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@pequenamedicina 4º período @pequenamedicina Opióides Conceitos Opióide: qualquer substância endógena ou sintética que produz efeitos semelhantes à morfina e que são bloqueados por antagonista como naloxona Opiáceo: semelhante à morfina com estrutura não-peptídica – codeína Histórico Narcócito: sonolência (termo inespecífico) Analgésico opióide é o nome mais apropriado Obtidos da Papaver somniferum, semente da papoula Ópio: substância bruta, morfina é um dos componentes Naloxona: antagonista competitivo de opióide Sintomas quando se usa um opióide: pupila puntiforme, depressão respiratória, pouco responsivo ao comando Morfina: 10% ópio Tebaína: não analgésico, precursora de derivados sintéticos como a naloxona Papaverina: não analgésico, vasodilatador e relaxante do músculo liso Geram euforia, analgesia, são antitussígenos e impedem a diarreia Tem alto efeito de primeira passagem (tem que tomar várias vezes ao dia) Opióide fraco = agonista parcial Classificação/química Análogos da morfina Derivado do fenantreno: substituição hidroxilas/nitrogênio @pequenamedicina 4º período @pequenamedicina Derivados sintéticos Série de fenilpeperidina • Petidina: meperidina • Fentalina e sufentanila Série da metadona (fenilepitilaminas): Metadona/dexopropoxifeno Série do benzomorfano: Pentazocina, ciclazocina Derivados da tebaína: Etorfina, buprenorfina Fentanil: anestesia Precursores peptídeos endógenos Pré-pro-melanocortina: • Met-encefalina • Beta-endorfina Pré-pro-encefalina: Encefalina A Pré-pro-dinorfina: • Dinorfina A e B • Neoendorfinas alfa e beta Liberados em situações de estresse, como dor SNC Medula supra-renal Plexos neurais intestino Farmacocinética Absorção Via oral Nasal Intra-muscular Sub-cutâneo Endo-venoso Transdérmica Baixa disponibilidade oral Fentanil: via transdérmica Codeína e oxocodona: maior potência por via oral (conjugação parcial, baixa metabolização) Distribuição Ligam-se nas proteínas plasmáticas Concentrações altas em órgãos de alta perfusão Tecido adiposo Músculo esquelético @pequenamedicina 4º período @pequenamedicina Cérebro Placenta Fentanil é altamente lipofílico Barreira hemato-encefálica: heroína e codeína atravessam com mais facilidade Recém-nascido: barreira hemato- encefálica, imatura o que facilita o alcance de opióides Conseguem atravessar a placenta, causando crises de abstinência no bebê Metabolismo Conjugação ácido glicurônico (morfina) Hidrólise (heroína) Desmetilação (raro) N-desalquilação Extra-hepático: intestino Esterases plasmáticas: remifentanil Ingestão de álcool pode aumentar a concentração plasmática Excreção Urina: excreção metabólitos polares Bile: conjugados glucoronídios Pode ser encontrado droga inalterada na urina Circulação enterro-hepática: pequeno percentual Farmacodinâmica Receptores µ (MU) Classe mais importante Efeito analgésico Responsável pelos efeitos colaterais (depressão respiratória, euforia, dependência, constipação, etc) Ligam-se principalmente as endorfinas d (DELTA) Analgesia principalmente periférica Nível mais importante: espinal Tolerância Ligam-se principalmente as encefalinas k (KAPPA) Analgesia espinal Sedação e disforia (tristeza+depressão leve) Poucos efeitos indesejáveis (constipação) Parecem não contribuir para dependência Ligam-se principalmente as dinorfinas @pequenamedicina 4º período @pequenamedicina s (SIGMA) Não são receptores opióides verdadeiros Alguns opióides se ligam Disforia Localização dos receptores SNC: locus cerebelos, substância cinzenta periaquedutal Região subcortical Corno dorsal: ação espinal Mecanismo de ação Ação farmacológica Analgesia @pequenamedicina 4º período @pequenamedicina Euforia/disforia Sensação de flutuação, bem estar Tristeza, depressão, mal estar físico Sedação Sonolência Pouca amnésia Mais comum em idosos Não são hipnóticos Depressão respiratória Dose-dependente Diminuição na sensibilidade do Centro Respiratório (superfície ventral do bulbo) ao pCO2 Aumento da pCO2 e queda da pO2 Depressão do reflexo opióide Mecanismo obscuro Aspiração pulmonar durante a indução da anestesia em pacientes com estômago cheio Pode acumular secreção e induzir atelectasia (cuidado) Miose Efeito central Receptores µ e k estimulam óculo- motor Meperidina tem ação anticolinérgica (midríase) Não ocorre tolerância Náuseas e vômitos Estimulação área póstrema (bulbo) – zona quimiorreceptora do gatilho do vômito Desaparece com o uso repetido Rigidez de tronco Reduz complacência torácica: reduz ventilação Dose-dependente Não são relaxantes musculares Trato gastrointestinal Aumento do tônus dos esfíncteres Redução motilidade Não há tolerância no efeito constipante Aumento pressão sistema biliar Aumento da amilase e lipase (transitório) Trato genito-urinário Aumento do tônus dos esfíncteres Retenção urinária @pequenamedicina 4º período @pequenamedicina Redução do tônus uterino Outros efeitos Liberação de histamina: urticária e prurido (morfina e meperidina) Hipotensão e bradicardia (histamina/ação bulbar) Efeito imunossupressor: aumento da recidiva tumoral Tolerância, dependência e adição Dependência física: receptores µ Tolerância: o uso repetido de uma dose constante do fármaco resulta em diminuição de seu efeito terapêutico Efeito a partir de 12-24 horas de uso Dose aumenta e com ela o limiar para o aparecimento de efeitos colaterais (exceto miose e constipação) Mecanismo: dessensibilização de receptores e tolerância cruzada incompleta entre morfina e metadona Síndrome de abstinência Gripe forte (rinorréia) Lacrimejamento Bocejos Dilatação pupilar Febre e calafrio Piloereção Náusea e diarreia Insônia Hiperventilação Agitação/angústia Mialgia Forte compulsão pela droga Sintomas máximos: 2-3 dias Depende da meia vida do opióide Desaparecem: 8-10 dias Uso clínico Analgesia aguda e crônica Anestesia Antitussígeno (codeína e destrometorfan) Diarréia (difenoxilato e loperamida) Manejo do edema agudo de pulmão Dependência de opióides: relacionada ao uso de metadona, pois apresenta uma maior duração de ação e bloqueia os efeitos de euforia de agentes de curta duração @pequenamedicina 4º período @pequenamedicina Morfina, codeína e derivados Morfina Metabolizada no fígado (grande efeito de primeira passagem – baixa biodisponibilidade por via oral) Comprimidos de liberação lenta Metabólito ativo M6G que pode acumular na insuficiência renal M3G: neuroexcitatório Administração parenteral, epidural e na raquianestesia (analgesia pós-operatória) Codeína Menos efetiva do que a morfina (agonista parcial) Ação analgésica depende da desmetilação hepatica pelo Citocromo P 450 (CYP2D6) Polimorfismos genéticos podem alterar a resposta ao tratamento Oxidocona e hidrocodona Semi-sintéticos análogos da codeína e mais efetivos (agonista parcial) Metadona Duração de ação de 4 a 8 horas Maior disponibilidade oral do que a morfina Meia vida de eliminação de 24 horas Dose repetidas pode levar ao acúmulo: cuidado no início Tratamento da dor do câncer Bloqueio de receptor NMDA Derivados do fentanil Fentanil 100 vezes mais potente do que a morfina Duração curta de ação:anestesia cirúrgica (IV) Bastante lipossolúvel (absorção pela mucosa oral, transdérmica) Alfentanil 5 vezes menos potente do que o fentanil Uso na anestesia Menor duração Remifentanil Metabolismo plasmático por esterases. Curta duração de ação Pobre analgesia pós-operatória Potência semelhante a do fentanil @pequenamedicina 4º período @pequenamedicina Meperidina 10 vezes menos potente do que a morfina Baixa disponibilidade por via oral e alto grau de adição Causa disforia, midríase e taquicardia Metabolizada em normeperidina (pode causar convulsões): acumula na insuficiência renal Eficaz no tratamento dos tremores pós anestesia Em associação com IMAO: hiperpirexia Síndrome serotoninérgica com inibidores seletivos da recaptação de serotonina Agonistas e antagonistas Analgesia menor do que os agonistas plenos Buprenorfina Agonista parcial em µ e antagonista fraco de Kappa e Delta Pode reduzir a ação analgésica ou precipitar sintomas de abstinência em paciente utilizando agonistas de µ Apresenta longa duração de ação (liga fortemente aos receptores µ) dificultando a reversão com naloxona Nalbufina e pentazocina Agonistas Kappa e antagonista µ fraco Butorfanol Pode agir como agonista parcial ou antagonista do receptor µ Tramadol Agonista µ fraco Ação analgésica principal através do bloqueio da recaptação de 5-HT Dor aguda e crônica Efeitos Analgesia Sedação Tonteira Sudorese Náusea Ansiedade Alucinações e pesadelos Depressão respiratória Tolerância e dependência física (menores do que com agonistas plenos) @pequenamedicina 4º período @pequenamedicina Antagonistas Apresentam maior efeito em receptores um Menos eficaz para reverter a nalbufina por exemplo Manejo da overdose aguda de opióides Naloxona: intravenosa, curta duração de ação (1-2 horas), várias doses podem ser necessárias Nalmefene: intravenosa, duração de 8 a 12 horas Naltrexona: oral, longa duração de ação (48 horas), útil no tratamento do etilismo Metilnatrexona e alvimopan: não atravessam a barreira hematoencefálica, reversão da constipação sem alterar a analgesia
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