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História da Paraíba


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OS POVOS INDÍGENAS NA PARAÍBA 
Tupis - Principais Tribos: Potiguaras e Tabajaras/ Organização: 
aldeias/ Não havia propriedade privada/ Havia divisão do 
trabalho/ Homens: caça, defendiam a aldeia, tomavam decisões 
políticas e a faziam as queimadas/ Mulheres: plantio, cuidava das 
crianças, preparava a comida/ Valorizavam a guerra/ Principal 
razão: vingança 
 
Cariris - Principais Tribos: Sucurus, Icós, Ariús, Paiacú, etc./ 
Estavam distribuídos pelas margens dos rios do Peixe, Piancó e 
Paraíba/ Praticavam a agricultura: milho, feijão, abóbora e 
algodão. Há indícios que plantavam também o fumo, que era 
usado durante as festas e os cultos/ Enterravam seus mortos em 
igaçabas, em grutas e não os comiam/ Os desenhos encontrados 
nas pedras indicam que eles tinham um tipo de calendário 
formado por cordões nodados como um rosário 
 
Tarairiús - Principais Tribos: Pegas, Panatis, Janduís, etc/ 
Desenvolviam às margens dos rios Piranhas, Sabugi e Seridó na 
Paraíba/ Praticavam a caça e a pesca/ Eram nômades/ Eram 
antropófagos (comiam carne humana e endocanibais (comiam os 
parentes)/ Praticavam o ritual da Jurema, no qual o Pajé entrava 
em contato com o mundo dos espíritos, embriagado com fumo e 
uma bebida feita com raiz da planta, a Jurema (Preta ou Branca) 
 
OS HOLANDESES NA PARAÍBA 
Em 1578, na Batalha de Alcácer-Quibir, na África, ocorre a morte 
precoce do então Rei de Portugal, D. Sebastião. Este episódio é o 
ponto de partida para entendermos com mais facilidade a invasão 
dos holandeses no território paraibano e a grande influência que 
os mesmos tiveram na construção da história do estado. 
Com a morte de D. Sebastião, o seu tio e cardeal, D. Henrique, 
assumiu o trono português, porém o seu reinado não durou muito 
tempo, devido à saúde debilitada do mesmo. O Rei falece sem 
deixar herdeiros, e é nessa ocasião que o Rei da Espanha, Felipe 
II, percebe que pode assumir o comando da coroa portuguesa, 
alegando que seria primo consanguíneo da família real daquele 
país. Felipe II contou com a colaboração da nobreza portuguesa e 
do forte exército espanhol e acabou logrando êxito na sua 
empreitada, no ano de 1580. 
Aqui é importante mencionar que Espanha e Holanda estavam em 
constante disputa, em busca da total independência deste último 
em relação a Felipe II. A Holanda também se prejudicou 
comercialmente, visto que era a responsável pelo comércio do 
açúcar nas colônias portuguesas, onde obtinham lucros elevados. 
O resultado desse imbróglio foi a decisão da Espanha de proibir, 
de maneira definitiva, a entrada dos holandeses em terras 
portuguesas e em suas colônias, os deixando com um prejuízo 
financeiro inestimável. Aborrecidos com essa situação, os 
holandeses organizaram a Companhia das Índias Ocidentais, que 
tinha como principal objetivo a invasão das colônias portuguesas, 
para colocar um fim no domínio espanhol. 
Vamos conhecer as principais missões de invasão dos holandeses, 
de forma objetiva. VEM COMIGO! 
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1624: Esta tentativa de invasão ocorreu em Salvador, na Bahia. 
O governador do Estado, Diogo de Mendonça Filho, já estava 
ciente de que entraria em combate com as tropas holandesas, 
porém estes últimos atrasaram os planos e acabaram 
surpreendendo os brasileiros. A consequência foi a prisão do 
governado do Estado da Bahia. Pouco depois, buscando reverter 
o quadro, a tropa brasileira matou várias personalidades 
importantes da Holanda e conseguiram enfraquecê-los. 
Em 1625 foram expulsos da Bahia e se refugiaram na Baía da 
Traição, onde conseguiram se fortalecer. Porém, tropas 
paraibanas, pernambucanas e os índios se uniram numa batalha 
contra os holandeses e conseguiram derrotá-los em agosto do 
mesmo ano. 
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1632: Os holandeses reuniram uma tropa de mais de dois mil 
homens, comandados pelo Cel. Calenfels, e se dirigiram ao 
território paraibano, com o objetivo de dominar uma terra que 
fazia fronteira com Pernambuco, um grande produtor econômico 
para a Coroa Portuguesa. A resistência do exército espanhol e as 
fortes chuvas ocorridas nesse período foram determinantes para 
a primeira derrota holandesa. Saíram em retirada para Recife-
PE. 
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1634: os holandeses voltaram ao Estado da Paraíba com o 
objetivo de atacar o Forte de Santo Antônio, mas foram 
surpreendidos por uma trincheira estabelecida pelas tropas 
paraibanas, impedindo a sua investida. Partiram em retirada 
para o Cabo de Santo Agostinho. 
Pouco tempo depois os holandeses resolvem realizar mais uma 
tentativa de invasão, agora por via marítima, composta por 29 
navios. No dia 04 de dezembro de 1634, seus soldados 
conseguiram desembarcar no Norte do Rio Jaguaribe e 
apreenderam três brasileiros, entre eles o Governador do Estado. 
No outro dia, adentrou ao território paraibano o restante da 
tropa, e as prisões de brasileiros continuaram. Prevendo, pela 
primeira vez, a possibilidade de uma derrota, foram enviados à 
Paraíba inúmeros reforços, da própria Paraíba, do Rio Grande 
do Norte e do Pernambuco. 
Neste momento, a situação já era irreversível, e a solução 
encontrada foi a entrega do Forte de Cabedelo, Forte de Santo 
Antônio e da cidade de Filipeia de Nossa Senhora das Neves aos 
batavos (holandeses). 
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VAMOS CONTINUAR! 
De posse da cidade de Filipeia de Nossa Senhoras das Neves 
(João Pessoa), os holandeses passaram a se preocupar com a 
manutenção do poder, melhorando suas defesas militares e 
conquistando a simpatia da população paraibana, afim de evitar 
revoltas populares. Mudaram o nome da capital do Estado para 
Frederica. 
 
NOVA ORGANIZAÇÃO DA PARAÍBA – HOLANDESES 
(1634 – 1654) 
Os batavos, verificando que seria difícil governar sem o apoio da 
população, acabou fazendo um acordo com os mesmos. As 
promessas feitas pelo então Governador da Província Holandesa 
foram: ofereceram anistia; liberdade de consciência e culto 
católico; a manutenção do regime de propriedade; proteção aos 
negócios; obediências a leis portuguesas nas pendências aos 
naturais da terra e manutenção da escravidão. 
As atitudes dos governantes surtiram efeito e uma grande parte da 
população passou a apoiar as iniciativas batavas. Já no plano 
administrativo, mantiveram parte da antiga administração, porém, 
monitorados e subordinados ao diretor geral, Servaes Carpentier. 
A escravidão foi mantida. Os índios Potiguaras foram os 
principais aliados dos holandeses, liderados pelos caciques Pedro 
Poti e Paraupaba. 
A Holanda estabeleceu como centralidade do seu governo a 
tolerância religiosa, afim de manterem uma convivência pacífica 
com os portugueses, pois, naquela época, havia sido estabelecido 
 DRA. STELLA MARIS MAIO / 2022 
AULA 02 – HISTÓRIA DA PARAÍBA 
FUTURO(A) SERVIDOR(A) PÚBLICO(A) 
que os holandeses foram os primeiros europeus a estabelecerem o 
calvinismo naquela região. Este fator acabou tornando a Paraíba um 
reduto de judeus, que buscaram refúgio em um local onde poderiam 
praticar a sua religião de forma pacífica. 
O controle exercido pelos holandeses perante o território paraibano 
durou vinte anos, de 1634 a 1654, mas nunca foi observada em sua 
totalidade, pois sempre existiram grupos fortes que continuaram lutando 
contra os batavos. Numa das tentativas de resistência, os paraibanos 
acabaram matando um grande nome político da Holanda, que passou a 
reagir. 
A tensão criada a partir desse momento impediu que os batavos 
administrassem as terras de maneira tranquila. Foi quando, sem outras 
opções, os holandeses passaram a agir de forma brutal, chegando a levar 
à forca inimigos declarados do seu governo. Essa tensão somente foi 
aliviada entre os anos de 1638 e 1644. 
→ Enquanto isso, em 1640, os portugueses haviam conseguido aemancipação da Espanha, porém ainda estavam abalados 
financeiramente. Diante desta situação o Pe. Antônio Vieira 
(reconhecido pela sua inteligência impressionante) elaborou um 
documento que propunha aos holandeses a preservação de todo o 
Norte do Brasil, e em troca os batavos se absteriam de invadir o 
restante do país. Houve concordância de quase 100% dos 
proprietários e altos funcionários portugueses e dos holandeses 
Um forte nome, apoiador de Portugal, não aceitou com bons 
olhos o acordo feito com a Holanda. O nome dele era André Vital 
de Negreiros, paraibano e filho de portugueses, que foi até 
Portugal para tentar formar grupos de resistência contra os 
holandeses, mas não obteve êxito. 
→ Insatisfeito, voltou ao Brasil, desembarcando em Tamandaré-
PE e conseguiu estabelecer uma aliança com João Fernandes 
Vieira, que era comandante de tropas pernambucanas, e juntos 
passaram a batalhar em campo aberto com os holandeses. 
A carreira de André Vital de Negreiros foi uma sucessão de 
vitórias. A principal delas foi a batalha ocorrida em Campina da 
Taborda, onde RECEBEU A RENDIÇÃO HOLANDESA. 
Após a vitória sobre os holandeses, André Vital de Negreiros foi 
reconhecido como um dos maiores paraibanos de todos os 
tempos, por ter libertado o seu Estado do domínio da Holanda e 
demais êxitos militares e políticos ao longo da vida. 
LEMBRAR DESSA PERSONALIDADE, PODE SER 
COBRADO EM PROVA! 
QUESTÕES 
01. Em relação à população indígena do Estado da Paraíba, assinale 
a alternativa CORRETA: 
A. Havia grande domínio dos índios Tupis antes da fundação da Paraíba, 
sendo a única etnia indígena a sobreviver após a colonização. 
B. Na Paraíba havia três etnias indígenas – os Tamoios, os Tupinambás e 
os Cariris 
C. No período de fundação da Paraíba, os Tabajaras formavam um grupo 
de aproximadamente 5 mil pessoas. Eles eram pacíficos e ocupavam o 
litoral, onde fundaram as aldeias de Alhanda e Taquara. 
D. Não havia número significativo de indígenas na Paraíba. 
E. Os índios Guaranis se encontravam em maior número que os Cariris, 
ocupando uma área que ia do Planalto da Borborema até os limites do 
Ceará. 
 
02. A população da Paraíba é essencialmente mestiça e o paraibano 
médio é predominantemente fruto da forte mistura entre europeu e o 
indígena, com alguma influência africana. A menor presença dos 
negros na composição étnica do povo deveu-se ao fato de, 
A. a pecuária, que empregava em grande escala o trabalho do escravo 
africano, ter se tornado uma atividade menos expressiva do que a 
produção açucareira. 
B. a produção de açúcar ser feita em áreas reduzidas, com mão de obra 
familiar e indígena, o que diminuia o interesse dos produtores de mão de 
obra escrava. 
C. a cultura de cana na capitania não ter sido tão marcante como na 
Bahia ou em Pernambuco, o que ocasionou menor necessidade de mão 
de obra africana. 
D. a economia do estado não ter sido voltada para a troca externa, como 
na Bahia ou em Pernambuco, o que restringiu o comércio de escravos 
negros na região. 
E. as lavouras do estado serem voltadas à produção de gêneros 
alimentícios, realizadas em pequenas unidades onde trabalhavam apenas 
alguns escravos. 
 
03. Após a expulsão dos holandeses, a administração portuguesa 
incentivou o povoamento do oeste da Paraíba. As práticas adotadas 
para concretizar essa ocupação foram 
A. o incentivo às entradas e a autorização para a livre mineração, uma 
vez que nesse período foram descobertas dezenas de jazidas de ouro na 
região, em torno das quais se formavam os primeiros arraiais. 
B. a instalação de fazendas de criação de gado bovino em áreas bem 
servidas por rios, e a fundação sistemática de povoações, 
freguesias e vilas que garantiam a posse portuguesa daquele território. 
C. a construção de quartéis e a transferência dos engenhos de cana-de-
açúcar situados próximos ao litoral para o sertão, a fim de promover o 
desenvolvimento de núcleos urbanos no interior. 
D. o estímulo e o patrocínio, por parte da Coroa Portuguesa, às famílias 
europeias pobres que, ao emigrarem, recebiam sesmarias e volumosos 
recursos para se instalarem em lugares isolados. 
E. o apoio aos missionários e a estratégia governamental de “fazer vistas 
grossas” à instalação de quilombos, favorecendo a abertura de caminhos 
e o início de alguma atividade agrícola produtiva no sertão. 
 
04. Após invadirem o nordeste brasileiro, os holandeses 
conquistaram o apoio de alguns importantes senhores de engenho e 
proprietários de terras. Esse apoio foi obtido com a ajuda de várias 
medidas empregadas pelo governo de Maurício de Nassau, dentre as 
quais podemos destacar 
A. a introdução de novas técnicas de cultivo da cana e a organização de 
um governo democrático. 
B. o estimulo à produção de diversas culturas, sem ênfase na exportação 
do açúcar, e ao desenvolvimento do mercado interno. 
C. a tolerância religiosa e a distribuição dos lucros da Companhia das 
Índias Ocidentais entre a elite local. 
D. a concessão de empréstimos e a taxação de impostos mais baixos que 
os cobrados por Portugal. 
E. a urbanização das regiões dominadas e a igualdade de tratamento 
aplicada a holandeses, portugueses, judeus e negros. 
 
05. Em relação à presença holandesa na Paraíba, é correto afirmar: 
I. A instalação da empresa açucareira no Brasil contou com a 
participação holandesa, desde o financiamento das instalações até a 
comercialização no mercado europeu. 
II. O primeiro governador da província holandesa da Paraíba e Rio 
Grande do Norte foi Duarte Gomes da Silveira, que em nome do 
Príncipe de Orange dos Estados Gerais e da Companhia, fez aos 
paraibanos, em ata de 13 de janeiro de 1.635 várias promessas. 
III. O controle holandês sobre a Paraíba durou apenas 10 anos, de 
1.634 a 1.644. 
IV. Na época da invasão holandesa, a população era dividida em dois 
grupos: os homens livres (holandeses, portugueses e brasileiros) e os 
escravos (de procedência brasileira ou africana). 
V. Quando da invasão holandesa ao nordeste do Brasil, a Paraíba 
era a terceira capitania em ordem de grandeza e importância 
econômica na colônia, sendo precedida pela Bahia e Pernambuco. 
Era esta riqueza e prosperidade que atraía os invasores. 
Estão corretas apenas as afirmativas: 
A- I, IV e V. B- II e III. C- I, III e V D- II e IV 
 
06. Sobre a dominação holandesa na Paraíba, analise as proposições: 
I. Tomada a capitania da Paraíba, os holandeses estabeleceram suas 
defesas militares na fortaleza de Santa Catarina que seria a praça 
forte com múltiplas funções: posto de vigilância; ponto de apoio para 
a defesa; arsenal de guerra; prisão militar; palco de torturas; 
execuções de traidores; caixa forte batava; refúgio flamengo; e sede 
do governo durante a ocupação. 
II. A capital da Paraíba, até então Filipéia, passou a denominar-se 
Frederica. A administração holandesa foi implantada nesta cidade, 
de forma a garantir a dominação e o controle sobre a produção 
açucareira local. 
III. A Companhia das Índias, após o retorno de Maurício de Nassau 
a sua pátria, executou uma política agressiva: confiscou fazendas e 
engenhos, perseguiu católicos e aumentou impostos. 
Está(ão) CORRETA(S): 
a) I. b) I e II. c) II e III. d) I e III e) TODAS