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16/11/2015 1 QUALIDADE DA MATÉRIA PRIMA ENTREGUE NAS UNIDADES INDUSTRIAIS QUALIDADE DA MATÉRIA PRIMA • Antes exclusivamente pela POL (sacarose aparente). • Atualmente, há uma definição mais completa, que engloba as características físico-químicas e microbiológicas dessa matéria-prima, que podem afetar, significativamente, a recuperação deste açúcar na fábrica e a qualidade do produto final. Indicadores de Qualidade índice de Honig-Bogstra, que é um indicador da performance da decantação do caldo 16/11/2015 2 QUALIDADE DA MATÉRIA PRIMA • 2 tipos de fatores afetam a qualidade da matéria-prima destinada à indústria: Composição da cana (teores de sacarose, açúcares redutores, fibras, compostos fenólicos, amido, ácido aconítico e minerais afetados de acordo com a variedade da cana, variações de clima (temperatura, umidade relativa do ar, chuva), solo e tratos culturais Fatores Intrínsecos Materiais estranhos ao colmo (terra, pedra, restos de cultura, plantas invasoras) ou compostos produzidos por microrganismos devido à sua ação sobre os açúcares do colmo. Fatores Extrínsecos FATORES que interferem na Matéria Prima • Variedade de cana •O principal fator, não pode ter sua qualidade definida apenas pela pol • Conteúdo de pontas e palha •Não contém sacarose • Estágio de maturação • Predomina a formação de sacarose sobre o crescimento vegetativo • Bom fator que influencia no rendimento industrial. FATORES que interferem na Matéria Prima • Clima (umidade e temperatura) • Tem alta influência sobre a maturação. • Alta umidade no solo e alta temperatura atmosféricas → tem seu crescimento intensificado. • Baixa umidade no solo e baixa temperatura atmosféricas → aumenta concentração de sacarose e diminui o teor de açúcares redutores. • Pragas e Doenças •Tem importante participação na qualidade •Complexo broca-podridões (infecção de moendas e compromete fermentação) FATORES que interferem na Matéria Prima • Solo e Adubação •solos porosos e secos→ maturação é mais rápida •solos compactos e úmidos→ maturação mais lenta •adubação pode retardar a maturação por aumentar o crescimento • Excesso de fertilizantes visando a aumentar a produção retarda a maturação • O excesso de nitrogênio disponível na colheita, é a primeira causa do baixo conteúdo de sacarose. 16/11/2015 3 FATORES que interferem na Matéria Prima • Planejamento agrícola •O controle da maturação, de queima, da colheita e da deterioração é fundamental para o bom desempenho da unidade agroindustrial • Tipo de Colheita •Manual •mecanizada Queima Objetivo: necessidade de limpeza parcial da matéria prima, facilitando as operações de corte (manual e mecânico) Queima -Importante: queima → presença de altas temperaturas → exsudação de caldo ► possibilidade de aderência de matéria estranha ► perda de sacarose durante a lavagem na indústria ► substrato para a proliferação de microrganismos OBS.: após queima → corte, carregamento e transporte, no máximo até 24 a 36 horas. Ocorrência de chuvas, agrava o problema de perda de qualidade 16/11/2015 4 FATORES QUE INFLUENCIAM A QUALIDADE TECNOLÓGICA DA CANA • Considera-se uma cana madura quando esta atinge seu máximo teor de sacarose. • É verificado através de análises laboratoriais de amostras retiradas da lavoura, que é periodicamente monitorada. MATURAÇÃO DA CANA-DE-AÇÚCAR - O acúmulo máximo de sacarose só ocorre, quando a planta encontra condições restritivas ao seu crescimento, sendo o processo de acúmulo total de açúcares, comumente descrito como amadurecimento. MATURAÇÃO DA CANA-DE-AÇÚCAR • Maturação é a última fase dos processos fisiológicos da planta. • A primeira fase, a síntese de açúcares e sua translocação, termina na ocasião em que ocorre queda da folha; • A segunda, envolve todos os processos relacionados com o acúmulo de açúcares nos entrenós expandidos. MATURAÇÃO DA CANA-DE-AÇÚCAR 16/11/2015 5 • Assim que a planta deixa o estágio vegetativo, iniciando o processo de maturação, o teor de sacarose na planta aumenta progressivamente até determinado valor (ponto máximo). • Em seguida, inicia-se um processo de hidrólise ou inversão da sacarose por enzimas da própria planta, fazendo com que o teor total do açúcar na planta decresça progressivamente (curva de maturação). • Cada cultivar ao alcançar a maturação máxima deve ser colhida, caso contrário seu teor de sacarose declinará. MATURAÇÃO DA CANA-DE-AÇÚCAR - Brasil: 2 regiões canavieiras: - Centro Sul (PR, SP, MG, RJ, MS, MT, GO) - Nordeste: AL, PE e SE - Autorização para o início de corte: - NE (1º de setembro para fabricação do açúcar); - Centro Sul (1º de maio para fabricação do álcool e 1º de junho para fabricação do açúcar) - Datas podem ser antecipadas ou retardadas em função das condições climáticas e demanda por açúcar e/ou álcool. MATURAÇÃO DA CANA-DE-AÇÚCAR - Estabelecimento dessas épocas é função direta da maturação da cana-de-açúcar. - Matéria prima ideal: cana madura, com elevado teor de sacarose e rendimento agrícola e industrial - Importante: a sacarose é sintetizada no campo: a indústria apenas recupera (extrai) a quantidade de sacarose presente no colmo da cana-de-açúcar. MATURAÇÃO DA CANA-DE-AÇÚCAR - Fatores que influenciam na maturação: - Variedade: função do ciclo (mesmo local) e das condições climáticas (mesma variedade e locais diferentes) MATURAÇÃO DA CANA-DE-AÇÚCAR 16/11/2015 6 • Devido aos diferentes comportamentos de maturação, as cultivares de cana-de-açúcar são agrupadas em (teor de Pol acima de 13%, ou Brix > 18º): MATURAÇÃO DA CANA-DE-AÇÚCAR - Ciclo: - Precoces (para colheita em maio, junho e julho) - Médias (para colheita em junho, julho, agosto e setembro) - Tardias (para colheita em outubro e novembro) - Fatores que influenciam na maturação: - Curvas de maturação: mostram o comportamento da variedade (teor de sacarose) em função do tempo. - É específico de cada variedade e pode sofrer influência das condições climáticas, manejo fitossanitário e utilização de regulador de crescimento. MATURAÇÃO DA CANA-DE-AÇÚCAR MATURAÇÃO DA CANA-DE-AÇÚCAR - Fatores que influenciam na maturação: - Curvas de maturação: - PUI: perído útil de industrialização (período em que a matéria prima apresenta características ideais para industrialização – pol% cana acima de 13%. - Longo: mais de 150 dias - Médio: de 120 a 150 dias - Curto: 70 a 100 dias MATURAÇÃO DA CANA-DE-AÇÚCAR 16/11/2015 7 - Fatores que influenciam na maturação: - Clima: época do ano com temperaturas mais amenas e menor disponibilidade hídrica → há paralisação do desenvolvimento vegetativo, aumento do teor de sacarose e redução do teor de açúcares redutores → maturação - Na fase de maturação, a cana-de-açúcar é exigente em temperaturas baixas (abaixo de 20º C) e/ou déficit hídrico para que haja repouso fisiológico e acúmulo de sacarose nos colmos. - Região centro-sul: essas condições são características do período de maio a setembro MATURAÇÃO DA CANA-DE-AÇÚCAR - Fatores que influenciam na maturação: - Outros fatores: tratos culturais, idade da cultura, sanidade, fertilidade do solo e adubação, exposição do terreno e presença de umidade. MATURAÇÃO DA CANA-DE-AÇÚCAR DETERMINAÇÃO DO ESTÁGIO DE MATURAÇÃO • A maturação ocorre da base para o ápice. IM = brix da ponta do colmo / brix da base do colmo IM Estágio de Maturação < 0,60 Cana verde 0,60 – 0,85 Cana em maturação 0,85 – 1,00 Cana madura > 1,00 Cana em declínio de maturação • Conhecendo-se essa curva e definindo-seos teores mínimos de sacarose, que permitam às canas serem industrializadas, é possível definir- se a época da safra e a duração do período em que as mesmas podem ser cortadas. MATURAÇÃO DA CANA-DE-AÇÚCAR 16/11/2015 8 • Esse período varia para as diferentes variedades e é definido como Período Útil de Industrialização (PUI). • Variedades podem ser classificadas em: • PUI curto: (70 a 110 dias) • PUI médio: (110 a 150 dias) • PUI longo: (>150 dias) MATURAÇÃO DA CANA-DE-AÇÚCAR MATURAÇÃO DA CANA-DE-AÇÚCAR 16/11/2015 9 IMPUREZAS são elementos indesejáveis ao processo de origem mineral ou vegetal. Mineral Causam prejuízos à industria por provocarem desgastes em equipamentos (Bombas, tubulações, desgaste de moendas). Geralmente removida na mesa de Alimentação (lavagem de cana). Vegetal São fibras que não contém sacarose. Geralmente palha resultante de mal queima da cana devido umidade do canavial ou do desponte alto. Aumenta o volume de cana reduzindo o rendimento da extração. Consome potencia desnecessária das turbinas e motores. Matéria Prima 16/11/2015 10 Fator determinante: Tempo entre corte e processamento, HORA QUEIMA. Ocorre inversão de Sacarose para Glicose e Frutose. Causada pela ação de Fungos e Bactérias. Perdas consideráreis de produção (sacarose). DETERIORAÇÃO Fermentação – colheita extração 16/11/2015 11 16/11/2015 12 16/11/2015 13 CONTAMINAÇÕES MICROBIOLÓGICAS - IMPACTOS • Produção de Álcool (metabólicos produzidos) • • Perdas de rendimento e inibição da levedura; • • Reduz a viabilidade do fermento (diminui a % fermento no vinho); • • Floculação do fermento → relação cél. levedura/célula de bactérias • Produção de Açúcar • • velocidade de cristalização; • • qualidade do açúcar; • • granulometria do açúcar (agulha); • • maiores perdas de açúcar; • • incrustações de elementos de aquecimento. • • clarificação do caldo (temp. 100 a 105°C) elimina células vegetativas, esporuladas e bactérias formadoras de dextrana (50% remoção). 16/11/2015 14 DEXTRANA - Qual o impacto da dextrana no processo? • Redução do rendimento na fábrica de açúcar • Aumento da viscosidade do caldo • Afeta a cristalização do açúcar • Prejudica a qualidade do açúcar • Eleva as perdas industriais 16/11/2015 15 16/11/2015 16 AMIDO • Tamanho médio dos grãos: 5 m a 1 m • Concentração (Cana): 2000 ppm a 50 ppm • Gelatinização no aquecimento e caleagem • Recristalização durante a evaporação O QUE FAZER SE O PROBLEMA PERSISTE? • Prevenção: AMIDO ; Através de manutenção de baixos índices de Impurezas vegetais (pontas e folhas) Dextrana ; Manter baixa a infecção da cana ( Bastonetes no PCTS abaixo de 10e4/mL), emprego de Bactericidas ou Anti- septicos no caldo da moenda . 16/11/2015 17 O QUE FAZER SE O PROBLEMA PERSISTE? • Aplicação de enzimas ( Curativo): •Alfa-amilase: aplicar no último e penúltimo corpo da evaporação •Dextranase: difícil aplicação, é cara CONTAMINAÇÃO = PERDAS • Sacarose • Glicose + Frutose • Bactérias sequestram Glicose • Produzem ácido lático • Consequência direta: queda do pH 16/11/2015 18 OPERAÇÕES DE PREPARO DA MATÉRIA PRIMA OPERAÇÕES DE PREPARO DA MATÉRIA PRIMA Operações importantes entre a liberação para o corte e a industrialização da matéria prima (produção de açúcar e álcool) → objetivo: matéria prima de melhor qualidade e melhor rendimento industrial. 1. Determinação da maturação 2. Liberação ou autorização (cana madura e alta produtividade) OPERAÇÕES DE PREPARO DA MATÉRIA PRIMA 3. Queima? Objetivo: necessidade de limpeza parcial da matéria prima, facilitando as operações de corte (manual e mecânico). OPERAÇÕES DE PREPARO DA MATÉRIA PRIMA 3. Queima? ► presença de fuligem ►emissão de CO2 e gases de S e N (chuva ácida) ► necessidade de equipes especializadas 16/11/2015 19 OPERAÇÕES DE PREPARO DA MATÉRIA PRIMA 3. Queima? - Conceito de cana integral ou cana crua ou cana energia – possibilidade de aproveitamento da biomassa produzida. -Lei de regulamentação de queimadas em canaviais. OPERAÇÕES DE PREPARO DA MATÉRIA PRIMA 4. Corte: manual (necessidade de cana queimada) e mecânico (necessidade de cana e área adequada para a operação) 5. Carregamento - Operação distinta do corte – operação de importância quanto a quantidade de matéria estranha na carga - Operação simultânea ao corte – colheita mecanizada OPERAÇÕES DE PREPARO DA MATÉRIA PRIMA 4. Transporte: rodoviário, ferroviário, hidroviário e animal 5. Sistema de recepção Caminhão → balança → laboratório → descarga Descarga → páteo de estoque ou direto na Mesa de alimentação OPERAÇÕES DE PREPARO DA MATÉRIA PRIMA 5. Sistema de recepção Balança – registra a quantidade de matéria prima (kg ou t) que a indústria está recebendo. Importante: ficha de identificação da carga (local de origem da carga, número do caminhão e da carreta, nome do carregador, horário de carregamento, etc.) Laboratório: avalia a qualidade da matéria prima recebida (avaliar etapas entre a liberação e a recepção da matéria prima e pagamento da matéria prima em termos de qualidade)
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