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APOSTILA DE TECNOLOGIA DE FRUTAS E HORTALIÇAS E PROCESSAMENTO DE VEGETAIS 1 PANORAMA Entre os maiores produtores de frutas e hortaliças do mundo estão a China, a Índia e o Brasil. A China produz de forma mais representativa melancia, maçã e uva, a Índia produz a banana e o Brasil produz a laranja, banana, abacaxi e côco. Devido à elevada extensão territorial e ao clima favorável e diversificado em várias partes do país o Brasil tem a coexistência de várias variedades de frutas desde tropicais a temperadas. Grande parte de toda produção brasileira, no entanto, abastece o mercado interno, ou seja, as agroindústrias. E por esse motivo o Brasil não é exportador importante ocupando em geral as posições entre 10ª colocação e 20ª. Isso porque, o mercado não é organizado suficiente e dessa forma não consegue vencer as barreiras protecionistas de outros países, o material vegetal também, peca muito em qualidade e o marketing desses produtos praticamente inexiste. Diante desse cenário, houve em 1998 como iniciativa do Instituto Brasileiro de Frutas (IBRAF) uma tentativa de consolidar a imagem do Brasil como grande produtor e exportador de frutas frescas e processadas com qualidade, diversidade e salutabilidade, criando-se o programa Brazilian Fruit que em parceria com a APEX-Brasil. O projeto teve início com a promoção de 4 frutas frescas, atualmente agrega mais de 20 produtos frescos e processados. Os frutos desta iniciativa podem ser percebidos nos resultados das exportações: em 1998 foram exportadas 296 mil toneladas de frutas frescas, já em 2008,o volume saltou para 888 mil toneladas. Quanto às frutas processadas em 2007 foram exportados US$ 2,7 bilhões. Além do aumento das exportações, cabe destacar nos últimos anos o crescimento no número de empresas exportadoras. No Brasil os principais estados que exportam frutas são: Ceará, Rio Grande do Norte, Bahia, São Paulo e Pernambuco sendo que a maior parte vai para Holanda, Reino Unido e Espanha por transporte marítimo. A exportação é maior em volume para banana e em receita para manga e uva. A importação vem em grande parte do Chile, da Argentina, da Espanha e da Itália e as frutas são em a pêra, maçã, ameixa e uva. O consumo de frutas e hortaliças no Brasil apesar da destinação de grande parte da produção ficar no próprio país ainda é baixa cerca de 28 kg/hab/ano. As causas apontadas para o baixo consumo de frutas e hortaliças são: a má qualidade das frutas, educação alimentar falha, aumento no consumo de produtos industrializados e a habitação em grandes metrópoles. Ainda há como nosso país crescer em qualidade tanto de frutas in natura quando de processamento e em consumo desses produtos e com isso crescer comercialmente se destacando cada vez mais no cenário internacional, mas para isso o investimento e comprometimento do governo e da cadeia produtiva como um todo devem ser revistos e melhorados. 2 DEFINIÇÕES E CLASSIFICAÇÕES De acordo com a CNNPA n°12 de 1978, fruto é o resultado procedente da frutificação de uma planta. Em sentido genérico é considerado o produto vegetal que é comestível, carnoso e doce. No sentido botânico pode ser definido como o resultado do desenvolvimento do ovário de flores ou inflorescências das angiospermas em consequência da fecundação. Apesar dessa definição já se conhecem algumas exceções com frutos que surgem a partir de ovário sem fecundação (pseudofrutos) como caju, morango e maçã a partir de órgãos acessórios como eixo floral e receptáculo. E também de frutos que surgem com sementes imobilizadas (partenocárpicos) como a banana. No sentido fisiológico fruto é o tecido que suporta o óvulo e seus desenvolvimento é dependente de eventos que ocorrem nesses óvulos (com exceção de frutas secas e nozes). Os frutos podem ainda ser classificados de acordo com a consistência do pericarpo duro e seco Ex. nozes (frutos secos) ou carnosos e macios (polpa) Ex. ameixa. De acordo com a liberação/ou não de sementes: deiscentes se abre para liberar sementes ex. castanhas; ou indeiscentes, não abre para liberar sementes, ex. morango, mamão. De acordo com o número de ovários de origem os frutos podem ser simples (verdadeiros) um ovário e uma flor gerando bagas (indeiscentes e suculentos ex. tomate) ou drupas (indeiscentes, carnoso e fibroso-caroço ex. pêssego). Ainda há os frutos com mais de um ovário com uma flor ou várias flores ex. pinha, amora-negra. Os pseudofrutos são procedentes de uma flor que desenvolve outra parte além do ovário. O pericarpo se desenvolve a partir de um órgão acessório. Em relação ao número de sementes os frutos podem ser partenocárpicos (sem fecundação ausência de sementes); mono/di/trispérmicos ( 1/2/3 sementes); polispérmicos (4 ou mais sementes). Número de carpelos de origem podem ser monocárpicos (ovário com um carpelo); apocárpicos ( ovários tem carpelo livres); sincárpicos( infrutescências ovários flores vizinhas). Em relação a produção de etileno são divididos em climatérico ou não climatérico. Hortaliças, entretanto, tem definição botânica ou morfológica inviável em razão do número de órgãos reprodutivos, e da influencia de fatores climáticos e agrotécnicos na pós – colheita dos vegetais. Por exemplo, esse produtos são colhidos maturos ou até imaturos e apresentam idade fisiológica variável, são também, de diferentes famílias botânicas. Em sentido genérico são conhecidas como partes das plantas que não pertencem ao grupo de frutas e cereais e que são consumidas frescas, cruas ou processadas. Cultivadas em horta. Morfologicamente podem ser classificadas quanto à parte utilizada para consumo. A parte área abriga as folhas (alface, couve, salsa), os pecíolos (aipo, erva-doce, ruibarbo), as hastes (aspargo) e inflorescências (brócolis, couve-flor, alcachofra). A parte subterrânea abriga as raízes (cenoura, beterraba, mandioca) os rizomas e tubérculos /caules ( batatas, gengibre, inhame) e bulbos (alho e cebola). Os frutos são divididos em carnosos (pepino, jiló), não carnosos (ervilha, vagem), maturos ( tomate, melão, abóbora) e sementes (feijões, lentilhas). Comercialmente as hortaliças podem ser classificadas em verduras (folhas verdes), legumes (fruto/semente) e raízes (produtos subterrâneos). Em relação à qualidade as frutas e hortaliças podem ser classificadas em Extra, 1ª, 2ª e 3ª qualidade. Qualidade extra: quando constituída por hortaliças de elevada qualidade, bem desenvolvidas, compactas e firmes. Não são permitidos defeitos nas hortaliças desta classe. É indispensável uniformidade na coloração, tamanho e conformação. De primeira - quando constituída por hortaliças de boa qualidade, bem desenvolvidas, compactas e firmes. As hortaliças deverão apresentar coloração uniforme, típica da variedade. Não são permitidos danos nas hortaliças, que alterem sua conformação e aparência, contudo, são tolerados ligeiros defeitos ou manchas. Não são permitidas rachaduras, cortes e perfurações. De segunda - quando constituída por hortaliças que não foram classificadas nas classes anteriores. São tolerados ligeiros defeitos na conformação e ligeira descoloração desde que não afetem seriamente as suas características. São também tolerados pequenos danos de origem física ou mecânica, desde que não causem defeitos graves. Terceira qualidade raízes e produtos para fins industriais. 3 CICLO VITAL Após a germinação ou iniciação o ciclo vital dos órgãos vegetais é composto por três fases fisiológicas: crescimento, maturação e senescência. Inicialmente o desenvolvimento (formação, crescimento e maturação) ocorre mediante uma séria dinâmica de processos fisiológicos e bioquímicos geneticamente programados culminando em senescência e morte celular. • Crescimento: corresponde ao aumento irreversível do tamanho ou volume celularacompanhada pela biossíntese de novos constituintes do protoplasma, mudanças quantitativas. Ao passo que a diferenciação diz respeito as mudanças qualitativas. • Maturação: sequência de mudanças bioquímicas, fisiológicas e estruturais dos frutos conduzindo-os a um estado que os torna comestíveis. Ocorre entre o final do desenvolvimento e o início da senescência antes que o desenvolvimento completo seja atingido. Maturidade fisiológica- continua desenvolvimento fora da planta mãe (ponto de colheita climatéricos). Maturidade horticultural- quando o fruto possui os pré-requisitos para utilização pelo consumidor. • Amadurecimento: é a fase final da maturação. Um conjunto de processos que resultando em características de estética e qualidade para o fruto. Há um aprimoramento das características sensoriais que torna os frutos aptos para o consumo. • Senescência: processos predominantemente degradativos que resulta na morte dos tecidos. Na década de 20 os frutos foram simplistamente classificados, quanto ao padrão respiratório, como climatéricos quando havia um pico respiratório durante o amadurecimento. Quando o etileno foi descoberto como hormônio do amadurecimento o comportamento do etileno foi incorporado ao conceito inicial de frutos climatéricos, esses frutos apresentam também um pico da produção de etileno durante o amadurecimento que pode ou não coincidir com o a atividade máxima respiratória (representada pelo pico respiratório). Esses frutos, principalmente devido a alta atividade respiratória podem amadurecer fora da planta-mãe. Esses frutos denominados climatéricos passam por essas alterações respiratória e hormonal em etapas. A) pré-climatérico: antecede a elevação súbita na produção de etileno e da atividade respiratória. B) climatérico: máxima produção de etileno e alta atividade respiratória. C) pós-climatérico: declínio da produção de etileno e atividade respiratória. O fruto não climatérico era aquele oposto, aquele que não sofria um pico de atividade respiratória nem de etileno durante o amadurecimento e possuía em geral, baixa atividade respiratória, o que não o permite amadurecer após o desligamento da planta-mãe. Essas classificações ainda são amplamente aceitas e utilizadas. No entanto, a fisiologia do amadurecimento compõe-se de uma séria de processos complexos e interligados, sendo assim um comportamento de um fruto na pós-colheita pode não corresponder aos padrões previamente estabelecidos. Ex. A goiaba Pedro Sato é atualmente classificada como “suppressed climacteric” porque fora do padrão de classificação oriundo da década de 20 esse fruto possui aumento gradual de etileno até o final do amadurecimento, não apresenta mínimo pré-climáterico, máximo climatérico e pós climatérico, apesar de possuir aumento do etileno. Há ainda outros casos fora do padrão como frutos não climatéricos em que acontece um aumento da síntese de receptores de etileno. Alguns estudos comprovam que a energia gerada pelo metabolismo basal é suficiente para promover transformações bioquímicas durante o amadurecimento. Nota-se também que o climatérico pode depender de fatores como condições de cultivo, variedade e ponto de colheita. 4 COLHEITA A colheita de frutas e hortaliças é um desafio e pode ser complexa, dependendo da espécie, maturidade do produto e período de colheita. Em linhas gerais, considera-se a colheita podendo ser única ou múltipla. A única é realizada em hortaliças, e a múltipla mais em frutas como morango ou tomate. A colheita pode ser dividida em três tipos: manual, mecanizada e por equipamento de auxílio. A colheita manual tem a vantagem de que se o ser humano for bem treinado (sensorialmente: tato, olfato e visão) a tarefa será um sucesso, pois o homem é mais cuidadoso que a máquina ocasionando menos injúrias. Incorre, no entanto, em alto custo de mão-de-obra, e será um problema caso as pessoas estejam destreinadas ou sejam desqualificadas para o trabalho. A colheita por equipamento de auxílio tem o objetivo de reduzir o esforço e energia necessários para realizar cada operação. Esses equipamentos podem ser lâminas ou até mesmo complexas plataformas móveis. A colheita mecanizada caracteriza-se por existir uma máquina que desenvolve todas as atividades relativas à colheita, mas é limitada para algumas culturas que tão sensíveis. As vantagens desse tipo de colheita é a redução em custos e o aumento de rendimento. Essas máquinas podem, entretanto, não serem muito seletivas em caso de amadurecimento diferenciado de frutos em uma mesma árvore e pode comprometer a aparência dos frutos e podem ser de difícil manipulação. Logo, essa colheita é utilizada potencialmente para produtos destinados para processamento. 5 CRITÉRIOS DE COLHEITA Os critérios de colheita são vários e podem ser utilizados conjuntamente para um resultado mais confiável. Recomenda-se avaliação de pelo menos três atributos, no mínimo, para determinar com precisão o ponto de colheita de um fruto. Esses atributos vão variar para cada tipo de fruto avaliado, e essas avaliações podem também se juntar a indicadores visuais de maturação. Firmeza de polpa A firmeza é um atributo que compõe a textura. É relativa à força necessária para provocar um colapso nos tecidos. É sabido que frutos ficam mais macios quando avançam em direção à maturação ou amadurecimento, devido, principalmente à solubilização de substâncias pécticas que tem papel estrutural no fruto. No entanto, a firmeza sozinha, dificilmente irá indicar o ponto de colheita de um fruto. Em frutos nativos há casos em que a firmeza é um atributo de maior importância para colheita, como por exemplo, em mangaba e cagaita, que são consumidos quando extremamente macios. As formas de medir firmeza mais utilizadas em pesquisas e comercialmente são destrutivas em texturômetro ou com penetrômetro, as unidades utilizadas em geral, são Newtons (N) e Kilograma força (kf). Para alguns frutos admite-se também o método de aplanação que não é destrutivo, baseado em uma força conhecida medida pela deformação da área, a unidade é Kgf.cm². Sólidos solúveis totais O parâmetro sólidos solúveis totais (SST) caracteriza-se pelas substâncias dissolvidas no conteúdo celular. Entre estas se destacam as vitaminas, pectinas, fenóis, ácidos orgânicos, pigmentos e principalmente os açúcares. Na maioria dos casos, há um aumento da doçura ou pelo menos um maior balanço da doçura dos frutos com o avanço da maturação. Os sólidos solúveis são geralmente medidos em refratômetro, manual ou de bancada. A medida é dada em °Brix. Acidez titulável A acidez indica sabor ácido ou azedo dos frutos, o que é representado pela presença de ácidos orgânicos nos vegetais. Com poucas exceções, hortaliças possuem baixa acidez, dessa forma é bastante suscetível à deterioração por bactérias, tais alimentos são conservados, quando resistentes ao calor por processamento térmico e/ou pela combinação do tratamento térmico e alteração da acidez (acidificação), quando as características do produto são peculiares. Existem vários ácidos orgânicos permitidos para uso em alimentos. Alguns são muitos comuns a sua presença em frutas e hortaliças tais como: ácido cítrico, HOOC- CH2-COH(COOH)-CH2-COOH; málico, HOOCCH(OH)-CH2-COOH; tartárico, HOOC-CH(OH)- CH(OH)-COOH e outros. Esses tipos de ácidos estão presentes em várias frutas, tais como mamão e laranja (ác.citrico), banana, maça e coco (málico), uva (tartárico), cebola e alho (pirúvico). a) Conservante para o alimento podendo proporcioná-lo uma vida de prateleira mais longa; b) Base para cálculo na elaboração de salmoura para a fabricação de hortaliças acidificadas artificialmente, tais como picles; c) Índice para a avaliação da qualidade e maturidade de algumas frutas como a laranja (ratio sólidossolúveis e acidez titulável). Em geral, algumas espécies há decréscimo, durante o amadurecimento (laranja), enquanto outras acumulam ácido (banana) nesse estádio, evento associado à redução da atividade enzimática (malato oxidase). d) Indicador sensorial, pelo seu papel no sabor e aroma dos alimentos. Fatores relacionados à acidez do vinho tem participação importante não somente nas características sensoriais como na estabilidade físico-química e biológica do vinho. e) Meio de monitorar a fabricação de vinagre e correlacionar níveis de cobre na fabricação de aguardente. Os dois métodos comumente usados para medir a acidez de frutos e hortaliças são a percentagem de ácido orgânico e a concentração do íon hidrogênio ou pH. Pode ser generalizado que, para propósitos de indicar o parâmetro do sabor ácido ou azedo, a acidez titulável é o método mais viável, enquanto que, para propósitos de determinara qualidade dos produtos processados, o pH é o método mais útil. Ratio A relação entre os açúcares e a acidez, conhecida como “ratio”, é utilizada como referência de sabor para muitas frutas. A medição da acidez é complicada e deve ser feita em laboratório. Já os açúcares traduzem bem a percepção do sabor da fruta pelo consumidor e são fáceis de medir. Por isso, são usados como referência de ponto de colheita e consumo para a maioria das frutas, especialmente para as não-climatéricas. Respiração A respiração é o principal processo fisiológico envolvido na fisiologia pós- colheita de hortaliças e frutas. A elevação da temperatura causa um aumento exponencial da taxa de respiração e também causa redução exponencial da vida útil das frutas e hortaliças compatível com os efeitos da temperatura sobre a respiração na maioria dos produtos vegetais. Armazenamento em concentrações reduzidas de O2 e elevadas de CO2, que causam reduções de longo prazo na taxa de respiração, também causam aumento da vida útil de pós-colheita. A respiração consiste na decomposição oxidativa de substâncias de estrutura química mais complexa, como amido, açúcares e ácidos orgânicos, em estruturas mais simples, como CO2 e água, havendo produção de energia. O processo respiratório continua a ocorrer mesmo com a colheita da fruta e está intimamente ligado com a temperatura. Em geral, temperaturas mais elevadas, tanto antes como após a colheita, aumentam a taxa respiratória, reduzindo, com isso, a longevidade da fruta. Etileno O etileno é conhecido por ser o hormônio de maturação das frutas e é produzido pelos frutos verdes durante a respiração em uma rota paralela a glicólise. As plantas produzem etileno em diversos tecidos em resposta a estímulos como do calor e de cortes. Esse processo é observado durante certas condições de desenvolvimento para orientar a germinação das sementes, a mudança de cor das folhas e o fenecimento das pétalas das flores. As frutas já maduras possuem a capacidade de produzir e consequentemente liberar etileno, reação na qual o amido é convertido em açúcar. Desta forma, o etileno libertado por uma fruta induz o amadurecimento de outra que esteja próxima, compartilhando o mesmo ambiente. O Etileno é normalmente produzido em quantidades pequenas pela maioria das frutas e também pelos vegetais. Bananas, peras, maçãs, pêssegos e melões, por exemplo, produzem quantidades mais elevadas pelo que são capazes de induzir um amadurecimento mais rápido que outras frutas. O efeito da temperatura pode ser percebido claramente na ação do etileno, onde se torna mais lenta a temperaturas baixas, e mais rápida onde apresenta temperaturas mais elevadas, fazendo com as frutas amadureçam mais rápido. Cor A cor é um parâmetro muito importante para o consumidor, cada fruto tem uma cor em que é usualmente comercializado. Uma variação dessa cor pode provocar a recusa do consumidor pelo produto. A luz visível pode se apresentar nas mais diversas cores, entre elas vermelha, alaranjada, amarela, verde, azul, índiga e violeta. A determinação da cor deverá ser realizada, em dois pontos distintos do fruto, por meio da leitura de três parâmetros definidos pelo sistema CIELAB. Os três parâmetros correspondem a: a*, b* e L*. Note no diagrama de cor que os valores de a* e b* podem adquirir valores negativos e positivos: (+a* vermelho e –a* verde, +b*amarelo e –b* azul). Ainda para compor a cor do fruto avalia-se a claridade sendo L*=0 preto e L*=100 branco. De posse desses parâmetros tem-se o valor do ângulo de cor ou ângulo Hue, tonalidade ou matiz do fruto [arco tangente (b*/a*)]. Tem –se ainda a claridade do fruto e por fim a cromaticidade (ou intensidade da cor) 𝐶ℎ𝑟𝑜𝑚𝑎 = (𝑎 ) + 𝑏 ). McxGury (1992) traz ainda uma conversão de valores para quando a e/ou b são negativos: Conversão de Hue (°h) para a* e/ou b negativos* +a +b [arco tangente (b*/a*)] -a +b [arco tangente (b*/a*)] + 180 -a -b [arco tangente (b*/a*)] + 180 +a -b [arco tangente (b*/a*)] + 360 PERDAS NA PÓS COLHEITA Tendências de Cor Hue 0 ° 90° vermelho 90° 180° amarelo 180° 270° verde 270° 0° azul Perdas são mudanças na quantidade (água, matéria seca) ou na qualidade (aparência, textura) de um produto que após a colheita compromete seu uso ou reduz seu valor. No Brasil as perdas são da ordem de 30 a 40% no setor e entre os principais fatores que contribuem para as perdas no país estão a grande dimensão territorial, a dispersão na produção, a distância de centros de consumo e exportação, a deficiência da rede de armazenamento e o excesso de oferta, além da deficiência da cadeia de frio. Em cenário mundial causas podem estar relacionadas aos seguintes fatores: • Cultivar • Forma de plantio • Adubação • Transporte • Embalagem • Excesso de manipulação • Falha na conservação • Exposição inadequada; • Aspectos educacionais, sociológicos e governamentais Nos países em desenvolvimento as partes, em geral, ocorrem antes de chegar ao consumidor enquanto, nos países desenvolvidos ocorrem após consumo. As causas indiretas de perdas estão relacionadas a produção, colheita fora de época, cadeia de frio, cadeia produtiva, orientação de mercado, embalagem, dificuldade de comercialização, veículos e rodovias. As perdas são classificadas em: • Quantitativas: redução de água ou matéria seca no fruto, refletindo em perda de peso. A causa é geralmente por manuseio inadequado e perdas acidentais; • Qualitativas: perda ou redução de características sensoriais que comprometam a aceitação do produto. Ex. perda de aroma, de cor, de sabor. • Nutricionais: perda de nutrientes, macro ( proteínas) ou micro (vitaminas, e sais minerais) Em relação as causas primárias as perdas são classificadas em: • Perdas fisiológicas normais: perdas causadas por processos metabólicos inerentes do fruto tais como respiração (na respiração o fruto utiliza reservas e modifica seus constituintes) e transpiração (mudanças quantitativas de peso e qualitativas de turgor); • Perdas fisiológicas anormais: causadas por qualquer stress que o fruto ou a hortaliça passe durante o armazenamento, a submissão a uma determinada temperatura, ou umidade relativa. • Perdas por danos mecânicos: principal causa de perdas no Brasil causada por contato ou choque mecânico. Os efeitos podem ser diretos, por exemplo, perda de água, ou ter efeitos indiretos tais como aceleração do metabolismo por ação do etileno de ferimento, produzido por dano mecânico. • Perdas fitopatológicas: causada por ação de agentes fitopatológicos, ocorre geralmente por falta de armazenamento em condições ótimas, ou por não conseguir manter a integridade física do fruto no campo. A FAO aliada à ONU através do programa Save Food ainda fazem algumas classificações adicionais de perdas primárias:• Perdas por reações bioquímicas; • Perdas por contaminação química; • Perdas por ataque biológico; • Perdas por causas psicológicas. SUGESTÃO DE VÍDEO: desperdício alimentar quem paga essa conta? Causas secundárias de perdas : a) Condições de manuseio na colheita ou uso de equipamentos inadequados para o armazenamento. b) Uso de refrigeração ou armazenamento a frio inadequados para produtos perecíveis. c) Sistema de comercialização inadequado. d) Transporte inadequado para condução do produto ao comércio. e) Legislação, onde a presença ou ausência de padrões legais podem afetar a eventual retenção ou rejeição de um alimento para uso humano. PERECIBILIDADE DE FRUTA E HORTALIÇAS Perecibilidade Vida útil (semana) Perdas (%) Exemplos Muito elevada <1 25-50 Morango e vegetais foliosos Elevada 1-2 20-40 Uva, pêssego, mamão, goiaba Moderada 2-4 15-30 Laranja, pêra, maçã Baixa >4 10-20 Raízes, frutos secos e nozes MINIMAMENTE PROCESSADOS HIGIENIZAÇÃO NA INDÚSTRIA DE ALIMENTOS O conhecimento em higiene industrial é primordial porque esse processo visa criar um ambiente seguro e livre de contaminações em toda unidade fabril, auxiliando de forma direta na excelência da qualidade do produto final ofertado ao consumidor. O correto procedimento técnico no processo de higienização nas unidades fabris de gêneros alimentícios visa, basicamente, não só eliminar ou reduzir a níveis seguros do ponto de vista de saúde pública, a carga microbiana indesejável dos alimentos, como também excluir por completo contaminações por sujidades diversas, proporcionando, um produto de melhor qualidade higiênico-sanitária. Os conceitos básicos de higienização são: • Limpeza: remoção de substâncias orgânicas e/ou minerais, como terra, gordura e outras sujidades indesejáveis à qualidade do alimento. • Desinfecção: eliminação através de agentes químicos ou físicos, de microrganismos/bactérias patogênicas; • Sanitização: procedimento de redução do número de microrganismos aderidos às instalações, maquinários e utensílios. • Higienização: operação que engloba obrigatoriamente dois processos a limpeza e a sanitização do estabelecimento, das instalações, equipamentos e utensílios. Geralmente as etapas do processo consistem de uma limpeza preliminar ou pré-lavagem- lavagem com detergente e enxágue- sanitização e se necessário enxágue final. São regras básicas do processo de higienização: Analisar o tipo de superfície a ser limpa; Analisar o tipo de sujidade a ser removida; Escolher o produto adequado à superfície e sujidade; Determinar a dosagem do produto; Analisar a necessidade de outras variáveis que auxiliem o processo (ação mecânica, temperatura e tempo); LIMPEZA Primeira etapa da higienização obrigatoriamente. Dessa forma, é importante conhecer todas as suas características. Inicialmente, começaremos com os produtos de limpeza ou detergentes, que são produtos destinados exclusivamente para esse processo, com função de remover sujidades orgânicas e superficiais, processo de detergência (poder de remoção) provocado por seus tensoativos, normalmente identificado pela formação de espuma. Os detergentes devem ter as seguintes características: • Possuir ação específica de acordo com o tipo de sujidade a ser removida; • Apresentar baixo custo devido à alta diluição; • Ser atóxico; • Ser pouco poluente; • Ser estável durante o armazenamento; • Ser de fácil enxágue; • Não ser corrosivo; • Ter poder dissolvente (transformar resíduos insolúveis em substâncias solúveis em água); • Ação peptizante (capacidade de solubilizar as proteínas); • Ação saponificante (transformar as gorduras em sabões, facilitando a remoção). • Ação emulsificante (reduz o tamanho da massa de substâncias gordurosas, facilitando sua solubilização) • Poder penetrante (poder de adentrar na sujidade através de poros) • Ação de abrandamento (alteração ou anulação da dureza da água) • Ação de dispersão (produzem a dispersão de aglutinados em flocos) Ao contrário das características importantes estão aquelas que não devem influenciar o processo de escolha dos detergentes como a cor (resultado da adição de corantes artificiais), perfume, viscosidade (adição de espessantes, algumas indústrias adicionam sal marinho, farinha de milho para gerar sensação de visco), formação de espuma (gerada com adição de Lauril Sulfeto de Sódio, princípio ativo destinado unicamente para gerar espuma), em alguns casos a espuma pode reduzir o atrito na manipulação do produto. Com relação à classificação de detergentes e sua utilização de acordo com o tipo de sujidades temos: • Detergentes alcalinos fortes: condição de dissolver a estrutura das proteínas, gorduras, carboidratos e outros compostos orgânicos, ex. carne, leite, pescado. Em geral, a sua composição tem hidróxido de sódio ou potássio, com pH próximo a 13. São tóxicos, irritantes à pele e corrosivos. • Detergentes alcalinos suaves: baixa ação dissolvente aos resíduos orgânicos. Tem moderada condição de irritabilidade à pele e baixo poder corrosivo às matérias em contato. Contem sua formulação carbonato de sódio, fosfato trissódico e tensoativos, pH abaixo de 9. • Detergentes neutros: não corrosivos, utilizados em procedimentos de limpeza onde as sujidades (tipo orgânica) estão fracamente aderidas às superfícies de contato, pH próximo ou igual a 7. • Detergentes ácidos: condição de dissolver acúmulo de sais de cálcio e magnésio, conhecidos como pedra de leite e de cerveja, o óxido de ferro (sangue). Em geral são indicados para limpezas de sujidades minerais em sistemas tubulares internos (CIP- Cleaning In Place). Apresentam em sua composição ácido nítrico, clorídrico, acético e cítrico. Tem pH baixo (<6) e são corrosivos. TIPOS DE LIMPEZA Método Características Vantagens Desvantagens Limpeza manual por imersão e escovas Necessita de pré- lavagem; Temperaturas <45°C Enxague com água corrente de boa qualidade Simples Menor custo Falta uniformidade Limpeza manual por aspersores/ pulverizadores Lavagem de caixas plásticas, instalações, superfícies Simples Não tem grande abrangência Pressurização mecânica Necessita de pré- lavagem; Pode-se utilizar detergentes alcalinos Risco de formação de névoa típica de Aplicado em latões e peças; fortes ou ácidos; Permite altas temperaturas (1600°C) pressurização ácida ou alcalina Máquinas lavadoras Pré-lavagem com água quente; Enxágue com água quente; Louças e bandejas Pode utilizar temperaturas (65- 90°C); Termodesinfecção Custo Limpeza sem desmontagem (CIP) Exige ambiente fechado e automático; Circulação de água corrente para enxágue; Usado em indústrias que fabricam alimentos líquidos Evita desmontagem Sofisticado Restrito Limpeza a seco Método físico, com escovação e aspiração; Superfícies de baixa umidade Evita uso de água de resíduo Pouco abrangente SANITIZANTES E PRINCÍPIOS ATIVOS Esses compostos devem possuir as seguintes características: • Poder de eliminação ou redução de microrganismos; • Não ser corrosivo para determinado material; • Não ter efeito residual no alimento; • Ser lavável; • Não irritante à pele; • Ser atóxico; • Ser fácil de dosar; • Ser hidrossolúvel; • Ser compatível com outros agentes químicos; Destacamos aqui as características de alguns princípios ativos (sanitizantes) que são mais usados na indústria alimentícia: • Ácido peracético: eficazes na ação bactericida, esporicida e viricida. Podem ser aplicados em superfícies de aço inox, plásticos, borrachas, metais (se diluídos). Indicados para sanitização de sistema CIP, imersão e aspersão. Em temperaturas elevadas, decompõem-se rapidamente. Tem amplo espectro. • À base de compostos de iodo: eficazesna ação bactericida, esporicida, viricida e fungicida. Podem ser utilizados sobre superfície de aço inox, piso, paredes, superfícies de contato com alimentos, e mãos. Eficaz em meio ácido. Amplo espectro. Não aconselhável na área de manipulação devido à transmissão de sabores e odores indesejáveis aos alimentos. • À base de peróxido de hidrogênio: eficazes na ação bactericida e viricida. Podem ser aplicados em qualquer superfície de contato e ambiente e trabalho. Em concentração elevada e à alta temperatura são bons esporicidas. • À base de compostos de amônia quaternária: eficaz na ação bactericida, esporicida, viricida e fungicida. Podem ser aplicados em meio neutro/alcalino. Indicados para utilização sobre superfície de aço inox, metais, piso, paredes, PVC, superfícies de contatos com alimentos. • À base de cloro: bastante conhecidos e empregados, são eficazes na ação bacterifcida, esporicida, viricida e fungicida, sendo o hipoclorito o mais utilizado. Pode ser aplicado em meio neutro/alcalino. Tem condição de serem utilizados sobre piso, paredes e superfícies em contato com alimentos. Reduzida eficiência quando submetido a altas temperaturas. Amplo espectro. • À base de clorexidina: agente bactericida, fungicida e viricida (principal ativo do produto merthiolate). Não corrosivo, não exala gases, inodoro e incolor, ação rápida e prolongada. Não requer enxágue, não volátil, biodegradável e fácil manuseio. O procedimento de sanitização, possui três principais tipos de ação utilizados no controle ou eliminação dos microrganismos: pelo calor, pela radiação e pelo agente químico. VARIÁVEIS NO PROCESSO DE HIGIENIZAÇÃO Nem todos os processos de higienização ocorrem de forma harmoniosa. Por isso fazemos uso dos princípios contido no Modelo de Sinner: Este modelo apresenta as seguintes variáveis: • Produto químico: agente utilizado na limpeza ou sanitização. Deficiências de performance ou qualidade exige aumento do tempo de ação do produto, ou aumento da temperatura, ou da força mecânica. • Temperatura: da solução (ideal 40°C). Deficiência de temperatura da solução ou do ambiente, devemos aumentar o poder do produto químico (concentração), a força mecânica, o tempo de ação da solução. • Tempo de ação: necessário para o produto agir na superfície. Deficiências do tempo devemos aumentar o poder do produto químico; a força mecânica; a temperatura. • Ação mecânica: esforço mecânico/manual para remover a sujidade. Deficiências na ação do sistema, devemos aumentar o poder químico; elevar a temperatura; e aumentar o tempo de ação da solução sobre a sujidade. CÁLCULO DE ÁGUA CLORADA Regra geral: 1mL de Cloro Ativo (CA) é proporcional à 1.000.000 mL de água (1 ppm) Logo 0,001 mL de CA para 1 L de água (0,001 mL CA/L) � Exemplos solução sanitizante DILUÍDA 50 L a 300 ppm a 2%: (Volume x ppm) / (% CA *10) 50 *300 / 2 *10= 15000 /20 VEGETAIS ENLATADOS A base para o estabelecimento dos processos térmicos para os alimentos enlatados é um sólido conhecimento de microbiologia. Microrganismos deteriorados de alimentos estão presentes em todos os alimentos “in natura”. Porém, esses microrganismos não podem crescer sob condições adversas e morrem se o seu ambiente torna-se inadequado. Estabelecimento do processo térmico: o processo térmico é determinado baseado na resistência do microrganismo ao calor e a taxa de aquecimento do produto. Esses dois fatores são utilizados para definir o binômio tempo x temperatura. O tratamento térmico imposto às hortaliças acondicionadas em ambiente hermeticamente fechados, aliados às condições próprias do alimento, permite a obtenção do produto sob condições de esterilidade comercial, onde os microrganismos patogênicos e deteriorantes de alimentos são destruídos ou inibidos a ponto de não poderem se desenvolver em condições normais de armazenamento. Existem vários fatores naturalmente presentes nas hortaliças que afetam a susceptibilidade dos microrganismos do calor, com pH, teor de umidade, presença de proteínas e peptídeos, teor de gordura, entre outros. O pH é sem dúvida o fator mais importante porque é me função dele que a hortaliça sofrerá um tratamento térmico mais ou menos severo. Os microrganismos de importância para saúde pública, isto é, aqueles que causam infecção ou intoxicação alimentar não podem desenvolver em pH 4,5 ou menor. Quando o alimento apresenta pH natural acima de 4,5 há necessidade de submeter o enlatado a temperatura acima de 100°C para destruição dos esporos e bactérias patogênicas. Os alimentos com pH 4,5 ou abaixo, por não permitirem o desenvolvimento de esporos de bactérias patogênicas são submetidos a tratamento térmico suave, em temperaturas ao redor de 100°C, destinado a destruição de células vegetativas de microrganismos deteriorantes de alimentos e enzimas que causarão alerações nos mesmos (polifenoloxidase e peroxidase) Curva de sobrevivência térmica É uma destruição em ordem logarítmica, os vários pontos formam uma linha reta, cuja inclinação é chamada tempo de redução decimal ou simplesmente D. O valor de D pode ser definido como o tempo em minutos, a uma certa temperatura, necessário para destruir 90% dos organismos de uma população, ou para reduzir uma população a um décimo do número original. O valor de D também pode ser definido como o tempo em minutos necessário para a curva atravessar um ciclo logarítmico na escala de sobrevivência térmica. É usado comumente para comparar a resistência térmica dos microrganismos. Dentre esses o Clostridium botulinum é um dos patogênicos mais resistentes ao calor e ocupa lugar de destaque nos alimentos conservados em condições anaeróbias (apertizados). Entretanto, existem bactérias não patogênicas como Putrefactive anaerobe 3679 e Bacillus stearothermophilus que são mais resistentes ao calor que o C. botulinum. Se essas bactérias estiverem no cálculo do processamento térmico, poderemos ter certeza que o C. botulinum será destruído. Algumas conclusões podem ser tiradas da curva de sobrevivência térmica: a impossibilidade de completa destruição (esterilização) dos microrganismos. O aumento da relação tempo-temperatura somente diminui a probabilidade de ocorrência de células vivas. A população inicial tem importância na probabilidade da existência de sobrevivente para uma mesma quantidade de alimento. De acordo com a legislação do Estado da Califórnia (EUA), os tratamentos térmicos usados para alimentos não ácidos não deverão deixar sobreviventes por mililitro quando aplicados a um organismo teste ( PA 3679) que possui uma concentração inicial de 1012 esporos por mililitro. Portanto o tratamento deve ter mais de 12 reduções decimais ou mais de 12D. Foi assim introduzido o conceito de 12D, hoje bastante aceito como processo térmico para esporos de C. botulinum. Geralmente não sabemos quantos e quais os microrganismos presente numa lata a ser “esterilizada”. A exposição da lata a uma certa temperatura por um período igual a 12 D (passagem por 12 ciclos logarítmicos) tem sido normalmente aceita. Por exemplo, se o alimento possuir uma contaminação inicial de 109 organismos por lata e receber o tratamento 12D, somente uma lata em 1.000 poderá ter células vivas, enquanto que 999 latas estarão “estéreis” (esterilidade comercial). Se a contaminação for de um milhão de organismos por lata, depois do tratamento 999.999 latas estarão estéreis. Alimentos ácidos (pH menor que 4,5) não necessitam receber o tratamento 12 D. Algumas vezes recebem tratamento térmico igual a 5 D e , na maioria dos casos, temperaturas abaixo de 100°C por alguns minutos adequadas. Na pasteurização usa-se normalmente um tratamento 4d, que significa morte de 99,99% dos microrganismos. O valor D, além de ser calculado da curva de sobrevivência térmica, tambémpoderá sê-lo a partir do número inicial e do número de sobreviventes, após um tempo de aquecimento a cada temperatura considerada. Curva de resistência térmica A curva de resistência térmica reflete a resistência relativa das bactérias à temperaturas letais diferentes. É construída demarcando na ordenada o logaritmo de D determinado para um microrganismo em várias temperaturas letais, usando as mesmas condições, e na abscissa, a temperatura correspondente. O termo z, empregado nos métodos de cálculos de resistência relativa de um microrganismo a diferentes temperaturas, é numericamente igual ao número de °F requeridos para a curva de resistência térmica atravessar um ciclo logarítmico. Para muitas bactérias importantes em produtos enlatados, o valor de z é aproximadamente igual a 18°F. Na comparação, de processos térmicos, é comum assumir z=18. Na comparação de diferentes processos, uma temperatura de referência é necessária. Para alimentos não ácidos, 250°F é uma referência bastante usada. O termo F é usado para designar o tempo em minutos, a 250 °F, em um tratamento térmico. Quando assumimos z=18, o valor de F0 é usado. Curva de destruição térmica A curva de destruição térmica é obtida de um gráfico que possui na ordenada o tempo em minutos e na abscissa a temperatura (escala linear). Desta curva podem ser extraídos dois valores F e z. O valor F é definido como o número de minutos a 250°F (121°C) necessários para destruição “completa dos microrganismos”. O valor de z é definido como o número de F necessário para aumentar o grau de inativação em 10 vezes (escala logarítmica). É igual ao valor z obtido na curva de resistência térmica. Os dois valores são medidas quantitativas da resistência ao calor dos esporos numa faixa de temperatura. D- tempo em minutos necessário para destruir 90% dos microrganismos a uma determinada temperatura Z- incremento de temperatura para diminuir em 90% o valor de D F – tempo, a uma dada temperatura, para atingir a esterilização comercial (eliminação das células dos mos e inativação de esporos) Fo- tempo em mintuos para atingir a esterilização comercial a temperatura de 121°C cujo valor de z é 10°C ou seja F 10121 Ex. D =10 min e F 100°C ; D =1 Min e F 120°C; Z= 120-110=10°C Dados: C. botulinum T=121°C D=0,2min z=10°C D100= 3 minutos : tempo necessário para eliminar 90% a temperatura de 100°C. D121= 4 minutos menos resistentes D121= 6 minutos mais resistentes F 90= 7 minutos 7 min é o tempor necessário a uma temperatura de 90°C para atingir a esterilização comercial. EXAUSTÃO É a retirada de ar da embalagem e tem por finalidade manter a tampa e o fundo côncavos durante a estocagem; reduzir oxigênio evitar problemas no tratamento térmico. Métodos para produzir vácuo nas latas a- Térmico: após a adição da calda a lata aberta passa através do túnel de exaustão, até que se atinja temperatura desejada no centro da mesma. O tempo que a lata permanece no túnel corresponde a calda do centro da lata atingir 77°C. O aquecimento provoca a saída de ar dos tecidos e a substituição do ar no espaço livre por vapor. Durante o resfriamento o vapor condensa-se formando vácuo na embalagem. b- Mecânico: certa quantidade de ar do recipiente pode ser retirado através de uma bomba de vácuo acoplada a recravadeira. Ex. minimamente processados. c- Injeção de vapor: é um método que o ar do espaço livre é retirado através de injeção forçada de vapor. É feito na própria recravadeira. Recravação Fechamento hermético da lata, protegendo adequadamente o alimento durante o processo de tratamento térmico, resfriamento e estocagem. Tatamento Térmico Tem por objetivo tornar o produto comercialmente estéril, melhorar a textura, sabor e aparência do produto pelo cozimento. Determinação do tempo de tratamento térmico: os principais pontos considerados são tempo e temperatura requeridos para destruir o patógeno mais resistente; o microrganismo deteriorantes do alimentos; características de penetração de calor no alimento específico. Como produtos a base de frutas tem pH menor que 4,5 o tratamento térmico é realizado a temperatura abaixo de 100°C (85°C padrão). Fatores que afetam penetração de calor : Material do recipiente Concentração da calda Nível de enchimento Tamanho da embalagem Influência da rotação BALANÇO DE MASSA A lei da conservação de massa estabeleceu que a massa que entra em um processo é igual a massa que sai do mesmo. Este princípio tem aplicações nas fórmulas e na fermentação, na desidratação e na evaporação. Passos para executar balanço de massa: 1- Conhecer o sistema a ser tratado; 2- Elaborar um fluxograma simplificado do processo Exercícios 1- Para produzir 100 g de suco partindo de polpa com 89% de sólidos totais e obtendo produto final com 60% de sólidos quanto de polpa é necessário? 2- Um produto alimentício contém 70% de água e 30% de sólidos solúveis e depois de seco 80% do teor de umidade inicial foram removidos. Determina a massa de água removida em 1Kg de alimento úmido e a composição do alimento seco. 3- Tendo uma alimentação de 100kg/ hora de suco integral de fruta com 12% de sólidos em um evaporador quanto de suco concentrado a 40% de sólidos é produzido? Calcule também a massa de água evaporada. 4- No processo de concentração de suco de laranja, o suco original contém 12,0% de sólidos e 88,0 % de H2O, enquanto o suco concentrado produzido deverá conter 42,0% de sólidos. Calcule, para uma alimentação de 100Kg/h de suco original, a quantidade de suco concentrado produzido. 5- Em um evaporador queremos concentrar suco de laranja, numa proporção de 10.000 kg/h (T=30ºC). A concentração inicial do suco é de 15% de sólidos solúveis e deve ser concentrado até 60% de sólidos solúveis. Calcular a água evaporada no processo. PROCESSAMENTO DE VEGETAIS O processamento de vegetais consiste na modificação da matéria-prima. Os objetivos do processamento de vegetais são diversos: prolongar a vida útil dos alimentos (afinal, os frutos são muito perecíveis), modificar sensorialmente o alimento para aumentar sua aceitação, desenvolver produtos com maior valor agregado, tratar os produtos com relação à microrganismos e enzimas, reduzir perdas, atendimento à política governamental de industrialização e geração de renda. As operações básicas de tecnologia que são usadas para processar os alimentos baseiam-se em métodos de conservação: pelo calor (branqueamento*, esterelização, apertização), pelo frio (refrigeração e congelamento), por redução de água livre ( desidratação, secagem, liofilização), por ação de conservantes naturais ou artificias (açúcar, ácidos, sal), ação de microrganismos ou enzimas, métodos de armazenagem e por ações mecânicas (corte, mistura, trituração). Todas essas alterações alterar a matéria-prima em proporções variáveis, podem ser pequenas modificações, médias, grandes ou transformar completamente o produto. Via de regra o beneficiamento é a primeira etapa do processamento de vegetais. Iniciando na colheita aspectos importantes como maturidade, integridade, limpeza e seleção devem ser observados, e neste momento desmistifica-se que somente os frutos com má qualidade devem ser processados. Pelo contrário, os frutos destinados ao processamento também devem ser de qualidade e devem atender aos requisitos de qualidade do produto final. Após o beneficiamento dá-se o processo de elaboração. GELÉIA A Legislação Brasileira de Alimentos define as geleias de frutas como “produto obtido pela cocção de frutas inteiras ou em pedaços, polpas ou sucos de frutas, com açúcar e água, e concentrado até a consistência gelatinosa”. A classificação adotada pela Legislação determina que uma geleia podeser comum ou extra: • Comum: quando preparadas numa proporção de 40% de frutas frescas ou seu equivalente para 60% de açúcar. As geleias de marmelo, laranja e maçã poderão ser preparadas com 35% de frutas frescas ou seu equivalente à fruta fresca e 65% de açúcar. O teor mínimo de sólidos solúveis totais para essa geleia é de 62%. • Extra: quando preparadas numa proporção de 50% de frutas frescas ou seu equivalente para 50% de açúcar.” A Proporção de fruta pode ser maior que 50% sendo que quanto mais fruta e menos açúcar, em geral, melhor a qualidade da geleia. O teor mínimo de sólidos solúveis totais para essa geleia é de 65%. A Resolução nº4/88, de 24/11/88, do Conselho Nacional de Saúde/Ministério da Saúde estabelece, através das Tabelas de Aditivos Intencionais, os limites de adição de conservadores fixado em 0,10% em peso para ácido sórbico e seus sais de sódio, potássio e cálcio e, como acidulantes (% p/p), os ácidos cítrico e láctico (quantidade suficiente para o efeito desejado), fumárico (0,20%), tartárico (0,20%) e fosfórico (0,10%). Não é permitido o uso de corantes e aromatizantes artificiais. Os elementos básicos para a elaboração de uma geleia são: fruta, pectina, ácido, açúcar e água. A qualidade de uma geleia irá depender da qualidade dos elementos utilizados e de sua combinação adequada, assim como da sua ordem de adição durante o processamento. A Legislação permite a adição de acidulantes e de pectina para compensar qualquer deficiência no conteúdo natural de pectina ou acidez da fruta. O gel se forma apenas em pH ao redor de 3. Além de pH 3,4 não ocorre geleificação. A concentração ótima de açúcar está ao redor de 67,5%, porém é possível fazer geleia com alto teor de pectina e ácido com menos de 60% de açúcar. A quantidade de pectina depende muito da qualidade da pectina. Geralmente 1% é suficiente para produzir uma geleia firme. A adição de açúcar afeta o equilíbrio pectina/água, desestabilizando conglomerados de pectina e formando uma rede de fibras, que compõe o gel, cuja estrutura é capaz de suportar líquidos. A densidade e a continuidade dessa rede é afetada pelo teor de pectina. A rigidez da estrutura é afetada pela concentração do açúcar e acidez. O ácido enrijece as fibras da rede, mas a alta acidez afeta a elasticidade, devido à hidrólise da pectina. A acidez total da geleia deve estar ao redor de 0,5-0,8, pois, acima de 1%, ocorre sinérese, ou seja, exsudação do líquido da geleia. ETAPAS DO PROCESSAMENTO Recepção das Frutas Durante o pico de safra ou em determinadas épocas do processamento pode ser necessário estocar as frutas por algum tempo até que se possa iniciar o processamento propriamente dito. É aconselhável que esta estocagem seja feita sob refrigeração, pois a temperatura elevada é prejudicial à qualidade das frutas. Caso isto não seja possível, deve-se manter as frutas em local ventilado, não muito úmido, evitando-se o ataque de insetos e roedores. As frutas devem ser armazenadas limpas e sanificadas para evitar ou reduzir o desenvolvimento de fungos. As frutas destinadas à fabricação de geleia devem estar suficientemente maduras, quando apresentam seu melhor sabor, cor e aroma e são ricas em açúcar e pectina. Frutas ligeiramente verdes tem maior teor de pectina que as muito maduras, pois conforme ocorre o amadurecimento da fruta, a pectina decompõe-se em ácido péctico, não formando gel. Para conciliar estas características desejáveis recomenda-se a utilização de uma mistura contendo frutas maduras com melhor aroma, sabor e cor com frutas mais verdes que possuem maiores teores de pectina. As frutas mais indicadas para Consistência da Geléia Continuidade da Estrutura Rigidez da Estrutura Concentração de Pectina (%) 0 5 , 1 , 0 1 , 5 Acidez (pH) Acidez (pH) 2 , 5 Geléia Fraca 2 , 7 Sinérese 3 , 0 Ótimo 3 , 45 Gel Fraco 64 Gel Fraco 67 , 5 Ótimo 71 Formação de cristais o processamento de geleias são aquelas ricas em pectina e ácido, porém pode ser feita a complementação destes componentes com ácido ou pectina comercial. Seleção e Lavagem A qualidade da geleia é determinada também pela qualidade da matéria-prima utilizada. A seleção deve ser cuidadosa e realizada por pessoas treinadas geralmente em mesas ou esteiras de seleção. O ambiente da seleção deve ser bem iluminado. Para a retirada da maior parte da terra aderida às frutas deve-se proceder uma pré-lavagem que pode ser por imersão ou aspersão. Após esta pré-lavagem, as frutas devem ser imersas em água clorada, por 15 a 20 minutos, na proporção de 10 ppm de hipoclorito de sódio para as frutas mais maduras e 6 ppm para as mais verdes. A etapa de lavagem pode ser realizada por imersão, agitação em água ou aspersão Descascamento / Despolpamento / Refino As frutas selecionadas e lavadas devem ser pesadas, antes do descascamento para que possa avaliar o rendimento e a eficácia do processo de descascamento utilizado. A necessidade do descascamento varia com o tipo de fruta a ser processada. Nesta etapa, retiram-se também caroços e sementes. O despolpamento é utilizado para separar a polpa da fruta do material fibroso, sementes, cascas, etc. As despolpadeiras são os equipamentos mais utilizados nesta etapa. De modo geral, estes equipamentos possuem peneiras de diferentes mesh e um sistema de condução das frutas por escovas de cerdas ou pás de borracha. Para a redução do teor de fibras e eventuais defeitos da polpa (resíduos, pontos escuros e outros) é necessário que esta polpa seja refinada; esta etapa pode ser realizada tanto em “finisher” como em centrífugas. Adição de água Não se deve adicionar água às frutas para o processamento de geléia, exceto nos casos em que as frutas necessitam de um cozimento prévio ou para facilitar a dissolução do açúcar. Para a maioria das bagas, quanto menor for o tempo de cocção, melhor será o sabor. A relação água: fruta utilizada para maçãs é de 1:1 ou 1:1,5. Para laranjas e frutas cítricas, em geral, essa relação varia de 2:1 a 3:1. Adição de açúcar, pectina e ácido Durante a cocção, a sacarose sofre, em meio ácido, um processo de hidrólise, sendo desdobrada parcialmente em glicose e frutose, este processo é conhecido como inversão. Esta inversão parcial da sacarose é necessária para evitar a cristalização que pode vir a ocorrer durante o armazenamento. Quando se faz uma concentração final acima de 65% de sólidos solúveis totais, é necessário substituir parte da sacarose para evitar a cristalização, usando glicose de milho ou açúcar invertido (mistura de glicose, frutose e sacarose). É conveniente que a adição do açúcar seja realizada lentamente, para evitar caramelização nas bordas do tacho ou que o açúcar fique preso no agitador. A pectina é um polissacarídeo de alto peso molecular constituído principalmente do metil éster de ácido poligalacturônico, que contém uma proporção variável de grupos metoxila. O produto é obtido por extração aquosa da mistura de partes apropriadas do material vegetal, normalmente frutas cítricas e maçã. Comercialmente, as pectinas estão disponíveis em pó ou em forma de concentrados. A proporção entre o número de grupos ácidos esterificados em relação ao número total dos grupos ácidos define grau de metoxilação (DM) de uma pectina. As pectinas podem ser de alto ou baixo teor de metoxilação, as de alta metoxilação são aquelas que apresentam um DM maior que 50%, geleificando à concentrações de 60-80% de sólidos solúveis e pH de 2,8-3,8. As de baixa metoxilação são aquelas que apresentam DM inferiores a 50% podendo formar gel em concentrações de sólidos solúveis de 10 a 70% e pH de 2,8 a 6,0, porém, somente em presença de íons polivalentes, como cálcio, magnésio, entre outros. Do ponto de vista da fabricação de geléias, as principais característicasque definem uma pectina são: graduação, grau de esterificação e intervalo ótimo de pH para a sua atuação. A graduação de uma pectina é a medida do seu poder de geleificação; geralmente expressa em unidades denominadas graus “sag”. Os graus “sag” de uma pectina são o número de gramas de sacarose necessários para geleificar um grama de pectina, resultando em um gel de determinados graus Brix, consistência e pH. Por exemplo, uma pectina muito comum no mercado é a 150 sag, isto é, um grama desta pectina geleifica 150 gramas de sacarose. A temperatura na qual começa a se formar o gel, durante o processo de resfriamento depende diretamente do grau de esterificação da pectina. Conforme a temperatura e a velocidade de geleificação, a pectina de alto teor de metoxilação classifica-se comercialmente em três grupos a saber: pectina de geleificação lenta: grau de esterificação 60-65%; temperatura de formação do gel 45-60ºC. pectina de geleificação média: grau de esterificação 66-70%, temperatura de formação do gel 55-75ºC. pectina de geleificação rápida: grau de esterificação 70-76%, temperatura de formação do gel 75-85ºC. As pectinas de alta metoxilação têm diferentes aplicações. As de geleificação rápida são utilizadas em produtos que incluem pedaços de fruta ou tiras de casca. As de geleificação lenta são aplicadas em geleias normais e naquelas envasadas em grandes recipientes, obtendo-se géis homogêneos, evitando-se geleificações prematuras, que dificultam o enchimento das embalagens. As pectinas de baixa metoxilação são bastante utilizadas em produtos dietéticos por requererem baixos teores de açúcares. No caso de concentradores operados à pressão atmosférica, a adição da pectina deve ser efetuada da metade para o final do processo de cocção, o que evita riscos de degradação por cozimento excessivo. Já no processamento a vácuo, pode ser adicionada no início do processo, juntamente com os demais ingredientes. Para a adição da pectina no concentrador é necessário proceder a sua pré-dissolução. Inicialmente, mistura-se a seco uma parte de pectina para 4 partes de açúcar. Adiciona-se a esta mistura, vagarosamente, água aquecida a 65-70°C com alta agitação mecânica até a formação de uma solução homogênea, sem a presença de grumos. A concentração máxima em peso de pectina nesta solução deve ser de 4% para facilitar a sua inteira dissolução. A adição de acidulantes tem por finalidade abaixar o pH para obter-se geleificação adequada e realçar o sabor natural da fruta. Para se conseguir uma adequada geleificação o pH final deve estar entre 3,0 a 3,2. Para a maioria das frutas, este pH não é alcançado no sistema fruta, pectina e açúcar, assim é necessário proceder uma acidificação utilizando-se, preferencialmente, os ácidos orgânicos, que são constituintes naturais das frutas, tais como o cítrico, tartárico e málico. O ácido mais comumente empregado é o cítrico. A adição do ácido se não for feita no momento correto poderá acarretar danos ao produto, afetando o poder geleificante da pectina. O ácido deve ser adicionado ao final do processo e, se possível, imediatamente antes do enchimento das embalagens, principalmente no processamento à pressão atmosférica. Se a concentração for realizada a vácuo, a adição do ácido poderá ocorrer em qualquer etapa do processo, pois a temperatura de trabalho é mais baixa, não ocorrendo o problema da hidrólise da pectina. Concentração Para o processamento de geleias existem dois métodos básicos: concentração à pressão atmosférica e a vácuo. A concentração à pressão atmosférica é feita em tachos abertos, com camisa de vapor e agitador mecânico. O tempo de concentração depende de diversos fatores, dentre eles, a relação entre o volume do evaporador ou tacho e a sua superfície de calefação, a condutividade térmica do aparelho e do produto, a temperatura da superfície de aquecimento e a diferença de °Brix do material processado entre o início e o final do processo. O tempo de concentração em tachos abertos deve estar compreendido entre 8 a 12 minutos. A concentração a vácuo pode ser contínua ou descontínua, dependendo dos equipamentos usados na linha. A mistura de todos os ingredientes é feita anteriormente em um tacho e depois transportada para o concentrador. A temperatura de concentração é de cerca de 50-60ºC. Terminada a cocção, a geleia pode ser aquecida no próprio concentrador, à temperatura de 85-90ºC, ou ser descarregada e aquecida em outro tacho antes do enchimento das embalagens. Determinação do ponto final de cozimento O ponto final do processamento de geleias pode ser determinado por vários métodos, sendo o principal a medida do índice de refração. Este índice indica a concentração de sólidos solúveis do produto, podendo ser medido por refratômetros manuais ou automáticos. . Enchimento e fechamento da embalagem Os recipientes utilizados para geleia apresentam uma grande variedade de tamanhos e formatos. O vidro é o material mais utilizado, antes do enchimento, os frascos de vidro devem ser lavados e enxaguados. Após o enchimento, os vidros são transportados para as recravadeiras. Quando a injeção de vapor não é feita no fechamento, é necessária a desinfecção do espaço livre e resfriamento suficiente para formar um vácuo parcial, seguido de um resfriamento progressivo, tão rápido quanto possível, evitando o choque térmico. Isto pode ser feito invertendo-se os vidros logo após o seu enchimento, e retornando-os à posição normal após alguns minutos. Os recipientes fechados com produtos acima de 85ºC não precisam receber tratamento térmico, porque a própria geleia quente, tratada termicamente pelo processo de cocção aquece a embalagem. No entanto, se a temperatura for inferior a 85ºC, o produto deve ser tratado termicamente. Algumas fábricas usam o esterilizador contínuo, no qual os vidros de geleia são carregados por uma esteira de arame para um tanque de água na temperatura adequada. Geralmente é com um tratamento a 82ºC durante trinta minutos. Após o tratamento, o produto é resfriado, rotulado, empacotado e enviado para a estocagem e distribuição. POLPA, SUCO, NÉCTAR Grande parte das frutas produzidas no Brasil são destinadas para as agroindústrias. Entre elas está a de elaboração de polpa, suco e néctar. As vantagens do suco são facilidade de consumo, facilidade de conservação, possibilidade de usar frutas normalmente não consumidas in natura. A importância nutricional desses alimentos são principalmente, fornecimento de vitaminas, minerais e fibras. Néctares também podem fornecer calorias. Isso é importante quando nota-se as doenças causadas por deficiência vitamínica como cegueira notura (vit. A); beri-beri (tiamina); pelagra (niacina); feridas nos lábios e língua (riboflavina), anemias nutricionanis (ferro/ácido/fólico); escorbuto (vit. C); Raquitismo (cálcio/vit.D). A atividade antioxidante presente em alguns sucos também é importante para prevenir doenças causadas por processos de oxidação: câncer, catarata e doenças cardiovasculares. A vitamina C representa entre as vitaminas a de maior contribuição nutricional nas polpas e sucos, a dose diária recomendada é cerca de 30 a 75 mg/ dia, as frutas ricas em vitamina C são acerola, caju, goiaba e cítricos. Em segundo lugar em importância nutricional é a vitamina A, existem aproximadamente 50 carotenoides com atividade de vitamina A, protege a pele e a mucosa, ajuda no bom funcionamento da retina, capacidade funcional dos órgãos de reprodução, aplicação em processos imunológicos. O carotenoide licopeno está presente em goiaba, melancia, tomate e tem papel na redução do risco de câncer de próstata. O pré-processamento para obtenção de polpa e sucos são: • Colheita dos frutos próximo do ponto ideal de maturação (acidez e sólidos solúveis, ratio); • Limpeza: remoção de galhos, hastes,sol, insetos- separação por gravidade. Ex. peneiramento; • Lavagem e sanitização: com ou sem detergente especial, imersão por 10 a 15 min, com ou sem agitação e aspersão. Enxaguar com água potável (2 a 5 ppm cloro); • Remoção de partes indesejáveis: partes estragadas, topos, raízes, cascas, caroços e sementes; • Descascamento: manual, mecânico (lâminas; fricção), físico (calor úmido; frio) e químico (soda; ácido; soda+ vapor; sal); Ex. beterraba- soda, vapor; cenoura- vapor, chama; batata- soda, vapor, abrasão; goiaba- soda; mamão- manual ou mecânico. POLPA A polpa é a fruta inteira, removida as partes normalmente não consumidas (cascas, sementes, etc.) e homogeneizada. É o produto não fermentado concentrado, não diluído, obtido de frutos polposos e através de processo tecnológico adequado com teor mínimo de sólidos totais, acidez, ácido ascórbico e açúcares totais atendidos. Extração da polpa Geralmente realizada por despolpadeiras ou prensas. As despolpadeiras são de vários tipos e geralmente possuem abertura de tela de 0,5 a 1,5 mm, velocidade de rotação controlada, inclinação das pás e tipos de pás variável para o tipo de fruta. As prensas possuem formato e trabalham com pressão variada de acordo com o tipo de fruta, é ideal remoças das sementes antes pois podem danificar a prensa e prejudicar o sabor. A escolha entre uma despolpadeira e uma prensa deve ser realizada considerando as características da casca, das sementes e caroço e viscosidade da polpa e possibilidade de usar filter aids. Prensa Despolpadeira Se a casca contém substâncias amargas, remover a casca antes Se a casca contém substâncias amargas, triturar a fruta levemente e fazer a extração Frutas tem sementes pequenas, remover as sementes Frutas tem sementes pequenas Frutas com caroço, remover o caroço Frutas com caroço, remover o caroço Uso de filter aids (Substância inerte que ajuda a extrair o máximo de suco ex. casca de arroz) Produção de sucos é mais variada SUCO Espremido da fruta e não fermentado. Não fermentado, não concentrado e não diluído, destinada ao consumo, obtido de fruta sã e madura ou parte do vegetal de origem, por processo tecnológico adequado submetido a tratamento que assegure a sua apresentação e conservação até o consumo. Poderá ser adicionado de açúcar 10% (p/p) – se anunciado no rótulo. Não pode ter aroma e corantes artificiais. Extração de suco Reduzir o tamanho pode facilitar a remoção de suco, mas nem sempre é necessário. Os equipamentos mais utilizados além das prensas são os moinhos de martelos ou facas e triturador e as despolpadeiras, assim como na obtenção das polpas. Em alguns casos a única alterativa é usar um extrator específico, como no caso da laranja. O uso de filter aid é importante porque a filtração é mais rápida, e máxima claridade de suco. Existem os frutos polposos e os frutos clarificados. Em geral após a extração, desintegração, moagem ou esmagamento o suco é aquecido para retirar compostos fenólicos, coagular proteínas e fixar a cor. O uso de enzimas pectinolíticas também pode ocorrer agindo favoravelmente na extração e na clarificação. A centrifugação é importante tanto em sucos clarificados quanto nos polposos para remover partículas muito densas. Principalmente em frutos clarificados a etapa de finisher é importante que corresponde a uma rosca sem fim que prensa o suco e influencia na concentração do suco podendo diminuir o teor de polpa de 12%, essa etapa é importante para remover partículas insolúveis. Existem, inclusive, despolpadeira com finisher. São vários os processos de clarificação: • Físicos: decantação, centrifugação e filtração; • Químicos (areia, bentonita); • Enzimático ( membranas); • Uso de PVPP (polivinilpirrolidona) –agente de complexação. A pasteurização é o processo subsequente (90- 95°C/ 30-40s) importante por inativar enzimas pectinases é responsável também pela perda de turbidez, pelo escurecimento e geleificação e é suficiente para eliminar deteriorantes. A pasteurização é um dos processos responsáveis pela sabor de cozido de alguns sucos, a solução é a utilização de trocadores de calor eficientes e contínuos para reduzir o tempo. A refrigeração (4 a 10°C) é necessária para reduzir os efeitos da degradação térmica e é um método auxiliar de conservação. Os sucos são acondicionados. Há outros processos para conservar os sucos além da pasteurização e da refrigeração, como alta pressão ou pasteurização a frio através da pressurização ou por adição de aditivos sulfitos por exemplo, ácido cítrico, sorbato de potássio. Ainda pode-se ajustar a atividade de água, usar enzimas e lançar mão do processo de irradiação. Tipos de sucos Suco desidratado: sob estágio sólido, obtido da desidratação do suco integral; Suco reconstituído: diluição do suco concentrado até concentração original do suco integral; Suco misto: obtido da mistura de duas ou mais frutas sendo que na denominação deve conter o nome dos frutos em ordem decrescente de uso; Suco tropical: produto obtido da dissolução em água potável, da popa do fruto polposo tropical, não fermentado ( 35 a 50% de polpa); Suco concentrado: produto obtido da evaporação do suco integral; O suco de laranja é um exemplo de suco concentrado e geralmente congelado, que é concentrado por evaporação. A evaporação é importante porque diminui a atividade de água para 0,4-0,8 que geralmente ocorre sob vácuo (spray dryer e liofilização) a uma temperatura branda menor que 60ºC. A exceção é para sucos que foram espumas (foam meat dryer). CASO ESPECÍFICOS DE SUCOS Abacaxi: os frutos são despolpados inteiros maduros, ou são utilizadas aparas e partes de fatias; a extração é feita principalmente em prensas com o uso de enzimas pectinolíticas para aumentar o rendimento na extração, diminuir a viscosidade e melhorar a clarificação. O finisher é utilizado para remover a polpa grosseira. O suco pode ser evaporado a 85ºC a vácuo com aromas reincorporados para obter o suco concentrado. Ou para obter o suco integral realiza-se a desaeração, pasteurização e o envase a quente (hot fill). Pode-se adicionar conservantes: benzoato de sódio e sorbato de potássio; acidulantes: ácido cítrico e ascórbico; estabilizantes: gomas. Caju: as castanhas são removidas ainda no meio rural (de produção). Os frutos são desintegrados para otimizar a extração que é realizada em prensa parafuso ou com despolpadeira seguida de prensagem, geralmente em presença de metabissulfito de s´dio para evitar o escurecimento. O suco é pasteurizado (90-100°C/ 20 a 40s) e também precisa de clarificação. A concentração do suco é cerca de 30-35ºBrix. Laranja: escolher variedade correta com índice de maturação adequado. Os extratores para suco de laranja são denominados brown (meio copo extrator) e FMC para usar a laranja inteira. Após a extração o finisher dá o acabamento para evitar que o suco fique grosseiro neste caso ainda realiza-se a blindagem e a desaeração. Em seguida pasteuriza-se (90-95°C / 30-60 seg) e resfria- se em temperatura menor que 10°C para envase. Pêssego: os pêssegos são descascados com hidróxido de sódio 5%. É necessário um cozimento para amolecer os tecidos (uma temperatura de 99°C por 15 a 20 segundos) e facilitar o despolpamento. A frio para amolecer a polpa é necessário cortar, esmagar, despolpar. Uva: o preparo da uva é feito por sulfitação ( Flanzy) para proteger contra os microrganismos. É feito o desengace que quebra as partes sólidas para separação de partes não desejáveis. É feita adição de pectina na massa para manter a cor do suco roxa retirada parcialmente na sulfitação. As prensagens não são vigorosas e a clarificação é espontânea por esterases. A filtração é importante para dar o abrilhantamento do suco que também sofre estabilização tartárica. NÉCTAR Bebida nãofermentada, obtida da diluição em água potável da parte comestível do vegetal e açúcares, podendo ser adicionada de ácidos e destinada ao consumo direto. Suco ou polpa diluída com xarope, os teores sendo controlados pela legislação, as vezes mínimo de 50% de suco, as vezes 25% ou menos. Ainda existem os refrescos, podutos mais diluídos, também sem fermentação. VINAGRE E REFRIGERANTE O refrigerante é a bebida gaseificada adicionada de açúcar, corantes e aromatizantes. O conteúdo de polpa varia de 2 a 10% . O refrigerante deverá ser obrigatoriamente saturado de dióxido de carbono, industrialmente puro.Os refrigerantes de laranja, tangerina e uva deverão conter, obrigatoriamente, no mínimo 10% em volume do respectivo suco na sua concentração natural. A Soda limonada ou refrigerante de limão deverá conter, obrigatoriamente, no mínimo, 2,5% por cento em volume de suco de limão. O refrigerante de guaraná deverá conter, obrigatoriamente, uma quantidade mínima de dois centésimos de grama de semente de guaraná (gênero Paullinia) ou seu equivalente em extrato, por cem mililitros de bebida. O refrigerante de cola deverá conter semente de noz de cola ou extrato de noz de cola (Cola acuminata). Denominam-se vinagres a todos os produtos resultantes da fermentação acética de diversos substratos alcoólicos. Sua graduação alcoólica não pode exceder a 1°GL e deve ser obrigatoriamente pasteurizado. Os tipos de vinagre são: Balsâmico (aceto balsâmico): escuro e bastante aromático, é feito com uvas Trebbiano selecionadas da região de Modena, Itália. O autêntico vinagre balsâmico passa por um longo processo de fermentação feito em barris de madeira, O tempo necessário para a elaboração do vinagre balsâmico é de, no mínimo, 20 anos. Vinagre de Vinho: é o mais comum e elaborado a partir do vinho tinto ou branco. Fermentado Acético de Sidra (ou de maçã): obtida a partir do suco fermentado de uma variedade de maçã. É o menos ácido. Fermentado Acético de malte: é um produto escuro fermentado, feito a partir do malte da cevada. Como o ácido acético do vinagre é obtido pela oxidação do álcool, todas as matérias primas alcoólicas e as que contenham carboidratos podem a princípio ser utilizadas para a produção de vinagre. FRUTAS DESIDRATADAS A desidratação é uma das técnicas mais antigas de preservação de alimentos utilizadas pelo homem. O processo é simples e consiste na eliminação de água de um produto por evaporação, com transferência de calor e massa. Uma de suas maiores vantagens é não necessitarem de refrigeração durante o armazenamento e transporte. O mercado está em crescimento e as oportunidades de novos empreendimentos, se respeitados todos os critérios de implantação de uma agroindústria, serão um grande sucesso. As frutas secas como a banana, o abacaxi, a manga e o mamão deixaram de ser simplesmente frutas secas para consumo ao natural e passaram a ser importantes ingredientes para a formulação de outros alimentos. O processo de secagem pode envolver três meios de transferência de calor: convecção, condução e radiação. A transferência de calor por convecção é o meio mais utilizado na secagem comercial, em que um fluxo de ar aquecido passa através da camada do produto. Durante o processo de secagem, a umidade migra do interior para a superfície do produto, de onde se evapora para o ambiente. Os produtos alimentícios podem ser desidratados por processos baseados na vaporização, sublimação, remoção de água por solventes ou na adição de agentes osmóticos. Quando um alimento é desidratado, ele não perde água a uma velocidade constante ao longo do processo. Com o progresso da secagem, sob condições fixas, a taxa de remoção de água diminui. No início da secagem, e por algum tempo depois, geralmente a água continua a evaporar a uma velocidade constante, semelhante ao mecanismo de evaporação de água num reservatório. Na atualidade as pesquisas estão voltadas no sentido de aumentar a retenção das propriedades nutritivas sensoriais do produto desidratado mediante a alteração das condições de processo e o uso de pré-tratamentos. Poucas diferenças são observadas nos teores de carboidratos, proteínas, fibras e cinzas, quando a variação no conteúdo de umidade é levada em consideração. As mudanças que ocorrem durante a secagem são principalmente químicas, particularmente se as reações enzimáticas são incluídas como mudanças químicas. Quando as condições de secagem e a matéria-prima a ser utilizada são satisfatórias, nenhuma das transformações que ocorrem durante a secagem da fruta é devido a atividade de microrganismos. As mudanças na cor tem grande influência na determinação da procedência de secagem para cada fruta. Os pigmentos da antocianina presentes nas frutas são geralmente alterados durante e após a secagem. Esses pigmentos, caso as frutas não sejam tratadas por meio de sulfuração ou sulfitação, geralmente tornam-se castanhos devido a oxidação durante a secagem. O escurecimento enzimático pela ação da peroxidase e outras enzimas oxidativas ocorre na fruta durante a secagem, principalmente nas superfícies cortadas, onde ocorre com maiores velocidades. Comercialmente, a maioria das frutas devem ser tratadas antes da desidratação para manter uma boa aparência e para prevenir o escurecimento, perdas do sabor e da vitamina C. Os agentes mais comumente utilizados no pré-tratamento são ácido ascórbico e o dióxido de enxofre (SO2). O agente sulfitante mais utilizado no tratamento présecagem é o dióxido de enxofre SO2. O SO2 devido a sua ação redutora e propriedades inibidoras de enzimas, evita as reações enzimáticas e oxidativas que ocorrem durante a desidratação. O SO2 retarda a formação de pigmentos escuros. O pré-tratamento com esses agentes tem como principais finalidades: • preservação da cor natural dos alimentos. • prolongar a armazenagem. • retardar as perdas de vitamina C. • prevenir a deterioração microbiana. Uma das características mais importantes dos produtos desidratados é a sua capacidade de reidratação rápida e completa. A razão de reidratação pode ser definida como sendo a razão do peso do alimento reidratado pelo seu peso seco. Os fatores que podem afetar a qualidade dos alimentos desidratados durante a reidratação são tempo de imersão, a temperatura da água, e a razão entre a quantidade de água utilizada e a de produto. Verifica-se que a razão de absorção de água durante a reconstituição de alimentos desidratados é afetada, também, pelo tamanho e pela forma das partículas, bem como pelas trocas físico-químicas que ocorrem durante o processo de desidratação e a estocagem do produto. No projeto dos equipamentos para desidratação de alimentos, busca-se obter a máxima taxa de secagem com o menor dano ao produto e com um menor custo possível. Entre os métodos mais comuns de desidratação podemos listar a secagem em cilindros rotativos (“drum drying”), por atomização (“spray drying”), secagem a vácuo, liofilização ou secagem pelo frio (“freeze drying”), cabines e túneis com circulação forçada de ar quente, leito fluidizado entre outros. Alguns desses métodos são apropriados para alimentos líquidos ou pastosos e outros para alimentos em pedaços. EQUIPAMENTOS SECADORES TIPO CABINE São secadores que operam em bateladas, ou seja é preciso desidratar um lote de produto de cada vez. São de construção simples e de custo relativamente baixo. Basicamente, consiste de uma cabine com parede dupla e isolamento térmico entre elas. A câmara de secagem possui apoios para as bandejas onde os alimentos previamente preparados são desidratados. A distância entre uma bandeja e outra, a dimensão das bandejas e a quantidade de produto a ser colocada, dependem do tipo de produto a ser desidratado. Somente determinados alimentos podem ser desidratados desta maneira, pois
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