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APS PSI COTIDIANO REF PRATICA DE OBSERVAÇÃO RELATORIO FINAL

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CURSO DE PSICOLOGIA 
Eber Hypolito 
Jenifer Natali da Rosa Sebastiani 
Lorhainne da Silva Costa 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Foz do Iguaçu 
2022 
 
Eber Hypolito 
Jenifer Natali 
Lorhainne da Silva Costa 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Foz do Iguaçu 
2022 
 
Trabalho apresentado à disciplina 
de Psicologia do Cotidiano do curso de 
Psicologia do Centro de Ensino Superior de 
Foz do Iguaçu 
 
Professora: Martinha Costa Rego 
SUMÁRIO 
 
1. RESUMO 5 
2. INTRODUÇÃO 6 
3. LINGUAGEM 7 
4. OBJETIVIDADE NA LINGUAGEM 7 
5. DEFINIÇÃO DOS OBJETIVOS E PLANEJAMENTO DO TRABALHO 8 
6. PROTOCOLO DE OBSERVAÇÃO 9 
7. A TECNICA DE REGISTRO CONTÍNUO CURSIVO 11 
8. A TECNICA DE OBSERVAÇÃO PARTICIPANTE 12 
9. METODOLOGIA 13 
10. ANALISE DOS RESULTADOS 14 
11. CONCLUSÃO 17 
12. REFERÊNCIAS 18 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
RESUMO 
 
Este trabalho tem como objetivo permitir ao graduando do Curso de Psicologia, 
desenvolver o domínio da observação, registro e descrição da vida cotidiana, 
compreensão das preconcepções que definem o fenômeno observado. 
O aluno graduando diante da oportunidade de praticar a observação, enriquece 
o seu saber, tanto no conhecimento teórico, como para a prática profissional. 
. O graduando também será treinado a utilizar a descrição científica dos fatos 
observados. 
 Todo o trabalho foi baseado principalmente no Livro Aprendendo a 
Observar, das autoras Marilda Fernandes Danna e Maria Amélia Matos, que abordam 
a importância da definição do objetivo, do planejamento do trabalho, do protocolo e da 
utilização de uma linguagem objetiva e clara na elaboração de um Relatório de 
Observação. 
 
 
Palavras – chave: Observação, cotidiano, dados, registro. 
 
ABSTRACT 
 
The objective of this work is to allow the undergraduate of the Psychology 
Course, to develop the domain of observation, recording and description processes of 
everyday life, the understanding of the preconceptions that define the observed 
phenomenon and the critical analysis of the construction of this phenomenon as a 
psychological phenomenon. The graduate will also be trained to use the scientific 
description of observed facts. 
All the work was based on the book Aprendendo a Observar, by the authors 
Marilda Fernandes Danna and Maria Amélia Matos, who address the importance of 
defining the objective, planning the work, the protocol and the use of an objective and 
clear language in the elaboration of a Observation Report. 
Keywords: Observation, everyday, data, record. 
 
 
 
6 
 
INTRODUÇÃO 
 
Este trabalho tem como objetivo, ampliar a visão sobre a importância da 
observação como instrumento de formação e trabalho do psicólogo, já que em sua 
atuação profissional, precisará da observação para coletar dados, com a finalidade de 
diagnosticar a situação-problema, as variáveis que afetam o comportamento e os 
recursos disponíveis no ambiente que o ajudarão em suas avaliações e decisões. 
 Em muitos casos na prática profissional, o psicólogo prescindirá da elaboração 
de relatórios sobre comportamentos observados, que deverão obedecer a critérios 
científicos na sua construção. 
Assim, é necessário que o psicólogo ou analista aprenda a observar 
comportamentos verbais e não verbais e transcrever o relato em linguagem científica. 
Muitas são as situações em que o psicólogo utiliza a observação. Por exemplo, o 
psicólogo utiliza a observação, na Clínica, na Escola, nas Organizações e em 
laboratórios científicos. Na clínica, para investigar a queixa do paciente e possível 
causa. Na Escola, por exemplo, para investigar comportamentos como dificuldade de 
sociabilização e deficiências de aprendizagem. Nas organizações, para investigar 
necessidades de treinamentos e dinâmicas de grupo, dentre outras. Nos laboratórios, 
nas pesquisas científicas. 
 Segundo Danna M. and Matos M. Aprendendo a Observar (2011, p12), “a 
observação é utilizada para coletar dados acerca do comportamento e da situação 
ambiental.” Ou seja, uma observação começa com a coleta de dados, mas para que 
servem os dados coletados? Servem para diagnosticar a situação-problema, 
consequentemente permite a escolha das técnicas e procedimentos a serem 
empregados e para avaliar a eficácia dessas técnicas e procedimentos. 
Porém, que cuidados é preciso observar na coleta dos dados? 
Primeiramente, deve-se levar em consideração o objetivo da observação, pois a 
definição do objetivo ajuda o investigador a selecionar inúmeras possibilidades àquelas 
características que transmitem a informação relevante. Outro cuidado a ser observado 
é que se deve coletar dados antes, durante e após, repertórios de comportamentos ou 
procedimentos que estão sendo avaliados. 
As autoras mencionadas destacam que a observação científica difere da 
observação casual que realizamos no nosso dia-a-dia, segundo elas “a observação 
científica se caracteriza por ser uma observação sistemática e objetiva.” Esta é a que 
7 
 
se atém aos fatos efetivamente observados, e busca eliminar todas as impressões 
pessoais e subjetivas que o observador possa ter já aquela é planejada e conduzida 
em função do objetivo da observação, que observa cuidados técnicos e éticos, são 
também realizadas em condições explicitamente especificadas e planejadas. 
 
A LINGUAGEM 
 
Segundo Danna M. and Matos M. “Para a Ciência, cujo objetivo é predizer e 
controlar os eventos da natureza, um fato só adquire importância e significado se é 
comunicado a outros fazendo uso de uma linguagem que obedece a certas 
características”. 
Mas a que características as autoras se referem? 
Ressaltam que um relato científico não usa o recurso de linguagem figurada, não 
recorre a interpretações, nem a impressões subjetivas. 
Portanto, a objetividade é uma característica fundamental da linguagem 
científica. 
 
A OBJETIVIDADE NA LINGUAGEM 
 
As autoras elaboraram as seguintes perguntas, cujas respostas encontramos na 
Unidade II, pág. 26 à pág. 30: 
 “Em relação à objetividade, como característica da linguagem científica, que tipo 
de erros um observador menos cuidadoso comete?” 
Os principais erros são a utilização de termos que designem estados subjetivos, 
a atribuição de intenção ao sujeito e a atribuição de finalidade à ação observada. 
 “O que significa clareza e precisão na linguagem?” 
Linguagem é clara quando é de fácil compreensão e é precisa quando 
representa as coisas observadas com exatidão. 
 “Com relação à clareza e precisão na linguagem, que tipo de erro pode 
ocorrer?” 
Devem-se evitar termos amplos, termos indefinidos ou vagos, termos ou 
expressões ambíguas. 
 “Como o observador deve proceder para registrar os fatos com linguagem 
cientifica?” 
8 
 
O observador deve: 
a) Usar verbos que identifiquem a ação exibida pelo sujeito, como correr, 
andar, etc. 
b) Usar termos que identifiquem objetos ou pessoas presentes na situação e 
suas características, como por exemplo: sapato, bola, homem, cor vermelha, 
etc. 
c) Usar referências físicas, que são as partes do corpo do sujeito, os objetos e 
pessoas presentes no ambiente e padrões de peso e medida adotados 
oficialmente. 
 
DEFINIÇÃO DOS OBJETIVOS E PLANEJAMENTO DOS TRABALHOS 
 
Na unidade IV as autoras abordam o tema: Definição dos Objetivos e 
Planejamento dos Trabalhos. 
Para compreensão deste tema é possível utilizar o questionário elaborado pelas 
autoras, que consta no final desta unidade com as seguintes perguntas: 
1) Qual a primeira etapa do trabalho? 
 Estabelecer um objetivo para qual a observação será realizada, objetivo este 
que deve especificar de forma clara o que se pretende com a observação. Este objetivo 
pode aparecer na forma de uma pergunta ou na forma de uma afirmativacom o verbo 
no infinitivo. A primeira forma identifica apenas o assunto de interesse e na segunda 
forma identifica o comportamento do observador. 
2) Qual a segunda etapa do trabalho? 
 Planejar a coleta de dados, ou seja, identificar: 
 Quem será analisado, número e critérios para escolha dos observados; 
 Onde será feito a observação, local e situações; 
 A freqüência das observações, número de sessões; 
 O tempo de observação, duração; 
 O que será observado, ou seja, os comportamentos e os eventos 
ambientais; 
 Registro amplo: expressões verbais e não verbais, bem como 
antecedentes e consequências destes comportamentos; 
 Selecionar classes de comportamento; 
 Se ater a partes do corpo; 
9 
 
 Como serão registrados os dados, as técnicas de registro, amostragem. 
3) Quais os critérios o observador utiliza no planejamento? 
 O conhecimento prévio do assunto, o interesse do observador e as condições 
possíveis de realização do trabalho. 
4) O que determina a validade das conclusões? 
 O delineamento da pesquisa, em função das escolhas feitas pelo observador. 
5) O que é validade interna e validade externa? 
 Validade interna refere-se à consistência das declarações das amostras, isto é 
se as afirmações feitas são representativas da amostra. 
 Validade externa refere-se a interpretações e generalizações da amostra para 
outras situações e populações. 
 
Com as perguntas e respostas acima, pode-se conhecer o objetivo, o 
planejamento e os critérios utilizados no planejamento e a validade das conclusões dos 
trabalhos. 
As autoras sintetizam afirmando que: “Ao planejar uma pesquisa deve-se levar 
em conta, além do objetivo do estudo, o conhecimento já existente do assunto, o 
interesse específico do observador e as condições possíveis de realização do 
trabalho”. 
 
O PROTOCOLO DE OBSERVAÇÃO 
 
Danna M. and Matos M, (2011, p.45), discorrem sobre o que é um protocolo de 
observação, sua finalidade e os cuidados necessários ao se coletar dados para a 
elaboração de um relatório de observação. 
O protocolo, segundo as autoras, é a folha que o observador utilizará para 
registrar os dados coletados. 
Três conjuntos de informações deverão constar, são eles: a identificação geral, a 
identificação das condições em que ocorrem a observação e o registro de 
comportamentos e situações ambientais. Na identificação geral deverão constar dados 
do observador e do objetivo da observação. Na identificação das condições deverão 
constar informações sobre “quando” e “onde” e com “quem” a observação foi realizada. 
No registro de comportamentos e situações ambientais deverão constar informações 
10 
 
sobre “como” a observação foi realizada, ou seja, as técnicas de amostragem e registro 
de dados utilizado e “o que“ foi observado. 
Danna M. and Matos M, (2011, p.48), salientam que “a identificação das 
condições em que a observação ocorre fornece ao observador elementos 
indispensáveis a analise e interpretação dos comportamentos” já que o número e o tipo 
de resposta que um organismo apresenta estão relacionados às características do 
organismo, como ao ambiente em que ele se encontra. Ou seja, determinados 
comportamentos têm maior probabilidade de ocorrer em certas circunstâncias do que 
em outras. 
Outra informação importante é a data e à hora, já que determinados 
comportamentos podem estar relacionados ao tempo, ou seja, ocorrem em maior ou 
menor intensidade quando acontecem em determinados dias ou horários. Por exemplo, 
comportamentos em locais de pico de movimentação de pessoas em determinado 
horário do dia, como exemplo clássico é o comportamento de um garçom no horário de 
pico, maior número de clientes dentro do restaurante, e fora do horário de pico (menor 
número de clientes dentro do restaurante). 
 É também de suma importância a especificação do ambiente social, que 
segundo as autoras “deve-se focalizar a situação observada, isto é, identificar as 
demais pessoas presentes no local e descrever a atividade geral que está ocorrendo”. 
Nestes aspectos deve-se observar se há características comuns, como por exemplo, 
pessoas de uma mesma classe socioeconômica, escolaridade ou com particularidades 
físicas. Além disso, descrever a atividade geral que está ocorrendo no local. 
Danna M. and Matos M (2011, p.53), salientam que “o objetivo do estudo 
observacional determina o grau de detalhes com que o relato do ambiente físico, do 
ambiente social e do sujeito será realizado”. 
Segundo as autoras “a descrição do ambiente físico e social é feita através de 
dois recursos: o relato e o diagrama”. No relato há uma descrição verbal do ambiente e 
no diagrama utiliza-se a representação esquemática através de um desenho com 
legendas e convenções adotadas. 
 
 
 
 
 
11 
 
A TÉCNICA DE REGISTRO CONTÍNUO CURSIVO 
 
Danna M. and Matos M (2011, p.71), menciona que “Dentre as várias técnicas 
utilizadas pelo observador para o registro do comportamento e circunstâncias 
ambientais, destaca-se a técnica de registro contínuo cursivo”. 
Mas em que consiste o Registro Contínuo Cursivo? 
Segundo as autoras “consiste em, dentro de um período ininterrupto de tempo 
de observação, registrar, utilizando de linguagem científica e obedecendo à sequência 
temporal em que ocorrem os eventos, tais como eles se apresentam”. 
Nesta técnica por tanto, dois critérios são observados: o período em que a 
observação é efetuada, ou seja, de forma contínua, e a forma de registro, ou seja, 
cursivo. Sendo que esta técnica normalmente é utilizada na fase inicial de uma 
pesquisa ou de um trabalho, quando o observador faz o levantamento do repertório 
comportamental do sujeito e do ambiente. 
As autoras destacam os seguintes fatos que devem ser registrados através da 
técnica de registro contínuo cursivo: a localização, onde o sujeito se encontra no 
ambiente (tomando um ponto como referencial); a posição e postura do sujeito, esta 
que tem como referencial o próprio corpo (por exemplo: postura curva, ereta, etc.) e 
aquela que leva em consideração a relação com o ambiente (por exemplo: em pé, 
deitado); os eventos comportamentais, isto é, as ações do sujeito, que podem ser 
subdividido em comportamento motor (que mudam o contato físico com ele ou com o 
ambiente, como por exemplo: gestos, mudança de localização ou postura, locomoções, 
além de expressões faciais e verbais); eventos ambientais, isto é, mudanças que 
ocorrem no ambiente que ocorrem à observação, sendo que estes eventos podem ser 
mudanças no ambiente físico ou eventos sociais, que são comportamentos de outras 
pessoas presentes no ambiente. 
As autoras salientam que a dificuldade na utilização desta técnica é definir o 
grau de detalhamento que deve ser dado no registro. Assim, o objetivo do estudo 
determina a variedade e o tipo de comportamento a ser registrado. 
A riqueza dos detalhes depende da variedade de tipos de comportamentos que 
se observa e se registra simultaneamente; da velocidade que ocorrem e do grau de 
treinamento do observador. 
Algumas convenções ajudam na elaboração do registro: 
1)Inicie o registro informando a localização e postura do sujeito; 
12 
 
2) Indique a pessoa que emite a ação; 
3) Utilize o verbo no presente para registrar o evento; 
4) No caso de verbos transitivos, indique o complemento; 
5) Indique no registro em que direção a ação ocorre; 
6) Use o grau normal ao se referir a objetos; 
7) Registre ações que ocorrem, e não mencione as que não ocorrem. Não 
registre ausência de comportamento; 
8) Eventos sucessivos devem ser registrados um embaixo do outro e eventos 
simultâneos devem ser registrados na mesma linha; 
9) Terminada a observação numere os eventos registrados; 
10) Anote ou grave comportamentos vocais; 
11) Pode-se fornecer no registro o tempo em que os eventos ocorrem. 
As autoras concluem dizendo que atualmente é muito utilizado a técnica de 
gravaçõesem vídeos que segundo “Kreppner (2001), a utilização de vídeo garante a 
preservação da situação tal qual observada e permite infinitas replicações durante o 
processo de analise”. 
 
A TÉCNICA DA OBSERVAÇÃO PARTICIPANTE 
 
Segundo Cruz Neto O. “O trabalho de Campo como descoberta e criação”. In: 
MINAYO, Maria Cecília de Souza (org.). Pesquisa Social. Teoria, método e criatividade. 
18 ed. Petrópolis: Vozes, 2001, observação participante é uma técnica “que se realiza 
do contato direto do pesquisador com o fenômeno observado para obter informações 
sobre a realidade dos atores sociais em seus próprios contextos” 
O autor também observa que “O observador, enquanto parte do contexto de 
observação, estabelece uma relação face a face com os observados. Nesse processo, 
ele, ao mesmo tempo, pode modificar e ser modificado pelo contexto”. 
Pode-se perguntar qual a importância desta técnica? O autor responde a 
“importância dessa técnica reside no fato de podermos captar uma variedade de 
situações ou fenômenos que não são obtidos por meio de perguntas, uma vez que, 
observados diretamente na própria realidade, transmitem o que há de mais 
imponderável e evasivo na vida real.” 
13 
 
Outra pergunta é qual o papel do observador enquanto participante observador? 
O autor também responde “Nessa situação, o pesquisador deixa claro para si e para o 
grupo sua relação como sendo restrita ao momento da pesquisa de campo”. 
Sobre observação participante, neste trabalho, respondemos a outra questão 
sobre a postura por parte do observador, ou seja, como deve ser a postura do 
observador? Deve ter a capacidade de empatia e aceitação dele por parte do grupo, 
que são fatores decisivos. 
O autor orienta que “Um maior aprofundamento sobre o assunto pode ser 
buscado em Cicourel (1980), que aborda aspectos da teoria e do método em pesquisa 
de campo”. 
 
METODOLOGIA 
 
Em uma primeira fase, cada graduando foi orientado a observar e registrar 
comportamento de pessoas ou grupo de pessoas. 
Como critérios para seleção dos sujeitos e dos locais, todos foram escolhidos 
aleatoriamente. 
Apenas no primeiro caso observado, foi elaborado um Relatório com Linguagem 
do Cotidiano, que foi utilizado em uma dinâmica em sala de aula (sob a supervisão da 
professora Martinha), a saber, roda de exposição deste relatório, com a finalidade de 
treinar e analisar as dificuldades encontradas durante a observação. 
Ainda nesta primeira fase, foram dez horas de observação, portanto cada 
graduando elaborou dez relatórios de observação comportamental. 
Todos estes relatórios foram elaborados com a utilização da Linguagem 
Científica, sendo que em um deles foi elaborado um diagrama de situação e 
localização e em outro foi utilizado à técnica de observação participante. 
Na segunda fase, os ambientes escolhidos para observação, foram o da área 
Educacional e da área da Saúde, cada aluno precisou realizar observações 
comportamentais durante cinco horas no ambiente educacional e cinco horas em 
ambiente da saúde, sendo que para os relatórios, não foi exigida linguagem científica. 
 
 
 
 
14 
 
ANÁLISE DOS RESULTADOS 
 
A prática da observação do cotidiano proporcionou aos alunos do Curso de 
Psicologia, quinto período do Centro de Ensino Superior de Foz do Iguaçu, em sua 
formação, uma experiência enriquecedora, pois permitiu desenvolver o domínio de 
processos de observação, registro e descrição da vida cotidiana. 
Inicialmente foi praticada a observação, sem finalidade científica, ou seja, a 
observação do cotidiano de pessoas ou grupo de pessoas, em diversos ambientes 
sociais. 
Prosseguindo, após esclarecimentos efetuados, através de uma roda de 
exposição, feitos em sala de aula, sob a direção da professora supervisora Martinha e 
com o estudo do material didático (Danna e Matos, 2011), passou-se à elaboração de 
observações do cotidiano, utilizando linguagem científica. 
Com a prática de sucessivas observações, a percepção de mundo se ampliou 
ao ser observado como diferentes eventos ambientais influenciam e modificam 
comportamentos, bem como as pessoas que na linguagem científica chama-se 
sujeito, também modifica o ambiente social. 
Ao desenvolver a prática da linguagem científica, foi possível aprender a 
elaboração de Relatórios conforme técnicas sistematizadas também se priorizaram na 
confecção destes relatórios definirem os objetivos de forma clara e precisa. 
Com o entendimento e a pratica do registro contínuo cursivo, observou-se que 
os eventos devem ser observados num período ininterrupto de tempo, numa 
sequência temporal. 
Entendeu-se também que ao planejar uma pesquisa deve se levar em conta, 
além do objetivo do estudo, o conhecimento já existente do assunto, o interesse 
especifico do observador e as condições possíveis de realização do trabalho. 
Foi possível compreender que baseado nas observações o psicólogo elabora 
hipóteses de diagnóstico da situação problema, identifica deficiências e variáveis que 
afetam o comportamento, visando optar por técnicas e procedimentos adequados ao 
tratamento. 
Com relação á utilização da técnica da OBSERVAÇÃO PARTICIPANTE, 
realmente foi possível constatar, conforme citado anteriormente por Cruz Neto, que o 
“observador, enquanto parte do contexto de observação, estabelece uma relação face 
15 
 
a face com os observados. Nesse processo, ele, ao mesmo tempo, pode modificar e 
ser modificado pelo contexto”. 
No ambiente Educacional, alguns observações foram feitas com alunos durante 
a apresentação de trabalhos ou resenha de filmes. Nestes casos, realmente, foi 
possível observar “in loco” detalhes de comportamento destes alunos como segurança, 
timidez, motivação, organização, domínio do tema, postura e também como estes 
modificam o ambiente e é modificado por ele. 
Como exemplo, observa-se que os alunos melhor organizados, tanto na 
qualidade do material de estudo, que buscaram se aprofundar no aprimoramento do 
tema, como também que mantiveram diante de uma dificuldade uma atitude positiva, 
foram os que se destacaram. Estes alunos, com segurança, estabeleceram uma via de 
comunicação e intercâmbio com os ouvintes de forma que a transmissão de 
conhecimento ocorreu em ambos os sentidos, tanto do aluno apresentador do trabalho 
para os alunos ouvintes, como vice-versa (nos momentos próprio para perguntas e 
comentários). 
Muito enriquecedor foi também o aprendizado que obtivemos na APAE de Foz 
do Iguaçu-PR, uma das Instituições mais respeitadas no Brasil, que engloba tanto área 
Educacional quanto cuidados na área da Saúde. 
As observações de comportamento nesta Instituição permitiram uma visão geral 
sobre as interfaces, interações e dinamismos presentes na intersecção entre os 
comportamentos. 
Foi possível observar as relações existentes dentro do âmbito escolar da APAE, 
onde não só existe uma relação entre professor/aluno, mas entre alunos e outros 
profissionais que trabalham na linha de frente para que o aluno tenha um bom 
desempenho e acesso digno a uma boa alimentação, higiene, lazer, segurança, 
locomoção e bom atendimento durante seus momentos dentro da escola, pois muitos 
alunos vivem em situação de extrema vulnerabilidade social. 
 O atendimento clínico fornecidos pelos setores da Saúde, como médico 
Psiquiatra e Fisioterapeuta, Fonoaudiólogo, Psicólogo, Assistente Social, e na área da 
Educação como Professores e Atendentes que trabalham com um olhar mais atento 
as necessidades básicas dos alunos, fazem toda a diferença para garantir uma melhor 
qualidade de vida, mesmo que por algumas horas do cotidiano de cada um. 
 Por fim, entre as dificuldades que aparecem dentro do âmbito escolar,a 
preparação de todos os profissionais para lidar com os principais fatores que afetam a 
16 
 
vinculação dos estudantes é um ponto crucial a ser considerado, uma vez que 
contextos educacionais que são capazes de lidar melhorcom as dificuldades e as 
necessidades dos alunos, permitem o desenvolvimento de trajetórias com maior 
qualidade de vida de todas as crianças e jovens adultos da APAE. 
No ambiente da área da Saúde, algumas observações foram em Unidades 
básicas de saúde, sendo que nestes casos, comportamentos de pacientes e 
funcionários foram observados. Foi possível observar em muitos casos, como o 
ambiente tem seu peso de influência no comportamento dos pacientes observados. Por 
exemplo, a lentidão no atendimento gera, em muitos pacientes observados, um 
comportamento de inquietude, ansiedade, descontentamento, portanto 
conseqüentemente a perda da credibilidade da Unidade de Saúde. 
Essa lentidão no atendimento que afeta o comportamento dos pacientes, 
também deixou exposto dois outros questionamentos, ou seja, quem não tem direito a 
um plano de saúde, recebe um atendimento público de menor qualidade? E quem tem 
plano de saúde, recebe um atendimento de menor qualidade do que aquele que paga 
consulta particular? 
Essa experiência no setor da saúde através do nosso relatório de observação 
entre as unidades de saúde de Foz do Iguaçu nos possibilitou um enorme aprendizado 
e um olhar mais atento com relação aos serviços prestados nos campos da saúde e um 
olhar mais humanizado em relação às pessoas que dependem de um serviço público 
de qualidade. 
Observa-se que, o horário de pico dos atendimentos, das UBS, influencia a 
qualidade do atendimento, devido ao maior fluxo de procura . Neste horário ocorrem 
os maiores conflitos entre as pessoas que aguardam atendimento (irritabilidade, 
maiores aglomerações de pessoas etc.) e as principais reclamações foram em 
decorrência da demora e espera pelo atendimento. A maioria dos funcionários 
(recepcionistas e enfermeiros principalmente) aparenta cansaço, impaciência e mau 
humor, neste horário. 
 Os horários mais tranqüilos correspondem ao período da tarde. Poucas pessoas 
aguardam atendimento. E tanto os pacientes quanto os funcionários aparentam mais 
tranqüilidade entre um atendimento e outro. 
 Foi interessante para termos tido essa possibilidade de fazer o trabalho entre 
unidades de saúde de diferentes bairros de Foz, pois foi possível observar o quanto o 
17 
 
comportamento das pessoas (funcionários e pacientes) muda entre uma unidade e 
outra. 
Concluímos com a certeza que prática da OBSERVAÇÃO PARTICIPANTE do 
cotidiano também proporcionou uma experiência enriquecedora, pois permitiu um 
contato direto com os atores sociais, tanto no contexto EDUCACIONAL, como no 
contexto da SAÚDE. 
 
CONCLUSÃO 
 
O trabalho teve como fundamento a análise e o domínio dos processos de 
observação e a realização do trabalho através do estágio prático supervisionado. 
Sem duvida nenhuma a prática da observação na formação acadêmica, abriu 
para os alunos em sua formação, uma visão ampla, em muitos casos observar detalhes 
que de um modo geral passariam despercebidos. 
Observar e registrar os comportamentos não são uma tarefa simples de se 
realizar, pois exige uma série de estudos e técnicas do observador, além de uma 
atenção perspicaz dos eventos que ocorrem no ambiente. 
Encontramos algumas dificuldades para realizarmos os procedimentos. Um dos 
motivos foi em ter que visualizarmos sozinhos e fazermos as anotações durante as 
observações, mas no decorrer das aulas e com a prática, fomos nos adaptando a esse 
método de observação e registro. 
 Este trabalho foi de grande importância, uma vez que nos proporcionou 
entender de uma maneira mais ampla e sólida acerca dos conceitos trabalhados em 
sala de aula. 
Ao término dos relatórios de observação, concluímos que como observadores 
também estamos sujeitos a falhas, pois as interpretações dos eventos poderão refletir 
na qualidade dos relatórios apresentados. 
Por isso, a importância dos estudos teóricos e a pratica da observação e dos 
registros se fizeram tão necessários, no decorrer do desenvolvimento desse estágio 
prático supervisionado, e com certeza, essa experiência enriquecedora, permitirá 
conseqüentemente como profissionais da psicologia um olhar diferenciado aos 
comportamentos dos pacientes. 
 
 
18 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
Danna M. and Matos M. Aprendendo a Observar, Editora Edicon, 1 de janeiro de 2011. 
Cruz Neto O. “O trabalho de Campo como descoberta e criação”. In: MINAYO, Maria 
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