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Diagnóstico Bucal 4° Semestre Isabelle Castro 1. Lesões Fundamentais • O primeiro passo do exame clínico intra oral é descrever as lesões nos mínimos detalhes; • São inspecionados os seguintes fatores: a. Localização; b. Tipo de Lesão*; c. Quantidade – uma ou mais lesões; d. Tamanho; e. Bordas – bem ou mal delimitadas; f. Elevação; g. Cor; h. Exofítico ou Endofítico; i. Séssil ou pendiculado – para nódulos e pápulas, apenas; j. De crescimento rápido ou progressivo; • A palpação pode te oferecer outros fatores como: a. Consistência; b. Sensibilidade dolorosa (sintomático/assintomático); c. Se a lesão esta aderida à outros tecidos (se é móvel ou aderido); • Lesões Fundamentais: a. Erosão: perda parcial do epitélio sem exposição de tecido conjuntivo; - aspecto avermelhado. b. Úlcera: perda total do epitélio com exposição de tecido conjuntivo; - Aspecto: eritematoso, esbranquiçado, podendo conter pseudo membranas. - Observações: são sintomáticos, únicos ou múltiplos e rasos; • Lesões de Superfície/ Lesões Planas: a. Mancha/Mácula: alteração de cor da pele ou mucosa sem elevação ou depressão; b. Placa: lesão sólida, de maior extensão do que profundidade, observando-se elevações; • Lesões Vegetantes: 1. São de crescimento EXOFÍTICO; a. Pápula: crescimento sólido pequeno, medindo por volta de 5mm para menos; b. Nódulo: crescimento sólido maior que 5mm; - Pode ser séssil (base da lesão = topo da lesão) ou pendiculado (base menor = corpo da lesão maior. A lesão fica “pendurada”); c. Vesícula: crescimento com conteúdo líquido menor que 5mm; d. Bolha: crescimento com conteúdo líquido maior que 5mm; 2. Lesões de Origem Traumática 2.1. Fibroma de Irritação • Neoplasia benigna de tecido conjuntivo fibroso; • Patogênese: causada por irritação ou trauma local; • Características Clínicas: 1. Pode se apresentar como pápula ou nódulo e é séssil na maioria das vezes; 2. Coloração rosácea; 3. Superfície lisa; 4.Firme a palpação; 5. Tamanho: até 2 cm; 6. Localizações mais comuns: mucosa jugal, mucosa labial e laterais da língua; 7. Assintomático; • Diagnóstico diferencial: -- (pois a lesão é muito característica, principalmente quando descobrimos a origem do trauma); • Tratamento: remoção do trauma e excérese da lesão; 2.2. Hiperplasia Fibrosa Inflamatória • Processo inflamatório decorrente de estímulos proliferativos produzidos pela ação de agentes físicos (como bordas mal adaptadas de prótese); • Características Clínicas: 1. Localizações mais comuns: Gengiva, fundo de sulco, palato e mucosa do rebordo alveolar; 2. Coloração: a mesma do tecido; 3. Variação da doença: Hiperplasia Papilomatosa (mesma lesão só que no palato); 4. Quantidade: únicas ou múltiplas; 5. Consistência: fibrosa, firme; 6. Bordas mal delimitadas; • Diagnóstico Diferencial: -- (lesão característica); • Tratamento: remoção cirúrgica à laser, bisturi ou cirurgia convencional cruenta; • Recomenda-se confecção de nova prótese; 2.3. Granuloma Piogênico • Crescimento tecidual que tem reação excessiva do tecido conjuntivo frente a estímulos como cálculo, corpos estranhos e traumas; • Características Clínicas: 1. Lesão fundamental: pápula; 2. Localização mais comum: papila interdental de anteriores superiores; 3. Base: séssil ou pedunculado; 4. Coloração: vermelho-brilhante; 5. Aspecto: granulomatoso; 6. Variações: Granuloma Gravídico – acomete grávidas, mas não é grave. Acontece devido as alterações hormonais durante a gestação; 7. Assintomático; • Diagnóstico Diferencial: hiperplasia fibrosa, lesão periférica de células gigantese fibroma ossificante periférico; • Tratamento: Remoção cirúrgica completa; 2.4. Lesão Periférica de Células Gigantes • Neoplasia benigna causada pela proliferação de células gigantes multinucleadas e vasos; • Patogênese: Relacionada ao ligamento periodontal ou periósteo; • Aspectos desencadeantes: trauma, irritação local e exodontias recentes; • Características Clínicas: 1. Nódulo; 2. Base séssil ou pendunculado; 3. Localização: exclusivo de gengiva (principalmente em edêntulos) e rebordo alveolar; 4. Coloração: avermelhado ou arroxeado; 5. Tamanho: por volta de 2 cm’s; 6. Úlcerado ou erosivo; 7. Consistência: firme; 8. Superfície: lisa ou granular; 9. Mais azulada que o Granuloma Piogênico; • Diagnóstico Diferencial: Hiperplasia fibrosa, granuloma piogênicou ou Fibroma Ossificante Periférico; • Tratamento: Excérese da lesão com curetagem vigorosa do osso adjacente + raspagem dos dentes envolvidos; 2.5. Fibroma Ossificante Periférico • Neoplasia benigna onde temos um produto mineralizado proveniente da formação de fibroblastos (periodonto); • Patogênese: incerta; • Características Clínicas: 1. Lesão fundamental: nódulo; 2. Localização mais comum: gengiva inserida ou papila interndental; 3. Coloração: Avermelhada, rosácea; 4. Base: séssil; 5. Tamanho: Até 2 cm’s, no mínimo; 6. Exame Radiográfico (muito importante): visto como focos radiopacos, com ou sem reabsorção da crista do rebordo; • Dignóstico Diferencial: hiperplasia fibrosa, lesão periférica de células gigantes ou granuloma piogênico; • Tratamento: excérese da lesão + vigorosa raspagem da região; 2.6. Hiperplasia Gengival Medicamentosa • Lesão decorrente da utilização de determinados medicamentos. Os mais clássicos são: uso de fenitoína, ciclosporina e nifedipina; • Características Clínicas: 1. Tumefação da gengiva; 2. Coloração: semelhante à mucosa; 3. Localizações mais comuns: papila interdental; • Diagnóstico Diferencial: -- • Tratamento: Retirada do medicamento (se possível), remoção cirúrgica por meio de gengivectomia ou utilização de laser; 3. Lesões Brancas • São as alterações da mucosa oral que apresentam aparência opaca, palida e esbranquiçada; • São lesões que apresentam espessamento epitelial: a. hiperqueratose; b. acantose (aumento da camada espinhosa); c. opacidade; 3.1. Hiperqueratose Focal Irritativa • É o espessamento da mucosa por atrito/fricção; • Patogênese: mordiscametnto da bochecha na região da linha alba (mordiscatio), arestas de aparelhos ortodônticos ou galvanismo; • Características Clínicas: 1. Lesão fundamental: manchas ou placas; 2. Coloração: acinzentada, branco opaco; 3. Focal: sempre terá relação com agente causal; 4. Assintomático, localizado ou generalizado; 5. Superfície: lisa ou ondulada; • Diagnóstico diferencial: Líquen plano, leucoplasia; - O diagnóstico pode ser feito através da demonstração da presença do agente irritativo; - Diminuição ou regressão após a remoção do agente; - São raras em palato mole, soalho ou fundo de sulco; • Tratamento: Remoção do agente irritativo + Reavaliação de 1-2 semanas; - Sem diminuição: biópsia – exame anátomo patológico; 3.2. Líquen Plano • Doença mucocutânea crônica; • Patogênese: doença auto imune; • Crônico: progride e depois melhora; • Associado ao estress; • Duas formas: Reticular e Erosivo • Reticular: o Características Clínicas: 1. Lesão fundamental: “estrias de Wickham” – estrias esbranquiçadas que não cedem a raspagem; 2. Assintomáticas; 3. Bordas bem delimitadas; 4. Múltiplas e simétricas; 5. Localizações comuns: mucosa jugal posterior, gengiva, dorso de língua, palato e o vermelhão do lábio; 6. Quadro de piora e melhora; • Erosivo o Características Clínicas: 1. Sintomático; 2. Quase sempre tem ulceração; 3. Circundadas por estrias; • Diagnóstico diferencial: Nevo branco esponjoso (histórico anterior e familiar) e leucoedema (tracionamento = desaparece); • Tratamento: biópsia incisional. Reticular: sem tratamento. Erosivo: corticóides. RETICULAREROSIVO 3.3. Estomatite Nicotínica • Lesão específica relacionada ao fumo; • A alteração desenvolve-se nas áreas queratinizadas do palato duro e nas regiões mais expostas ao fumo; • Características Clínicas: 1. Pontos avermelhados no palato ; 2. Coloração: começam avermelhados e depois tornam-se esbranquiçados, opacos e fissurados devido a hiperqueratose; 3. Lesão fundamental: pequenas pápulas esbranquiçadas com pontos vermelhos dentro (correspondem a abertura dos canais salivares menores e menos inflamados); 4. Aspecto: difuso, rugoso, opaco. Liso ou fissurado; • Diagnóstico Diferencial: Típico. Se houver úlcera: carcinoma epidermóide (CEC); • Tratamento: Orientações para que o paciente deixe de fumar + controle clínco. Biópsia apenas se houverem alterações do quadro; 3.4. Leucoplasia Pilosa (só acomete língua) • Complicação de infecção pelo vírus Epstein Barr (HHV-4); • Atinge principalmente pacientes imunodeprimidos; • Características Clínicas: 1. Lesão fundamental: placa hipequeratótica; 2. Coloração: branca; 3. Superfície: Corrugada, não é removida com raspagem; 4. Assintomática; 5. Localizações comuns: bordas laterais da língua; 6. Geralmente bilateral; • Diagnóstico Diferencial: a. Hiperqueratose Fisiológica – fator causal; b. Leucoplasia – única; c. Líquen Plano: raro na língua; d. Candidíase: cede a raspagem; • Tratamento: Biópsia incisional + sorológico HIV + Aciclovir (para regressão); 3.5. Língua Pilosa • É o alongamento difuso das papilas linguais filiformes do dorso da língua; • Relacionado à Candida; • Possíveis causas: antibióticos por muito tempo; fumo; radioterapia; • Características Clínicas: 1. Coloração secundária: chá, café, tabaco; 2. Recobrimento piloso e simétrico; 3. Coloração: branco acinzentado ao negro; 4. Mais espesso na linha média; 5. Cede à raspagem; 6. Lesão fundamental: placa; • Diagnóstico Diferencial: Candidíase – história, imunossupressão, antibiótico; Leucoplasia pilosa; • Tratamento: Sem tratamento; Orientação para melhor higiene bucal + escovação da língua; 3.6. Nevo Branco Esponjoso • Condição genética que produz espessamento epitelial; • Início: crianças e adolescentes; • Características Clínicas: 1. Coloração: branco rugosa; 2. Simétrico; 3. Assintomáticas; 4. Não cedem à raspagem; 5. Lesão fundamental: placa branca; 6. Superfície: corrugada, espessa; 7. Localizações mais comuns: lábios, ventre da língua e mucosa jugal; 8. Histórico familiar – distúrbio genético raro, autossômico dominante; • Diagnóstico Diferencial: Disqueratose benigna intraepitelial (afeta pele, conjuntiva e unhas); • Tratamento: sem necessidade; 3.7. Candidíase Pseudomembranosa (Sapinho) • Uma das muitas formas de candidíase; • Infecção fúngica mais frequente; • Aguda; • Acomete crianças e adultos com imunidade comprometida devido á agentes imunossupressores, quimio, AIDS e doenças debilitantes agudas; • Características Clínicas: 1. Lesão fundamental: Placas espessas ou pápulas; 2. Aspecto: difusa, puntiforme; 3. Coloração: branco – amareladas; 4. Cedem à raspagem – causando sangramento e eritema (isso pode ser o suficiente para fechar o diagnóstico); 5. Gosto desagradável; 6. Causa queimação; 7. Dor ainda mais severa após a remoção; • Diagnóstico Diferencial: removível e tem relação com imunossupressão; Queimadura química: mais fina; Úlceras: identificar agente agressor; Nevus branco esponjoso: não possui áreas eritematosas como a candidíase; • Tratamento: Citologia ou cultura – para o diagnóstico; Tratamento tópico e sistêmico com Cetoconazol (sistêmico) e Nistatina (creme); 3.8. Queimadura Química • Queimaduras causadas por agentes químicos corrosivos; • São raras; • Causas: aspírinas, formocresol, líquidos de limpeza ou cluorexidina com alta %; • Características Clínicas: 1. Lesão fundamental: placa fina; 2. Coloração: esbranquiçada; 3. Aspecto: delgado, homogêneo; 4. Bordas nítidas, focais; 5. Úlcera dolorosa; • Diagnóstico Diferencial: -- • Tratamento: paliativo. Anestésicos tópicos; 4. Lesões Escuras • Causas: 1. Acúmulo de melanina; 2. Agregação de material estranho; 3. Aumento da visibilidade dos vasos; 4.1. Tatuagem Por Amálgama • Pigmentação intrabucal resultante de um processo acidental, deposição ou implantação de material pigmentado nos tecidos moles; • Características Clínicas: 1. Áreas bem delimitadas; 2. Coloração: escura, preta; 3. Localizações mais comuns: gengiva, mucosa jugal e rebordo alveolar; 4. Mucosa lisa e intacta; 5. Radiopaco em radriografias; • Diagnóstico Diferencial: Melanoma, nevus azul e varizes; • Tratamento: Sem tratamento. Acompanhamento. Se for Melanoma, haverá aumento, margens imprecisas ou ulceração focal, justificando excisão cirúrgica conservadora + exame anatomopatológico; 4.2. Efélides • Características Clínicas: 1. Lesão fundamental: máculas; 2. Coloração: Homogênea, castanha; 3.Localizações mais comuns: vermelhão do lábio; 4. Bordas: irregulares; 5. Tamanho: não ultrapassam 4 cm; 6. Se for intra oral: mácula melanótica bucal; 7. Intra Oral: encontradas na gengiva, palato e etc; 8. Ovalada e irregular; • Diagnóstico Diferencial: Nevo, tatuagem por amálgama e equimoses focais; • Tratamento: sem necessidade; 4.3. Nevo • Anomalia de desenvolvimento/neoplasia benigna; • Conhecido também como “Nevo Melanótico”; • Desenvolve-se no epitélio e/ou no tecido conjuntivo e, quando ocorre muito profundamente ao tecido conjuntivo, tomando suas células de aspecto fusiforme, é nevo azul; • Características Clínicas: 1. Lesão plana, pode ser ligeiramente saliente; 2. Bordas bem delimitadas; 3. Coloração: amarronzada, negra ou azulada de pequenas dimensões; 4. Raras na boca; 5. Potencial para se tornar doença maligna; 6. Assintomático; 7. Coloração homogênea; • Diagnóstico diferencial: suspeitar quando for pigmentação heterogênea, com bordas imprecisas e com evidenciação de aumento (melanoma). Em caso de dúvida: excisão cirúrgica + anátomo patológico (excisão apenas se for palpável); 4.4. Equimose/Petéquias • Aspectos clínicos de hemorragia no tecido mole, diferindo apenas quanto ao tamanho; • Características Clínicas: 1. Lesão fundamental: manchas; 2. Coloração: avermelhada; 3. Aspecto: puntiforme; 4. Localização mais comum: palato mole; 5. Causas: traumas; 6. Pode estar relacionada à coagulopatias e alterações plaquetárias; • Diagnóstico Diferencial: --; 1. Fazer diascopia. Em caso de Equimose: diascopia negativa (lesão não vascular, a mancha não diminui); • Tratamento: Sem necessidade; 4.5. Pigmentação Racial • Variação normal; • Características Clínicas: 1. Lesão fundamental: mácula; 2. Coloração: acastanhada; 3. Aspecto: difusa (espalhada), não palpável; 4. Localizações comuns: linha mucogengival e palato duro; 5. Simetria, presente desde a infância; • Diagnóstico Diferencial: --; • Tratamento: --; 4.6. Melanose do Fumante/Melanose Medicamentosa • Do Fumante: causada pelo uso de tabaco – hiperfunção melanocítica; • Medicamentosa: Efeito colatreral do uso crônico de medicamentos; • Características Clínicas: 1. Do fumante: - Pigmentação imprecisa na gengiva vestibular, palato duro e lábios; 2. Medicamentosa: - Lesões maculares com bordas bem delineadas; • Diagnóstico Diferencial: 1. Do fumante: - Pigmentação racial ou mancha por alcatrão (sai com gaze); 2. Medicamentosa: - História de ingestão crônica de medicamentos + assegurar-se de natureza benigna; FUMANTE MEDICAMENTOSA 5. Lesões Vesíco-Bolhosas 4.1. Mucocele/Rânula • Lesão benigna normalmente contendo salivaem seu interior; • É o fenômeno de extravasamento do muco; • Doença de glândulas salivares menores; • Ocorre muito no lábio inferior; • Características Clínicas: 1. Coloração: translucida azulada ou normal; 2. Lesão flutuante; 3. Base séssil; 4. Tamanho: de 0,5 a 2 cm; 5. Consistência: mole; 6. Causa: trauma ou minissialolitos que bloqueiam o ducto excretor, provocando extravasamento do tecido conjuntivo, formando uma bolha; 7. Recidiva comum; • Diagnóstico diferencial: --; • Tratamento: excisão cirúrgica e remoção da gl. Salivar adjacente; • Observação: Rânula é a mucocele que acomete o soalho bucal - Diagnóstico Diferencial de Rânula: cisto dermóide, epidermóide branquial e lipoma; MUCOCELE RÂNULA 4.2. Pênfigo Vulgar • Doença auto imune; • Diagnóstico precoce na boca; • Características Clínicas: 1. Lesão fundamental: bolhas; 2. Mucoepitelial, sintomática; 3. Pode atingir qualquer mucosa, preferindo gengiva, mucosa jugal, dorso e bordas linguais; 3. Rompem-se de imediato; 4. Após o rompimento: úlceras altamente doloridas; • Diagnóstico Diferencial: --; • Tratamento: Corticoesteróides; Citologia esfoliativa + biópsia incisional + exames de imunodeficiência + teste sorológico; 4.3. Penfigóide Benigno da Mucosa • Conhecido como penfigóide cricatricial e dermatite bolhosa mucossinequiante e atrofiante; • Auto imune; • Acomete indivíduos de meia idade e mulheres; • Características Clínicas: 1. Acomete várias mucosas – preferindo gengiva marginal e inserida; 2. Lesões fundamentais: vesículas e bolhas; 3. Aspecto: úlcerado, erodido e eritematoso; 4. Epitélio desgruda ao menor toque; • Diagnóstico realizado por meio de citologia esfoliativa; • Diagnóstico Diferencial: gengivite descamativa (pode anteceder um pênfigo, penfigóides e líquen plano); • Tratamento: corticoesteróides tópicos e sistêmicos; 4.4. Eritema Multiforme • Etiologia incerta, ligada a mecanismos imunológicos ou não, reações de hipersensibilidade (como medicamentos); • Processo agudo limitado a pele e mucosas; • Características Clínicas: 1. Lesão Fundamental: vesículas ou bolhas; 2. Áreas eritematosas; 3. Úlcera e eritemas; 4. Sintomático; 5. Lesões cutâneas polimorfas – quando tem formato de lavo e atinge extremidades como mãos e pés, o diagnóstico diferencial é melhor; • Diagnóstico Diferencial: primo-infecção herpética, pênfigo vulgar, penfigóide benigno da mucosa, penfigóide bolhoso; • Tratemento: Afastar agentes desencadeadores + tratamento com corticóides sitêmicos e anti histamínicos locais; 5. Lesões Potencialmente Malignas 5.1. Leucoplasia/Leucoeritroplasia • Segundo a OMS, leucoplasia é uma lesão branca que não cede à raspagem e não se assemelha clínica e histopatologicamente a nenhuma outra doença; • A coloração branca resulta em um espessamento da camada superficial de queratina, que acaba por mascarar a vascularização normal (vermelhidão) do tecido conjuntivo subjacente – Leucoeritroplasia – Neville, página 389, capítulo 10, segundo parágrafo; • Lesão Oral pré cancerosa mais comum; • Predileção por homens e acima dos 40 anos; • “Se após removermos todos os fatores irritativos crônicos locais, a lesão regredir, passamos a denominá-la de queratose irritativa. Nos casos em que a lesão permanece mesmo após eliminarmos todos os fatores de risco, ou recidivar após a sua remoção, ou não regredir após instituição da terapêutica, ou, ainda, não encontramos justificativa para sua presença (idiopática) ficamos então com diagnóstico de Leucoplasia” – Marcucci, página 90, segundo parágrafo; • Possíveis causas: tabaco, álccol, sanguinária (enxaguatórios bucais contendo erva sanguinária), radiação ultravioleta, microorganismos e trauma; • Características Clínicas Gerais: 1. Localizações: vermelhão do lábio, mucosa jugal, soalho de boca e língua; 2. Leucoplasia Inicial ou Delgada: superfície lisa, fina, branca e bem delimitada em relação a mucosa adjacente; 3. Leucoplasia Homogênea ou Espessa: mancha branca, espessa, difusa e corrugada; Pode ou não ser não-homogênea e com fissuras (mais comum); 4. Leucoplasia Granular ou Nodular: Superfície aspera e granular, irregular que em tamanho se assemelha a granulos ou nódulos. É nesta fase que a maioria dos carcinomas em estágio inicial são identificadas através de biópsia; 5. Leucoplasia Verruciforme: Lesão papilar exofítica parecida com papiloma; 6. Leucoplasia Verrucosa Proliferativa (LVP): Lesões brancas, difusas e corrugadas com espessamento extenso e alterações fissuradas; 7. Leucoeritroplasia/Leucoplasia Mosqueada: manchas disseminadas de coloração avermelhada acompanhadas pelas lesões leucoplásicas; • Diagnóstico Diferencial: Líquen plano, queratose irritativa, candidose pseudomembranosa aguda e lúpus eritematoso crônico discóide; • Diagnóstico: Biópsia incisional + Citologia esfoliativa; • Tratamento: Excérese cirúrgica, eletrocautério, criocirurgia e mais comum, laser de Co2 cirúrgico + Tratamento com Vitamina A; Se o anatomo patológico confirmar presença de c. Albicans, o tratamento é conciliado com medicamentos para micose (anti fúngicos); INICIAL VERRUCOSA LEUCOERITROPLASIA 5.2. Eritroplasia • Mancha ou placa vermelha que não é clínica ou patologicamente semelhante a qualquer outra doença; • Quase sempre as eritroplasias apresentam displasia epitelial significativa, carcinoma in situ ou carcinoma de células escamosas invasivo; • Mais chances de tornar-se maligna do que as lesões leucoplásicas; • Características Clínicas: 1. Causas: exposição a agentes carcinogênicos (fumo e álcool) ou idiopáticas; 2. Localizações: assoalho bucal e palato duro/mole; 3. Coloração: avermelhada; 4. Classificações: a. Homogênea: lesão vermelha com bordas bem delimitadas; b. Associada: associada à áreas leucoplásicas; c. Granular: lesão vermelha, ligeiramente elevada, com bordas irregulares com pontos leucoplásocos; 5. Palpação: textura macia e aveludada; 6. Assintomática; • Diagnóstico Diferencial: Sarcoma de Kaposi, Candidose Aguda Atrófica, líquen plano erosivo, lúpus eritematoso crônico discóide e lúpus sistêmico; • Tratamento: Remoção de possíveis fatores irritativos – postergar biópsia até a possível inflamação regredir – se não regredir: biópsia para confirmação de diagnóstico. Se o quadro for moderado ou grave, excérese cruenta da lesão + acompanhamento médico de 6/6 meses; 5.3. Queilite Actínica • Alteração pré maligna comum do vermelhão do lábio resultante de exposição progressiva excessiva aos raios Ultravioletas; • Ocupações profissionais com exposição ao ar livre claramente estão associadas a esse tipo de processo; • Características Clínicas: 1. Fort epredileção pelo gênero masculino; 2. Desenvolvimento lento; 3. Alterações comuns: atrofia das bordas do vermelhão do lábio inferior; apagamento da porção que divide o lábio da pele; 4. Palpação: áspera, escamosa e seca; 5. Forma ulceração crônica focal; • Diagnóstico Diferencial: outros tipos de queilite: esfoliativa, glandular, apostematosa, granulomatosa, líquen plano e lúpus eritematoso crônico discóide; • Diagnóstico: Aspectos clínicos + citologia esfoliativa + biópsia incisional ou excisional (dependendo da extensão da lesão); • Tratamento: a. Prevencão com protetor solar; b. Tratamento: quimioterapia local com ácido tricloroacético (ATA) + vermelhectomia com laser de Co2 com melhor prognóstico; 6. Carcinoma Epidermóide (CEC) • Neoplasia maligna de origem epitelial (camada espinhosa do epitélio de revestimento); • Grande possibilidade de metástase(rápida ou progressiva); • Pode surgir em áres sadias previamente comprometidas por algum outro processo como: queimaduras antigas, feridas crônicas ou radiação solar; • Características Clínicas: 1. Predileção por homens idosos; 2. Assintomático na fase inicial; 3. Iniciam-se pequenas, endurecidas, de crescimento rápido, podendo atingir cm’s em poucos meses; 4. Enfiltram-se em tecidos subjacentes (endofíticos) e também para cima, formando lesões elevadas e vegetantes (exofíticas); 5. Aspecto: couve-flor; 6. Lesões fundamentais: na maior parte das vezes, úlceras acompanhadas de sangramento; 7. Bordas elevadas, nítidas; 8. Base: endurecida; 9. Podem estar acompanhadas por leucoplasias, eritroplasias e etc; 10. Classificação de Lesões de CEC: a. Ulcerada superficial; b. Leucoplásica; c. Eritroplásica; d. Lesões nodulares: profundas, invadindo submucosa; e. Lesões endofíticas: invasiva, escavada e ulcerada; 11. Possíveis bordas em rolete (invasão do tumor para o interior do tecido e para as laterais do epitélio adjacente); 12. Lesões Exofíticas: a. Vegetantes moriformes, aspecto couve-flor ou verrucoso; b. Aumento de volume; c. Superfície irregular; d. Coloração normal, avermelhada ou esbranquiçada (dependendo da quantidade de queratina presente); e. Palpação: lesão endurecida; LESÃO EXOFÍTICA – SUPERFÍCIE LESAO ENDOFITICA – SUPERFÍCIE ULCERADA IRREGULAR E ÚLCERADA BORDA EM ROLETE • Aspectos Radiográficos: 1. Bordas mal definidas – roído de traça; 2. Destruição de corticais ósseas; 3. Ausência de Osteoclerose (densidade óssea aumentada) nas bordas da lesão; 4. Destruição dos alvéolos; 5. Ausência de reabsorção radicular; 6. Causa mobilidade dental/esfoliação espontânea ASPECTO ROÍDO DE TRAÇA • Diagnóstico: Citologia esfoliativa + biópsia incisional + exame imaginológico (radiografias) • Diagnóstico Diferencial: queratose actínica, queratoacantoma, carcinoma basocelular, disqueratose de bowen, melanoma amelanótico, carcinoma de células de Merkel e etc; • Tratamento: Lesões do vermelhão do lábio: excérese cirúrgica + acompanhamento médico (em todos os casos); Lesões intraorais: lesões maiores – terapia combinada; Em estágio inicial (invasivas ou não) – irradiação pós operatória em pescoço e dissecção de pescoço eletiva; • Prognóstico: depende do estadiamento (ver mais adiante) 7. Lesões Benignas • Características gerais de lesões benignas: 1. Crescimento lento; 2. Células bem diferenciadas (sem atipias); 3. Invasão: ausente; 4. Recidiva: rara; 5. Metástase: ausente; 6. Biópsia: excisional; 7. Sufixo de benignidade: OMA; 7.1. Papiloma • Neoplasia benigna que acompete o epitélio de revestimento (mucosas); • Patogênese: origem do vírus HPV (papiloma vírus humano) dos tipo 6 e 11; • Características Clínias: 1. Crescimento lento e progressivo; 2. Aspecto: exofítico, papilar ou verrucoso; 3. Lesão fundamental: pápula ou nódulo; 4. Consistência: macia; 5. Coloração: semelhante a da mucosa ou esbranquiçada; 6. Base: comumente pedunculada, mas pode ser séssil; 7. “Semelhante a uma verruga, apresentando múltiplas projeções diminutas, tornando seu aspecto “couve flor”.” 8. Localizações mais comuns: úvula, palato mole e duro, língua (dorso e bordas) e, em menor frequência, gengiva e mucosa jugal; 9. Geralmente única e de 5mm (no máximo); 10. Superfície: se não for de aspecto couve flor – lisa ou papilar; 11. Se em pacientes imunodeprimidos houverem diversas lesões maiores: papilomatoses; • Diagnóstico diferencial: verruga vulgar, condiloma acuminado (todos de origem do vírus HPV); • Tratamento: remoção da lesão com margem de segurança. Recidiva rara; 7.2. Lipoma • Neoplasia benigna de tecido adiposo, mais comum no restante do corpo quando comparado a boca; • Proveniente de células do tecido adiposo denominada adipócito; • Características Clínicas: 1. Lesão fundamental: nódulo; 2. Base: séssil; 3. Consistência: amolecida; 4. Margens e bordas: circunscrito e bem delimitado; 5. Superfície: lisa e plana: 6. Assintomático; 7. Localização mais frequente: mucoda jugal; 8. Dependendo da profundidade, pode haver recidiva; 9. Coloração: levemente amarelada; • Diagnóstico Diferencial: -- • Tratamento: excérese cirúrgica; 7.3. Neurileloma/Schwannoma • Neoplasia benigna originada das células de Schwan (célula da Glia que produz mielina, composto dem envolve os axônios dos neurônios do sistema nervoso periférico); • Surge em associação com o tronco nervoso; • Seu crescimento é capaz de deslocar nervos; • Características Clínicas: 1. Lesão fundamental: nódulo encapsulado; 2. Coloração: idêntica a da mucosa em que se encontra; 3. Localizações frequentes: língua, intraósseo (principalmente na mandíbula, parte posterior), gengiva vestibular, palato duro e soalho da língua; 4. Base: séssil; 5. Assintomático; • Diagnóstico diferencial: --; • Tratamento: excérese cirúrgica, recidiva rara; 7.4. Linfangioma • Tumor benigno originado pela má formação de vasos linfáticos; • Pode ser considerado um distúrbio de desenvolvimento e não uma neoplasia verdadeira; • A lesão é congênita, harmatoma; • É cavernoso e profundo (endofítico); • Características Clínicas: 1. Lesão fundamental: nódulo ou pápulas (mais frequentes); 2. Bodas: mal delimitadas, o que confere recidiva frequente; 3. Assintomática; 4. Coloração: avermelhada, eritematosa; 5. Localização frequente: língua (principalmente terços anteriores); - pode ser confundido com macroglossia (pois deixa a língua levemente inchada); 6. Superfície: ovos de rã; • Dignóstico Diferencial: --; • Tratamento: excérese ou laserterapia; 7.5. Hemangioma • Lesão vascularizada que acomete os vasos sanguíneos; • Muito comum em recém nascidos e crianças; • Pode ocorrer nos vasos capilares ou em vasos maiores (cavernoso); • Características Clínicas: 1. Lesão fundamental: mácula, pápula, nódulo ou tumoração; 2. Superfície: plana ou elevada; 3. Consistência: elástica ou fibrosa; 4. Localizações frequentes: língua (dorso), gengiva e mucosa jugal; 5. Coloração: arroxeada; 6. Tipos: ➢ Capilar: - Presente no nascimento; - Regride com o passar do tempo (involução); - Coloração: vermelho brilhante; - Aspectos: plano, massa elevada ou placa lobulada; ➢ Cavernoso: - Maiores em tamanho; - Pouco circunscritos; - Sem regressão; 7. Na gengiva pode ocorrer hiperplasia, deixando as lesões semelhantes a granulomas piogênicos; • Diagnóstico Diferencial: Granuloma piogênico; • Propedêutica: Vitropressão/Diascopia: se for positiva (depois de alguns segundos de pressão da lesão contra o vidro, ocorre isquemia – esbranquiçamento da lesão), é hemangioma; • Diagnóstico: Punção Aspirativa – Se não sair sangue: capilar. Se sair sangue: cavernoso; • Tratamento: Cirúrgico – para pequenas lesões; Ligadura e embolização – para grandes lesões; Alternativas: crioterapia, laser de Co2 e injeção de agentes esclerosantes; 7.6. Neurofibroma • Neoplasia benigna que acomete os nervos periféricos/terminações nervosas; • Lesões solitárias são normais, já as múltiplas são um sintoma da síndrome de Recklinghausen (Neurofibromatose) caracterizada por manchas cutâneas café com leite; • Características Clínicas: 1. Lesão fundamental: nódulo bem circunscrito; 2. Superfície: lisa; 3. Consistência: amolecida: 4. Coloração: semelhante a da mucosa ou levemente amarelada; 5. Localizações frequentes: língua e mucosa jugal; 6. Assintomático; 7. Se for intraósseo pode produzir imagem radiográfica radiolúcida, uniloculada ou multiloculada, bem ou mal definida; 8. Se houverdor: indicação de que o tumor esta profundo ou intraósseo; • Diagnóstico: biópsia incisional; • Diagnóstico Diferencial: fibroma, tumor de células granulares; • Tratamento: excérese cirúrgica + avaliação clínica para eliminar suspeita de neurofibromatose; • Observação importante: lesões nodulares localizadas em região anterior de palato são bem sugestivas de possuirem origem neural; 8. Lesões Malignas • Características Clínicas comuns de lesões malignas: 1. Crescimento rápido; 2. Atipias celulares; 3. Invasão local presente; 4. Recidiva frequente; 5. Metástase presente; • Sufixo de malignidade SARCOMA; 8.1. Fibrossarcoma • Tumor maligno que acomete fibroblastos; • Características Clínicas: 1. Localizações frequentes: nariz e seios paranasais; 2. Aumento de volume de crescimento lento e progressivo que atingem tamanhos consideráveis antes de causar dor; 3. Palpação: duro; • Diagnóstico Diferencial: --; • Tratamento: excérese cirúrgica com margem de segurança ampla; • Recidiva em 50% dos casos; 8.2. Rabdomiossarcoma • Neoplasia benigna caracterizada pela diferenciação do músculo estriado esquelético; • 40% dos casos acometem região de cabeça e pescoço; • Predileção por homens; • Características Clínicas: 1. Massa infiltrativa indolor de crescimento rápido; 2. Localizações frequentes: palato mole e língua; 3. Alguns apresentam crescimento exofítico polipóide (cacho de uvas); • Diagnóstico Diferencial: --; • Tratamento: terapia multimodal (excérese cirúrgica + quimioterapia + radioterapia). Prognóstico ruim, com o paciente vindo a óbito em 90% dos casos; 8.3. Leiomiossarcoma • Neoplasia maligna que atinge as células da muscultatura lisa; • Na boca são raras mas se ocorrem, atingem maxila e mandíbula; • Sem predileções de sexo ou idade; • Características Clínicas: 1. Massa expansiva, dolorosa e assintomática; 2. Com ulcerações secundárias; • Diagnóstico Diferencial: --; • Tratamento: excérese cirúrgica, quimioterapia e radioterapia; • Prognóstico: ruim; • Potencial de recidiva e metástase; 8.4. Sarcoma de Kaposi • Neoplasia maligna vascular multifocal; • Patogênese: células endoteliais vasculares; • Classificação: ➢ Clássica 1. Afeta indivíduos de descendência italiana, judia ou eslava; 2. Características Clínicas: múltiplas pápulas azuis arroxeadas; 3. Crescimento lento; 4. Podem ser nódulos tumorais indolores; 5. Localização frequente (intra oral): Palato; ➢ Endêmica 1. Comum em indivíduos africanos; 2. Características Clínicas: nódulos benignos, agressivos, de caráter infiltrativo, florido e linfoadenopático; ➢ Iatrogênico 1. Presente em indivíduos imunossuprimidos por medicamentos após transplante de órgãos; ➢ HIV 1. Mais comum; 2. Origem: Herpes Vírus Humano (HPV 8); • Estágios: Mácula, placa e nódulo; • Características Clínicas: 1. Localização: palato e gengiva; 2. Sintomático acompanhado de sangramento; 3. Alta taxa de morbidade; 4. Coloração: vermelho púrpura ou marrom; • Tratamento: depende do subtipo. Quimioterapia, radioterapia e excérese cirúrgica; • Prognóstico: depende da metástase; 8.5. Melanoma • Tumor maligno que se desenvolve através de melanócitos; • Tendem a exibir dois padrões direcionais de crescimento: a. Radial: Camada basal; b. Verical: invasão do tecido conjuntivo (nódulos); • Características Clínicas (ABCDE): 1. Assimetria; 2. Bordas irregulares; 3. Coloração irregular (depende da profundidade/pigmentação, geralmente é um roxo enegrecido); 4. Diâmetro maior que 6mm; 5. Evolutivo (lesões que apresentam alterações de tamanho, cor, forma, superfície e sintomas); 6. Localizações frequentes: palato duro e gengiva; 7. Podem haver lesões satélites; 8. Fatores de Risco: casos de família, pele e cabelos claros. Tendência fácil ao bronzeamento. Profissão ou hábitos recreativos frequentes ao ar livre; História pessoal e nevo congênito e displásico; • Diagnóstico Diferencial: Lesões que causam pigmentação – nevus, tatuagem por amálgama, pigmentação racial ou mácula melanótica; • Tratamento e Prognóstico: Quimioterapia + radioterapia + excérese se apresentar crescimento em volume; Prognóstico ruim; 9. Cistos Não-Odontogênicos 9.1. Cisto Nasolabial • Patogênese: surge do remascentes epiteliais retidos ao longo da linha de fusão dos processos laterais, nasal mediano e maxilar ou da deposição do epitélio do ducto naso lacrimal; • Características Clínicas: 1. Tumefação (aumento de volume) do lábio superior, elevação da asa do nariz; 2. Apagamento do sulco mucolabial; 3. Predileção por mulheres; • Radiografia: concavidade, perda óssea; • Diagnóstico Diferencial: cisto de glândulas salivares , cisto epidermóide e cisto sabáceo; • Tratamento: enucleação e exame anatomopatológico; 9.2. Cisto do Ducto Nasopalatino • Patogênese: surge da remanescente do ducto do canal nasopalatino do canal incisivo; Assintomático e descoberto através de achados radiográficos: • Características Clínicas: 1. Predileção pelo gênero masculino; 2. Radiografia: area radiolúcida em formato de coração na raíz dos incisivos centrais; 3. Aumento de volume da porção anterior do palato duro; 4. Pode ser sintomático; • Diagnóstico Diferencial: cisto odontogênico botrióide, carcinoma mucoepidermóide e lesão de células gigantes; • Tratamento: Enucleação cirúrgica + curetagem cuidadosa; • Recidiva comum; 10. Cistos Odontogênicos 10.1. Cisto Radicular/Cisto Residual • Patogênese: origina-se dos restos epiteliais de mallassez remanescentes da bainha de Hertwig. Desenvolve-se pela mortificação puplar devido à cárie ou traumatismo; • Inflamatório; • Características Clínicas: 1. Dentes sem vitalidade pulpar; 2. Radiograficamente: área radiolúcida bem definida associada ao ápice ou região lateral do dente; 3. Assintomático; 4. Pode causar mobilidade dental se for grande; 5. Extração do dente e não do cisto resulta em cisto residual; • Diagnóstico Diferencial: --; • Tratamento: enucleação cirúrgica e extração do dente envolvido (ou tratamento endodôntico do mesmo); 10.2. Cisto Paradentário/Dentígero • Patogênese: remanescente do epitélio reduzido do orgão do esmalte ou dos restos epiteliais do periodonto; • Características Clínicas: 1. região de trígono retromolar de 3° molar; 2. Área radiolúcida, unilocular bem delimitada adjacente ao dente; • Diagnóstico Diferencial: pericoronarite, cisto radicular inflamatório lateral ou cisto dentígero; • Tratamento: excérese cirúrgica conservadora e remoção do dente associado; • Observações: é idêntico ao Cisto Dentígero, sendo diferenciado apenas pela ausência de inflamação. Os dentígeros sempre estarão mais presentes em terceiros molares (ou supranumerários) ainda inclusos; 10.3 Cisto de Erupção • Patogênese: causado pelo acúmulo de fluído entre o folículo pericoronário e a coroa de um dente em erupção; • Características Clínicas: 1. Hematoma de erupção; 2. Translúcido; 3. Arroxeado; 4. Atinge crianças até 10 anos; 5. Predileção por incisivos centrais e decíduos inferiores; • Diagnóstico Diferencial: --; • Tratamento: não há necesidade pois geralmente o cisto se rompe sozinho; 10.4. Cisto Gengival do Recém Nascido • Cistos superficiais localizados na mucosa alveolar dos recém nascidos; • Contém queratiba em seu interior, causando uma coloração esbranquiçada; • Remanescentes da Lâmina dentária; • Características Clínicas: 1. Pápulas esbranquiçadas; 2. 2 a 3mm; 3 Acomete os processos alveolares da maxila; • Tratametento: nenhum, remissão espontânea; 10.5. Cisto Gengival do Adulto • Acomete tecido mole (rebordo alveolar e gengival); • Patogênse: remanescente de Serres; • Características Clínicas: 1. Localização frequente:mandíbula, região de caninos e pré molares; 2. Região vestibular; 3. Tumefação/inchaço pequeno e indolor; 4. Semelhante a uma bolha; 5. pode causar reabsorção óssea em formato de taça; 6. Sem alterações radiográficas; • Diagnóstico Diferencial: --; • Tratamento: excisão cirúrgica, prognóstico excelente; 10.6. Cisto Periodontal Lateral • Ocorre na face lateral ou entre raízes de dentes vitais; • Origem: lâmina dentária; • Contra parte intra óssea do cisto gengival em adultos; • Características Clínicas: 1. Atinge periodonto; 2. Assintomático; 3. Predileção por região de pré molar, canino e incisivos laterais inferiores; 4. Radiografia: área radiolúcida localizada lateralmente a raíz do dente com vitalidade; • Diagnóstico: apenas com histopatológico; • Diagnóstico Diferencial: cisto radicular (dfere se o dente não for vital) e tumor odontogênico queratocístico (histopatológico); • Tratamento: Enucleação; 10.7. Queratocisto Odontogênico • Derivado dos restos epiteliais da lâmina dentária; • Comportamento mais agressivo, podendo atingir grandes proporções, assumindo aspecto mutiloculado ou em forma múltipla • Caractertísticas Clínicas: 1. Produz adelgaçamento das corticais osseas; 2. Radiograficamente: multi ou unilocular, com ou sem perfurações osseaas. Frequentemente associado à dentes não erupcionado; • Diagnóstico: --; • Tratamento: enucleação com curetagem ou osteotomia de margens com possibilidade de recidiva; 10.8. Cisto Odontogênico Calcificante • Tumor odontogênico cístico epitelial de origem incerta; • Características Clínicas: 1. Sem predileção de sexo, acomete mais jovens; 2. Lesões Centrais (intraósseas) afetam mandíbula e maxila; 3. Lesões Periféricas – ocorrem mais em região anterior; 4. Aspecto radiográfico: área radiolúcida uni ou multiloculada com limites definidos e presença de pontos mineralizados em quantidades variáveis; • Diagnóstico Diferencial: odontoma, tumor odontogênico adenomatóide, ameloblastoma unilocular; • Diagnóstico: Punção aspirativa + exame histopatológico e radiográfico • Tratamento: Enucleação seguido por curetagem vigorosa; 11. Doenças Infecciosas 11.1. Candídiase/Candidose • “Sapinho” é o termo mais popular; • Infeccção fúngica; • Diversos tipos de manifestações, que dificultam o diagnóstico; • Fatores que influenciam a infecção: a. Estado imunológico; b. Meio ambiental bucal; c. Resistência ao fungo; • Cedem à raspagem; • Características Clínicas + Diagnóstico Diferencial de acordo com a Classificação: ➢ Pseudomembranosa/Candidíase Atrófica Aguda: 1. Placa branca que cede a raspagem; 2. Paciente relata que tem gosto salgado e que sente ardência; 3. Coloração: eritematosa; 4. Localizações frequentes: dorso da língua; 5. Diagnóstico Diferencial: líquen plano hipertrófico, queratose irritativa ou leucoplasia; ➢ Eritematosa: 1. Bora cheia de feridas causadas pelo uso progressivo de antibióticos; 2. Sensação de queimação; 3. Perda difusa de papilas filiformes; 4. Língua careca; 5. Diagnóstico diferencial: glossite rombóide mediana (assintomática) e atrofia papilar central; ➢ Estomatite por Dentadura; 1. Eritema e pequenas áres hemorrágicas; 2. Encontra-se sob a prótese e acontece pelo uso constante da mesma; 3. Assintomático; 4. Tratamento com nistatina; ➢ Queilite Angular: 1. Envolvimento dos ângulos da boca; 2. Aspecto eritematoso, descamado e fissurado; 3. Acomete mais pessoas idosas; 4. Desenvolve em locais de acúmulo salivar (ângulos da boca); 5. Diagnóstico Diferencial: sífilis secundária e avitaminose ➢ Hiperplásica: 1. Placa branca que não cede à raspagem; 2. Incomum; 3. Acomete região anterior da mucosa jugal; 4. Áreas eritematosas e brancas; 5. Lesão lisa, despapilada e avermelhada; 6. Diagnóstico diferencial: leucoplasia, líquen plano e sífilis secundária; • Tratamento: antifúngicos (nistatina, cetoconazol e daktarin) e remoção de fatores irritativos; PSEUDOMEMBRANOSA ERITEMATOSA POR DENTADURA HIPERPLÁSICA 11.2. Paracoccidioidomicose • Infecção fúngica profunda e endêmica; • Dimorfo: só sua forma em levedura é patogênica; • Adquirida por inalação: infecção pulonar simples, disseminação hematogênica/linfática, lesões cutâneas e depois em mucosas e osteolíticas; • Características Clínicas: 1. Lesões fundamentais: ulcerações muriformes (arranjadas); 2. Lesões múltiplas, infiltradas e doloridas que provocam sialorréia (produção excesiva de saliva); 3. Linfoadenopatia presente; 4. Comum em trabalhadores rurais; • Diagnóstico: citologia esfoliativa + características clínicas; • Diagnóstico diferencial: Tuberculose e histoplasmose; • Tratamento: depende da gravidade; Infecções leves e moderadas – antifúngicos; Infecções graves: anfotericina B intravenosa; 11.3. Histoplasmose • Infecção fúngica profunda; • Relacionada com leucemia e linfoma, podendo condicionar os pacientes à imunossupressão; • Características Clínicas: 1. Envolvem periodonto de sustentação, ocasionando perdas dentárias; 2. Sialorréia; 3. Halitose; 4. Lesões múltiplas e pouco dolorosas; 5. Aspecto aftóide; 6. Qualquer localização oral; 7. Lesões não ulceradas envolvem placas vegetantes e nódulos; 8. Bordas endurecidas; • Diagnóstico: biópsia e sorologia; • Diagnóstico Diferencial (segundo o Neville): Carcinoma epidermóide; • Tratamento:Anfotericina B intravenosa, itraconazol; 11.4. Herpes • Origem viral; • Tipo 1: 1. Dissemina-se pela saliva ou lesões periorais ativas; 2. Presentes em região oral, facial e ocular; 3. Faringe, mucosa bucal, lábio, olhos; 4. Não se pode atender pacientes com herpes devido a autoinoculação; • Tipo 2: 1. Mais comum da cintura para baixo; 2. Transmissão de fluídos; • A infecção é primária – indivíduo jovem, sem anticorpos; • Assintomático; • Manifestação comum: gengivoestomatite herpética (em crianças); • Infecções recorrentes: reativação do vírus quando o sistema imune decai; • Fatores de Risco: luz ultravioleta, estress, gravidez, menstruação, queda de imunidade; • Características Clínicas: 1. Pequenas vesículas/bolhas que se rompem e formam úlceras; 2. Predominantes em gengiva, língua e mucosa labial; 3. Sintomas: febre, linfoadenopatia, prurido; 4. Coloração levemente amarelada; • Diagnóstico diferencial: outras doenças virais (Zooster, Herpangina e doença da mão- pé-e-boca); • Diagnóstico: teste de cultura viral, imunohistoquîmica, PCR e testes sorológicos de imunofluorescência; Biópsia incisional e citologia esfoliativa; • Tratamento: Aciclovir creme em casos normais e Aciclovir sistêmico+creme em imunodeprimidos; Usar até formar crosta (de 3-5 dias); 11.5. Varicela Zoster • É a recorrência da catapora; • Vírus HHV-3; • Características Clínicas: 1. Dor prodrômica do nervo afetado; 2. Erupções vesiculares; 3. Comum em palato e mucosa jugal; • Diagnóstico Diferencial: o mesmo que o 11.4.; • Tratamento: analgésico tópico, enxaguantes bucais – durante a fase ulcerativa; Terapia sistêmica: analgésicos mais fortes e antivirais sistêmicos; 11.6. Epstein Barr • Vírus HHV-4 – mononucleose infecciosa; • Encontrado na saliva e se espalha através de contato oral; • Características Clínicas: 1. Febre persistente de 2-14 dias; 2. Linfoadenopatia; 3. Lesões orais com aspecto herpetiforme e de petéquias no palato mole e faringe; • Diagnóstico Diferencial: --; • Diganóstico: feito através de um hemograma; • Tratamento: sem necessidade, remissão espontânea; 11.7. Sífilis • Infecção bacteriana congênita ou adquirida; • Características Clínicas: 1. Lues Primária: formação de cancro (ulceração isolada em estágio inicial); -3-90dias após o contágio; - Cicatrização: de 3 a 8 semanas; - Predileção por lábio e lingua; - Pode causar linfadenopatia satélite unilateral; - Bordas endurecidas, indolor e sem exudato; - Solitária, com ou sem envolvimento ganglionar; - Diagnóstico Diferencial: carcinoma epidermóide; 2. Lues Secundária: - 4-10 semanas; - Pode ser concomitante ao cancro; - Múltiplas lesões maculopapulares indolores; - Dor de garganta, linfadenopatia, perda de peso e febre; - Úlceras irregulares cobertas por placa de coloração esbranquiçada; - Aspecto Rastro de Caracol; - Diagnóstico Diferencial: Condiloma lata. Condiloma acuminado 3. Fase GOMA: - Goma sifilítica: nódulo ou ulcera granulomatosa que pode acometer osso ou tecido mole; - Localização frequente: palato, parecendo uma perfuração que faz comunicação da cavidade bucal com a nasal; - Diagnóstico Diferencial: Granulomatose de Wegener, CEC, linfoma de células NK/T e outtras lesões infeciosas; 4. Sífilis Congênita: - O feto adquire a doença através da placenta, provocando uma série de alterações, principalmente a tríade de Hutchinson: envolvimento dentário, ceratite intersticial (envolvimento inflamatório dos olhos) e surdez devido ao envolvimento do 8° par de nervos cranianos; - Dentes de aspecto “amora” • Diagnóstico: aspecto clínico + pesquisa microscopica de campo escuro + exames sorológicos específicos e não específicos; • Tratamento: Penicilina. Dose e duração – avaliação individual de estágio, envolvimento neurológico e estado imune; LUES PRIMÁRIA LUES SECUNDÁRIA – RASTRO CARACOL FASE GOMA CONGÊNITA – DENTES ASPECTO DE AMORA 11.8. Tuberculose • Doença de origem bacteriana; • Características Clínicas: - Primárias: surgem na gengiva, amígdalas acompanhadas por linfadenopatia satélite; - Secundárias: forma pulmonar, localizando-se no palato, lábios e mucosa jugal; Forma granulomatosa; • Diagnóstico: Exame de escarro, reação de Mantoux, raio X do tórax e biópsia da lesão; 12. Patologias Ósseas • Caracterizadas por seus aspectos radiográficos (mistos de radiopacidade e radiolucidez); • Características Clínicas: 1. Quanto ao número: únicas ou múltiplas; 2. Quanto a quantidade de ossos atingidos: monostótica ou poliostótica; 3. Quanto a sua delimitação: focal ou difusa; 4. Variáveis a serem consideradas: { tempo de evolução; { tamanho; { forma; { margens; { localização; { sintomatologia; { relação com dentes/corticais/estruturas anatômicas; { idade, gênero e raça; 12.1. Cisto Ósseo Simples/Cisto Hemorrágico • Cavidade benigna vazia ou contendo fluído no osso; • Acomete mais a mandíbula; • Pseudocisto; • Características Clínicas: 1. Predileção por homens; 2. Assintomático na maioria dos casos; 3. Pode causar parestesia; 4. Região: molares e pré molares; 5. Radiograficamente: radiolúcido e bem delimitidado, margens bem ou mal definidas; 6. Tamanho: 1-10 cm’s; 7. Quando atinge vários dentes, o defeito mostra várias projeções em formato de cúpula – característica muito sugestiva de cisto hemorrágico; 8. Expansão cortical: rara; 9. Pode conter líquido sanguinolento; • Diagnóstico: radiografia + exploração cirúrgica; • Tratamento: curetagem; 12.2. Granuloma/Lesão Central de Células Gigantes • Lesão não neoplásica de células multinucleadas; • Características Clínicas: 1. Predileção por mulheres; 2. Lesão fundamental: nódulo púrpuro azulado único; 3. Não agressivos: assintomático, de crescimento lento, sem perfuração de cortical ou reabsorção radicular; 4. Agressivo: sintomático, parestesia, mobilidade dental, reabsorção radicular, perfuração da cortical e recidiva comum; 5. Radiograficamente: radiolúcido, unilocular ou multilocular, sem halo radiopaco. • Diagnóstico Diferencial: mutiloculares – ameloblastoma; uniloculares – granulomas periapicais, cistos; • Tratamento: Curetagem cuidadosa; 12.3. Querubismo • Doença autossômica dominante que produz lesões centrais de células gigantes; • Predileção pelo sexo masculino; • Desenvolve-se na infância – 2 a 5 anos; • Características Clínicas: 1. As alterações progridem até a puberdade e depois param na maioria dos casos; 2. Envolvimento bilateral; 3. Região: posterior da mandíbula; 4. Expansão simétrica, deformidade e obstrução nasal; 5. Linfadenopatia cervical acentuada; 6. Indolor; 7. Envolve angulo e ramo da mandíbula; 8. Pode causar: deslocamento dentário, falha na erupção, dificuldade mastigátoria, dificuldade para falar e perda de visão e audição (raros); 9. Radiograficamente: lesão radiolúcida expansível, mutiloculada, bilateral; • Diagnóstico: clínico + histopatológico + radiográfico; • Tratamento: Osteoplastia se necessário e apenas após a maturação; 12.4. Displasia Cemento-Óssea • Displasia óssea comum que acomete as áres de suporte do dente, substituindo osso por massa amorfa hipervascularizada; • Diagnóstico Diferencial: fibroma ossificante; • Possíveis origens: hormonal ou do ligamento periodontal; • Características Clínicas: ➢ Focal: 1. Envolve apenas um dente; 2. Localização frequente: parte posterior da mandíbula; 3. Radiograficamente: radiopaco ou radiolúcido com halo. Lesão bem definida e margens irregulares; ➢ Periapical: 1. Localização frequente: periápices da mandíbula anterior; 2. Solitárias com múltiplos focos; 3. Predileção por mulheres negras; 4. Assintomático; 5. Radiograficamente: radiolúcido, circunscrito, no periápice; 6. Diagnóstico diferencial: granuloma/cisto periapical; 7. Lesões maduras: misto de radiolúcido e radiopaco; 8. Estágio Final: lesões mostram calcificações densas circunscritas envoltas por halo; 9. Ligamento periodontal preservado e sem expansão de corticais; ➢ Florida: 1. Envolvimento multifocal; 2. Não se limita a região anterior de mandíbula; 3. Predileção por mulheres negras; 4. Envolvimento bilateral, aspecto ruído de traça; 5. Assintomático ou dor de baixa intensidade persistente; 6. Radiograficamente: misto + halo; 7. Pode apresentar fístula alveolar, expondo osso avascular na cavidade; • Diagnóstico: Periapical e Florida: indicativos como idade, gênero, raça, local de incidência são fortes indicativos; Focal: biópsia incisional; • Tratamento: Assintomáticos: profilaxia+higiene; Sintomáticos: Indicativos de esclerose – excisão do osso necrótico + antibióticos; Na presença de infecção: curetagem de sequestros; FOCAL, PERIAPICAL E FLORIDA, RESPECTIVAMENTE. 12.5. Displasia Fibrosa • Proliferação excessiva de tecido conjuntivo fibroso celularizado entremeado por trabéculas ósseas irregulares; • Ocorre em jovens e o crescimento das lesões cessa após maturação óssea. • Características Clínicas: 1. Monostóticas: atingem um osso; frequentemente a maxila; aumento de volume indolor; crescimento lento; dentes podem ser deslocados pela massa; radiograficamente é mal delimitado, aspecto de vidro despolido, margens irregulares com expansão das corticais; Abaulamento (curva para fora) das margens inferiores; Costuma obliterar os seios maxilares; 2. Poliostótica: envolve mais de um osso. Acompanhada por macnhas café com leite, múltiplas endocrinopatias, hipertireoidismo e adenoma pituitário; Assimetria facial; Mucosa oral – máculas de margens irregulares; • Diagnóstico: --; • Tratamento: postergar remoção cirúrgica até maturação – osteoplastia – tratamento com bifosfonatos; • Recidiva comum, mas prognóstico bom; 12.6. Fibroma Ossificante • Neoplasia benigna de tecido fibroso com calcificações;• Características Clínicas: 1. Assintomático; 2. Localizações frequentes: região de mandíbula – pré molares e molares; 3. Aumento de volume e assimetria facial; 4. Provoca espansão de óssea progressiva; 5. Radiograficamente: unilocular, bem definida, com margem esclerótica, provocando expansão de corticais; R.O., R.L. ou misto com halo; • Diagnóstico Diferencial: displasia cemento óssea; • Tratamento: lesões pequenas, enucleação; lesões grandes, ressecção cirúrgica + enxertos ósseos; 12.7. Osteoma • Tumores benignos de tecido ósseo; • Podem ser periostais (na superfície do osso) ou endosteais (dentro do osso); • São lesões solitárias e assintomáticas; • Áreas comuns: côndilo e corpo da mandíbula; • Características Clínicas: 1. Periosteais: aumento de volume progressivo do osso; - Podem ser: pediculados, séssil ou endofítico; 2. Endosteais: pequenos e assintomáticos; - Podem causar assimetria facial, dor e trismo; 3. Radiograficamente: radiopaco, circunscrito e sem halo; • Tratamento: Grandes e sintomáticos – excérese conservadora; Pequenos e assintomáticos – acompanhamento; Pequenas lesões periféricas – removidas endoscopicamente; Grandes osteomas – abordagem cirúrgica aberta; • Osteomas múltiplos – Sindrome de Gardner (autossômica): pode desenvolver pólipos crônicos e evoluir para um adenocarcinoma (maligno); Tratamento – Colectomia profilática; 12.8. Osteoblastoma • Patogênese de origem incerta; • Neoplasia benigna de osteoblastos; • Produz aumento volumétrico progressivo no osso e dor; • Tipos: Osteoblastoma e Osteoma Osteóide; • Osteoma: contém maior concentração periférica de nervos de produz mais prostaglandinas, causando dor; • Características Clínicas: 1. Predilação pela mandíbula; 2. Regiões mais posteriores; 3. Causam dor, sensibilidade e aumento de voluma; 4. Lesões adjacentes aos dentes = mobilidade + reabsorção + deslocamento; 5. Radiograficamente: radiolúcido, bem ou mal delimitado com áreas irregulares de mineralização; • Tratamento: excérese cirúrgica e curetagem; • Prognóstico bom 12.9. Osteossarcoma • Neoplasia maligna primária do osso; • Pode originar-se através de patologias ósseas pré existentes como doença de Paget ou osteogênese imperfeita; • Prevalência na mandíbula; • Os osteosarcomas convencionais originam-se na médula óssea; • Características Clínicas: 1. Tumefação, dor, mobilidade dental, parestesia e obstrução nasal; 2. Radiograficamente: imagem mista radiopaca de limites imprecisos com alargamento simétrico do espaço periodontal e reação periostal em “raios de Sol”; 3. Quando o tumor emerge oralmente, apresenta-se ulcerado e erosivo; 4. Destruição de corticais ósseas; 5. Metastase rápida para os pulmões; • Diagnóstico: análise histológica de material obtido por biópsia; • Tratamento: cirúrgico radical combinado com quimioterapia ou radioterapia; • Prognóstico ruim; 13. Abordagem Multidisciplinar Para o Tratamento e Acompanhamento De Neoplasias • Com a evolução de doenças malignas, podemos notar: 1. Odor fétido causado pela necrose tumoral e infecções secundárias; 2. Dor no ouvido, dificuldade ao falar, mastigar e deglutir; 3. Trismo; 4. Perda de elementos dentários; 5. Fixação da língua e dificuldade em movê-la; 6. Fístulas na face e no pescoço; • Papel do dentista: plano de tratamento + resultado da saúde oral + antecipar complicações orais; 13.1. Quimioterapia • Tipos: curativa – para o tratamento da neoplasia; adjuvante – realizando junto ou após a terapia de controle; prévia – realiza-se para diminuir o tumor e realizar a cirurgia; paliativa – sem perspectiva de cura, feita para controla de sintomatologia; • Complicações: 1. Mucosite; 2. Xerostomia; 3. Alopécia; 4. Vômitos, anemias e plaquetopenias; 5. Imunossupressão; 6. Disgeusia; 7. Osteonecrose; 13.2. Radioterapia • Terapia que utiliza radiação ionizante para controle de proliferação celular; • Aplicada de forma fracionada (doses) até a dose total; • Pode causar danos aos tecidos adjacentes ao tumor; • Complicações: 1. Mucosite; 2. Xerostomia; 3. Trismo; 4. Disgeusia; 5. Queimaduras e dermatites; 6. Cárie de Radiação; 7. Osteonecrose; 13.3. Mucosite • Efeito colateral debilitante que ocorre logo de início na químio/radioterapia; • Reação inflamatória aguda caracterizada por eritema, edema e ulceração; • Graus (Score) 0 – sem evidências de mucosite; 1 – eritema assintomático; 2 – sensibilidade, úlcera e ingestão de alimentos sólidos; 3 – dor, úlcera e ingestão de alimentos líquidos; 4 – alimentação não é possível; • Tratamento: laserterapia de baixa intensidade, analgesia, bochechos com chá gelado de camomila, aloe vera, antibióticos, citoprotetores, corticóides e coctails anestésicos; • Prevenção: aplicação profilática de laser; 13.4. Xerostomia • Complicação transitória que pode ser irreversível; • Diminuição da produção salivar; • Após o término da quimio, ela tende a regredir. Já na radioterapia pode se tornar irreversível; • A diminuição do fluxo salivar pode deixar a boca desprotegida e suceptível à cáries, aumento de problenas periodontais, infecções oportunistas, piora da mucosite, dificuldade de deglutição e diminuição do paladar; • Tratamento: ingestão frequente de água, uso de saliva artificial e ingestão de alimentos ácidos para promover produção de saliva; • Prevenção: administração de citoprotetores endovenosos; • Geralmente os pacientes desenvolvem candidíase pseudomembranosa; 13.5. Disgeusia • Diminuição ou perda do paladar; • Transitória; • Xerostomia severa pode causar perda de paladar definitiva; • Tratamento: água e saliva artificial; 13.6. Osteonecrose • As drogas diminuem o metabolismo ósseo – ação de osteoblastos – inibindo a regenração óssea; • Consequência: necrose; • Tratamento: irrigração de soluções antissépticas, decortição do osso necrótico, antimicroterapia, oxigenação hiperbárica associada à cirurgia; 13.7. Osteoradionecrose • Características: causada pela radioterapia. Edema e eritema de tecido mole, acompanhados de exposição óssea necrosada, trismo, ulceração da mucosa, supuração intra e extra oral e linfadenopatia local ou generalizada; • Tratamento: iguais aos da osteonecrose; 13.8. Cárie de Radiação • Cáries agressivas na região cervical do dente, muitas vezes levando a perda da coroa total; 14.Terapêutica Medicamentosa 14.1. Antifúngicos • Sistêmico: Cetoconazol; • Tópico: Nitatina ou Daktarin gel; • Quando utilizar o sistêmico: 1. Pacientes imunossuprimidos; 2. Diabéticos descompensados; 3. HIV com doença ativa; * prescrever, para estes, tanto o tópico quanto o sistêmico; • Cetoconazol 200 mg -------------------- x comprimidos Uso interno Tomar, por via oral, 1 comprimido de 12 em 12 horas com as refeições de 4 a 8 semanas (de 30 a 60 dias). • Nistatina suspensão oral ------------------- 1 vidro Bochechar de três a quatro vezes ao dia durante cinco minutos e cuspir. Fazer o tratamento por 15 dias e depois retornar; • Avisos para o paciente: 1. Tem que ser por cinco minutos; 2. Retire a prótese antes do bochecho; 3. Como higienizar a prótese: 1 copo da água + 1 colher de hipoclorito (candida) durante a noite ou por 24h, enxague e depois coloque de volta; * próteses totais não podem ser postas em hipoclorito – por em antisséptico bucal; • Em doenças autoimunes com manifestações na mucosa prescrevemos corticóides de ação tópica: Daktarin gel ------------------------- 1 bisnaga Aplicar sobre a lesão 3 a 4 vezes ao dia e aplicar na base da prótese durante 15 dias. Retornar para nova consulta; - Bom para crianças; - Muito utilizado para quelite angular (origem fúngica, candidíase) 14.2. Antivirais • Usado para herpes labial recorrente; • Sistêmico: Aciclovir comprimido;• Tópico: Aciclovir creme; • Pacientes imunossuprimidos tem muita recorrência da doença; • Prescrição: 1. Creme Aciclovir creme ----------------------- 1 bisnaga Aplicar na lesão de 3 a 4 vezes ao dia até formar crosta; (avisar sobre os cuidados que devem ser tomados por conta da autoinoculação); 2. Comprimidos Aciclovir 200 mg (5 dias) 400 mg (3 x ao dia de 8/8 horas) ou 800 mg (2x ao dia de 12/12h); 14.3. Antinflamatórios • Esteroidais/AIES 1. Diminuem a permeabilidade capilar; 2; Reduzem a produção de anticorpos; 3. Evitar utilizar em crianças pois retarda o crescimento; 4. Indicações: a. pênfigo vulgar; b. penfigóide benigno da mucosa; c. líquen plano; d. afta maior de 1,5 cm’s; 5. Medicamentos: ➢ Oucilon A Oral --------- 1 bisnaga Aplicar 4x ao dia na lesão e aplicar na moldeira de acetato a noite; ➢ Celestone Elixir 0,5 mg ------------- 1 frasco Bochechar 1 colher de sopa diluída em 1 colher de água 4x ao dia. Parar de usar após a remissão da lesão; ➢ Decadron (dexametasona) Elixir ----------- 1 frasco Bochechar 1 colher de sopa diluído em 1 colher de água 4x ao dia e cuspir; ➢ Fsarex (proprionato de clobetasol) ------------- 1 bisnaga Aplicar 4x ao dia sobre a lesão; • Não Esteroidais/AINES 1. Para úlceras e mucosites; Extrato de Camomila (Ad Muc) -------------- 1 bisnaga Aplicar sobre a lesão de 4 a 5x ao dia até a remissão da mesma; 14.5. Protetores Estomacais • Indicar juntamente com anti inflamatórios AIES e AINES. Principalmente para pacientes que relatam problemas gástricos na anamnese; • Antak/Omeprazol (10/20mg) ------------ 1 cx Tomar 1 cápsula 30 minutos antes das refeições (café da manhã e jantar); 14.6. Antibióticos • Amoxicilina 500 mg de 8/8 horas ou Amoxicilina 850 mg de 12/12 horas; Tomar, via oral, 1 cápsula de 8/8 horas por sete dias (500mg) ou 5 dias (850 mg); • Clindamicina 500 mg ---------- 21 comp Tomar, via oral, 1 cápsula de 8/8 horas por 7 dias; (mais forte, usar em último caso);
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