Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
ALTERAÇÕES NA CAVIDADE BUCAL TIPO DE LESÕES Lesões Planas ➢ MANCHAS ou MÁCULAS: área localizada de alteração de cor devido a pigmentos ou alteração da vascularização local Uma mancha vermelha quando apertamos e ela desaparece significa que ela é vascular. Lesões Sólidas – existe volume ➢ PÁPULA – menor que 1cm de diâmetro ➢ NÓDULO – elevação de consistência solida, superficial ou profunda, entre 1 e 3 cm ➢ TUMOR (nodosidade, massa nodal) – idêntico ao nódulo, maior que 3cm ➢ PLACA – lesão levemente elevada e de superfície plana, maior que 1cm Ex: placa sifilítica, líquen plano Lesões com conteúdo liquido • VESÍCULAS – lesões circunscritas, coleção de liquido, normalmente localizada no interior do epitélio ou imediatamente abaixo, tamanho de até 1cm Quando a estrutura de sustentação do epitélio é abalada e há destruição celular, ocorre vesículas Centena de vírus nessa fase Ex.: Herpes simples • BOLHA – lesão bolhosa grande, maior que 1cm, coleção de liquido Ex.: pênfigo vulgar (doença autoimune), bolha de queimadura Coleções líquidas • HEMATOMA: é o extravasamento do sangue no tecido conjuntivo, apresentando cor azulada após trauma agudo com o passar dos dias toma coloração amarelada – coleção de sangue • ABSCESSO: é a coleção de pus dentro de uma cavidade tecidual • EPIEMA: quando a coloração purulenta ocorre no interior de cavidades naturais. Ex: epiema sinusal – sinusite: seio maxilar com pus • CISTO: cavidade revestida por epitélio – 90% dos cistos na boca tem origem de infecção no dente, cada cisto tem uma origem Perdas Teciduais • EROSÃO: perda do tecido epitelial sem atingir tecido conjuntivo adjacente EX: líquen plano erosivo, língua geográfica e mordicado bucário • ÚLCERA ou ULCERAÇÃO: perda de substância do epitélio com exposição do tecido conjuntivo Ulcera: crônica – EX: carcinoma de célula escamosa (CCE- principal câncer da cavidade oral), cancro, tubérculo etc Ulceração: aguda – EX: aftosa recorrente (afta), lesões traumáticas • EXULCERAÇÃO: é uma ulceração superficial com aspecto de pontilhado hemorrágico (ulcera avermelhado por dentro) EX.: blastomicose e histoplasmose ALTERAÇÕES BRANCAS NA CAVIDADE BUCAL LINHA ALBA Aspectos Clínicos: • Linha branca contínua, horizontal. • Acompanha a “curva de spy” • Indivíduos obesos – bochecha grande. • Associada a pressão, irritação por fricção, trauma por sucção da mucosa. • Localizada na mucosa jugal a nível do plano oclusal ( bilateralmente ). • Associado a restaurações imperfeitas (Sobre-contorno vestibular exagerado) Diagnóstico diferencial: não tem – é bem característico Tratamento: não há tratamento - regride espontaneamente Raramente se faz biópsia Situações extremas = cirurgia – bichectomia → (casos de mordidas frequentes) Prognóstico: Favorável CANDIDÍASE AGUDA Aspectos Clínicos: • É uma micose superficial • Massa densa tipo leite coalhado (ou iogurte ) • Se destaca facilmente com uma espátula • Deixa um fundo eritematoso (quando destaca a lesão o fundo fica vermelho) • Dentro da normalidade em criança (recém-nascido) • Em adultos geralmente está associado a uma baixa resistência (doença debilitante) • Pode localizar-se na comissura labial, devido a diminuição da altura vertical de oclusão Etiologia : Cândida Albicans ( Fungo ) Diagnóstico diferencial: Língua Saburrosa Prognóstico: favorável – por ser na forma aguda • Tratamento: Nistatina(Micostatim) • Clotrimazol • Anfotericina B • Cetoconazol • Itraconazol Dissolve o máximo possível na mucosa e engole CANDIDÍASE CRÔNICA Aspectos Clínicos: • Placas brancas aderentes, não destacável • Geralmente em grande extensão da mucosa • Pacientes com baixa resistência por conta de alguma outra doença Etiologia: cândida albicans Diagnósticos Diferenciais: • Leucoceratose • Leucoplasia • Líquen plano crônico • Histopatologicamente com Psoríase da mucosa bucal • Leucoplasia sifilítica Tratamento: Mesmo da candidíase aguda (naturalmente em tempo maior). Afastar fator predisponente ou o coadjuvante Prognóstico: Sombrio Favorável se afastar os fatores desencadeantes LEUCOCERTATOSE Aspectos Clínicos: Lesão branca em placa não destacável causada por trauma leve e constante. (É um “calo”) Depois de afastado o fator traumático, desaparece com o tempo Obs,: Após afastar a etiologia, observar 30 dias para ver se a alteração melhora (Se não melhorar, proceder biópsia ). Etiologia: trauma (dente fraturado, restaurações malfeitas) – procurar as possíveis causas na cavidade oral Diagnósticos Diferenciais: • Leucoplasia • Líquen plano crônico • Candidíase crônica • Leucoplasia sifilítica Tratamento: Afastar o agente traumatógeno Prognóstico: Favorável LEUCOPLASIA Aspectos Clínicos: • Placa branca não destacável, causada por trauma leve e constante. • Pode-se não identificar a etiologia • Não desaparece após afastado o agente traumatógeno • Pode variar de área branca bem definida com fácil visualização, como também área branca de difícil visualização, sobre tecido não inflamado. • Associado ao uso de tabaco e álcool • Preferência de localização: mucosa jugal podendo ser em rebordo lingual • Poderá tornar-se agressiva, tornando lesões verrugosas associado ao papiloma vírus ou alterar-se para neoplasia ou displasia Tem potencial de malignidade Diagnósticos Diferenciais: • Se a lesão for removível com espátula ou gaze: colônia de fungo • Se a lesão for bilateral: Líquen eritematoso e Líquen plano • Leucoplasia da língua • Leucoplasia pilosa Tratamento: • Se a lesão não for displásica: biópsia periódica e remoção da lesão • Se a lesão possuir displasia moderada: remoção imediata da lesão e enxerto (se a lesão for extensa) Displasia: alteração celular Obs.: Obrigatório biópsia incisional para diagnóstico conclusivo. Histopatologia: núcleos celulares hipercrômicos, mitoses atípicas e avolumados Prognóstico: • Em lesões não displásicas – Favorável • Em lesões displásicas – Sombrio (poderá causar recidivas) LEUCOEDEMA Aspectos Clínicos: • Opacificação da mucosa jugal • Assintomático • Superfície cinzento-branca difusa nevoenta ou leitosa • Casos mais visíveis, coloração esbranquiçada com alteração textural na superfície e pregueamento ou corrugação • Comum em pessoas negras • Associado a má higiene bucal e padrões anormais da mastigação Diagnósticos Diferenciais: • Leucoplasia • Nevus branco esponjoso • Disceratose intraepitelial hereditária • Mordedura crônica de bochecha Tratamento: • Não há tratamento (não há potencial maligno) • Evitar intervenção cirúrgica Prognóstico: Favorável NERVO BRANCO ESPONJOSO Aspectos Clínicos: • Lesão assintomática pregueada branca ou acinzentada • Afeta as mucosas, em maior parte a mucosa jugal (bilateralmente) • São lesões espessas com consistências esponjosas • Geralmente aparecem antes da puberdade • Poderá aparecer na mucosa conjuntiva (esofágica, anal, vulvar, vaginal) Diagnósticos Diferenciais: • Disceratose intra-epitelial benigna hereditária • Líquen plano Tratamento: • Não existe • É assintomática e benigna sem poder de malignidade (uma vez feita a biópsia e confirmado o histopatológico, não são feitas biópsias adicionais). Prognóstico: Favorável LÍQUEN PLANO Aspectos Clínicos: • Acometem em adultos de meia idade • Raro em crianças • Lesão de sensação de irritação, pois doem quando coça. • Aparecem como linhas brancas entrelaçadas. • Possui duas formas: Reticular e Erosiva Reticular (mais comum): • Não causa sintomas • Envolve região posterior da mucosa bucal bilateralmente • Poderá envolver dorso da língua, gengiva e palato• Linhas brancas entrelaçadas(sugerindo algodão desfiado) • Lesões que aumentam e diminuem (associado também a stress) Diagnósticos Diferenciais: • Reação liquenóide a drogas • Lúpus eritematoso • Rejeição a enxerto e candidíase Se for semelhante a placa: • Leucoplasia idiopática • Carcinomas de células escamosas Tratamento: Forma reticular: • Não é necessário • Em caso de cândida associada usar antifúngico • Reavaliação anual das lesões reticulares Forma erosiva: • Usar corticóides tópicos (respondem contra o processo imunológico). O uso de corticóide sistêmico não é necessário. ( EX.: Omcilon A em orabase ) • Reavaliação do paciente a cada 3 meses Prognóstico: • Forma reticular : favorável • Forma erosiva: desfavorável (poderá evoluir para a ação cancerígena associado a mais alguma patologia) LEUCOPLASIA PILOSA Aspectos Clínicos: • Bordas laterais da língua • Geralmente em homossexuais do sexo masculino infectados pelo HIV • Infecção pelo vírus Epstein Barr (VEB) • Na maioria dos casos aparecem em pacientes imunossuprimidos (por medicamento) e imunocompetentes (baixa da imunidade). • Placa branca ou papilas filiformes semelhantes a pêlos. • Raramente aparecem em outras regiões da cavidade oral. • Pode ser unilateral ou bilateral. Diagnóstico Diferenciais: • Leucoplasia Idiopática • Hiperceratose Friccional • Leucoplasia associada ao tabaco • Líquen Plano • Lupus Eritematoso • Candidíase Hiperplásica Tratamento: • Sem tratamento • Importante confirmar, pois poderá ser um eventual sinal precoce de AIDS • Aciclovir, Ganciclovir, Tretinoína e Podofilina são usados para tratamento (porém poderá interromper o mesmo, pois ocorre retorno da lesão). Prognóstico: desfavorável ESTOMATITE NICOTINICA Aspectos Clínicos: • Relacionada ao tabaco(tabagismo crônico) • Mucosa palatina com reação eritematosa • Com o passar do tempo: ceratinização crescente • Pontos vermelhos na parte posterior do palato duro • Ressecamento da mucosa (semelhante ao “agreste nordestino”) Tratamento: Perda do hábito para não evoluir para um câncer. Prognóstico: • Diagnosticado precocemente: favorável • Casos avançados (câncer): sombrio GRÂNULOS DE FORDYCE Aspectos Clínicos: • Encontrados em grupos ou isolados. • Locais: Mucosa jugal e vermelhão do lábio • Acometem mais nos homens de 20 a 30 anos • É assintomático • Pontos amarelos, planos ou elevados (São glândulas sebáceas ectópicas ). Diagnóstico Diferencial: Cândida albicans Tratamento: • Nenhum tratamento indicado • Não se faz biópsia Prognóstico: Favorável ALTERAÇÕES ULCERADAS NA CAVIDADE ORAL Ulcerações sem etiologia definida: ulceração aftosa recorrente, doença de Behçet, Sialometaplasia ULCERAÇÕES AFTOSAS RECORRENTES (UAR) • Sem etiologia definida • Mais presente em mulheres • Atinge 20% da população • Persistem por dias ou semanas Diagnóstico: baseado na anamnese e nos dados clínicos, biópsia só para o diagnóstico diferencial, não há exame laboratorial conclusivo Classificadas em Ulcerações aftosas menores (A. Menores), Ulcerações aftosas maiores (A. Maiores, doença de Sutton, Periadenite mucosa necrótica recorrente) e Ulcerações aftosas herpetiformes ULCERAÇÕES AFTOSAS MENORES Aspecto Clínico: • Mais comum. • Tamanho 2 a 8mm, apresentam lesões únicas ou múltiplas • São ovais, doloridas, com ardência, prurido, desenvolvendo mácula eritematosa, de contorno nítido • Desenvolve ulceração recoberta por membrana fibrinopurulenta, branca-amarelada, removível, circundada por halo eritematoso • 10 dias de evolução • SÓ APARECE EM mucosa ceratinizada mucosa jugal e labial, seguidas pelo ventre língua, fundo de vestíbulo, assoalho da boca e palato mole • Não deixam cicatriz Etiologia: variada: atopias (alergias), predisposição genética, influências hormonais, agentes infecciosos, altamente nutricionais, defeitos imunológicos, estresse. Diagnóstico diferencial: Úlcerações traumáticas, aftas maiores Tratamento: • Paliativo com corticoterapia tópica • Bochechos • Agentes cauterizantes Prognóstico: Favorável, ocorrendo recorrência ULCERAÇÕES AFTOSAS MAIORES – Periadenite Mucosa Necrótica – Recorrente Afta de Suttton Aspecto Clinico: • Profundas com bordas elevadas • Medindo 1cm ou mais em seu maior diâmetro • Episódio maior de duração - 1 a 2 meses de evolução • Presença de cicatriz após cicatrização • Acometem mucosa ceratinizada e não ceratinizada Etiologia: variada alergias, predisposição genética, influências hormonais, agentes infecciosos, altamente nutricionais, defeitos imunológicos, estresse Diagnóstico diferencial: Pênfigo vulgar, penfigóide e doença de Crohn Tratamento: Corticosteróides mais potentes, nas lesões mais resistentes Prognóstico: Favorável, ocorrendo recorrência ULCERAÇÕES HERPETIFORMES • Numerosas ulcerações com tamanho de uma cabeça de um alfinete. Aspecto Clínico: • Maior numero de lesões • São menos frequentes • Tamanho de 1 a 3mm • 30 dias de evolução • Parecida com as úlceras das lesões herpéticas (mas diferende delas, não é uma vesícula ou bolha) • Pode atingir qualquer região da mucosa oral • Mais comum na terceira década de vida Etiologia: variada alergias, predisposição genética, influências hormonais, agentes infecciosos, altamente nutricionais, defeitos imunológicos, estresse Diagnóstico Diferencial: Gengivoestomatite herpética aguda Tratamento: Xarope betametasona; Bochechos Prognóstico: Favorável, ocorrendo recorrência SE A LESÃO ULCERADA NÃO REGREDIR EM 10 DIAS – FAZER BIÓPSIA ULCERAÇÕES TRAUMÁTICAS Aspectos Clínicos: • Área eritematosa circundando uma membrana fibrinopurulenta amarela central removível. • Desenvolve borda branca e corrugada de hiperceratose adjacente à ulceração • Mais frequente na língua, lábios, mucosa jugal (dentição) • Gengiva, palato, fundo de vestíbulo, por outros fatores irritantes como: substância química, próteses mal adaptadas Etiologia: • Traumatismo crônico; injúrias físicas (mecânicas) e químicas Diagnóstico Diferencial: • Processo infeccioso (sífilis, tuberculose), neoplasias malignas Tratamento: • Retirar a causa Primeira escolha: • Bochechos com dexametasona (xarope ou elixir) – 0,5mg por 5ml – 0,5 a 15mg por dia • Triancinolona em orabase • PeroxyL – Peróxido de hidrogênio 1,5% Segunda escolha: • Prednisona comprimido (20mg) dose máxima de 40mg • Talidomida (não mais usado por interferir na formação dos fetos) – bom para Aids BISMU-JET – 1 a 2 gotas por 3 a 6 vezes ao dia Prognóstico: Favorável Trauma mecânico (dente frat.) Trauma mecânico (prótese) Trauma químico Trauma crônico SÍNDROME DE BEHÇET Aspecto Clínico: • Composta por lesões oculares (conjuntivite, ulceração córnea), lesões genitais e cutâneas • Lesoes clinicas traduzem quadros de vasculite: processo inflamatório vascular com manifestações orais • Ulcerações aftóides de longa duração • Mais comum em mulheres anglo-saxônicas • Mais comum de aparecer entre a segunda e terceira década de vida • Variam no tamanho • Bordas elevadas • Circundadas por grande área de eritema difuso • Apresentam 6 ou mais ulcerações • Acomete mais palato mole, orofaringe • Não apresenta na gengiva, palato duro e vermelhão nos lábios Etiologia: parece que fatores ambientais e genéticos estão envolvidos nessa doença Diagnóstico Diferencial: ulcerações aftosas menores Critérios de Diagnóstico: para ser uma lesão de Síndrome de Behçet tem que ter a lesão ulcerada recorrente + 2 dos sintomas abaixo → Lesões inflamatórias oculares → Prováveis associações: eritema noduloso em pele, artralgia, úlceras do trato gastrointestinal e trombose de grandes vasos → Manifestaçõesneurológicas → Teste de patergia +: reação cutânea à injeção de substância inerte Tratamento: colchicina, talidomida, corticoides sistêmicos: prednisona 40mg/DIA Prognóstico: Bom, na ausência de alterações no SNC ou complicações vasculares SÍNDROME DE REITER Aspecto Clínico: • Composta por artrite, uretrite, conjuntivite e lesões mucocutâneas • Na cavidade oral, aparecem forma de úlceras indolores, atingindo qualquer região, na língua (língua geográfica), mucosa jugal, palato e gengiva • Preferencialmente em homens brancos, na terceira década de vida • Com duração de semanas a meses Etiologia: desconhecida, com hipótese de influência genética Diagnóstico Diferencial: ulcerações aftosas Tratamento: antibióticos e “aines” Prognóstico: favorável, podendo recidivar (retornar) CARCINOMA DE CÉLULAS ESCAMOSAS Como o carcinoma de células escamosas pode aparecer: • Lesão ulcerada superficial • Lesões endofíticas • Lesões exofíticas – vegetante • Lesões nodulares: profunda e submucosa • Leucoplasia • Eritoplasia Aspectos Clínicos: • As lesões orais são, no início, assintomáticas, destacando a necessidade de triagem oral. • Os cânceres são muitas vezes endurecidos e firmes, com a borda arredondada. Etiologia: • fatores de risco – tabagismo, alcoolismo, dieta • Agentes biológicos, radiações, irritações crônicas • Fatores ocupacionais • Má higiene • Anemia ferropriva – síndrome de Plummer – Vision: disfagia + língua atrófica, lisa, eritematosa, brilhante Diagnóstico: • Biopsia • Endoscopia para detectar segundo tumor primário • Radiografia de tórax e TC de cabeça e pescoço Tratamento: cirurgia, com a rádio ou quimioterapia pós operatória conforme necessário, esvaziamento cervical Prognóstico: • Se o carcinoma da língua for limitado localmente (sem invasão linfonodal), a taxa de sobrevida em cinco anos é superior a 75%. Para o carcinoma localizado do assoalho da boca, essa taxa é de 75%. A metástase linfonodal reduz a taxa de sobrevida pela metade. As metástases alcançam primeiramente os linfonodos cervicais e depois os pulmões. • Para lesões do lábio inferior, a taxa de sobrevida em cinco anos é de 90% e metástases são raras. O carcinoma do lábio superior tende a ser mais agressivo e metastático. SIALOMETAPLASIA • Alteração tecidual benigna que se desenvolve em áreas onde existem glândulas salivares menores (palato duro e palato mole) • Inicio espontâneo ou devido a um processo isquêmico local • Lesão que acomete epitélio + glândula salivar, diferente de aftas que acometem epitélio + conjuntivo Aspectos Clínicos: • Tumefação (volume) dolorosa e eritematosa • Seguida de ulcerações (úlceras de bordas a pique) • Remissão espontânea: 1 a 2 meses • Tratamento sintomático (até a redução da lesão) LESÕES ULCERADAS ASSOCIADAS ÀS ALTERAÇÕES DA MEDULA ÓSSEA As lesões de medula óssea que produzem neutropenia (baixa imunidade) resultam, frequentemente em ulcerações da mucosa bucal • Anemia aplásica, linfoma (medula não produz quantidade de células) • Leucemia, neutropenia clínica • Leucopenia induzida por medicamentos (saber quais medicamentos o paciente toma, por conta dos efeitos colaterais ex.: dipirona – diminui de células brancas) Aspectos Clínicos: • Qualquer área da mucosa pode ulcerar (inclusive gengiva marginal) • Mais frequentes em áreas traumatizadas • Há necrose • Possui fundo amarelado e forma irregular – ovóide • Normalmente não apresentam halo eritematoso (não aparece porque há uma neutropenia – inflamação comprometida – medula não está funcionando normalmente) Tratamento: • Solicitar hemograma completo (como o paciente está sistemicamente) • Tratar infecção secundária (paciente já tem imunodepressão então ele tem mais suscetibilidade porque as bactérias entram ali e se proliferam) • Tratamento paliativo para dor (valorizar a dor do paciente, pirâmide da dor, se um antiflamatório comum não resolve, ai passa para outro, se não resolve, aí remédio para ansiedade rivotril.. ) • Evitar corticoides de alta potência (interfere ainda mais na deficiência medular, gera mais imunodepressão ) SÍFILIS Etiologia: espiroqueta treponema pallidum – transmissão sexual Aspectos Clínicos: • Áreas ulceradas com bordas endurecidas • É a primeira fase da sífilis chamada de CANCRO • Linfadenopatia regional indolor não supurativa (aumento do linfonodo sem formação de abcesso) • Cicatrização em várias semanas, 3 em média Diagnóstico: biópsia incisonal, citopatologia: exame em campo escuro do esfregaço – sífilis recente Teste sorológico VDRL (reação lipídica) • Reação inespecífica • Não detecta o verdadeiro anticorpo • Torna-se positiva uma a duas semanas após o início do cancro • Pode negativar na sífilis terciária FTA-abs • Reação específica que detecta o anticorpo sifilítico • Positivo em 85% na primária • Positivo em 95% na tardia • A negativação ou queda de anticorpos ocorre geralmente após 6 meses • A persistência de anticorpos na tardia pode perdurar por anos (cicatriz sorológica) Tratamento – primária: Penincilina benzatina (benzetacil) TUBERCULOSE (tem lesão ulcerada) Etiologia: mycobacterium tuberculosis Transmissão: gotículas do ar Aspectos clínicoss: • Úlceras que não cicatrizam em língua e palato • A mucosa bucal pode ser infectada por microorganismos do escarro ou via hematogênica (contaminação pode ser por essas vias escarro ou sangue) • Lesões radiolúcidas/radiopacas em ápice dos pulmões • Febres, suor noturno, hemoptise (presença de sangue), dor torácica MICOSES PROFUNDAS ➢ Paracoccidioidomicose (muito importante pra nossa região – campo) Etiologia: paracoccidioides brasilliensis (fungo dimórfico que habita na natureza) Transmissão: o Inalação de partículas presentes em vegetais, solo o Não ocorre contaminação de indivíduo para indivíduo o Maior incidência na área rural Aspectos clínicos (crônica) • Evolução lenta e progressiva • Adultos homens • Nº reduzido de órgãos e sistemas atingidos • Lesões cutâneas mucosas • Na pele: placa, nódulos, úlceras e abscessos • Lesões pulmonares e em supra renais (Doença de Addison) • Disseminação pela via linfática e hematogênica Manifestações bucais: • Exulcerações na mucosa • Microstomia • Sialorréia e gosto metálico Diagnóstico • Citopatologia • Escarro • PAF dos linfonodos Tratamento • Em postos credenciados da secretaria de saúde • Derivados de sulfonamidas • Cetoconazol • Itraconazol CITOMEGALOVÍRUS – CMV - as infecções primárias são assintomáticas - ocorrem durante a infância ou adultos jovens Após a infecção o vírus permanece latente nas glândulas salivares, podendo haver reativação CMV – infecção recorrente • Em gestantes é fatal ao feto e pode afetar a dentição • Em imunossuprimidos há grandes ulcerações e prognóstico sombrio ✓ Diagnóstico: biópsia, sorológico ✓ Tratamento: antivirais sistêmicos LESÕES PIGMENTADAS NA CAVIDADE ORAL Pigmentação: processo de formação e/ou acúmulo, normal ou patológico, de pigmentos em certos locais do organismo EFÉLIDES (sardas) Aspectos Clínicos: • Pequenas máculas • Máximo de 5mm de diâmetro • Castanha ou castanha-amarelada • Aparece na infância • Mais comum em pacientes de pele clara • Áreas cutâneas expostas ao sol (escurecendo e clareando) Etiologia: hereditária Diagnóstico Diferencial: Doença de Addison, Síndrome de Peutz-Jeghers Tratamento: nenhum ou estético Prognóstico: favorável (cuidado com o sol) LENTIGEM Aspectos Clínicos: • Manchas cutâneas • Maiores que as sardas (<5mm) • Castanhas • Principalmente em idosos e de meia idade • Associadas ao sol e ao envelhecimento • Comum em dorso da mão, antebraço e na face menos provável Etiologia: envelhecimento natural Diagnóstico Diferencial: melanose focalTratamento: nenhum ou estético Prognóstico: favorável PIGMENTAÇÃO FISIOLÓGICA Aspectos Clínicos: • Pigmentações simétricas • Cor negra ou azulada • Atinge qualquer idade • Sem predileção por sexo • Mais comum em gengiva, podendo aparecer em qualquer área intra-oral • Exclusiva em negros Etiologia: hereditária, racial Diagnóstico diferencial: melanose por fumo, síndrome de Peutz-Jeghers, doença de Addison, melanoma Tratamento: nenhum Prognóstico: favorável MELANOSE POR FUMO Aspectos Clínicos: • Manchas negras • Predileção por sexo feminino (hormônios) • Atinge a gengiva – se for por cigarro • Atinge o palato e mucosa jugal – se for por cachimbo Etiologia: tabaco, nicotina Diagnóstico Diferencial: Pigmentação fisiológica, Sindrome de Peutz-Jeghers, Doença de Addison Tratamento: suspensão do fumo, manchas desaparecem em meses ou anos Prognóstico: favorável TATUAGEM POR AMÁLGAMA Aspecto Clínico: • Manchas negras, azuladas ou acinzentadas • Menor que 1 cm de diâmetro • Gengiva mucosa alveolar ou jugal • Produzidas por partículas diminutas de amálgama de prata (lacertações, restos - em caso onde se retira a restauração por amálgama ou durante a restauração com esse material). • Exame radiográfico mostra pontos radiopacos – as diferencia • Lesao estará próxima ao dente restaurado com amálgama/ ou dente que já foi restaurado por esse material Etiologia: amálgama de prata Diagnóstico diferencial: nevo Tratamento: remoção cirúrgica Prognóstico: favorável MELANOSE FOCAL Aspectos Clínicos: • Máculas castanhas - pelo aumento focal na deposição de melanina • Mais comum no vermelhão do lábio e gengiva (podendo aparecer em qualquer região) • Sem potencial maligno • Um melanoma precoce pode ter uma aparência clínica similar. Por essa razão, todas as máculas orais pigmentadas de inicio recente, tamanho grande, pigmentação irregular, duração desconhecida ou aumento de tamanho recente devem ser submetidas ao exame microscópio. Etiologia: idiopática Diagnóstico diferencial: melanomas iniciais, nevo, tatuagem por amálgama, Síndrome de Peutz-Jeghers, Doença de Addison Tratamento: cirurgia (melanoma) Prognóstico: sombrio HEMANGIOMA Aspecto Clínico: • Variação anatômica onde os vasos se concentram em uma região • Lesões planas, nodulares ou bosseladas • Varia do vermelho ao azul • Aparece ao nascer ou na infância • Lábio, lingua e mucosa jugal • Alteração vascular • Diascopia, vitropressão, digitopressão – exames usados para diagnosticar lesões vasculares; pressiona, se formar isquemia, ou seja, se o fluxo sanguineo da região for removido e ficar mais claro/esbranquiçado é uma lesão vascular Etiologia: congênita Diagnóstico Diferencial: nevo Tratamento: cirúrgico, laserterapia ou escleroterapia (tratamento que interrompe a chegada de sangue até a região) --- Prognóstico: favorável (deve-se ter cuidado com a região porque pode ter complicações - hemorragia difusa) NEVO – pinta Aspecto Clínico: • Lesão solitária, plana ou papular, firme e circunscrita • Negra ou castanha • Aparecem no nascimento ou na infância • Pequeno diâmetro (cutâneo; pele clara) • Rara intra-oral (aparece no palato; chamado de nevo azul) Etiologia: congênita, adquirida Diagnóstico Diferencial: melanose focal, tatuagem por amálgama, hematoma, hemangioma, melanoma Tratamento: excisão, grande potencial de transformação maligna Prognóstico: sombrio – pode evoluir para um melanoma MELANOMA Aspectos Clínicos: • Lesão negra ou azulada • Contorno avermelhado • Bordos irregulares • Tem aumento de tamanho lento Deve-se observar o ABCD – tem grande probabilidade de malignidade Etiologia: desconhecida Diagnóstico diferencial: nevo Tratamento: cirúrgico Prognóstico: desfavorável DOENÇA DE ADDISON Aspectos Clínicos: • Assiociada a alterações sistêmicas: fraqueza, náusea, vômitos, perda de peso, hipotensão • Lesões difusas na pele • Marrom ou negra • Intra-orais comumente na gengiva, língua, palato, mucosa, lembrando sardas e melanose focal Etiologia: hipofunção do córtex supra-renal Diagnóstico Diferencial: Síndrome de Peutz-Jeghers Tratamento: corticoterapia tópica e sistêmica Prognóstico: favorável SÍNDROME DE PEUTZ-JEGHERS Aspectos Clínicos: • Lesões periorais e intra-orais • Marrom ou negra • Aparece na 1ª déccada de vida • Similares às sardas e melanose focal • Assosiada aos sintomas: dificuldade de evacuação, dor abdominal, sangramento retal, diarréia Etiologia: hereditária Diagnóstico Diferencial: Doença de Addison Tratamento: nenhum (para máculas); cirúrgico (pópilos intestinais) Prognóstico: favorável ALTEAÇÕES VERMELHAS NA CAVIDADE BUCAL ERITOPLASIA Aspectos Clínicos: • Placas vermelhas • Qualquer sítio (soalho de boca, lingua, região retromolar) • Idosos acima de 50 anos Etiologia: idiopática Diagnóstico Diferencial: não tem Tratamento: cirúrgico Prognóstico: sombrio – lesão pré-cancerígena CANDIDOSE CRÔNICA – aparece na parte de lesões brancas também GRANULOMA PIOGÊNICO – nome inadequado, lesão sem pus Aspecto Clínico: • Massa plana ou lobulada, geralmente pedunculada, superfície ulcerada, cor rosa, vermelho ou roxo, indolor, crescimento rápido e sangrando facilmente • Tamanho amplamente variado • Localização predileta é a gengiva, também pode atingir lábios, lingua e mucosa jugal • Comum em crianças, adultos jovens e mulheres Etiologia: irritação por cálculo quando aparece na gengiva, ou trauma constante quando aparece em outra região Diagnóstico Diferencial: granuloma periférico celulas gigantes, hiperplasia fibrosa localizada Tratamento: excisão cirúrgica conservadora, remover a causa Prognóstico: favorável GRANULOMA PERIFÉRICO DE CÉLULAS GIGANTES Aspecto Clínico: • Massa nodular roxo-avermelhada ou vermelha, séssil ou pedunculada, podendo estar ulcerada ou não • Normalmente, menos 2cm de diâmetro • Atinge exclusivamente gengiva ou rebordo alveolar de edêntulos, região anterior ou posterior • Qualquer idade, maior na 5ª ou 6ª década, sexo feminino Etiologia: Irritação local ou trauma Diagnóstico Diferencial: fibroma ossificante periférico, granuloma piogênico, hipep. Fibrosa localizada Tratamento: excisão cirúrgica conservadora Prognóstico: favorável, recidiva 100% HEMANGIOMA – explicado em lesões com alterações pigmentadas PETÉQUIAS Aspectos Clínicos: • Hemorragia submucosa puntiforme • Mais comum em palato • Não desaparece à compressão Etiologia: traumática, pressão negativa (felação) ou discrasia sanguínea (leucemia, hemof) Diagnóstico Diferencial: não tem Tratamento: depende da cuasa Prognóstico: depende da causa Hemorragia submucosa do palato mole causada Hemorragia submucosa causada por felação por tosse violenta. EQUIMOSES Aspectos Clínicos: • Hemorragia maiores • Coloração vermelha, azul ou púrpura • Qualquer localização • Extravazamento de sangue Etiologia: trauma ou discrasia sanguínea (leucemia, hemofilia) – comum em agressões físicas e pós operatórios Tratamento: depende da causa Prognóstico: depende da causa
Compartilhar