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APOSTILA: SINAIS VITAIS Facilitadora: Enf. Avelina dos Santos de Jesus A avaliação de sinais vitais faz parte da rotina de muitos serviços de saúde. E não é para menos, dada a importância do pulso, frequência respiratória, pressão arterial e temperatura. Esses 4 itens determinam a condição de saúde do paciente, demonstrando o desempenho em atividades corporais indispensáveis à sobrevivência Daí a necessidade de saber como verificar os sinais vitais, quais os valores normais e que condutas adotar diante de alterações. Quais são os sinais vitais? Os sinais vitais são: frequência cardíaca, frequência respiratória, pressão arterial e temperatura. Eles descrevem a performance das funções corporais básicas, que podem ser influenciadas por uma série de doenças, anormalidades internas ou externas. Geralmente, a medição dos sinais vitais faz parte do primeiro atendimento na atenção básica, ajudando na triagem dos pacientes. Frequência cardíaca Também conhecida como pulsação, a frequência cardíaca descreve o número de batimentos por minuto realizados pelo coração. Como bomba natural, o músculo cardíaco precisa bater num ritmo regular e suficiente para impulsionar o sangue pelas artérias. Depois, o líquido leva oxigênio e nutrientes para todas as células do organismo. Num adulto jovem, o pulso ideal fica entre 50 e 100 bpm (batidas por minuto). Atletas e idosos costumam ter a pulsação mais baixa, chegando a 40 bpm sem que haja comprometimento ao bem-estar. Antes de um ano, os bebês registram até 160 bpm, sem qualquer problema para a saúde. Frequência respiratória A taxa de frequência respiratória (FR) revela a quantidade de respirações completas em um minuto. Ela fica entre 12 e 20 mrm (movimentos respiratórios por minuto) num adulto saudável e com menos de 40 anos. Da mesma forma que a frequência cardíaca, a respiratória tende a sofrer variações conforme a idade. Para se ter uma ideia, os valores normais de FR para bebês menores de 1 ano ficam entre 30 e 60 mrm. Pressão arterial Quando o coração bombeia o sangue pelas artérias, o líquido faz força contra as paredes desses vasos sanguíneos. Esse é o conceito por trás da pressão arterial, medida sempre em duas partes: sistólica e diastólica. O valor sistólico corresponde à tensão no momento em que o órgão se contrai e, portanto, é superior ao diastólico. O valor obtido na diástole é mais baixo, pois se refere ao instante de relaxamento do músculo cardíaco. Idealmente, os valores de pressão num paciente adulto ficam entre 120/80 mmHg (o famoso 12 por 8). Temperatura Medida por meio de um termômetro, a temperatura demonstra o resultado entre ganho e perda de calor do corpo para o ambiente. O valor de referência é de 36,5ºC (graus Celsius), para qualquer idade. No entanto, existe uma variação aceitável, que fica entre 36,1ºC e 37,2ºC. Valores abaixo de 35,1ºC caracterizam a hipotermia, enquanto aqueles acima de 37,8ºC correspondem à febre. Importância dos parâmetros de sinais vitais Cada um dos sinais vitais mede funções fundamentais para a manutenção da vida. Quando algum deles é alterado, pode ser a primeira pista de que a saúde não vai bem. Um exemplo simples é a elevação da temperatura (febre), que pode sinalizar a existência de uma infecção. Por sua vez, uma pulsação abaixo do normal pode indicar problemas como insuficiência cardíaca. E os valores de pressão elevados constantemente revelam a hipertensão, patologia que aumenta o risco de a pessoa sofrer eventos graves como AVC e infarto do miocárdio. Quando o profissional de saúde mensura corretamente os sinais vitais, esses e outros males podem ser evitados. Ou tratados de forma precoce, com maiores chances de cura, redução das sequelas e tempo de recuperação. Na maioria das vezes, é possível abandonar comportamentos prejudiciais e adotar hábitos saudáveis, revertendo a tendência a uma patologia. Daí a importância de conhecer os parâmetros de sinais vitais, que otimizam um diagnóstico assertivo. Também permite o socorro rápido diante de variações bruscas nos valores normais, antes mesmo que o paciente perceba sintomas. Isso é bastante útil, por exemplo, para casos de pressão baixa, que raramente desencadeiam sintomas e, por consequência, dificilmente são detectados pelo doente. Tabela de sinais vitais normais Agora que você entende a importância dos sinais vitais no atendimento clínico e no atendimento pré-hospitalar (APH), vamos avançar um passo. Veja, abaixo, uma tabela com os valores de referência dos sinais vitais para cada faixa etária. Como fazer a verificação de sinais vitais A verificação de sinais vitais envolve tarefas simples, mas que pedem atenção e zelo para obter resultados de qualidade. Recomendo que você siga a seguinte ordem para essa avaliação: · Temperatura · Frequência Cardíaca · Frequência Respiratória · Pressão arterial. Passo a passo para facilitar o processo. 1. Comece pela temperatura Essa é a tarefa mais rápida, que exige apenas um termômetro de mercúrio para coletar os dados necessários. A medição pode ser feita por via oral, retal ou axilar, sendo que esta última oferece mais praticidade na rotina das unidades de saúde. Antes de colocar o termômetro em contato com a pele do paciente, desinfete o equipamento. Depois, seque a axila da pessoa e garanta que o bulbo do aparelho fique junto à pele, sendo levemente comprimido pelo braço para que não se mova. Aguarde de 3 a 5 minutos para retirar o termômetro e registrar a temperatura corporal. 2. Tome a pulsação Peça para o paciente se sentar em posição confortável, no qual possa se recostar. O pulso pode ser tomado a partir da compressão de uma artéria contra um osso, feita de modo leve. Pescoço, pulso e parte interna do braço (braquial) são bons locais para tomar a pulsação. Em adultos que estejam conscientes, o mais comum é observar a frequência cardíaca pressionando o pulso, a fim de sentir as artérias radiais. Com o braço do paciente apoiado e relaxado, utilize 2 ou 3 dedos para comprimir a parte central, logo abaixo da palma da mão. Lembre-se de não usar o polegar e indicador, que podem distorcer o resultado. Se não encontrar pulso, é possível procurar pela artéria carótida, no pescoço. Basta colocar os dedos sobre o pomo-de-adão e deslizar até a lateral para achar a pulsação. Em bebês até os 12 meses, será mais simples tomar a pulsação braquial, seguindo os mesmos passos que a medição pelo pulso. Conte os movimentos durante 60 segundos, observando se são regulares e intensos. Anote os valores obtidos para que sejam comparados aos parâmetros normais. 3. Siga para a Frequência Respiratória (FR) A FR deve ser medida logo depois da frequência cardíaca, a fim de encontrar valores confiáveis. Primeiro, coloque o paciente sentado em posição confortável e posicione o braço de maneira relaxada para verificar as incursões respiratórias. Ou coloque os dedos anelar e indicador sobre a artéria carótida, como expliquei acima. Verifique, então, a quantidade de ciclos respiratórios, contando os movimentos sentidos por 60 segundos. Durante esse período, preste atenção, ainda, nos movimentos torácicos, se há ritmo padrão para a respiração, se é profunda ou superficial. Registre os valores de FR e a posição do paciente no prontuário médico e compare os números com os valores de referência. 4. Meça a pressão arterial Caso tenha um aparelho específico, você pode escolher pelo método oscilométrico para medir a pressão arterial. Se não tiver, siga o pequeno roteiro para registrar corretamente a pressão sistólica e diastólica, baseado neste manual do SUS: · Certifique-se de que o paciente esteja tranquilo, pois o estresse e ansiedade podem aumentar os valores reais. Na dúvida, peça que ele descanse por alguns minutos antes de realizar o procedimento · Localize a artéria braquial por palpação · Prenda o manguito firmemente cerca de 2 a 3 cm acima da fossa antecubital, centralizando a bolsa de borracha sobre a artéria braquial · Mantenha obraço do paciente na altura do coração · Palpe o pulso radial, posicione o estetoscópio sobre a artéria braquial e infle o manguito até o desaparecimento do som · Faça a deflação com uma velocidade constante de 2 a 4 mmHg/segundo · Determine a pressão sistólica máxima no momento do aparecimento do primeiro som · Determine a pressão diastólica mínima no momento do desaparecimento do som · Registre os valores das pressões sistólica e diastólica, o braço em que foi feito o exame e o horário. Sinais vitais normais Atividades físicas podem alterar bastante os sinais vitais e, por isso, vale aguardar 30 minutos para medir O que altera os valores de sinais vitais? Nem sempre uma patologia é responsável por alterações nos valores normais para os sinais vitais. Há diversos fatores capazes de interferir nesses resultados, por isso, vale conversar com o paciente antes de iniciar as medições. Pergunte sobre: Exercícios físicos: é preciso esperar ao menos 30 minutos depois de se exercitar para medir os sinais vitais. A atividade física pode aumentar momentaneamente a temperatura, frequência cardíaca e respiratória Idade: como demonstrei na tabela, existem variações normais de acordo com a faixa etária Estresse: pode elevar temperatura, frequência cardíaca e respiratória Banhos: costumam interferir na temperatura Ambiente: há indivíduos que sofrem maior influência da temperatura ambiente, como os idosos Medicamentos: substâncias como a epinefrina aumentam a pulsação, enquanto os cronotrópicos digitálicos a diminuem.
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