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Impresso por Elza Marques, CPF 000.268.254-06 para uso pessoal e privado. Este material pode ser protegido por direitos autorais e não pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 03/04/2022 11:58:19 U3 - Desenvolvimento da física clássica e suas aplicações152 Figura 3.4 | Escalas termométricas Fonte: Hewitt (2015, p. 338) Em 1840, James Prescott Joule (1818-1889) demonstrou que o trabalho de fato poderia gerar calor e determinou o seu equivalente mecânico a partir do experimento com um sistema de palhetas que giravam em um líquido no interior de um calorímetro. Em 1841, ele estabeleceu a lei a respeito da liberação de calor produzida por uma corrente elétrica numa resistência, o que hoje conhecemos por Efeito Joule, sendo esse calor equivalente a um trabalho mecânico, que faz girar o dínamo que produz a corrente elétrica (LA COTARDIÈRE, 2010). Além disso, ele concluiu que o calor era uma forma de energia, e, em 1845, propôs uma teoria de conservação da energia, que só passou a ser aceita a partir dos trabalhos de Lorde Kelvin. Assim, percebeu-se que a variação na energia interna de um sistema é a soma do trabalho realizado sobre ele com o calor transferido para ele. A conservação da energia associada ao calor passou a ser conhecida como a 1ª Lei da Termodinâmica: “Em qualquer processo termodinâmico entre estados de equilíbrio i e f, a grandeza Q W+ possui o mesmo valor para qualquer caminho entre i e f. Esta grandeza é igual à variação no valor da função de estado chamada de energia interna E int ” ( HALLIDAY; RESNICK; WALKER, 2016, p. 253). Em termos matemáticos, temos: Utilizamos cookies essenciais e tecnologias semelhantes de acordo com a nossa Política de Privacidade e, ao continuar você concorda com essas condições. Ok https://sobreuol.noticias.uol.com.br/normas-de-seguranca-e-privacidade Impresso por Elza Marques, CPF 000.268.254-06 para uso pessoal e privado. Este material pode ser protegido por direitos autorais e não pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 03/04/2022 11:58:19 U3 - Desenvolvimento da física clássica e suas aplicações 153 ∆E Q W int = − Em 1850, o alemão Rudolf Clausius (1822-1888) deu continuidade aos trabalhos de Carnot, lançando as bases matemáticas da Termodinâmica. Clausius se dedicou à equivalência calor-trabalho como compatível com a queda de temperatura descrita por Carnot. Como o princípio de conservação já havia sido estabelecido, foi possível Clausius concluir que “uma máquina a vapor era um mecanismo que absorvia calor de um reservatório quente e convertia parte dele em trabalho, o restante era lançado em um reservatório frio” (PIRES, 2011, p. 245), conforme mostra a Figura 3.3. Ao aceitar a ideia de Carnot sobre toda máquina térmica descartar uma quantidade finita de calor, foi conduzido à formulação da 2ª Lei da Termodinâmica: o calor não flui espontaneamente de um corpo frio para um objeto quente (HEWITT, 2015). Consequentemente, segundo Kelvin, a segunda lei também poderia ser expressa como a impossibilidade de transformar completamente uma certa quantidade de calor em trabalho. Para a 1ª lei, Clausius deduziu que, em uma máquina térmica, o calor no fluído se divide entre o trabalho realizado e a energia calorífica restituída à fonte fria, caracterizando um processo reversível. Para a 2ª lei, como o calor não pode passar de um corpo para outro mais quente de maneira espontânea, caracterizando um processo irreversível, ocorre a dissipação de energia de modo “desorganizado”. Assim, em 1865, Clausius atribuiu à medida do grau de desordem de um sistema o termo entropia. Vale ressaltar que Clausius definiu a entropia matematicamente, considerando-a como sendo a “disponibilidade de calor de um sistema”. Dessa forma, a 2ª lei pôde ser reescrita como: “[q] uando ocorrem mudanças em um sistema fechado, sua entropia nunca diminui, ela pode crescer (para processos irreversíveis) ou permanecer constante (para processos reversíveis)” (HALLIDAY; RESNICK; WALKER, 2016, p. 286). Assim, em termos matemáticos, temos: ∆ ≥S 0 . Em que DS corresponde à variação de entropia de um sistema e o sinal “maior” se aplica aos processos irreversíveis e, o “igual”, aos reversíveis. A expressão matemática apresentada é um enunciado da segunda lei da termodinâmica. Como a 2ª lei da Termodinâmica estabelece que a entropia é máxima no equilíbrio, podemos imaginar que possa existir alguma Utilizamos cookies essenciais e tecnologias semelhantes de acordo com a nossa Política de Privacidade e, ao continuar você concorda com essas condições. Ok https://sobreuol.noticias.uol.com.br/normas-de-seguranca-e-privacidade Impresso por Elza Marques, CPF 000.268.254-06 para uso pessoal e privado. Este material pode ser protegido por direitos autorais e não pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 03/04/2022 11:58:19 U3 - Desenvolvimento da física clássica e suas aplicações154 relação entre a entropia de um sistema e a probabilidade de ocorrência da distribuição de energia atrelado a essa entropia (PIRES, 2011). Um sistema é composto por diversas moléculas, que por sua vez podem organizar-se de diversas maneiras distintas. A entropia pode ser vista como uma medida do número de maneiras distintas como um sistema pode se organizar. Nessa direção, no final do século XIX, Ludwig Boltzmann (1844-1906) estudou a entropia em nível microscópico, buscando explicar a entropia nesse contexto em termos probabilísticos. Com base em estudos de James Clerk Maxwell (1831-1879) sobre distribuição de velocidades de um gás (que hoje conhecemos por distribuição de Maxwell-Boltzmann), ele estabeleceu as bases da mecânica estatística. Ele provou a relação entre a entropia (S ) de um sistema e a probabilidade (W), de maneira a depender do número de modos em que o sistema pode ser constituído. Essa relação é descrita na forma de uma expressão logarítmica: S k W= ⋅ log Além de Boltzmann, existe um outro grande nome associado aos fundamentos da mecânica estatística: Josiah Gibbs (1839-1903). Dentre suas maiores contribuições destacam-se suas abordagens gráficas para solução de problemas estatísticos abrangendo uma grande quantidade de moléculas de um gás (CHERMAN, 2005). Pesquise mais Acessando o link indicado a seguir, você encontrará o artigo intitulado A Obra de Boltzmann em Física, que traz maiores discussões a respeito da obra de Boltzmann para a Física e, inclusive, apresenta algumas das contribuições de Gibbs de modo a evidenciar a importância de seus trabalhos na fundamentação da mecânica estatística, disponível em: <https://w ww.lume.uf rgs. br/bitstream/han dle/10183/135312 /00 056 4755. p d f?s eq u en ce=1 >. Acesso em: 3 jun. 2018. Além disso, o artigo Acerca da mecânica estatística, disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rbef/v28n3/a02v28n3.pdf> (acesso em: 21 jun. 2018), você saberá mais sobre Boltzmann, sobretudo, a respeito do desenvolvimento histórico da mecânica estatística. A terceira lei da Termodinâmica foi formulada mais tarde, em 1906, pelo químico alemão Walther Nernst (1864-1914). Ele estudou uma série de reações químicas e formulou a terceira lei da Utilizamos cookies essenciais e tecnologias semelhantes de acordo com a nossa Política de Privacidade e, ao continuar você concorda com essas condições. Ok https://sobreuol.noticias.uol.com.br/normas-de-seguranca-e-privacidade Impresso por Elza Marques, CPF 000.268.254-06 para uso pessoal e privado. Este material pode ser protegido por direitos autorais e não pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 03/04/2022 11:58:19 U3 - Desenvolvimento da física clássica e suas aplicações 155 termodinâmica que, na época, era denominado “teorema do calor”, que no enunciado original, era afirmado que, “se uma reação ocorre entre dois cristais puros, com temperatura absoluta zero, a entropia não se altera. Dito de outro modo, o teorema diz que não se pode atingir o zero absoluto por meio de um número finito