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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE SALINÓPOLIS FACULDADE DE FÍSICA FÍSICA ELEMENTAR CONCEITUAL DEISYANE DA SILVA E SILVA RESUMO: Teoria Geral da Relatividade SALINÓPOLIS – PA 2022 CAPÍTULO 36 – TEORIA GERAL DA RELATIVIDADE Einstein incorporou as duas interpretações para a queda das bolas igualmente válidas nos alicerces de sua teoria geral da relatividade esta equivalência, ou impossibilidade de distinguir entre gravitação e aceleração. O princípio da equivalência estabelece que as observações realizadas num sistema de referência acelerado são indistinguíveis daquelas realizadas no interior de um campo gravitacional Newtoniano. Esta equivalência seria interessante se fosse aplicável apenas aos fenômenos mecânicos, mas Einstein foi além e estabeleceu que o princípio vale para todos os fenômenos naturais, também para a óptica e todos os fenômenos eletromagnéticos. A resposta de Einstein foi que a luz pode não ter massa, mas ela não está “sem energia”. A gravidade puxa a energia da luz, porque energia e massa são equivalentes. Esta foi a primeira resposta dada por Einstein, antes que ele tivesse desenvolvido completamente a teoria geral da relatividade. Mais tarde, ele forneceu uma explicação mais profunda – que a luz se curva porque se propaga num espaço-tempo com geometria curva. A presença de massa resulta numa curvatura ou dobra do espaço-tempo. A massa da Terra é pequena demais para curvar consideravelmente o espaço-tempo ao seu redor, que é praticamente plano, e assim, o encurvamento da luz em nosso ambiente imediato não é normalmente notado, próximo a corpos com massa muito maior. De acordo com a teoria geral da relatividade de Einstein, a gravitação faz o tempo correr mais devagar. Se alguém se mover no sentido em que atua a gravidade – do topo de um arranha-céu até o chão, por exemplo, ou da superfície da Terra para o fundo de um poço – o tempo correrá mais devagar no ponto onde ele chega do que no ponto de onde partiu. Podemos entender essa diminuição no ritmo dos relógios pela gravidade, aplicando o princípio da equivalência junto com a dilatação temporal a um sistema de referência acelerado. Da teoria especial da relatividade, sabemos que as medidas de espaço, bem como as de tempo, sofrem transformações quando o movimento está envolvido. Igualmente com a teoria geral: as medidas de espaço diferem entre si em diferentes campos gravitacionais, por exemplo, próximo ou longe do Sol. Os planetas orbitam o Sol e as estrelas em órbitas elípticas e movem-se periodicamente por regiões mais próximas ou afastadas do Sol. Einstein voltou sua atenção para os campos gravitacionais variáveis experimentados pelos planetas que orbitam o Sol e descobriu que as órbitas elípticas dos planetas devem sofrer precessão, independentemente da influência Newtoniana dos outros planetas. Próximo ao Sol, onde os efeitos gravitacionais sobre o tempo são maiores, a taxa de precessão deveria ser máxima; e longe do Sol, onde o tempo é menos afetado, não deveria ser percebido qualquer desvio em relação à mecânica Newtoniana. Mercúrio é o planeta mais próximo do Sol. Se a órbita de algum planeta exibe uma precessão mensurável, deveria ser a de Mercúrio, e o fato de que ela realmente precessiona – acima dos efeitos atribuídos aos outros planetas. As medidas de espaço são alteradas num campo gravitacional considerando novamente o sistema de referência acelerado que é o nosso disco em rotação. Suponha que medimos a circunferência da borda externa com uma régua, a contração de Lorentz na relatividade especial: a régua de medida aparecerá como contraída a qualquer observador que não esteja se movendo junto com ela, enquanto uma régua idêntica, movendo-se muito mais lentamente próxima ao centro do disco, não sofrerá praticamente qualquer efeito. Todas as medidas de distância ao longo do raio do disco em rotação não deveriam sofrer qualquer alteração devido ao movimento, por este ser perpendicular ao raio. Como são afetadas apenas as medidas de distâncias realizadas ao longo da circunferência, a razão entre a circunferência e o seu diâmetro, quando o disco está em rotação, não é mais igual à constante (3,14159 ...), mas uma variável que depende da rapidez do movimento de rotação e do diâmetro do disco. De acordo com o princípio da equivalência, o disco em rotação equivale a um disco estacionário onde existe um campo gravitacional próximo a sua borda, que se torna progressivamente mais fraco quando nos aproximado de seu centro. As medidas de distância, então, dependerão da intensidade do campo gravitacional (ou mais exatamente, para entusiastas da relatividade, do potencial gravitacional), mesmo se não existe movimento relativo algum. Todo objeto possui massa e, portanto, cria uma saliência ou uma depressão no espaço-tempo que o rodeia. Quando o objeto se move, a curvatura do espaço- tempo ao redor move-se a fim de ajustar-se à nova posição do objeto. Esses reajustes produzem ondulações na geometria resultante do espaço-tempo. Isso é parecido ao que acontece quando movimentamos a bola que repousa sobre o colchão d’água. Uma ondulação criada pela perturbação atravessa a superfície do colchão d’água; se movermos uma bola com mais massa, produziremos então uma perturbação ainda maior e ondas ainda mais fortes. Isso é semelhante ao espaço-tempo do universo. Ondulações semelhantes se afastam de uma fonte gravitacional à velocidade da luz e constituem ondas gravitacionais. Qualquer objeto acelerado produz uma onda gravitacional. Em geral, quanto maior a massa do objeto em movimento e quanto maior sua aceleração, mais forte é a onda gravitacional produzida. Mas mesmo as ondas mais fortes produzidas pelos eventos astronômicos comuns são extremamente fracas – as mais fracas conhecidas na natureza REFERÊNCIAS G. Hewitt, Paul. Física Conceitual. 9.ed.Porto Alegre: Bookman, 2002. G. Hewitt, Paul. Física Conceitual. 12.ed.Porto Alegre: Bookman, 2015.
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