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ANATOMIA DO CORAÇÃO

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Anatomia do Coração 
Prof. Cassio M. Vilicev 
 
 
2 
Anatomia do Coração 
 
O sistema cardiovascular é a designação oficial da terminologia anatômica que veio trocar os 
vocábulos clássicos “aparelho circulatório ou sistema circulatório”. A mudança fez-se por indispensável 
por que o aparelho indica um conjunto de dois ou mais sistemas, e circulatório lembra somente “o 
local em que algo se movimenta e que retorna ao ponto de origem”, sem carecer as estruturas nem a 
sua morfologia. Compete assinalar, de passagem, que “circulator” em Latim, tem a definição de 
charlatão, uma conduta ou uma propriedade não estimável para um digno e essencial sistema 
orgânico. A palavra circulação era utilizada pelos detratores do anatomista e médico William Harvey 
(1628) figura 1, para recusar a importância de sua descoberta. 
 
Figura 1. William Harvey. 
Fonte: RAMOS, C. William Harvey: vida e obra (1ª parte). Acta Médica Portuguesa, 1992, v. 5, p. 
507-12. 
 
A procura de melhor nome consentiu aos anatomistas oficializar o termo “sistema 
cardiovascular”, favorito por clínicos e cirurgiões. Ponderando que o coração é embriologicamente, um 
vaso modificado, a terminologia aceitada poderia ter sido abreviada para “sistema vascular”. Este 
vocábulo, contudo, não teria oferecido o destaque que o coração tem direito, pela morfofisiologia, 
pela clínica, pela cirurgia, pelo aspecto profissional (cardiologistas, clínicos e cirurgiões) e pelo papel 
palpitante que cumpre na vida dos indivíduos. É fato que o estudo do sistema cardiovascular satisfaz 
à angiologia, terminologia que é escolhida pelos profissionais que se ocupam somente dos vasos, 
como os angiologistas e os cirurgiões vasculares. 
 
O sistema cardiovascular consiste em um sistema fechado, sem comunicação com o exterior, 
formado por tubos, no interior dos quais circulam humores. Os tubos são denominados vasos e os 
humores são o sangue e a linfa. O corpo de um indivíduo adulto apresenta, em média, cinco litros de 
 
 
3 
sangue circulando ininterruptamente. Essa abundância equivale a aproximadamente 1/12 da massa 
corporal de um adulto. Dessa forma, o sistema cardiovascular é constituído pelo: (a) coração; (b) 
sistema sanguífero, cujos artefatos são os vasos condutores de sangue (artérias, veias e capilares); 
sistema linfático, constituídos pelos vasos condutores de linfa: capilares linfáticos, vasos linfáticos e 
troncos linfáticos e por órgãos linfoides: linfonodos e timo; (c) órgãos hematocitopoiéticos, 
representados pela medula óssea e pelos órgãos linfoides: baço e timo. 
 
Sabe-se que para o organismo desenvolver e conservar sua vitalidade existe necessidade de 
que ele receba um satisfatório suprimento de nutrientes. Um dos papéis fundamentais do sistema 
cardiovascular é precisamente conduzir esse suprimento de nutrientes às células de todo o organismo. 
Além disso, também acontece o transporte de oxigênio até as células por meio desse sistema, 
portanto, o sangue circulante carrega material com nutrientes absorvidos após a digestão dos 
alimentos, assim como o oxigênio que é unido ao sangue quando este circula pelos pulmões. Cabem 
ainda ao sistema cardiovascular o transporte de restos dos metabólitos e o gás carbônico desde os 
locais onde foram produzidos até os órgãos de excreção. Por meio do sangue são carregados também 
hormônios, produzidos pelos órgãos endócrinos, localizados em regiões diversas do corpo humano. Já 
o sangue tem células especializadas na defesa do organismo, como por exemplo, contra as 
substâncias estranhas e os microorganismos, além de ser responsável pela manutenção da 
temperatura do corpo. A figura 2 mostra relação do sistema cardiovascular com outros sistemas do 
corpo humano na manutenção da homeostasia. 
 
Figura 2. Funções do sistema cardiovascular. 
Fonte: VAN DE GRAAFF, K.M. Anatomia humana. 6ª edição. Manole, 2003, p. 538. 
 
 
 
4 
O coração era considerado a sede da alma, do amor, das emoções, possivelmente porque 
estas são seguidas de palpitações, taquicardia, dor pré-cordial, maravilhadas pelos poetas e pelos 
românticos. As atividades temperamentais estão mais relacionadas com o encéfalo do que com o 
coração. Os batimentos cardíacos já foram o sinal de vida, tanto que era aceitável a sua interrupção 
para admitir o diagnóstico de morte. Presentemente, entretanto, o indivíduo é considerado morto 
quando não existe atividade eletroencefalográfica, mesmo que haja atividade cardíaca. Em outras 
palavras, coração batendo não é sinal condicional de vida. 
 
Órgão central do sistema cardiovascular, o coração é um músculo quadricavitário com a 
configuração de um cone truncado, do tamanho aproximado do punho do mesmo indivíduo, que em 
relação ao sangue exerce o papel de uma bomba aspirante e premente. O efeito de bomba muscular 
do coração baseia-se na contração e no relaxamento do músculo estriado cardíaco. A fase de 
contração é denominada sístole, a fase de relaxamento, diástole. Estas terminologias se mencionam 
normalmente à contração e ao relaxamento do ventrículo direito e do ventrículo esquerdo, ainda que 
os átrios também contraiam e relaxem. A contração do átrio direito e do átrio esquerdo antecede a 
contração dos ventrículos e colabora para o enchimento máximo dos ventrículos (volume diastólico 
final). A contração do átrio direito e do átrio esquerdo acontece simultaneamente, bem como a 
contração dos dois ventrículos. 
 
Hoje em dia reconhecido também como órgão endócrino, por haverem pelo menos nos átrios, 
os grânulos atriais (nos cardiomiócitos), envolvidos com o fator natriurético atrial, o hormônio do 
coração. O fator natriurético atrial é secretado no sangue devido à distensão do átrio direito, como 
por exemplo, na insuficiência cardíaca, ou ainda, devido à ativação do sistema nervoso autônomo 
simpático, promovendo, nos rins, uma diminuição na reabsorção de cloreto de sódio e, por 
conseguinte, de água. O resultado é a elevação da excreção de urina (diurese aumentada). Além de 
seu efeito diurético, o fator natriurético atrial gera relaxamento da musculatura lisa vascular e, com 
isso, vasodilatação. Por meio desses dois mecanismos, a diminuição do volume de sangue e a redução 
da resistência vascular periférica, induzem a uma diminuição do esforço do coração. 
 
O coração tem uma base que está fixada aos pedículos vasculares, sendo estas estruturas a 
porta arterial, formada pela aorta e pelo tronco pulmonar e a porta venosa, formada pela veia cava 
superior, a veia cava inferior e as veias pulmonares. Outra estrutura que compõem o pedículo 
vascular é a membrana broncopericárdica. O ápice do coração encontra-se livremente móvel, na 
cavidade do pericárdio circunjacente. 
 
O volume do coração (volume médio 785 ml) altera conforme os fatores de variação 
anatômica, como por exemplo, a idade e o sexo. Seu peso em um adulto vem a ser de uns cinco 
gramas/por quilograma de peso, assim em um indivíduo de 60 Kg, pesa aproximadamente 300 
 
 
5 
gramas. Em primeiro lugar, permanece o fator idade, de tal maneira que o coração de um recém-
nascido é proporcionalmente maior do que de um adulto, sete gramas, ao antagônico de cinco 
gramas/por quilograma de peso, devido à resistência da circulação placentária que tem que vencer 
durante a vida fetal. Após o nascimento seu peso reduz proporcionalmente, atingindo depois dos 
cinco anos de idade a proporção de cinco gramas/por quilograma de peso. A partir desta idade 
principiasse a assinalar desigualdades nos volumes do coração relacionado coma diferença entre os 
sexos, sendo que este é um pouco menor nas mulheres do que nos homens. Além disso, o coração do 
adulto mede cerca de doze cm de comprimento, por oito a nove cm de largura em sua parte mais 
larga, e seis cm de espessura. Seu peso no homem altera de 280 a 340 gramas; na mulher, de 230 a 
280 gramas. À medida que o indivíduo envelhece, o coração reduz e existe uma diminuição na força 
de contração do músculo estriado esquelético. As valvas do coração tornam-se menos flexíveis e o 
fechamento incompleto pode gerar um “sopro” audível. Em torno dos 70 anos de idade, o débito 
cardíaco (quantidade de sangue que sai do ventrículo esquerdo a cada minuto) pode reduzir em até 
35%. O prejuízo do complexo estimulante do coração pode gerar ritmos cardíacos anormais, incluindo 
os batimentos cardíacos extras, os batimentos dos átrios acelerados e a redução do ritmo dos 
ventrículos. A insuficiência temporária do complexo estimulante do coração (bloqueio cardíaco) pode 
gerar perda periódica da consciência. Devido à redução na reserva de força do coração, os indivíduos 
senis são comumente limitados na sua capacidade de responder ao estresse físico ou emocional. 
 
Também há relação entre o peso do coração com o aumento da musculatura estriada 
esquelética, de tal forma que em indivíduos atletas seu peso é proporcionalmente maior. Os 
indivíduos atletas esses parâmetros podem elevar para 500 g (peso) e 1440 ml (volume médio). Na 
hipertrofia cardíaca, o volume do coração está alargado, contudo todo ele é mais espesso, as suas 
paredes são mais fortes, seguindo um processo geral de aumento muscular de todo o corpo. Porém, a 
dilatação do coração pode ser patológica e revela insuficiência cardíaca. Na dilatação o coração está 
expandido, mas as suas paredes são delgadas, como se constituísse uma bola de borracha que 
contém mais ar. 
 
O coração está contido em uma membrana especial, o pericárdio, preenchendo a região 
topográfica do tórax conhecida como mediastino médio. O mediastino é o espaço visceral da linha 
mediana ou cavidade torácica. O mediastino está dividido em mediastino superior e mediastino 
inferior pela presença do pericárdio. O mediastino superior não apresenta subdivisões, abrange o 
esôfago e a traqueia, posteriormente, o timo, anteriormente, e entre eles, os grandes vasos da base 
do coração. O mediastino inferior está subdividido em mediastino anterior, mediastino médio e 
mediastino posterior. As estruturas anatômicas encontradas dentro do mediastino anterior abrangem 
os ligamentos esternopericárdicos e diversos linfonodos. O mediastino médio situa-se no nível de T4-
T8, no corpo do esterno e nas cartilagens costais. Está localizado entre o mediastino posterior e o 
mediastino anterior. O mediastino médio abrange o coração e o pericárdio, junto com o nervo frênico 
 
 
6 
que corre no pericárdio fibroso, além dos brônquios principais e as estruturas das raízes dos pulmões. 
O mediastino posterior abrange, entre outras estruturas anatômicas, o esôfago e a parte torácica da 
aorta, que o atingem vindos do mediastino superior, conforme ilustrado na figura 3. 
 
Figura 3. Topografia do coração. 
Fonte: DRAKE, R.L.; VOGL, W.A.; MITCHELL, A.W.M. Gray’s Anatomy for Students: With Student 
Consult Online Access. 1ª edição. Elsevier Science Health Science, 2009. 
 
Na cavidade torácica o coração está situado entre os dois pulmões, limites laterais, por trás do 
osso esterno, limite anterior, repousando sobre o diafragma, limite inferior, e por diante da coluna 
vertebral, entre a 4ª e a 8ª vértebras torácicas, as vértebras cardíacas de Giacomini, limite posterior, 
e pela abertura torácica superior, limite superior, conforme ilustrado na figura 4. 
 
Figura 4. Limites do coração. 
Fonte: DRAKE, R.L.; VOGL, W.A.; MITCHELL, A.W.M. Gray’s Anatomy for Students: With Student 
Consult Online Access. 1ª edição. Elsevier Science Health Science, 2009. 
Ângulo esternal 
Mediastino superior 
Mediastino anterior 
Mediastino inferior 
Mediastino médio 
Mediastino posterior 
Ângulo esternal 
Mediastino superior 
Mediastino inferior 
Mediastino anterior 
Mediastino médio 
Mediastino posterior 
1º par de costelas 
Diafragma 
 
 
7 
Sua maior parte se acha à esquerda do plano mediano, permanecendo 1/3 à direita e 2/3 à 
esquerda do plano mediano, e não inteiramente do lado esquerdo da cavidade torácica, como 
usualmente se crê, conforme ilustrado na figura 5. Ainda que esta seja a posição mais comum, 
denominada levocárdica há variações na posição do coração em relação à cavidade torácica. O 
coração pode ostentar a posição mesocárdica, quando a maior parte do seu volume se depara na 
parte mediana do tórax. O desdobramento anormal do coração embrionário pode causar inversão 
completa da posição do coração, denominada posição dextrocárdica, quando grande parte de seu 
volume se encontra no hemitórax direito. Esta anomalia congênita é a anormalidade mais comum de 
posição do coração, embora ainda seja relativamente infrequente. 
 
Figura 5. Posição do coração. 
Fonte: Desconhecida. 
 
O coração está disposto obliquamente, de tal maneira que a sua base é medial e o seu ápice 
é lateral. O maior eixo do coração, eixo longitudinal (da base ao ápice) é, pois, oblíquo e desenha um 
ângulo de aproximadamente 40° com o plano horizontal e também com o plano mediano do corpo, 
conforme ilustrado na figura 6. 
 
Figura 6. Eixo longitudinal. 
Fonte: Modificado de NETTER, F.H. Atlas de anatomia humana. 4ª edição. Elsevier Science Health 
Science, 2006, p. 
Plano mediano 
 
 
8 
Referências Bibliográficas 
 
CASTRO, S.V. Anatomia fundamental. 3ª edição. Pearson Makron Books, 1985. 586 p. 
 
DÂNGELO, J.G.; FATTINI, C.A. Anatomia humana sistêmica e segmentar. 2ª edição. Livraria Atheneu 
Editora São Paulo S.A., 2000. 678 p. 
 
DI DIO, L.J.A. Tratado de anatomia aplicada. 1ª edição. Póllus Editorial, 1998. Volume: II. 288 p. 
 
DRAKE, R.L.; VOGL, W.A.; MITCHELL, A.W.M. Gray’s Anatomy for Students: With Student Consult 
Online Access. 1ª edição. Elsevier Science Health Science, 2009. 1150 p. 
 
HENRY GRAY, F.R.S. Gray Anatomia. 29ª edição. Guanabara Koogan, 1988. 1147 p. 
 
LLORCA, F.O. Anatomía humana: sistema nervioso central y órganos de los sentidos. 2ª edição. 
Editorial Científico - Médica 1960. 539 p. 
 
NETTER, F.H. Atlas de anatomia humana. 4ª edição. Elsevier, 2006, 548 p. 
 
RAMOS, C. William Harvey: vida e obra (1ª parte). Acta Médica Portuguesa, 1992, v. 5, p. 507-12. 
 
TESTUT, L.; JACOB, O. Tratado de anatomía topográfica con aplicaciones medicoquirúrgicas. 8ª 
edição. Salvat Editores S.A., 1956. Volume: II. 1194 p. 
 
VAN DE GRAAFF, K.M. Anatomia humana. 6ª edição. Manole, 2003, 840 p.

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