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Planejamento de Vendas Estudo de Caso Professores Dr. Ludovico Omar Bernardi Me. Diogo Xavier Saes 2 Unicesumar estudo de caso A PERFORMANCE DE VENDAS DA VOLVO NO MERCADO AMERICANO NOS ANOS 2000 O mercado americano para caminhões de grande porte cresceu no início dos anos 90, com um volume total de 188.000 unidades em 1994. Em 1995, um novo recorde: 202.000 unida- des. Neste ínterim, a companhia vendeu 23.140 unidades, chegando a 11,6% do mercado. A Volvo decidiu, então, aumentar a produção em 1995, com a projeção de vendas de 30.000 unidades por ano, unificando todas as marcas sob apenas um nome - Volvo. Isto porque, em 1988, a Volvo Corporação havia comprado a divisão de caminhões de porte pesado da GM, que tinha controle de cerca de 3% do mercado americano, com uma fábrica em Pontiac, Michigan, produzindo cerca de 4.600 caminhões/ano. A sua sede foi consolida- da na sede da Volvo em Greensboro, Carolina do Norte. A partir desta aquisição, a empresa tomou a decisão de parar de produzir o caminhão de maior volume da GM, o Brigadier, bem como adaptar a White Truck para as necessidades dos consumidores da Brigadier. Uma nova marca foi criada, a WhiteGMC e, por um período, ela foi colocada à venda junto a GMC. O objetivo explícito da companhia era se tornar uma par- ceira de revendedores, com um relacionamento mais cooperativo, incluindo diálogo sobre o desenvolvimento de produto. Em 1995, no entanto, com a unificação de todas as marcas na Volvo, a companhia conso- lida todos seus revendedores, diminuindo o custo e aumentando o número de revendedores em mercados ainda não atingidos. Por conseguinte, a fábrica de Michigan foi fechada. A fábrica da Virgínia passou por uma ampliação, e uma nova é construída ao lado da velha fábrica em Orville, Ohio. Ainda em 1995, um serviço de financiamento e manutenção foi lançado, chamado Volvo Truck Finance North America. Este programa ajudou a atuação da companhia no mercado pós-venda, permitindo aos consumidores controlar os gastos com operação em longo prazo. A Volvo investiu, em 1995, 500 milhões de dólares em produção, marketing e mudan- ças administrativas para se preparar para o lançamento da nova linha, a série VN. Esta, com design de cabines convencionais, foi baseada na série europeia FH. Com várias mudanças importantes para adaptar a série FH às demandas do consumidor americano, nasceu a série VN. Um dos objetivos mais importantes na apresentação dessa série era aumentar o número de componentes como motores e câmbio vendidos no mercado americano. Em 1996, 18% de todos os caminhões vendidos nos EUA eram equipados com um motor Volvo, diferente- mente dos simples 9,5% em 1993. Unicesumar 3 estudo de caso Mesmo com este crescimento, a companhia não chegava perto da meta estabeleci- da: 40% do mercado. A liderança da Volvo e o aumento nesta proporção de componentes da companhia no mercado americano colaborariam das seguintes maneiras: (1) o valor do motor representaria cerca de 25% do lucro que podia ser obtido em cada caminhão, então a venda do motor seria mais lucrativa; (2) o pós-venda com custos de manutenção e peças também aumentaria a renda; (3) o custo seria reduzido na produção de cada motor por conta de economias de escala. O lançamento da Volvo, no entanto, foi prejudicado por um declínio no volume da in- dústria na ordem de 15%. As consequências para a empresa foram ainda maiores: as vendas diminuíram 38% (foram vendidos somente 16.800 caminhões), resultando em uma perda histórica de 240 milhões de dólares. Consequência: toda a liderança das operações da Volvo nos EUA foi demitida em agosto de 1996 e, assim, contratado um novo presidente, Marc Gustafsson, executivo da Mack. A decisão foi consolidar as operações na Virgínia, fechar as fábricas em Ohio e cortar 940 postos de trabalhos entre janeiro de 1996 e metade de 1997. A rede de revendedores foi consolidada e reorganizada em três regiões para um total de 240 concessionárias e de 200 pontos de manutenção focados em serviços. Em 1997, uma linha nova e maior da VN foi apresentada, nomeada 077, com opções de TV, micro-ondas, guarda-roupa e até cama de casal. A proporção de caminhões vendidos com motor da Volvo chegou a 21%. Enquanto a demanda da indústria se recuperou em 1998, as margens de lucro continua- ram pequenas para todos os envolvidos. Para melhorar a rentabilidade, a Volvo implementou um programa para reduzir custos, incluindo negociações com fornecedores. As margens aumentaram em 2%, mas ainda se manteve abaixo de 4%. Karl-Erling Trogen, CEO da Volvo Trucks, refletindo sobre a posição da Volvo no mercado americano, chegou a afirmar o se- guinte: “As operações nos EUA ainda não estão bem estabelecidas. É o mercado mais difícil do mundo. Os que conseguem atingir sucesso nos EUA conseguem sucesso em qualquer lugar no mundo, portanto, temos que manter nossa presença no mercado americano”. A Volvo considera que a qualidade do seu produto, incluindo o seu processo de fabricação, seja tão boa quanto a de seus competidores, além de se ver como líder em termos de segurança e desempenho ambiental. Mesmo assim, a parcela do mercado americano que domina e sua rentabilidade ainda está abaixo das expectativas da empresa. A liderança da Volvo está consi- derando estratégias para mudar a sua maneira de agir, deixando o índice de 12% do mercado e, com o aumento da rentabilidade da empresa, mover-se em direção aos 20%.