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ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO PACIENTE ADULTO E IDOSO SUBMETIDO A CIRURGIA DO APARELHO DIGESTIVO E GENITURINÁRIO Até meados do século XVIII, um grande número de moléstias, de dores, de falta de assistência médica assolava o mundo. Os procedimentos cirúrgicos realizados nessa época eram limitados, destacavam-se as amputações, extração de abscessos e dentes e ligação de artérias, evitavam-se as da região do abdômen e outras cavidades do corpo, assim como do sistema nervoso central. Os principais desafios enfrentados eram a dor, a hemorragia e a infecção, neste sentido os cirurgiões se mostravam temerosos a operar seus doentes. De acordo com Pitrez e Pioner (2003, p.19) define-se como “paciente cirúrgico aquele cujo tratamento implica um ato cirúrgico”. Este tipo de terapia pode representar uma agressão orgânica, psíquica, apresentando características definidas, além de que na maioria das vezes o paciente não se encontra preparado para o inesperado, como o diagnóstico da necessidade de uma cirurgia, uma situação de risco, crítica e evasiva. Sendo a enfermagem uma profissão em que os enfermeiros prestam cuidados a outras pessoas, o cuidar se torna uma ação inerente à profissão. Neste sentido, o processo de cuidar pode ser entendido como um conjunto de ações e comportamentos realizados no sentido de favorecer, manter ou melhorar o processo de viver ou morrer, proporcionando ao paciente a necessidade que apresenta de conforto físico, emocional e espiritual. O procedimento cirúrgico é uma situação estressante para o paciente, ao deparar- se com a mesma é acometido de muitos medos, diante destas características entendemos que a sistematização da assistência de enfermagem Perioperatória possibilita a melhoria da qualidade da assistência prestada. O CUIDADO DE ENFERMAGEM NO PÓS-OPERATÓRIO Pós-operatório: inicia-se a partir da saída do cliente da sala de operação e perdura até sua total recuperação. Subdivide-se: - Pós-operatório imediato (POI): até às 24 horas posteriores à cirurgia. Pós-operatório mediato: após as 24 horas e até 7 dias depois; Tardio: após 7 dias do recebimento da alta. Objetivos: identificar, prevenir e tratar os problemas comuns aos procedimentos anestésicos e cirúrgicos, tais como dor, entubação traqueal, náuseas, vômitos, retenção urinária, flebite pós-venóclise e outros, com a finalidade de restabelecer o seu equilíbrio COMPLICAÇÕES GASTRINTESTINAIS Os efeitos colaterais dos anestésicos e a diminuição do peristaltismo ocasionam distensão abdominal, acúmulo de líquidos e restos alimentares no trato digestório; em consequência, o cliente pode apresentar náuseas e vômito. CUIDADOS DE ENFERMAGEM NO PÓS-OPERATÓRIO – Ações: clientes sem sonda nasogástrica devem ser colocados em decúbito lateral ou com a cabeça lateralizada para facilitar a drenagem do vômito pela boca. - Ações: clientes com sonda nasogástrica, abrir a sonda e, mantendo-a aberta, proceder à aspiração para esvaziar a cavidade gástrica. Administrar antieméticos, passar a sonda nasogástrica (mantendo- a aberta) e aspirar mais frequentemente o conteúdo gástrico, de acordo com as orientações da enfermeira e/ou médico. - Constipação intestinal: Diminuição do peristaltismo provocada pelo efeito colateral do anestésico, imobilidade prolongada no leito, quadro inflamatório, exposição e manipulação do intestino durante as cirurgias abdominais e o medo da dor. Como resultado, ocorre retenção de fezes acompanhada ou não de dor, desconforto abdominal e flatulência. - Ação: movimentação no leito, deambulação precoce, ingestão de líquidos e aceitação de alimentos ricos em celulose. A aplicação de calor na região abdominal e a orientação, ao cliente, para que degluta menos ar ao beber ou ingerir alimentos pode ajudar no retorno domovimento peristáltico e diminuir o acúmulo de gases. promover sua privacidade para que possa eliminar os gases e, o médico pode prescrever laxante no período noturno e/ou lavagem intestinal. - Sede: Provocada pela ação inibidora da atropina, perdas sanguíneas e de líquidos pela cavidade exposta durante o ato operatório, sudorese e hipertermia. - Ação: A equipe de enfermagem deve observar a presença de sinais de desidratação (alteração no turgor da pele e da PA e diminuição da diurese), manter a hidratação por via oral e, nos clientes impossibilitados de hidratar-se por via oral, umidificar os lábios e a boca, realizar higiene oral e manter hidratação endovenosa. COMPLICAÇÕES GENITURINÁRIAS -Hemorragia -Infecção -Trombose -Obstrução do cateter CUIDADOS DE ENFERMAGEM NO PÓS-OPERATÓRIO -Cuidados gerais no pós-operatório -Orientar a pender as pernas na beira do leito -Prestar atenção a queixas de dor, distensão, sensação de pressão. Pode haver formação de coágulos e retenção urinária. Realizar compressas mornas ou banhos de assento para evitar os espasmos -Incentivar ingesta hídrica (3000ml/dia) -Realizar higiene do meato uretral várias vezes ao dia ou conforme prescrição médica -Realizar cuidados com drenos e sondas -Observar irrigação contínua. O ritmo de gotejamento pela sonda supra-púbica ou foley 03 vias, e o gotejamento pela sonda vesical deve ser igual em ambas. Se o gotejo na drenagem da sonda vesical for menor é indicativo de obstrução. O tempo médio de irrigação na sonda contínua é de 48 horas, dependendo da coloração da urina-Observar presença de coágulos na drenagem -Observar regularmente a coloração da diurese que deve ir clareando progressivamente -Verificar quando o paciente relata dor, deve-se observar a sonda vesical e quando necessário –de forma asséptica -realizar a irrigação manual de no máximo 50ml de SF e aspirar posteriormente. A quantidade aspirada deve ser igual ou superior a injetada. Deve ser mantido o registro rigoroso da instilação e da drenagem vesical. -Oferecer dieta com fibras, suco de ameixas e emolientes fecais de forma a facilitar as evacuações e impedir o esforço excessivo.