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MODELO DE SENTENÇA

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ESTADO DA PARAÍBA
PODER JUDICIÁRIO
COMARCA DE SÃO JOÃO DO RIO DO PEIXE – PB
Processo: n° /2016
Autor: MINISTÉRIO PÚBLICO
Réus: FRANCISCO FÉLIX DE ABREU e EURISLÂNIO BRAGA DE ABREU
SENTENÇA
RELATÓRIO 
FRANCISCO FÉLIX DE ABREU E EURISLÂNIO BRAGA DE ABREU, qualificado nestes autos, foram denunciados como incursos no artigo 121, § 2º, incisos II e IV e § 4º (segunda parte) c/c art. 29, ambos do Código Penal. Narra a denúncia, em resumo, que no dia 22 de outubro de 2016, por volta das 16:40h, no Sítio Lagoa do Bé, zona rural do município de São João do Rio do Peixe/PB, os denunciados teriam praticado o homicídio qualificado contra a vítima FRANCISCO VITURIANO DE ABREU, conhecido como “CHICO”, que tinha 63 anos de idade, realizado mediante uso de arma de fogo e arma branca, por motivo fútil e à traição, de emboscada e utilizando-se de recursos que dificultaram a defesa da vítima. Após o devido processo legal, os acusados foram pronunciados, pelos crimes narrados. Ambos foram, nesta data, submetidos a julgamento pelo egrégio Conselho de Sentença deste Tribunal do Júri desta Comarca. 
FUNDAMENTAÇÃO
Submetido o presente feito ao julgamento nesta data pelo egrégio Conselho de Sentença deste Tribunal do Júri desta Comarca, o Sinédrio Popular reconheceu, por maioria dos votos, que acolheu a tese da acusação, homicídio qualificado, realizado mediante uso de arma de fogo e arma branca, por motivo fútil e à traição, de emboscada e utilizando-se de recursos que dificultaram a defesa da vítima. A conclusão é que a condenação pela prática do crime de homicídio qualificado é medida se impõe, pois a soberania do Tribunal do Júri é constitucional e suas decisões são indiscutíveis.
DISPOSITIVO
Ante o exposto, com esteio no artigo 387 do Código de Processo Penal, julgo totalmente procedente a pretensão punitiva e, por conseguinte, CONDENO os réus FRANCISCO FÉLIX DE ABREU E EURISLÂNIO BRAGA DE ABREU já qualificado nestes autos, pela prática do crime previsto no Art. 121, § 2º, incisos II e IV e § 4º (segunda parte) c/c art. 29, ambos do Código Penal.
Passo a dosimetria de forma individualizada.
Dosagem da pena (artigo 68 do Código Penal).
1. FRANCISCO FÉLIX DE ABREU
A culpabilidade foi demonstrada no ato, levando em consideração que a conduta levou a óbito a vítima. Assim, merece valoração negativa.
O condenado não possui condenações transitadas em julgado.
A conduta social não há como valorar, devido à ausência de elementos nos autos.
A personalidade do increpado não há como ser analisada, visto que não existem elementos suficientes para tanto e por absoluta impossibilidade técnica para realizar tal averiguação. Ademais, tal circunstância judicial, por evidente consagração ao direito penal do autor, fere o pensamento penalístico atual que se ampara constitucionalmente no direito penal do fato.
O motivo restou demonstrado - motivo fútil, enquanto as circunstâncias também foram analisadas na qualificação do delito - recurso que impossibilitou a defesa do ofendido.
A lesão ao bem jurídico tutelado foi a consequência do delito em análise e, por transcender ao resultado típico, pode ser considerada como desfavorável ao indigitado.
O comportamento da vítima em nada contribuiu na perpetração do delito, razão por que tal circunstância deve ser considerada neutra, não desfavorável (TJMG, Apelação Criminal n. 10570140011653001 MG, julgado em 21/05/2015; TJSC, Apelação Criminal n. 20140312692 SC 2014.031269-2 (Acórdão), julgado em 30/06/2014).
Isto posto, considerando as circunstâncias judiciais acima analisadas, fixo a pena base em 15 anos para o crime de homicídio qualificado, Art. 121, § 2°, II E IV e § 4° do CPB.
Sem agravantes e atenuantes, pois o crime se trata de modalidade qualificada, para a prática do crime do Art. 121, § 2°, II E IV e § 4° do CPB. Portanto, mantenho o mesmo quantum da pena base.
Presente causa de aumento de pena, prevista no art. 121, § 4° em na sua 2° parte, pois o crime foi cometido contra vítima maior de 60 anos, observado que a vítima tinha 63 anos de idade na data do fato. Com a incidência dessa causa, fixo o aumento de 1/3 da pena base estabelecida para chegar ao cálculo da definitiva.
PENA DEFINITIVA: Vencidas as etapas do artigo 68 do Código Penal, por entender como necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime, fica o réu condenado à pena privativa de liberdade de 20(vinte) anos de reclusão, para a prática do crime do Art. 121, § 2°, II E IV e § 4° do CPB.
2. EURISLÂNIO BRAGA DE ABREU
A culpabilidade foi demonstrada no ato, levando em consideração que a conduta levou a óbito a vítima. Assim, merece valoração negativa.
O condenado não possui condenações transitadas em julgado.
A conduta social não há como valorar, devido à ausência de elementos nos autos.
A personalidade do increpado não há como ser analisada, visto que não existem elementos suficientes para tanto e por absoluta impossibilidade técnica para realizar tal averiguação. Ademais, tal circunstância judicial, por evidente consagração ao direito penal do autor, fere o pensamento penalístico atual que se ampara constitucionalmente no direito penal do fato.
O motivo restou demonstrado - motivo fútil, enquanto as circunstâncias também foram analisadas na qualificação do delito - recurso que impossibilitou a defesa do ofendido.
A lesão ao bem jurídico tutelado foi a consequência do delito em análise e, por transcender ao resultado típico, pode ser considerada como desfavorável ao indigitado.
O comportamento da vítima em nada contribuiu na perpetração do delito, razão por que tal circunstância deve ser considerada neutra, não desfavorável (TJMG, Apelação Criminal n. 10570140011653001 MG, julgado em 21/05/2015; TJSC, Apelação Criminal n. 20140312692 SC 2014.031269-2 (Acórdão), julgado em 30/06/2014).
Isto posto, considerando as circunstâncias judiciais acima analisadas, fixo a pena base em 15 anos para o crime de homicídio qualificado, Art. 121, § 2°, II E IV e § 4° do CPB.
Sem agravantes e atenuantes, pois o crime se trata de modalidade qualificada, para a prática do crime do Art. 121, § 2°, II E IV e § 4° do CPB. Portanto, mantenho o mesmo quantum da pena base.
Presente causa de aumento de pena, prevista no art. 121, § 4° em na sua 2° parte, pois o crime foi cometido contra vítima maior de 60 anos, observado que a vítima tinha 63 anos de idade na data do fato. Com a incidência dessa causa, fixo o aumento de 1/3 da pena base estabelecida para chegar ao cálculo da definitiva.
PENA DEFINITIVA: O crime foi cometido em concurso de pessoas, de acordo com o art. 29 do CPB, por esse motivo e por não haver diferenças na análise das circunstâncias judiciais, agravantes e atenuantes, e nas causas de aumento e diminuição da pena, por entender como necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime, fica o réu condenado à mesma pena privativa de liberdade de 20(vinte) anos de reclusão para a prática do crime do Art. 121, § 2°, II E IV e § 4° do CPB.
Atento às regras do Código Penal em seu art. 33, § 2°, alínea “a”, fixo o regime FECHADO para o início do cumprimento da pena privativa de liberdade, em local a ser designado pelo Juízo das execuções penais.
Deixo de fixar o valor mínimo para reparação dos danos causados pela infração, visto que não é possível a condenação sem que haja qualquer pedido neste sentido, sob pena de violação dos princípios do contraditório e da ampla defesa.
Condeno o réu ao pagamento das custas processuais, suspenso o pagamento enquanto perdurar o estado de carência que justifica a concessão da justiça gratuita, prescrevendo a dívida cinco anos após a decisão final (art. 804 do CPP e art. 12 da Lei da Assistência Judiciária Gratuita).
Decorrido o prazo recursal certifique o trânsito em julgado e adote as seguintes in albis, providências: lance o nome do réu no rol dos culpados (artigo 393, II, do CPP); preencha o boletim individual e os envie à Secretária de Segurança Pública da Paraíba (artigo 809 do CPP); expeça guia de execução que, junto coma documentação pertinente, deverá ser encaminhada ao Juízo das Execuções, para cumprimento da reprimenda ora imposta; oficie à Justiça Eleitoral onde o condenado é alistado para a suspensão dos seus direitos políticos (artigo 15, III, da Carta Magna vigente).
Publicada e intimados os presentes no plenário do Júri. Registre.
São João do Rio do Peixe-PB, 06 de abril de 2022.
WILLIANA PEREIRA GARCIA
Juíza de Direito

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