Ministério da Saúde.  Portaria nº 2.436, de 21 de setembro de 2017. Brasília: Diário Oficial da
República, 2017.
BRASIL. Rastreamento. Brasília: Ministério da Saúde, 2013.
BRASIL. Manual técnico de promoção da saúde e prevenção de riscos e doenças na saúde suplementar. Rio de
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BRASIL. A saúde bucal no Sistema Único de Saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2018.
ESTRATÉGIA de saúde da família. [S. l.: s. n.], 2016. 1 vídeo (3 mim). Publicado pelo canal Conexão SUS.
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PAIM, J. S. Saúde coletiva: teoria e prática. 1. ed. Rio de Janeiro: Medbook, 2014.
GONDIM, R; GRABOIS, V.; MENDES JÚNIOR, W. V. (org.). Qualificação dos Gestores do SUS. 2. ed. Rio de
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