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Epifisiólise Definição - É o deslizamento da epífise proximal do fêmur - É uma doença da cartilagem de crescimento - Na realidade, a cabeça do fêmur fica em seu lugar no acetábulo e o colo se desloca - para anterior e superior - O escorregamento se da ao nível da camada hipertrófica da placa epifisária Sinônimos - Epifisiolistese - Descolamento da epífise superior do femur - Coxa vara epifisária - Coxa vara do adolescente Epidemiologia - Incidência: varia de 0,71 a 3,41 por 100.000 habitantes - Mais frequente na raça negra. - Sexo: meninos 2,4 : 1 menina. - Fazia etária média: meninos 10-16 anos; meninas 10-14. - Lado: esquerdo 2 : 1 direito. - A obesidade é um importante fator de risco, estando presente em 73% dos meninos e 49% das meninas. - Bilateralidade em 50% a 80% Anatomia Patológica - Fragilidade da placa epifisaria, ao nível da camada de células hipermaduras - Alargamento fisário na fase pré deslizamento - A fase de deslizamento é lenta e chega a romper o periósteio, - Na região do deslizamento há fibrose, ossificação e consolidação com remodelação - Tardiamento no adulto pode evoluir para coxartrose (quando não tratado) - O eixo do fêmur passa a ser mais angulado Etiologia - É desconhecida - Provavelmente é multifatorial: • Teoria traumática (trauma presente em 26% dos casos) • Teoria mecânica (obesidade e maior obliquidade da fise na adolescência) • Teorica do periésteo (periosteo mais fino nesta idade) • Teoria hormonal (50% dos pacientes são adiposo genital ou altos e magros de crescimento rápido) Classificação - Quanto a forma clinica: • Aguda: menos, frequente, mais grave (paciente busca o PS) • Crônica: dor crônica (paciente busca o consultório) • Crônica agudizada - Quanto a estabilidade: • Instável: forma aguda • Estável: forma crônica - Quanto ao grau de deslizamento (na forma crônica): • Pré-deslizamaneto • Mínimo • Moderado • Grave Clínica - Dor no quadril, região inguinal, coxa e joelho (nervo obturador) - Claudicação (marcha em rotação externa com passo curto) - Mobilidade do quadril diminuida - Atitude em rotação externa - Encurtamento do membro inferior - Sinal de Trendelemburg positivo - Sinal de Drehnam positivo: • Examinador flete passivamente a coxa da criança, provocando uma rotação externa e abdução involuntária - Forma crônica é mais comum (forma insidiosa, duração de mais de 3 semanas) - Forma aguda corresponde a 10% dos casos (inicio súbito, muita dor, impotência total, e trauma) Exames Complementares - Laboratório é normal - Estudo radiológico: • Realizar em AP e Perfil (incidência de Lowestein - “posição de rã”) • No início: osteopenia, borramento fisario, alargamento da fise (primeiro achado) • Depois há desvio (coxa vara) • Linhas de Klein - tangentes aos bordos do colo que auxiliam no diagnóstico • Sinal de Tretovan - uma linha traçada na porção superior do colo femoral, na radiografia em AP, deve atravessar parte do núcleo epifisário (sinal de Trethowan) e, quando não o faz, sugere a presença do escorregamento - Tomografia axial computadorizada - pouco utilizada, só nos casos duvidosos Evolução e Prognóstico - Evolui para fusão da fise com deformidade no prazo de 1 a 3 anos sem tratamento - Se tratamento na fase inicial bom prognostico - Tratamento tardio acarreta em mal prognósico com deformidades e coxartrose secundárias - A degeneração articular (artrose) esta diretamente relacionada ao grau do desvio Complicações - Condrólise ou Coxite laminar (Enfermidade de Waldenstron): • 16 a 20% • É a necrose de revestimento da cartilagem articular • Etiologia desconhecida • Mais comum em mulheres • Cursa com rigidez articular, dor e diminuição do espaço articular ao raio X (pinçamento articular) • Pode evoluir para anquilose - quadril totalmente rigido - Osteonecrose (Necrose avascular da epífise): • Mais grave que a de doença de Perthes • 10 a 15% • É mais rara • Mais relacionada a quadris instáveis, agudo ou iatrogenicas (manipulação e cirurgias) • A lesão cabeça do fêmur e rompimento das artérias que vascularizam - Tardias: • Deformidade do colo do femur com encurtamento e varismo e rotação externa (Coxa vara do adolescente) • Alteração mecânica evoluindo para coxartrose Tratamento - Conservador: • Repouso e gesso (pode deslizar mesmo com gesso) • Tração com muletas foi abandonado pelos maus resultados - Cirúrgico: • Fixa-se a cartilagem para não haver rotação • Indicado principalmente nos casos urgentes (epifisiodese) • Na suspeita de apenas epifisiolise, fazer repouso, raio X com cuidado, internar, colocar tração e programar cirurgia • Opções: • Redução por manipulação suave e fixação in situ (indicado em deslizamento agudo ou crônico agudizado) • Osteotomia trocantérica corretora (indicado em sequela ou epifisiolise consolidada com deformidade) • Fixação in situ com parafusos ou pinos • Enxerto osseo transfisario (Howorth) • Se já há deformidade: • Osteotomias de colo femural • Osteotomia trocanterica (Southwick) • Osteoplasia (Heyman-Herndon) • Osteotomia de Sugioka (rotacional) - Resumindo o tratamento cirúrgico: • Quadro inicial ou Pré-epifisiólise —> fixação in situ com parafuso e pinos • Deslizamento de menos de 1/3= fixação “in situ” • Deslizamento de mais de 1/3 = osteotomia trocantérica • Deslizamento de mais de 2/3= osteotomia no colo femural (alto índice de complicações)
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