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ViolncianainfnciaeAdolescncia20221_20220327190225

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VIOLÊNCIA NA 
INFÂNCIA 
ADOLESCÊNCIA
OBJETIVOS
Ao final desta aula o estudante deverá:
Conceituar violência doméstica/maus tratos;
Reconhecer a importância da violência no aumento da morbimortalidade infantil e da
mulher;
Identificar os tipos de violência/maus tratos;
 Citar os sinais de advertência/suspeita de maus tratos;
Citar os fatores que predispõem aos maus tratos (características dos agressores, da
criança e do ambiente);
 Descrever o papel do enfermeiro na prevenção dos maus tratos (educação,
assistência e pesquisa)
Saber intervir em casos de crianças e adolescentes em situação de violência
VIOLÊNCIA E MAUS TRATOS
“O uso intencional da força física ou poder, real ou em ameaça, contra 
si próprio, contra outra pessoa, ou contra um grupo ou uma 
comunidade, que resulte ou tenha grande possibilidade de resultar em 
lesão, morte, dano psicológico, deficiência de desenvolvimento ou 
privação.” (OMS)
A violência pode ser de vários tipos – física, psicológica, patrimonial ou 
sexual.
Quando acontece entre pessoas de 10 a 29 anos, a OMS define o 
fenômeno como violência juvenil.
Os termos violência, abuso e maus-tratos, são utilizados como 
sinônimos, mas não tem o mesmo significado, pois apresentam 
cargas ideológicas e históricas específicas (MINAYO, 2009).
Em 2006, o Ministério da 
Saúde implantou em 
vinte e sete municípios
brasileiros, no âmbito do 
Sistema Único de Saúde 
(SUS), o sistema de
Vigilância de Violências 
e Acidentes (VIVA), a 
partir da ficha de 
notificação de violência 
doméstica, sexual e 
outras violências.
IMPORTANTE!!!!
Os maus-tratos, abuso ou violência doméstica devem ser reconhecidos como 
enfermidades, pois são assim identificados no Classificação Internacional de 
Doenças (CID), conforme abaixo.
CID-10
T74 Síndrome de maus-tratos
T74.0 Abandono
T74.1 Sevícias físicas. Síndrome da criança espancada (SOE)
T74.2 Abuso sexual
T74.3 Abuso psicológico
T74.8 Outras síndromes especificadas de maus-tratos. Formas mistas
T74.9 Síndrome não especificada de maus-tratos. Efeitos de sevícias
infligidas a crianças (SOE)
A notificação dos casos de violência é compulsória para toda a 
rede de saúde (pública e privada).
 A violência contra a criança é considerada um grave problema de saúde
pública no Brasil.
 É a principal causa de morte de crianças e adolescentes a partir dos 5
anos de idade.
Sistema de Vigilância de Violência e Acidentes-VIVA (2006 a 2007),
Situação da Violência contra a Criança e Adolescente...
Crianças (0 a 9 anos de idade)
Registrados 1.939 casos, 43,6% 
violência sexual, 38% 
psicológico-moral, 33% 
negligência-abandono e física 
28,5%. Quanto ao vínculo da vítima 
com o agressor: a mãe foi a 
principal responsável (24%), 
seguida do pai(19%), e amigos-
conhecidos (14%).
Adolescentes (10 a 19 anos)
Registrados 2.370 casos: 50% 
violências aconteceram dentro 
das residências, com prevalência 
do sexo feminino (78%). 
Também, 56% violência sexual, 
50% psicológica-moral, 48% 
violência física, e negligência-
abandono 13%. Entre os 
agressores, 21% eram 
desconhecidos, 20% amigos e/ou 
conhecidos e 12% o pai.
Não se conhece ainda a magnitude real do problema, devido a alguns
fatores culturais e institucionais.
 O pacto de silêncio nos lares, espaço socialmente sacralizado e
considerado isento de violência.
 O atendimento às vítimas de maus-tratos se encontra pouco
estruturado no país, sendo insuficiente para a demanda que chega aos
serviços de saúde.
 Não existe o estabelecimento de normas técnicas e rotinas para a
orientação dos profissionais da saúde frente ao problema da violência.
Situação da Violência contra a Criança e Adolescente...
Uso do castigo físico como prática pedagógica e disciplinadora (SBSP, 2011)
• Disciplina, punições físicas e humilhantes = atitudes “normais”, 
particularmente se não provocam lesões visíveis
• A prática do castigo físico é creditada pelos pais como método para ser 
utilizado: na correção do mau comportamento, para impor limites, para 
garantir o poder absoluto sobre os filhos.
Castigo físico como causa de violência doméstica (SBSP, 2011)
Hábito culturalmente aceito. 
Punição física como ação 
disciplinadora e educacional
Pais vitimizados
Pais “donos” de seus 
filhos
Abuso de
autoridade
Solução de conflitos 
pela força
Comportamento
•Explosivo
•Violento
•Perverso
https://www.youtube.com/watch?v=itFCNt4G_j8
Estudantes consultem o 
Manual de atendimento às 
crianças e adolescentes 
vítimas de violência da 
Sociedade de Pediatria de São 
Paulo disponibilizada no 
material complementar
SexualFísicos
Maus Tratos
Psicológico Negligência
Classicamente os maus-tratos/violência são divididos nos
seguintes tipos:
ENCAMINHAMENTOS:
Casos leves e sem risco de revitimização:
• retorno para moradia
• notificar conselho tutelar (mediante relatório institucional elaborado por 
um membro da equipe interprofissional ou preenchimento da ficha de 
notificação de casos suspeitos ou confirmados de violências e acidentes)
Casos graves ou com risco de revitimização:
• internação
• notificar Vara da Infância e Juventude e conselho tutelar
• instituição passa a ter a guarda da vítima até decisão judicial
pela Vara da Infância e Juventude
Risco de revitimização:
• agressor não controlável
• família incapaz de proteger
Maus tratos físicos: uso da força física de forma intencional,
não-acidental, praticada por pais, responsáveis, familiares ou
pessoas próximas da criança ou adolescente, com o objetivo de
ferir, danificar ou destruir esta criança ou adolescente, deixando
ou não marcas evidentes. (Deslandes, 1994)
Acomete todas as faixas etárias da criança, porém predomina
nos menores de três anos.
Estima-se que o abuso físico seja responsável por aproximadamente
25% de todas as formas de abuso à criança. Proporcionalmente, é o 
maior responsável por mortalidade entre as formas de abuso à 
criança. (SPSP, 2011)
Conceituando Maus Tratos Físicos...
Fatores que predispões a maus-tratos físicos
Características dos pais:
Foram vítimas de maus-tratos quando crianças,
Baixa idade ou imaturidade, baixa inteligência
Rigidez ou inflexibilidade que correspondem a modelos familiares de imposição de disciplina,
com uso freqüente de abuso físico,
São famílias isoladas socialmente,
Filhos de mães adolescentes, pais alcoólatras, psicopatas
Características da criança:
Temperamento da criança,
Necessidades físicas, como estar doente ou incapacitada,
Indesejada,
Lembram ao genitor uma pessoa de quem ele não gosta, 
Prematuros 
Gravidez ou parto difícil.
Características do ambiente:
Estresse crônico; problemas de divórcio,
Pobreza, desemprego,
Má condição de moradia,
Mudanças freqüentes,
Alcoolismo e vícios em drogas,
Várias pessoas vivendo juntas.
Síndrome da Criança 
Espancada
Síndrome do Bebê 
Sacudido
Maus Tratos Físicos
Síndrome de 
Munchausen
Tipos de Maus Tratos Físicos...
 “Síndrome do bebê sacudido” é uma forma especial deste tipo de mau
tratamento e consiste de lesões cerebrais que ocorrem quando a criança, em
geral menor de 6 meses de idade, é sacudida por um adulto.
 Síndrome da criança espancada “se refere, usualmente,a crianças de
baixa idade, que sofreram ferimentos inusitados, fraturas ósseas,
queimaduras etc. ocorridos em épocas diversas, bem como em diferentes
etapas e sempre inadequada ou inconsistentemente explicadas pelos pais”
(Azevedo & Guerra,1989)
 Síndrome de Munchausen: é definida como a situação na qual a criança
é trazida para cuidados médicos devido a sintomas e/ou sinais inventados ou
provocados pelos seus responsáveis. Em decorrência, há conseqüências que
podem ser caracterizadas como violência física e psicológica.
Definindo os Tipos de Maus Tratos Físicos...
Identificando Violência...
 A suspeita de maus-tratos contra crianças e adolescentes
surge, geralmente, no momento em que se procede a Entrevista
e no decorrer do Exame Físicodo paciente.
 Na maioria das vezes, as vítimas não possuem evidências
físicas de maus-tratos.
 Sendo assim, o Histórico ocupa lugar relevante no
esclarecimento dos casos, não apenas pelo relato da ocorrência
da violência em si, como também de sintomas sugestivos de que
a criança possa estar sendo vitimizada.
 Sempre que possível, é importante que a avaliação seja feita
por equipe multiprofissional, na qual estejam incluídos, além do
médico, psicólogo e assistente social.
 História incompatível com as lesões existentes;
 Lesões incompatíveis com o estágio de desenvolvimento da criança;
 Relatos discordantes quando o responsável é entrevistado por mais de um profissional
em diferentes momentos;
 Relatos discordantes quando se entrevistam os responsáveis separadamente;
 Relatos discordantes quando se entrevista a vítima e os responsáveis separadamente;
Supostos acidentes ocorridos de forma repetitiva e/ou com freqüência acima do
esperado;
 Suposto acidente para o qual a procura de socorro médico ocorre muito tempo após o
evento;
 Dinâmica familiar denotando falta de estrutura estável;
 Problemas maternos relacionados à gravidez;
 Relato dos pais sobre experiências próprias de terem sofrido alguma forma de violência 
na infância.
Durante a Entrevista devem ser observadas as seguintes situações...
Exame Físico...
Pele e mucosas
 Hematomas são as lesões de pele mais freqüentemente
encontradas nos maus-tratos físicos, seguidos por lacerações e os
arranhões.
 A localização das lesões pode ser um importante indício da
ocorrência de violência física.
Exemplo: lesões circulares ou marcas de dedos em torno do
pescoço, bem como petéquias na face e hemorragias
subconjuntivais são sugestivas de enforcamento ou
estrangulamento.
 Lesões em diferentes estágios de evolução ou presentes
concomitantemente em diversas partes do corpo, bem como
queimaduras “em meia”, “luva” ou em nádegas e/ou genitália, são
sugestivas de lesões provocadas.
 Quando algum instrumento é utilizado para a agressão, pode-
se identificar sua forma “impressa” na pele.
 O achado de escoriações, manchas ou sangramento em
exame físico não relatados durante a entrevista também sugerem
maus-tratos.
 É importante que a avaliação das lesões encontradas seja
feito com detalhe, considerando tamanho, bordas, localização e
cor das mesmas.
Exame Físico...
Esqueleto
 Fraturas múltiplas inexplicadas, em diferentes estágios de
consolidação, são típicas de maus-tratos.
 As localizações mais comuns das fraturas são as
extremidades.
 O traço da fratura também pode sugerir o mecanismo que a
provocou: fraturas espiralares e fraturas transversas em ossos
longos de lactentes sugerem maus-tratos.
 Fraturas de costelas (geralmente na região posterior, próximo
à articulação costo-vertebral) podem ocorrer por compressão ou
impacto.
Exame Físico...
Sistema nervoso central
 O traumatismo crânio-encefálico (TCE) provocado pode levar a
dois tipos de lesão:
a) externa: fraturas dos ossos do crânio lineares, deprimidas ou
cominutivas;
b) interna: produzida por “sacudida” ou impacto, levando a
hematomas subdural ou subaracnóideo e a hemorragias
retinianas;
 Hemorragias retinianas em menores de 3 anos, na ausência
de lesões externas de TCE, são quase específicas de maus-
tratos.
Exame Físico...
Lesões torácicas e abdominais
 Os traumatismos torácicos produzidos por maus-tratos são
pouco freqüentes, podendo decorrer de compressão antero-
posterior (“síndrome do bebê sacudido”) ou de tração violenta do
braço.
 As lesões viscerais abdominais ocorrem em pequeno
percentual das crianças maltratadas, sendo mais freqüentes em
crianças acima de 2 anos.
Exame Físico...
 Coagulograma completo;
 Radiografias - RX completo do esqueleto deve ser
feito nas suspeitas de maus-tratos físicos em todas as
crianças menores de 2 anos de idade e, em alguns
casos, até os 6 anos de idade;
 Tomografia computadorizada e ressonância magnética
- indicadas na exploração das lesões intracranianas.
Exames Complementares...
É, em sua maioria quase absoluta, perpetrada pela mãe da criança. Pode
ser produzida por dois mecanismos diferentes:
Simulação de sinais, como no caso de falsificação de amostras.(25% das 
ocorrências)
Exemplo: adicionar sangue menstrual ou açúcar na urina da criança.
Produção de sinais ou sintomas. Em 50% dos casos há indução dos 
sintomas e em 25%, coexistem simulação e indução.
Exemplo: administrar medicamentos ou substâncias que causam
sonolência ou convulsões.
Mentira: quando o responsável relata o que não ocorreu
Exemplo: convulsão, vômitos, febre, que a criança não aceita 
determinado leite ou apresenta alergias, o que pode privar a criança de 
alimentos ou medicamentos dos quais necessita sem motivo real;
Síndrome de Munchausen.
 Doença com características que indicam persistência ou recidivas;
 Relatos de sintomas não usuais, quase sempre descritos de forma
dramática;
 Dificuldades em classificar as queixas dentro de uma linha de
raciocínio diagnóstico coerente;
 Sinais que surgem sempre quando a criança está com uma mesma
pessoa;
 Os demais parentes e os profissionais só constatam o quadro já
consumado;
 Resistência e insatisfação com o tratamento preconizado e
insistência para a realização de diversos procedimentos.
Deve-se suspeitar desta síndrome diante das seguintes
situações:
Consequências da Síndrome do Bebê Sacudido
Estima-se que menos de 20% dos pacientes com síndrome 
do bebê sacudido têm evolução favorável e cerca de 1/3 
morrem rapidamente.
Os demais sobreviventes apresentam sequelas neurológicas 
(lesões encefálicas, atraso do DNPM, convulsões, lesões da 
medula espinal) ou oculares importantes (hemorragias 
oculares, cegueira).
(SPSP, 2011)
Abuso Sexual: é todo ato ou jogo sexual, relação
heterossexual ou homossexual cujo agressor está em
estágio de desenvolvimento psicossexual mais adiantado
que a criança ou o adolescente. Tem por intenção
estimulá-la sexualmente ou utilizá-la para obter satisfação
sexual.
(Deslandes, 1994)
Conceituando Abuso Sexual...
Voyerismo e 
Exibicionismo
Abuso Sexual
Exploração 
Sexual
Tipos de Abuso Sexual...
Contato Sexual
VIOLÊNCIA SEXUAL
(BRASIL, 2018)
Entre 2011 e 2017, 1.460.326 casos de violência interpessoal ou autoprovocada foram
notificados. Destes, 184.524 eram casos de violência sexual, sendo 76,5% dos casos
notificados contra crianças 31,5% e contra adolescentes 45%. Houve um aumento de 83,2%
nas notificações de violência sexual contra crianças e adolescentes, quando comparados os
anos de 2011 e 2017.
51,2% entre 1 e 5 anos
69,2% na própria residência
74,2¨% do sexo feminino
81,6% dos casos o agressor era 
do sexo masculino
37,0% tinham vínculo familiar 
com a vítima
92,4% do sexo feminino
67,8% na faixa etária 10 e 14 anos
92,4% dos casos o agressor 
era do sexo masculino
38,4% tinham vínculo intrafamiliar
58,2% ocorreram na residência
39,8% dos eventos tiveram caráter 
de repetição
37,5% dos eventos tiveram caráter 
de repetição
CRIANÇA ADOLESCENTE
Em cerca de 80% dos casos, o abusador é um dos pais ou pessoa
com algum laço afetivo com a família da vítima e conhecida da
criança.
A identificação do abuso sexual pode ser feita mediante:
 Relato da vítima ou de um dos responsáveis;
 Constatação da existência de lesões genitais ou anais;
Diagnóstico de Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST);
Diagnóstico de gravidez.
Quando há o relato da criança/adolescente ou dos responsáveis, o
direcionamento do histórico torna-se mais objetivo, facilitando a
abordagem.
Identificando Abuso Sexual...
 Quando houver o relato espontâneo da criança, seu
depoimento deve merecer toda a credibilidade, pois dificilmente
ela seria capaz de elaborar uma falsa história de abuso sexual.
 No diálogo com a criança, o profissional deve ter o cuidado
para que a abordagem do assunto não cause mais sofrimento à
vítima.
 Falsas denúncias de abuso sexual também podem ocorrer,
principalmenteentre casais em situação de litígio.
Cuidados durante a Entrevista...
https://www.youtube.com/watch?v=9l7Aq5LCsRY
Na grande maioria dos casos de abuso sexual não se constatam lesões
físicas evidentes.
 O exame deve ser sempre realizado na presença de um dos
responsáveis.
 As crianças maiores devem ser esclarecidas previamente sobre os
procedimentos que serão realizados.
 Deve-se proceder um exame físico completo, com atenção especial para
áreas usualmente envolvidas em atividades sexuais:
 Boca;
 Mamas;
região perineal e genitais;
 Nádegas e ânus.
Cuidados durante o Exame Físico...
Os sinais físicos a serem pesquisados são:
 Hiperemia;
 Edema;
 Hematomas;
 Escoriações;
 Fissuras;
 Rupturas;
 Sangramentos;
 Evidências de IST;
 Gravidez.
O Que Pesquisar no Exame Físico?
Além das conseqüências físicas, também as de ordem social, emocional e
comportamental, que são mais freqüentes que as primeiras.
 labilidade emocional; 
 mudanças súbitas de comportamento; 
 comportamentos sexualizados; 
 comportamentos autodestrutivos ou suicidas; 
 isolamento, aversão ou desconfiança de adultos;
 queixas psicossomáticas; 
 fobias;
 pesadelos;
 rituais compulsivos;
 dificuldades de aprendizado; 
 fugas de casa.
O Que Pesquisar no Exame Físico?
Sempre que possível, coletar material que ajude a comprovar o abuso:
Sangue;
 Pesquisa de sêmen;
 Células epiteliais.
Apenas quando o abuso ocorreu há menos de 72 horas.
Ao coletar o material para culturas e pesquisa sorológica para IST,
considerar possibilidade de contato:
 Oral;
 Genital;
 Retal.
Exames Complementares...
Durante todo o procedimento de atendimento às vítimas de abuso
sexual, deve-se ter cuidado com a repetição exaustiva dos
exames e cuidado na forma de efetuar as perguntas, evitando a
revitimização da criança ou do adolescente, que pode trazer
marcas emocionais significativas.
NÃO ESQUEÇA!!!!
Distúrbios psicossexuais são alguns dos mais relatados, especialmente:
 baixa auto-estima;
 depressão;
 condutas automutiladoras e auto-aniquiladoras;
 tendência suicida;
incapacidade de atingir o orgasmo;
 desprazer ou aversão sexual;
 redução de desejo sexual e a dispareunia;
 Problemas nas relações interpessoais também são associados, além de
prostituição e homossexualidade feminina.
Conseqüências Tardias...
Abuso Psicológico: são toda forma de rejeição,
depreciação, discriminação, desrespeito,cobrança ou
punição exageradas e utilização da criança ou do
adolescente para atender às necessidades psíquicas dos
adultos.
Atenção: Todas estas formas de maus-tratos
psicológicos podem causar danos ao desenvolvimento
biopsicossocial da criança.
Conceituando Abuso Psicológico...
Passivo
Abuso Psicológico
Ativo
Tipos de Abuso Psicológico...
É o tipo de violência mais difícil de detectar em sua forma isolada.
Por outro lado, costuma estar presente concomitantemente aos
demais tipos de abuso.
Pode ser:
 Passivo: abandono emocional, negligência com os cuidados
afetivos;
 Ativo: expressado de forma verbal ou em atitudes de ameaça,
castigos, críticas, rejeição, culpabilização, isolamento.
Pode ocorrer em qualquer nível sócio-econômico.
Definindo os Tipos de Abuso Psicológico...
 Castigos excessivos, recriminações, culpabilização, ameaças;
 Rejeição ou desqualificação da criança ou do adolescente;
 Uso da criança como intermediário de desqualificações
mútuas entre os pais em processos de separação;
 Responsabilidades excessivas para a idade
 Isolamento devido a mudanças freqüentes ou a proibições de
convívio social.
 Clima de violência entre os pais e uso da criança como objeto
de descarga emocional.
 Uso inadequado da criança como objeto de gratificação,não
permitindo independência afetiva.
Formas de maus-tratos psicológicos...
 Número elevado de filhos;
 Filhos não desejados;
 Mães adolescentes sem suporte psicossocial;
 Falta de recursos;
 Inexperiência e ignorância para cuidar dos filhos,
desconhecendo suas necessidades afetivas;
 Antecedentes de violência familiar e ruptura familiar;
 Isolamento social;
 Antecedentes psiquiátricos;
 Toxicomanias.
Características Comuns das Famílias...
Os sintomas e transtornos que aparecem nas crianças que sofrem
maus-tratos psicológicos não são específicos.
Podemos encontrar:
 Distúrbios do crescimento e do desenvolvimento psicomotor,
intelectual, emocional, social;
 Labilidade emocional e distúrbios de comportamento;
 Problemas psicológicos que vão desde a baixa auto-estima,
problemas no desenvolvimento moral e dificuldades em lidar com a
agressividade e a sexualidade;
 Distúrbios do controle de esfíncteres;
 Psicose, depressão, tendências suicidas.
O Que Pesquisar no Exame Físico?
Negligência: é ato de omissão do responsável pela criança ou
adolescente em prover as necessidades básicas para o seu
desenvolvimento.
(Abrapia, 1997)
Atos ou atitudes de omissão, de forma crônica, praticada à criança
ou adolescente pelos pais ou responsáveis no tocante à higiene,
nutrição, saúde, educação, proteção e afeto, apresentando-se em
vários aspectos e níveis de gravidade, sendo o abandono o grau
máximo. (SPSP, 2011)
O abandono é considerado uma forma extrema de negligência.
Conceituando Negligência...
A identificação da negligência é complexa devido às dificuldades
sócio-econômicas da população.
Independente da culpabilidade do responsável pelos cuidados da
vítima, é necessária uma atitude de proteção em relação a esta.
Dois critérios são necessários para caracterizar a negligência:
 a cronicidade;
 a omissão.
Considera- se que a negligência ocorre quando não se satisfazem
as necessidades básicas da criança.
Identificando a Negligência...
 Aspecto de má higiene;
 Roupas não adequadas ao clima local;
 Distúrbios de crescimento e desenvolvimento sem causa orgânica;
 Desnutrição por falta de alimentação, por erros alimentares persistentes
devido a restrições por ideologias dos pais;
Tratamentos médicos inadequados;
Lares sem medidas de higiene e de segurança;
 Falta de supervisão da criança, provocando lesões e acidentes de repetição;
 Freqüência irregular à escola, escolaridade inadequada à idade, não
participação dos pais nas tarefas escolares;
 Grandes períodos de tempo sem atividades, adolescentes com muito tempo
livre sem supervisão, expostos ao provável contato com ambientes de risco.
O Que Pesquisar na Entrevista e no Exame Físico?
Papel do Enfermeiro:
Reduzir a morbimortalidade, mediante o desenvolvimento de um conjunto de
ações articuladas com outros setores, de modo a contribuir para a melhoria da
qualidade de vida das crianças e jovens. Desta forma, a função do enfermeiro
deve estar alicerçada em três pilares: educação, assistência e pesquisa.
EDUCAÇÃO.
Informar pais, mães e comunidade sobre as necessidades básicas da
criança e do adolescente;
Elaborar, implementar e avaliar programas de educação para grupos de
pais, crianças e adolescentes, sobre prevenção de violência;
Organizar grupos de estudos com profissionais de outros grupos envolvidos;
Garantir a inclusão no currículo do enfermeiro questões que envolvam a
violência doméstica, desde a prevenção, identificação, encaminhamento,
assistência e reabilitação;
Oferecer oportunidade de reciclagem para os enfermeiros nas instituições
que prestam assistência à criança e adolescente, sobre o tema.
ASSISTÊNCIA.
Identificar sinais de violência, incluindo-se aspectos físicos, emocionais e
comportamentais de crianças e adolescentes;
Identificar pais e mães de risco;
Encaminhar para o serviço médico e social casos suspeitos. Em situações onde não
houver estes profissionais notificar diretamente ao Conselho Tutelar ou Vara da Infância;
Participar das discussões e encaminhamentos junto com a equipe multiprofissional,
dos casos suspeitos de violência doméstica;
Prestar cuidados dos agravos de acordo com as necessidades;
Incentivar atitudes de responsabilidades nasrelações afetivas e familiares;
Favorecer vínculo da família com a criança o mais precocemente possível, em atitudes
como pré-natal, alojamento conjunto, programa de pais participantes, dentre outros;
Incentivar mudanças de crenças, tabus e valores culturais envolvendo relações de
poder;
Desenvolver e implementar protocolos de condutas de enfermagem destas crianças da
admissão até a alta;
Anotar no relatório de enfermagem e prontuário do paciente, condutas e procedimentos
frente às questões envolvidas;
Promover o acesso a serviço de apoio às famílias em situações de violência.
Diante de qualquer tipo de maus-tratos, todos os
dados obtidos a respeito da criança devem ser
cuidadosamente registrados no prontuário, uma vez
que a Justiça pode solicitar cópias da documentação
da unidade de saúde.
NÃO ESQUEÇA!!!!
Estudantes consultem o 
Projeto São Paulo para o 
desenvolvimento social de 
crianças e adolescentes SP-
PROSO Violência, bullying e 
repercussões na saúde 
disponibilizada no material 
complementar
BULLYING
Tipo de violência juvenil que tem algumas características específicas: os 
indivíduos (vítimas, agressores e testemunhas) se conhecem e convivem – na 
escola, por exemplo.
Ocorre de forma repetitiva e está 
baseado em um desequilíbrio de 
poder entre vítima e agressor, 
desequilíbrio que pode ser em 
função da posição social, 
características físicas como cor da 
pele ou outros fatores. 
O bullying é dinâmico, ou seja, 
vítima e agressor podem mudar 
de posição e as duas situações 
podem inclusive se sobrepor e 
pode ser de vários tipos: físico, 
psicológico, verbal, social, 
patrimonial ou sexual.
ENFRENTAMENTO
Profissionais de Saúde
Garantia do 
seguimento e 
acompanhamento 
em rede
Formação de Grupos
Realização de 
referencia e 
contra-referência;
Articulação 
intersetorial
INSPIRE (OMS, 2018)
Referências:
Brasil. Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre
direitos da criança e do adolescente.
Projeto São Paulo para o desenvolvimento social de crianças
e adolescentes SP-PROSO - sumário executivo. Disponível
em: https://sites.usp.br/sp-proso/pagina-2/
 Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). Guia de atuação
frente a maus tratos na infância e na adolescência. 2ª Edição.
Rio de Janeiro - Março de 2001;
Sociedade de Pediatria de São Paulo. Manual de
atendimento às crianças e adolescentes vítimas de violência/
Núcleo de Estudos da Violência Doméstica contra a Criança e
o Adolescente. Coordenação: Renata Dejtiar Waksman, Mário
Roberto Hirschheimer − Brasília: CFM, 2011. 172 p.
Aula sobre maus tratos. Profa Daniela Montes, 2010.

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