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atividade contextualizada literatura infantil

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Letramento Literário
Eliane Aparecida da Silva Carreira
01337678
EaD Pedagogia
 Texto Dissertativo 
O presente trabalho aborda a importância da literatura infantil no processo de alfabetização/ letramento e no desenvolvimento social da criança. O uso da literatura infantil é uma ferramenta indispensável no processo de alfabetização e letramento. A mesma deve ser utilizada pelo educador a fim de garantir uma boa seleção de livros para as crianças, visando à formação do alfabetizando, e ampliando seus saberes de forma gradativa e significativa. O objetivo geral da pesquisa é refletir sobre o universo mágico da literatura infantil, sendo a mesma um dos caminhos que facilita a socialização e o ensino-aprendizagem durante o processo de alfabetização/ letramento. O objetivo específico é analisar a importância do processo literário no desenvolvimento da criatividade, da capacidade cognitiva e no desenvolvimento das habilidades motoras de ler e escrever. O procedimento metodológico é de natureza qualitativa sendo desenvolvida através de pesquisa bibliográfica exploratória. O resultado do assunto investigado oportunizou-me compreender a necessidade de ensinar e aprender literatura infantil em vários contextos e com várias pessoas como, amigos, vizinhos, familiares, parentes e com a comunidade escolar, e não somente desenvolver o hábito da leitura na escola no ambiente formal. Deve-se conscientizar a população para o hábito de ler livros diariamente, pois a leitura deve ser uma atividade cotidiana tanto no contexto formal quanto no contexto informal. Conclui–se que, o grande desafio da literatura infantil no processo de alfabetização e letramento é a dificuldade encontrada pelos educadores em alfabetizar e letra seus alunos em séries iniciais do Ensino Fundamental.
O estudo realizado tem por objetivo verificar a contribuição da literatura infantil no processo de alfabetização/ letramento e no desenvolvimento social da criança.
Diante disso, a escola busca reconhecer e desenvolver na criança as competências da leitura e da escrita, sendo que a leitura influência de maneira positiva neste processo. Sabemos que ao longo dos anos a educação preocupou – se em contribuir para a formação de um indivíduo crítico, ético, responsável e atuante na sociedade, onde as trocas sociais acontecem rapidamente através das diversas culturas, da leitura, da escrita, da linguagem oral e visual. A literatura infantil é compreendida como uma atividade que além de educar, diverte, ensina e forma a criança para a vida em sociedade através de atividades prazerosas extraídas direto dos livros de literatura, como, (contos, fábulas, lendas, gravuras, fantoches, dobraduras etc.). Os livros literários são ferramentas valiosas para o educador e para a escola, como um meio propulsor para um ensino-aprendizagem significativo e qualitativo, desenvolvendo na criança a linguagem, a oralidade, o conhecimento de diversas histórias, enriquecendo e ampliando o vocabulário das mesmas, aproximando-as do universo da escrita, permitindo a livre expressão para descreverem cenários e personagens. A literatura infantil apresenta as crianças um universo de magia, emoções, sentimentos, sentidos e significados, a partir da interação com o livro, com o mundo das histórias, onde proporciona o desenvolvimento da imaginação, da criatividade, de valores culturais, éticos e morais de forma prazerosa.
No processo de alfabetização/ letramento, a literatura infantil oferece objetivos específicos de aprendizagem, as crianças passam a ver a literatura não só como forma inventada, mas sem deixar de estar ligada á fatos reais, através do contato direto com a leitura, as imagens, o contato individual e silencioso com o livro. A cultura implica no modo de ser da sociedade, e a literatura sendo um fato cultural, acompanha esse desenvolvimento revelando dimensões culturais. Ler o mundo, ouvir histórias são fatores que influenciam na formação do leitor, uma vez que a formação do leitor se inicia nas suas primeiras leituras de mundo, na prática de ouvir histórias narradas oralmente ou a partir de textos escritos, na elaboração de significados e na descoberta de que as marcas impressas produzem linguagem.
Como aplicar literatura infantil em diversos contextos sociais de forma em que as crianças tenham curiosidade, sede de ouvir, ler, transformar e vivenciar personagens fictícios em reais?
Sabemos que toda criança em processo de desenvolvimento tem curiosidades, desde então, a literatura infantil deve ser aplicada de maneira prazerosa, comunicativa e divertida, na hora de contar uma história escolher um bom livro e deixar que as crianças imaginem a história partindo de seu mundo de fantasias e encantamentos, fazendo com que as mesmas interagem mais de perto com o enredo de seu interesse, usando de muitos recursos literários para atrair a atenção das crianças e contextos diversificados, pois assim, sentirão mais descontração e alegria em conhecer outros espaços, desenvolvendo muitas atividades, desde, uma simples narrativa, livros de gravuras, mural didático, álbum seriado, DVD, teatro, máscaras, histórias sequenciadas, alfabeto móvel etc.
Os recursos diversificados fazem toda a diferença e despertam nas crianças a sede de ler e ouvir as histórias e querer imitar os personagens fictícios em reais, pois é através das histórias que as crianças conhecem e imaginam um mundo de pura magia, onde brincam com as palavras, desenvolvendo a imaginação e a criatividade, expressando sentimentos e deixando por alguns instantes de ser quem são para entrar no mundo dos personagens fictícios. Tendo como referência tal entendimento, o presente trabalho identificou o processo de literatura infantil desde seu início e seu objetivo educacional, o processo de alfabetização e letramento sendo dois processos sequenciais, mas diferenciados, o desenvolvimento e a socialização da criança através da literatura infantil. Para explicitar esta abordagem busco expandir os estudos sobre literatura infantil, objetivando analisar tanto os livros literários no processo de alfabetização/ letramento, como também, o papel dos mesmos na vida cotidiana das crianças. As escolas juntamente com a comunidade escolar e principalmente com seus educandos devem obter o saber cultural da leitura, do conhecimento literário, do acesso aos livros. Desta maneira o presente trabalho buscou refletir os diferentes processos e as concepções de ensino-aprendizagem.
LETRAMENTO LITERÁRIO: ENSINO DO CONTO 
 
 
RESUMO 
 
Este artigo visa socializar os resultados do projeto Letramento literário: ensino do conto, por meio das atividades propostas no Projeto de Intervenção Pedagógica. Teve como objetivo geral ampliar o repertório de leitura dos alunos dos sextos anos, incentivando-os a desenvolverem suas capacidades linguísticas: falar, escutar, ler e escrever conduzindo-os ao letramento literário. Justifica-se o presente trabalho devido as dificuldades enfrentadas pelos docentes no tocante ao ensino da leitura e da interpretação de texto. 
 
 
PALAVRAS-CHAVE: Letramento literário. Literatura. Contos. Ensino e Aprendizagem. 
 
INTRODUÇÃO 
 
As atividades sobre letramento literário, que serão aqui relatadas, tiveram como base o livro Letramento Literário: Teoria e Prática, do Rildo Cosson. Sabe-se que se faz necessário e urgente tornar o ensino e a aprendizagem da literatura uma prática significativa; para que isso aconteça, há que se repensar o seu conceito, a sua função social e o seu valor. O letramento literário tem sido apontado como uma configuração especial para desenvolver essa atividade, no qual a literatura é compreendida de forma mais ampla. Nessa perspectiva, o foco vai além da aquisição de habilidades de ler gêneros literários, busca o aprendizado a compreensão e a ressignificação desses textos, por meio da motivação de quem ensina e de quem aprende. É papel fundamental da escola incentivar a leitura e conduzir os educandos ao letramento literário. Conforme 
Cosson (2014, pag. 12): “Oletramento literário possui configurações específicas, ele se faz por meio de textos literários, vai além do uso social da escrita, é uma forma de assegurar o efetivo domínio dela”. 
A realidade brasileira nos mostra que os livros são restritos, muitas vezes os educandos só têm contatos com eles no ambiente escolar, então cabe a escola contribuir para mudar essa realidade. As atividades realizadas nesse projeto buscaram colaborar para formação de um leitor literário. Um leitor que saiba escolher suas leituras, que aprecie um bom texto, que saiba usar estratégias de leitura adequadas aos textos literários, que faça uso desses para seus aprendizados e seu prazer. Foi incentivado os educandos a lerem mais, a pensarem e agirem por si próprios, assumindo suas condições de sujeitos da aprendizagem e cidadãos atuantes no meio no qual estão inseridos. 
 O letramento literário é uma forma do aluno se tornar realmente um leitor, ele “vai além das práticas usadas nas escolas; é mais que apenas ler e escreve, é a apropriação da escrita e das práticas sociais que estão a elas relacionadas” (COSSON 2014, pag. 12). Para incentivar o educando a tornar-se um leitor, foi proposto o projeto “Letramento literário: ensino do conto”. 
O projeto foi aplicado para os alunos dos sextos anos do colégio Estadual Professor Amarílio Ensino Fundamental e Médio, situado a Rua Coronel Lustosa, número 2040, CEP 85015340, no Bairro Batel, em Guarapuava, visando suprir a defasagem de leitura, a dificuldade de interpretação e de produção oral e escrita, que os mesmos chegam ao colégio. Eles observam que os alunos não conseguem realizar os comandos das atividades propostas em sala de aula. Esse problema tem norteado reflexões entre os professores em busca do que fazer para sanar essa dificuldade. 
Para resolver essa problemática, foram proposta atividades variadas com o letramento literário, visando a melhoria do aprendizado no colégio, fazendo com que o aluno seja capaz de entender o que lê e recontar de maneira coerente, utilizando-se dessa leitura para seu crescimento pessoal. Segundo COSSON 
(2014) 
 “a leitura guarda em si o presente, o passado e o futuro das palavras; que na leitura e na escrita dos textos literários encontramos o senso de nós mesmos e da comunidade a que pertencemos. A experiência literária não só nos permite saber da vida por meio da experiência do outro, como também vivenciar dessa experiência. O processo formativo do leitor e do escritor acontece por meio das palavras fictícias. É por possuir essa função de transformar sua materialidade em palavras de cores, odores, sabores e formas intensamente humanas a que a literatura tem e precisa manter um lugar especial na escola” (pag17). 
 
Para tanto, precisa-se promover o letramento literário na escola , ele precisa fazer sentido, aguçar a discussão e a promover um aprendizado significativo para o leitor; são oportunidades e, ao mesmo tempo, desafios no ensino e na aprendizagem da literatura levando-a a humanização, nesse projeto procurou-se: ativar a vontade dos alunos de aprenderem e repassarem o que aprenderam, priorizar a leitura, a interpretação e a escrita como fonte de formação e informação, incentivar suas produções de forma espontânea, dar oportunidades deles expressarem suas opiniões de forma oral e escrita e aumentar a capacidade comunicativa deles. 
 
A Literatura e a Escolarização 
 
Rildo Cosson (2006) em seu livro Letramento Literário: teoria e prática compara a literatura aplicada na escola a fábula do “Imperador Chinês”, a qual conta que: O imperador da China já com uma certa idade ao voltar de uma viagem, muito cansado, preocupado com o futuro do seu império, resolveu escolher um de seus filhos para substitui-lo. Ele tinha dezenas de filhos. Escolheu o que ela mais amava que era filho de uma das esposas, a favorita. Escolheu também um outro filho, que tivera com uma concubina que ganhará de presente e um servo. Chamou vários sábios, um de cada vez para educar seus escolhidos, no entanto todos ao serem convocados, agradeciam e davam desculpas, e não aceitam o trabalho de ensinar seu escolhido a ser um imperador. O imperador revoltou-se e prometeu matar a todos os sábios chamados caso um deles não se incumbisse da tarefa. Os sábios confabularam entre eles; e o mais sábio resolveu explicar ao imperador o motivo pelo qual não tinham aceitado a missão. O sábio pediu mil desculpas e explicou ao imperador que era uma tarefa impossível, porque o filho escolhido sabia que era o favorito, e para ser imperador só precisa da vontade do pai, por isso não precisaria de mais nada; o filho da concubina cuja o rei não lembrava nem o nome, sabia que em nada lhe ajudaria o aprendizado, pois sempre ficaria em segundo plano; o servo deseja a aprender, porém nada sabe, e a quem nada sabe fica difícil ensinar algo. Em suma disse o sábio ao imperador que realmente essa era uma missão impossível, pois era difícil ensinar para três terríveis inimigas de qualquer educador ao mesmo tempo: a arrogância, a indiferença e a ignorância. Falou-lhe que quando separadas podem ser combatidas e até vencidas, mas juntas são imbatíveis. 
Rildo Cosson diz que vivemos na comunidade escolar uma situação difícil quando se trata de literatura, acham que ela é desnecessária, consideram a biblioteca um depósito de livros, alguns leem, no entanto usam a literatura para reforçar as habilidades linguísticas, por isso não se incomodam que a literatura seja usada apenas para estudar autores, características e figuras de linguagem. São poucos os que desejam estudar literatura, pois não encontram objetivos concretos para tais. O objetivo da literatura é enfrentar essas situações de: arrogância, indiferença e desconhecimento dentro das escolas, é mostrar a sua importância. 
O letramento literário vai além das práticas usadas nas escolas; é mais que apenas ler e escreve, é a apropriação da escrita e das práticas sociais que estão a elas relacionadas. Existem várias formas de letramento, mesmo um analfabeto participa de alguma forma de letramento, enquanto um indivíduo bem letrado pode ser analfabeto em algumas áreas. 
O letramento literário possui configurações específicas, ele se faz por meio de textos literários, vai além do uso social da escrita, é uma forma de assegurar o efetivo domínio dela. É um processo de escolarização de literatura, que visa ampliar a educação literária no ensino básico, formar leitores, que vai além da escola, pois fornece a cada aluno uma maneira própria de viver o mundo. A literatura é o mundo. 
O ser humano é uma mistura de vários corpos, e se não exercitados atrofiam. Inclusive o da linguagem, o qual funciona de uma maneira especial: ela é exercitada em toda nossa vida. Ela é a matéria constitutiva do mundo. Há um ditado popular que diz que uma imagem vale por mil palavras, mas necessita da linguagem para afirmar esse valor, quanto mais se usa a língua, maior é o corpo da linguagem, maior é o mundo. As palavras veem de uma sociedade humana, ao usá-las as faço minhas, como você pode fazer suas as mesmas palavras, pelo uso individual e coletivo as palavras se modificam, se dividem e se multiplicam vestindo de sentido o fazer humano. 
Todas as transações humanas de uma forma ou outra passam pela escrita. A literatura é plena de saberes do homem e do mundo, esses saberes que se aprende a cada leitura não devem ser guardados dentro e sim liberado como brilho a cada leitura. 
A leitura é semelhante ao mito de Proteu, ela tem o poder de se metamorfosear em todas as formas discursivas. Ela guarda em si o presente, o passado e o futuro das palavras. Na leitura e na escrita dos textos literários encontramos o senso de nós mesmos e da comunidade a que pertencemos. 
A experiência literária não só nos permite saber da vida por meio da experiência do outro, como também vivenciar dessa experiência. O processo formativo do leitor e do escritor acontece por meio das palavras fictícias. É por possuir essa função de transformar sua materialidade em palavras de cores, odores,sabores e formas intensamente humanas a que a literatura tem e precisa manter um lugar especial na escola. Para tanto precisa-se promover o letramento literário. 
O uso da literatura em sala de aula tem sido questionada, por só ensinarem as características dos períodos literários e os nomes dos autores, os alunos dizem que essa sequência poderia ser ensinada nas aulas de História, que da literatura eles só aprendem que o Barroco é sinônimo de antítese, que Romantismo é tudo o que trata de amor e Naturalismo é podridão, e outros questionamentos que deixam claro que a relação entre literatura e educação está longe de ser pacífica. Muitos professores de literatura dizem que ela só se mantém nos colégios por serem parte do currículo. A literatura tem uma longa história e o que se ensina como literatura na escola costuma ter contornos muito diversos. 
No ensino médio o ensino da literatura limita-se à literatura brasileira, ou melhor a história dela, numa forma indigente, trabalha apenas a cronologia literária, em uma sucessão dicotômica entre estilos de época, cânones, dados bibliográficos dos autores, acompanhados de rasgos teóricos sobre gêneros. Os textos literários são apresentados fragmentados para comprovar as características dos períodos literários. 
No ensino fundamental predominam as interpretações trazidas nos livros didáticos, fichas de leitura, resumos e debates em sala de aula, cujo o objetivo é sempre recontar a história lida ou o poema. Raros são as oportunidades de leitura de um texto integral. Vendo essas situações nota-se a falência do ensino de literatura. 
A literatura não está sendo ensinada para garantir a função essencial de construir e reconstruir a palavra que humaniza. 
É preciso permitir que a leitura literária seja exercida sem o abando do prazer, mas com o compromisso que todo saber exige. Essa leitura não pode ser feita de forma assistemática e somente em nome de um prazer absoluto de ler deve ser organizada, com objetivos claros na formação do aluno leitor, compreendendo que a literatura tem um papel a cumprir no âmbito escolar. 
Deve-se compreender que o letramento literário é uma prática social e, como tal, de responsabilidade da escola. 
 
O Processo de Leitura 
 
Alberto Anguel, em Uma História da Leitura (1996) Chama a atenção para o fato de que a leitura não está restrita somente às letras impressa, em páginas de papel. Ela está nas estrelas, nas partituras, no rosto de bebê com dor ou com prazer, na descrição de uma doença feita para o médico, está no céu quando o agricultor prevê chuva, nos olhos da amada ou da amante. Em todos esses gestos estão a leitura, segundo Anguel “todas elas partilham com os leitores de livros a arte de decifrar e traduzir signos. 
Vilsom J. Leffa, em Perspectivas no Estudo da Literatura: texto, leitor e interação social (1999) sintetizou a leitura cognitiva e social em três grupos. 
O primeiro grupo está centrado no texto. O segundo grupo toma o leitor como centro da leitura. O terceiro grupo são as teorias consideradas conciliatórias; para ela o leitor é tão importante quanto o texto. 
Aprender a ler é mais que adquirir uma habilidade, e ser leitor vai além de possuir habilidades regulares. Aprender a ler e ser leitor são práticas sociais que medeiam e transformam as relações humanas. 
Esses três modos de ver a leitura feitas por Leffa deve ser pensado como um processo linear. A primeira etapa chamada de antecipação, consiste nas operações que o leitor faz antes de entrar no texto, aí começa a leitura. A segunda etapa decifração, entra-se no texto através das letras e das palavras. A terceira etapa da interpretação é tida como sinônimo de leitura, no entanto ela restringe seu sentido às relações estabelecidas pelo leitor quando processa o texto. Interpretar é dialogar com o texto tendo como limite o contexto. Com a interpretação se fecha o primeiros e imediato ciclo da leitura, isto é, o processo de leitura se completa quando cumpre-se essas três etapas. Essas etapas de leitura são as guias do letramento literário. 
 
Estratégias para o Ensino de Literatura: a sistematização necessária dentro do Letramento Literário 
 
Há várias décadas vem-se fazendo pesquisa sobre as estratégias usada no ensino de literatura em vários colégios de diferentes níveis. O que se verificou nas pesquisas foram as semelhanças nas atividades aplicadas: apresentações e discussões em sala de aula das leituras feitas, o estudo temático, apresentações em grupos, a escrita de ensaio, comparações de livros por temas, a dramatização, a crítica literária e o diário de leitura. 
Essas atividades estão corretas, mas precisam ser organizadas. É necessário que sejam sistematizadas em todo que permita ao professor e ao aluno fazer da leitura literária uma prática significativa; uma prática que tenha como sustentação a própria força da literatura. Uma prática que tenha como princípio e fim o letramento literário. 
O letramento literário precisa acompanhar as três etapas do processo de leitura e saber literário. M. A. K. Halliday diz que a literatura é uma linguagem que compreende três tipos de aprendizagem. A aprendizagem da literatura que consiste fundamentalmente em experienciar o mundo por meio da palavra. 
A aprendizagem sobre a literatura é o que envolve o conhecimento da história, teoria e crítica, por meio dela são apresentados os saberes e as habilidades que a prática da literatura proporciona a seus usuários. 
As aulas de literatura tradicionais ignoram a aprendizagem da literatura, a qual deveria ser o ponto central das atividades literárias na escola. Para redimensionar essas aprendizagens de maneira que conduzam a uma forma satisfatória o processo de letramento literário, é preciso que o ensino de literatura tenha como centro a experiência do literário. O processo de letramento literário deve ser contemplado em sala de aula e não apenas a mera leitura das obras. 
 
A Sequência Básica 
 
A sequência básica para se trabalhar o letramento literário na escola é constituída por quatro passos: motivação, introdução, leitura e interpretação. 
A motivação consiste em preparar o aluno para entrar no texto, é o primeiro passo para que a sequência básica do letramento literário aconteça. O sucesso inicial do leitor com a obra depende de uma boa motivação. 
As mais bem sucedidas práticas de motivação são aquelas que estabelecem laços estreitos com o texto que vai ler. 
A motivação exerce uma influência sobre as expectativas do leitor, mas não tem o poder de determinar sua leitura. 
Um ponto relevante motivação é praticar conjuntamente atividade de leitura, escrita e oralidade. Essas atividades integradas de motivação tornam evidente que não há sentido em separar o ensino de literatura do ensino de língua portuguesa, porque um está contido no outro. 
Chamamos de introdução a apresentação do autor e da obra. O professor precisa tomar alguns cuidados, não demorar muito na apresentação do autor, é suficiente que se forneçam informações básicas sobre a obra que será lida. Outro cuidado é evitar a síntese da história para não eliminar o prazer da descoberta. O professor deve apresentar a parte física da obra: leitura da capa, das orelhas, de elementos paratextuais que introduzem uma obra, prefácio. 
A introdução não pode se estender muito, pois sua função é apenas permitir que o aluno receba a obra de uma maneira positiva. 
Leitura no processo de letramento literário faz-se necessário o acompanhamento dela de perto por parte do professor. A leitura escolar deve ter um objetivo a cumprir, o qual não deve ser perdido de vista. Não se pode confundir acompanhamento com policiamento. O professor deve acompanhar o processo de leitura para auxiliar o educando leitor em suas dificuldades, inclusive aquelas relativas ao ritmo da leitura. 
A leitura do texto literário, é uma experiência única, como tal, não pode ser vivida vicariamente. 
Durante a leitura o professor deve fazer os intervalos, que constituem em atividades específicas, essas podem ser variadas: leituras de textos de textosmenores com ligações ao que está sendo lido; leitura conjuntas em capítulos ou trechos do livro. Os intervalos auxiliam no processo de letramento literário. 
Nos intervalos o professor perceberá as dificuldades de leitura dos alunos. 
Eles são considerados diagnósticos da etapa da decifração no processo da leitura. Por meio dele pode-se resolver problemas ligados ao vocabulário, à estrutura composicional do texto, essas observações podem ser o início de uma intervenção eficiente na formação de leitor dos alunos. 
A interpretação parte do entretenimento dos enunciados, que constituem as inferências, para chegar a construção do sentido do texto, dentro de um diálogo que envolve autor, leitor e comunidade. Para se trabalhar interpretação no cenário do letramento literário deve-se observar dois momentos: um interior e outro exterior. 
O momento interior é aquele que acompanha a decifração, palavra por palavra, página por página, capitulo por capitulo, e tem se ápice na aprendizagem global da obra que realiza-se logo após ao termino da leitura. Esse é o encontro do leitor com a obra. Esse encontro é individual leva o leitor a encontrar-se (ou perder-se) no labirinto das palavras. 
A motivação, a introdução e a leitura, são os elementos de inferência da escola no letramento literário. A interpretação é feita com o que somos na hora da leitura. Por isso por mais pessoal e íntimo que seja esse momento interno de cada leitor, ele continua sendo um ato social. 
O momento externo é a concretização, a materialização da interpretação como ato de construção de sentido em uma determinada comunidade, é nesse momento que o letramento literário se distingue com clareza da leitura literária. 
Quando interpreta-se uma obra, quando após a leitura sente-se tocado por ela, pelo mundo que ela revelou, quando consegue-se conversar com amigos sobre a leitura e aconselhá-los a ler, ou guardar o mundo feito de palavra na memória, melhora-se o potencial do leitor; pois quando se compartilha a leitura e a interpretação do que se leu, ganha-se consciências e amplia-se os horizontes. 
As atividades de interpretação, devem ter como princípio a externalização da leitura, isto é seu registro. 
Para fazer o registro da interpretação não precisa grandes eventos, o importante é oportunizar a reflexão, a externalização e o diálogo sobre a leitura. Existem muitas possibilidades de registro da interpretação depende do professor ter claro os seus objetivos e da turma. Essas particularidades precisam ser consideradas ao planejar a sequência básica e também as características de cada etapa. 
Segundo Cosson, para se ler a obra de maneira explicita em seu contexto, pode- se usar sete formas de contextualizações: teórica, histórica, estilística, poética, critica, presentificadora e temática. 
· Contextualização Teórica procura tornar explicita as ideias que sustentam ou estão encenadas na obra, pode-se explorar as relações com outras matérias, tornando a atividade interdisciplinar. 
· Contextualização Histórica abre a obra para a época que ela encena ou o período de sua publicação. Essa contextualização visa relacionar o texto com a sociedade que gerou ou com a qual se propõe a abordar internamente. Ela pode desdobrar-se em várias outras segundo o interesse dos alunos como: contextualização biográfica, que tratará da vida do escritor; contextualização editorial, que abordará as publicação da obra na época. 
· Contextualização Estilística está centrada nos estilos de época ou períodos literários, mas precisa-se ir além. Ela deverá buscar analisar o diálogo entre obras e período, mostrando como uma alimenta a outra. 
· Contextualização Poética responde pela estruturação ou composição da obra; busca-se observar a economia da obra, como ela está estruturada, quais os princípios de sua organização. É a leitura da obra 
de dentro para fora, do modo como foi constituída em termos de sua tessitura verbal. 
· Contextualização Crítica trata da recepção de texto literário. Ela pode se ocupar da crítica em suas diversas vertentes ou da história da edição da obra. O confronto de leituras no tempo e no espaço é um diálogo poderoso no processo de letramento literário. Ele nos dá a dimensão do tempo e do leitor que as obras carregam consigo no universo da cultura. São elos de uma corrente que vai se ampliando e se transformando a cada novo leitor. A contextualização Crítica é a análise de leituras que tem por objetivos contribuir para a ampliação do horizonte de leitura da turma. 
· Contextualização Presentificadora é uma prática usual nas aulas de literatura, assim como a contextualização temática. Ela busca a correspondência da obra com o presente da leitura e também pode trilhar a busca da mesma diferença. 
· Contextualização Temática é o modo mais familiar de tratar uma obra para qualquer leitor. Pra se trabalhar essa contextualização é preciso observar algumas orientações no que diz respeito a contextualização como etapa do letramento literário. (COSSON, 2006). 
 
 Com base na sequência básica, a leitura literária deve ser avaliada nos intervalos em primeiro lugar; devem ser checados o andamento da leitura, compartilhado impressão rever hipóteses, é bom lembrar que nesse primeiro passo a leitura é subjetiva e impressionista. O segundo e terceiro pontos de apoio são discussão e registro da interpretação. Na sequência expandida, além dos pontos, destacados na sequência básica, destacam-se mais três: os dois primeiros acontecem na segunda leitura e o terceiro localiza-se no registro de expansão, aí os alunos devem incorporar o que já realizaram antes. Esses pontos da avaliação serão feitos por registros escritos e por discussões. 
 
Na verdade, devemos ter sempre em mente que a leitura literária é um processo que vai se aprofundando à medida que ampliamos nosso repertório de leitura e a avaliação deve acompanhar esse processo sem lhe impor constrangimento e empecilhos (COSSON, 2006, p. 115). 
 
 
IMPLEMENTAÇÃO DAS AÇÕES PROPOSTAS 
 
As contribuições do professor e pesquisador Rildo Cosson (2014) bem como seus aparatos teóricos, suas estratégias metodológicas e suas sugestões de práticas, foram de grande utilidade para o desenvolvimento das atividades do projeto “Letramento literário: ensino do conto”. 
As atividades foram trabalhadas buscando o ensino-aprendizagem da literatura, por meio da Sequência Básica proposta por Cosson (2014) para o letramento literário, a qual é composta por quatro etapas: motivação (preparação dos educandos para entrarem no texto), introdução (apresentação do autor e do texto), leitura (conhecimento do enredo do texto) e interpretação (compreensão por inferências para construir os sentidos do texto), foram usados também os intervalos, nos quais foram explorados muitos textos e feito o aprofundamento da leitura em sala de aula e fora dela. Segundo Cosson (2014, pág, 64) com os intervalos o professor consegue perceber as dificuldades que os alunos apresentam em relação à leitura, que eles são considerados os diagnósticos da etapa de decifração no processo da leitura. 
Os contos foram escolhidos para realização desse projeto por serem narrativas originárias da oralidade, serem de fácil entendimento. Eles encantam, alegram, ativam a imaginação, despertam a curiosidade, o interesse pelas ciências humanas, motivam a criação, possibilitam o despertar de diferentes emoções e a ampliação de visões de mundo do leitor. 
Por esses motivos, eles foram usados para ajudar a melhorar a leitura, a produção escrita, a oralidade dos educandos e a compreensão, possibilitandolhes uma melhor interpretação sobre a vida e o desenvolvimento da história da humanidade, ajudando-os sua formação de alunos leitores, estimulando-os a usarem mais a linguagem e a criarem pela fala e pela escrita. E nesse encontro com a fantasia, que o leitor entra em contato com seu mundo interior, dialoga com seus sentimentos mais secretos, confronta seus medos e desejos escondidos, 
Para a implementação do projeto, foram usadas cinquenta e duas aulas,foram feitas diferentes motivações, introduções, leitura e interpretações a cada atividade aplicada. 
Sequências utilizadas na implementação da proposta 
 
Primeira atividade: A árvore dos desejos 
 
· Motivação 
 
As atividades para contemplar a oralidade, foram realizadas uma roda de conversas, na qual os alunos falaram o que sabiam sobre contos, relataram alguns para os colegas. Depois usaram papeis coloridos, recortados em formatos de folhas, nos quais escreveram o que eles pediriam: para eles; para a família; para o mundo, caso se deparassem com “a árvore dos desejos”. Após a escrita e a leitura dos desejos os alunos montaram uma árvore, formando um painel na sala. 
 
· Introdução 
 
Foi apresentada autora Rosana Pamplona,o conto está no livro “Outras 
Novas Histórias Antigas”, foi mostrado o livro, e também o site da autora. 
 
· Leitura 
 
Os educandos fizeram a leitura dos desejos escritos e comentários sobre eles. Foi realizada a leitura do contos pela professora depois pelos alunos, cada um lendo um parágrafo do conto. Também foram feitas leitura em tiras 
 
· Interpretação 
 
Os alunos aprenderam a fazer textura, usando folhas de árvores grande parte da turma precisou de ajuda para realizar a atividade. Não foi possível realizá-la em uma aula. Foi discutido o texto, cada um pensou no que pedir se tivessem a oportunidade de encontrar com o seu destino. 
A professora falou da importância de pensar e pedir coisa boas, falou sobre o poder da mente. Disse-lhes que ao ouvir a si mesmo, a sua mente obedece seus comandos, que sempre tenham pensamentos positivos, assim perceberão o poder da sua mente, dos pensamentos positivos e o seu papel deles na vida deles e na vida das pessoas que convivem com você. 
A chave secreta é falar de você para você, é estar bem consigo mesmo. Palavras negativas e pensamentos negativos empobrecem os pensamentos humanos, diminuem a felicidade, o estar e a satisfação com a vida. Quando você fala ou pensa em palavras negativas dispara a ansiedade e diminui o humor. 
 Fizeram uma tempestade de ideias. Os alunos desenharam uma árvore e envolta dela foram colocadas palavras importantes do texto, produção individual, notou-se nessa atividade que os alunos tem desejos positivos, reais, muitos até se emocionaram em falar o que para seu futuro. 
 Foram resgatados os conhecimentos prévios dos alunos sobre “contos, em seguida foram exibidos: os tipos de contos; as características deles; os elementos da narrativa; resumo em rede sobre a explanação da professora; entregue material impresso para pesquisarem os elementos da narrativa, esses foram explorados em várias atividades durante a implementação do projeto 
“Letramento literário: ensino do conto”. 
 
Segunda atividade: O Bicho Manjaléu 
 
· Motivação 
 
Foi aplicada a técnica do avental literário. É um avental cheio de bolsos, nos quais coloca-se objetos referentes aos contos para chamar a atenção dos educandos. Para esse conto, foram retirados dos bolsos: touca, chave, lã, escamas, penas, pedras. 
 
 
· Leitura 
 
Foi dividido o conto em tiras para que os alunos fizessem a leitura. Depois foi realizada a roda de leitura. Leitura jogral. 
 
 
 
· Interpretação 
 
Com o conto do “BICHO MANJALÉU” foram realizadas as seguintes atividades: trabalho de pesquisa e produção feito em trio; confecção de cartazes, e registro no diário do letramento de “coisas” que aparecem em três no conto; a importância do três nos textos literários; Interpretação oral; questões para debate e para interpretação escrita; exploração dos elementos da narrativa; trabalho em grupo: carneiros; peixes; pássaros e o filho mais novo; valorização da leitura; produção escrita: bilhetes, convites. 
Os alunos participaram de uma exposição de convites feita pela professora, com base no que viram na exposição eles confeccionaram um convite para a feira do “Bicho Manjaléu”. 
O objetivo foi o aluno aprender a reconhecer a função social de um convite, ler e interpretar convites diversos; identificar o objetivo de cada convite, por meio de modelos diversos; produzir um convite de acordo com a função social proposta; convidar as pessoas para visitarem a feira do bicho Manjaléu. 
 Os participantes organizaram um mural com os convites produzidos pela turma. Os convites também foram usados para desenvolver habilidades de escrita; explorar as características dos gêneros estudado. 
Os alunos produziram envelopes utilizando técnicas de arte e fizeram o preenchimento dos mesmos; realizaram resumos, resenha. Desenharam autorretratos imaginários; foi explorado a ampliação da capacidade comunicativa com recontos e dramatizações. Fizeram caça-palavras; apresentações para os demais alunos do colégio; confecção do bicho com materiais diversos, cada um construiu um “bicho Manjaléu” segundo a sua criatividade ou da cada equipe. 
A confecção do Bicho Manjaléu em tamanho grande foi ideia da Laís, pedagoga do período da tarde, a qual observou o entusiasmo e agitação em torno do Bicho, personagem principal do conto em estudos. 
Em seguida foi feita uma exposição para os alunos do colégio, para os pais, professores e funcionários; produziram cartazes usando colagens com penas para confeccionar o rei dos pássaros, com lã para confecção do rei dos carneiros, produção de mosaicos para construção do rei dos peixes. Cabe aqui ressaltar que para esse trabalho a ampliação dos desenhos foram realizados pela Érica pedagoga da noite. 
Essas atividades com o conto do bicho Manjaléu foram bem satisfatórias, fizeram com que os educandos participassem de forma bem ativa, eles conseguiram se organizar sozinhos ou em equipes, realizaram as atividades sempre com entusiasmo, buscando aprofundamento no conto e nos exercícios, pôde-se notar que quando eles realizam atividades significativas seus rendimentos são maiores. 
 
Terceira atividade: Sacolateca 
 
· Motivação 
 
A motivação foi feita com apresentações de alguns contos, dramatizados pela professora e por alguns aluno caracterizados, em seguida os educandos relataram contos que lembraram que tinham relações com os apresentados. Num segundo momento os alunos foram divididos em grupos, escolheram um conto e apresentaram, ao contá-lo tinham que introduzir neles as mídias modernas. Com essa atitude, o trabalho dos alunos é valorizado, o que é importante para a construção da identidade de cada um. A maioria dos grupos, colocaram celular, computador 
 
· Introdução 
 
A sacolateca é uma coletânea de contos variados, selecionados pela professora. Foram feitas propagandas dos contos contidos na sacola aos alunos, em seguida, foram listados no quadro de giz, os nomes dos contos presentes na sacolateca, os nomes dos autores, foram feitos comentários sobre alguns autores (principalmente aqueles que as crianças perguntavam). 
 
 
· Leitura 
A leitura foi bem explorada com os diferentes gêneros textuais e tipologias, permitiu aos alunos trabalharem em duplas, exercitarem a leitura silenciosa, jogral, e interpretação oral. 
 Interpretação 
 
Diferentes atividades foram usadas para realizar a interpretação da SACOLATECA: pesquisas, confecção de um glossário, com as palavras que os alunos desconheciam os significados, reconto escrito dos contos lidos, diagrama, questões para debate e para interpretação oral e escrita, dramatizações, produção de textos trocando o narrador, de observador para narrador personagem e vice-versa. Os textos da sacolateca foram usados como intervalos para o do conto “O Bicho Manjaléo”. 
 
Além das atividades dessas atividades descritas, O Tesouro Literário coletivo também fez parte das atividades desenvolvidas pelos alunos dos sextos anos, foram surpreendentes os resultados obtidos com ele. 
Cada dia um aluno levava para casa o caderno, anotava nele um conto, esse poderia ser colado, copiado, xerocado, em seguida ilustrado, em sala de aula os educandos apresentavam o texto escolhido sem ler. Eles contavam os contos. 
Essas apresentações foram ótimas; todos os alunos fizeram o trabalho, pesquisaram um conto, registraramno caderno, desenharam, foi combinado que não podem repetir as histórias, eles têm que ler os contos que os demais colegas fizeram, a professora os colegas fazem algumas perguntas sobre o texto que está sendo exposto; isso está sendo visto como um ponto bem positivo. Os colegas têm escutado com atenção e sempre querem ver as ilustrações. 
Os educandos têm emprestado livros de contos na biblioteca para lerem em casa, para poderem fazer a atividade bem feita. Uma aluna fez a história do 
“balãozinho azul”, trouxe um balão com carinha triste e do outro lado alegre; dramatizou a história. 
As alunas Ana e Gabriela deram uma verdadeira aula, leram e depois contaram o mito da Pandora e a caixinha de maldades, para os seus colegas, trouxeram uma caixinha preta toda decorada com pedrinhas brilhantes, dentro dela várias maldades ( que elas consideravam como maldades), chamavam os colegas para abrir a caixa e pegar uma maldade escrita no papelzinho ( exemplos de maldades que colocaram: homicídio, Coulrofobia, homofobia...) cada um tinha que ler e tentar conceituá-la, cada acerto ganhavam um pirulito, caso não soubessem a resposta tinham que procurar no dicionário ou ir até o laboratório de informática buscá-la. Envolveu todos os alunos, a professora regente e a professora que cuida do nosso aluno autista. 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
As descrições relatadas neste artigo são apresentadas com base nas atividades aplicadas em sala de aula, as quais objetivaram possibilitar encontros significativos com a literatura, proporcionar aos educandos por meio da leitura de contos, a oportunidade de alargamento dos horizontes pessoais e culturais, garantindo a sua formação crítica. 
Acredita-se que esses objetivos foram alcançados por meio dos resultados obtidos nos trabalhos apresentados, pelas dramatizações, pela organização da feira do Bicho Manjaléu e participação nela, pelos depoimentos dos alunos, pela participação dos pais, dos alunos dos sétimos anos, professores e funcionários do colégio, pelos envelopes feitos pelas mães costureiras para convidar as diretora e o pessoal do Núcleo de Ensino para visitarem a feira. 
O Letramento literário foi o eixo deste trabalho, a importância dele no ensino-aprendizagem ficou claro para alunos e professores. É do conhecimento de todos a dificuldade de fazer com que o aluno goste e entenda a necessidade de ser um leitor eficiente, que pratique leitura de boa qualidade, que conduza-os ao letramento literário e auxilie-os no ensino-aprendizagem, nesse projeto os alunos foram oportunizados por meio das atividades desenvolvidas a interagirem de forma significativa, isso auxiliou-os a se perceberem como leitores. 
A intenção é que os alunos escutem e leiam diferentes textos, que sejam despertados de maneira prazerosa e lúdica, que eles ampliem seus conhecimentos, tenham uma aprendizagem que realmente seja significativa, que eles aprendam a ser pessoas reflexivas, críticas, eficazes, capazes de sentir a sensibilidade e a emoção presentes nos textos literários tomando-se leitores autônomos; pois só assim poderá haver melhorias na aprendizagem e consequentemente refletir positivamente nos resultados do IDEB e da vida cidadã de cada aluno. 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
COSSON, R. Letramento literário: teoria e prática. 2 ed. Sao Paulo: Contexto, 2014. 
 
DELVAL, J. Aprender a aprender. 7 ed. Campinas, SP: Papirus, 2005. 
 
KLEIMAN, A. B. (org). Os significados do letramento: uma nova perspectiva sobre a prática social da escrita. Campinas, SP: Mercado das Letras, 1995. 
 
MANGUEL, A. Uma história da leitura. Curitiba: Companhia das Letras, 1996. 
 
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes curriculares da educação básica. Curitiba, 2006. 
 
SCHOLZE, L. ROSING, T. M. K. (orgs.) Teorias e práticas do letramento. Brasília, INEP, 2007. 
 
COSSON, R. Círculos de leitura e letramento literário. São Paulo: Contexto, 2014. 
 
Disponível em: <http://www.abralic.org.br/anais/arquivos/2014_1434479140.pdf (Acessado dia 23/09/2017) 
 
Disponível em: <http://www.gestaoescolar.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/pde _roteiros/2016/trabalho_final_pde.pdf (acessado em 25/09/2017) 
 
Disponível em: <http://www.bibliotecadigital.ufmg.br/dspace/bitstream/handle/ 
1843/BUBD-A4LJK2/virginia_tese.pdf? 	sequence=1%20 	(acessado 	em 01/10/2017)

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