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ROCHAS CARBONÁTICAS: PETROGRAFIA, UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE TECNOLOGIA E GEOCIÊNCIAS DEPARTAMENTO DE GEOLOGIA LABORATÓRIO DE GEOLOGIA SEDIMENTAR ROCHAS CARBONÁTICAS: PETROGRAFIA, DIAGÊNESE E POROSIDADE Virgínio Henrique Neumann Lúcia Maria Mafra Valença Seqüência da Apresentação OBJETIVOS INTRODUÇÃO CONSTITUINTES DAS ROCHAS CARBONÁTICAS CLASSIFICAÇÕES DAS ROCHAS CARBONÁTICASCLASSIFICAÇÕES DAS ROCHAS CARBONÁTICAS DIAGÊNESE DAS ROCHAS CARBONÁTICAS POROSIDADE DAS ROCHAS CARBONÁTICAS FÁCIES CARBONÁTICAS LACUSTRES CONCLUSÕES Objetivos • Apresentar as principais classificações existentes para as rochas carbonáticas; • Seus constituintes;• Seus constituintes; • Diagenênese; • Os tipos de porosidade encontradas • Fácies Carbonáticas Lacustres Introdução • Importância econômica: 1) Capacidade de geração e armazenamento de hidrocarbonetos em muitas das reservas mundiais de petróleo; 2) Portadores de depósitos de chumbo, zinco e água subterrânea; 3) Úteis no ramo da construção civil e da indústria química; 4) Desenvolvimento do Ecoturismo em regiões cársticas. • A formação dos sedimentos carbonáticos ocorre essencialmente a partir de processos biológicos e bioquímicos. • Ocorrem desde o Proterozóico até os dias atuais. Introdução • Os principais fatores que governam a deposição são: 1) clima; 2) salinidade; 3) profundidade da lâmina d`água; e 4) entrada de sedimentos clásticos.4) entrada de sedimentos clásticos. • Globalmente os carbonatos ocorrem nas áreas intertropicais e acompanhando as dorsais meso-oceânicas, onde as temperaturas são mais elevadas. Distribuição atual dos sedimentos carbonáticos (Wilson, 1975). 40° 20° 30° 20° 20° 40° 0° Reefs Shelf carbonate QAd2398c 30° Recifes Plataformas carbonáticas Distribuição atual dos sedimentos carbonáticos (Tessler & Mahiques, 2000). 0º 30º 0º 30º Constituintes das Rochas Carbonáticas • Mineralogia dos carbonatos é relativamente simples: – 1) Aragonita (CaCO3 - ortorrômbica) ; – 2) Calcita (CaCO3 - trigonal): • Baixo teor de Magnésio (LMC), se < 4 mol % MgCo3 • Alto teor de Magésio (HMC), se > 4 % mol MgCO3 – 3) Dolomita (CaMg(CO3)2). • Estabilidade dos minerais: 1) A calcita LMC é mais estável do que a calcita HMC e a aragonita. 2) A calcita e a aragonita podem ser substituídas por dolomita; � Assim a maioria dos calcários no registro geológico são constituídos por ... Formas de cristais Mg - Calcita C a l c i t a c eixo c eixo AGUA DO MAR MISTURADA COM AGUA DOCE Mg++ Alto Mg++ Baixo a b c d e f Constituintes das Rochas Carbonáticas • Minerais não carbonáticos nos calcários incluem: 1) Quartzo e argilominerais (siliciclásticos); e 2) Pirita, hematita , chert e fosfato (diagenética). • Minerais evaporíticos (gipsita e anidrita), podem estar associados a seqüências carbonáticas. • Carbonatos mais conhecidos: a) Calcita, Aragonita, Dolomita b) Siderita (FeCO3), Smithsonita (ZnCo3), Rodocrosita (MnCO3) Constituintes das Rochas Carbonáticas • Apesar de mineralogicamente simples, apresentam uma composição variada, sendo que três componentes principais são reconhecidos: 1) grãos, 2) matriz (ou micrita) e 3) cimento (espato). • Grãos: 1) não-esqueletais e 2) esqueletais (ou bioclastos). • A matriz da maioria dos calcários é representada por finos e densos cristais de calcita, chamados usualmente de micrita. • Nos calcários o tipo mais comum de cimento é o esparito, representado por cristais de calcita relativamente cristalinos, grossos e claros. Constituintes das Rochas Carbonáticas • Grãos não-esqueletais: Quatro tipos principais são reconhecidos: 1) grãos recobertos (oóides e oncóides); 2) pelóides; 3) agregados; e 4) Clastos. • Grãos Recobertos: são grãos recobertos por lâminas calcárias, e dois existem dois grupos: Oóides e os Oncóides. Oóide Oncóide > 2 mm = pisóide < 2 mm = Micro-oncóide – Oóides: Grãos recobertos com lâminas calcárias concêntricas ao redor de um núcleo de composição variada; Apresentam formas esféricas ou elipsoidais; O grau de esfericidade aumenta do núcleo para fora do grão. A rocha formada exclusivamente por oóide se chama oólito. – Pisóides: grãos com diâmetro > 2mm. Constituintes das Rochas Carbonáticas – Pisóides: grãos com diâmetro > 2mm. – Os oóides e os pisóides são grãos poligenéticos:uns se formam por processos biogênicos e outros são precipitados químicos. – Por se formarem em ambientes diferentes, os oóides e os pisóides não apresentam significância ambiental direta. Constituintes das Rochas Carbonáticas – Oncóides: grãos recobertos com lâminas carbonáticas irregulares e parcialmente sobrepostas. Apresentam formas irregulares e podem exibir estruturas biogênicas. Alguns não apresentam núcleo. Constituintes das Rochas Carbonáticas Alguns não apresentam núcleo. Uma rocha só com oncóides se chama oncólito. – Micro- oncóides: diâmetro < 2mm. – Indicadores do Nível de Energia Ambiental: os oncóides com lâminas mais concêntricas se formaram em situações mais agitadas; os oncóides com lâminas mais irregulares se formaram em locais de menor agitação. Constituintes das Rochas Carbonáticas Constituintes das Rochas Carbonáticas – Pelóides: grãos de tamanho areia (0,1 e 0,5mm), compostos de carbonato microcristalino. Geralmente arredondados a sub-arredondados, esféricos, de forma elipsoidal a irregular, e sem estrutura interna O termo é puramente descritivo e foi cunhado por McKee & Gutschick (1969). O termo pellet, traduzido como “pelotas fecais” ou “pelotilhas”, é também comumente usado, mas tem conotação para a origem fecal. Os pelóides são grãos poligenéticos: podem ser de origem fecal (pellets) ou algálica, ou representar grãos micritizados a partir de conchas de organismos, oóides, litoclastos ou cimentos Constituintes das Rochas Carbonáticas Constituintes das Rochas Carbonáticas – Grãos Agregados: são formados quando partículas carbonáticas ficam coladas umas nas outras pela ação de cimento microcristalino ou de matéria orgânica. Geralmente variam de 0,5 a 3mm de diâmetro, apresentam formas irregulares e são fortemente micritizados. Dois tipos principais: Grapestones e Lumps. - Grapestones: termo usado como referência à semelhança que estes agregados tem com cachos de uva (Grape). - Lumps: são agregados que apresentam contornos mais homogêneos que os grapestones. A tradução mais próxima é “torrão”. Constituintes das Rochas Carbonáticas – Esquema da formação dos grapestones e dos lumps Constituintes das Rochas Carbonáticas Constituintes das Rochas Carbonáticas – Clastos: são fragmentos retrabalhados de sedimentos carbonáticos já parcialmente consolidados. Existem dois tipos: Intraclastos e Extraclastos. • intraclastos: fragmentos de sedimentos geralmente • Extraclastos: representam litologias de fora da área de deposição. São chamados também de litoclastos. de sedimentos geralmente pouco consolidados, retrabalhados dentro da própria área de deposição. • Grãos Esqueletais ou Bioclastos: São fragmentos de carapaças de diferentes tipos de organismos capazes de produzir um esqueleto carbonático; Estes grãos se modificam com o tempo e em ambientes diferentes; Constituintes das Rochas Carbonáticas A correta identificação dos grãos esqueletais numa rocha carbonática é extremamente útil na interpretação paleoambiental; Os bioclastos podem ser identificados em lâminas delgadas a partir de sua forma, sua microestrutura interna e sua mineralogia original; A maior parte dos esqueletos carbonáticos dos organismos marinhos é constituído por minerais instáveis(aragonita e Calcita HMC); Constituintes das Rochas Carbonáticas • Grãos Esqueletais ou Bioclastos: Durante os processos diagenéticos ocorre substituição dos minerais instáveis por calcita LMC o que faz com que a maioria dos bioclastos sejam de calcita LMC;sejam de calcita LMC; A forma dos fragmentos esqueletais é mantida depois da diagênese por que o fragmento é protegido por um envelope micrítico que o envolve, e o molde interno pode ser substituído por calcita espática. Constituintes das Rochas Carbonáticas Constituintes das Rochas Carbonáticas Constituintes das Rochas Carbonáticas Constituintes das Rochas Carbonáticas • Matriz: Consiste de cristais finos e densos de calcita Usualmente é chamada de micrita. Tamanho dos cristais < queTamanho dos cristais < que 4 µm. Microesparito: cristais com tamanho entre 5 e 15 µm. A micrita é poligenética Matriz Classificações das Rochas Carbonáticas • Um sistema de classificação pode ser genérico ou genético: • Genérico: definido por certas propriedades da rocha que darão o nome a esta • Genético: utiliza propriedades fundamentais da rocha, as quais se relacionam diretamente com a origem do item que está sendo classificado. item que está sendo classificado. • Existem três sistemas de classificação principais para as rochas carbonáticas: • classificação de Grabau (1904), • classificação de Folk (1959, 1962), • classificação de Dunham (1962). • Existem outras classificações, porém são pouco usudas. Classificações das Rochas Carbonáticas CLASSIFICAÇÃO: RELACIONADA AO TAMANHO DOS GRÃOS Baseia-se no tamanho médio dos grãos; Gabrau (1904) On the classifïcation of scdimcntary rocks : Economic Geology, p.228-247. Divide os calcários em três categorias:Divide os calcários em três categorias: Calcilutitos: granulometria < 62 µm Ø Calcarenitos: granulometria entre 62 µm e 2 mm Ø Calciruditos: granulometria > 2 mm Ø É muito utilizada. Tem a limitada conotação do possível nível de energia durante o transporte e deposição da rocha. Classificações das Rochas Carbonáticas 5 mm Calcilutito Calcarenito Calcirudito 5 mm • CLASSIFICAÇÃO DE FOLK (1959, 1962) • Parâmetro de classificação: grãos aloquímicos, micrita (matriz) e esparito (cimento). • Grãos aloquímicos: pelóides, oóides, bioclastos e intraclastos. Classificações das Rochas Carbonáticas Três famílias principais de calcários são reconhecidos: • calcários espáticos aloquímicos, com grãos aloquímicos cimentados por calcita espática; • calcários micriticos aloquímicos, com grãos aloquímicos envoltos pela matriz micrítica; • calcários microcristalinos (ausência de grãos aloquímicos) Observação.: Giannini & Riccomini (2000) substituem aloquímico por alobioquímico. Classificações das Rochas Carbonáticas CLASSIFICAÇÃO DE FOLK (1959) Classificações das Rochas Carbonáticas CLASSIFICAÇÃO DE FOLK (1962) Classificações das Rochas Carbonáticas CLASSIFICAÇÃO DE DUNHAM (1962) É a classificação mais utilizada e também uma das mais simples. Esta classificação se baseia na trama da rocha ou sedimento, e na presença de alguma ligação biológica. Três tipos principais de calcários:Três tipos principais de calcários: • suportados pela matriz, podendo ser chamados de Mudstones ou Wackestones; •grãos suportados, que podem ser os Packstones ou os Grainstones; •biologicamente unidos, chamados Boundstone. •Uma quarta categoria são os calcários cristalinos Classificações das Rochas Carbonáticas CLASSIFICAÇÃO DE DUNHAM (1962) • A diagênese compreende um conjunto de processos físicos e químicos que afetam os sedimentos carbonáticos após a deposição. • Conceitos: – Ginsburg (1953): é um conjunto de processos físico- químicos, bioquímicos e físicos, que modificam os sedimentos entre a deposição e a litificação, a baixas temperaturas e pressões, características da superfície ou Diagênese das Rochas Carbonáticas temperaturas e pressões, características da superfície ou próximas a ela. – Purdy (1968): o conjunto de todas as mudanças que os sedimentos possam sofrer, entre a deposição e antes do início do metamorfismo. – Adams et al. (1997): um conjunto de processos que afetam um sedimento e o transformam, de forma progressiva, em rocha sedimentar compacta. • Fatores ambientais atuantes na Diagênese: – a pressão e a temperatura; – a propriedade química e dinâmica dos fluidos diagenéticos; e – o tempo. • Fatores intrínsecos aos sedimentos: – a composição mineralógica; Diagênese das Rochas Carbonáticas – a composição mineralógica; – a textura; – a porosidade; e – a permeabilidade. • ESTÁGIOS DIAGENÉTICOS • estágios para cada fase da evolução diagenética • São usados parâmetros diferentes • Dois Autores mais importantes: • Fairbridge (1967): para qualquer tipo de rocha; • Choquette & Pray (1970): de acordo com a porosidade. Diagênese das Rochas Carbonáticas • Choquette & Pray (1970): de acordo com a porosidade. • Estágios Diagenéticos de Fairbridge (1967) – se baseia na origem, natureza e direção do movimento da água de formação (ou juvenil, ou conata). – divide a evolução diagenética em três fases: a) Sindiagênese; b) Anadiagênese; c) Epidiagênese. • Sindiagênese – Ocorre durante a sedimentação – Dividida em dois estágios: • Estágio inicial: controlado pelo quimismo das águas suprajacentes. Característica oxidante, com abundância de matéria orgânica, com bioturbação; Diagênese das Rochas Carbonáticas • Estágio inicial de soterramento:controlado pelas águas residuais, modificadas quimicamente por bactérias e outros organismos subsuperficiais. Característica redutora (pH chega a 9). – O limite inferior da diagênese vai até onde existe a ação de atividade bacteriana e varia de 1 a 100 m de profundidade. A duração absoluta desta fase oscila entre 1.000 e 100.000 anos. • Anadiagênese – Coincide com a etapa de compactação e maturação, onde os sedimentos se litificam, ocasionando a redução da porosidade e da permeabilidade. – Do ponto de vista químico: é um estágio de desidratação onde as águas juvenis são expulsas progressivamente desde Diagênese das Rochas Carbonáticas onde as águas juvenis são expulsas progressivamente desde as zonas mais profundas até zonas mais superficiais, seguindo o mergulho da bacia. – Limite inferior pode alcançar cerca de 10.000 m de profundidade. – A duração absoluta oscila ao redor de 107 a 108 anos. (100.000.000 a 1.000.000.000 anos) • Epidiagênese – É a etapa de emergência e exposição da rocha. – Incluem as transformações causadas pelos agentes superficiais: Diagênese das Rochas Carbonáticas superficiais: • Intemperismo; • Carstificação; • Pedogênese; • Etc. Estágios Diagenéticos de Fairbridge (1967): Diagênese das Rochas Carbonáticas • Estágios Diagenéticos de Choquette & Pray (1970). – baseia-se na porosidade das rochas carbonáticas. – A evolução diagenética é dividida nos estágios: • pré-deposicional; • deposicional; e • pós-deposicional. • Estágio Pré-deposicional Diagênese das Rochas Carbonáticas • Estágio Pré-deposicional – Desde a formação do sedimento até a deposição final. – A duração pode variar de 0 a algumas centenas de anos – A principal porosidade do estágio é a intrapartícula. • Estágio Deposicional – Ocorre durante a deposição. – A porosidade dominante é a intrapartícula, além de shelter e framework. • Pós-deposicional – Desde o período posterior a deposição até o momento atual – subdividido em: eogenético, mesogenético e telogenético. • Estágio eogenético. – Interface água/sedimento até as influências superficiais. – Espessura reduzida a poucos metros. – Importância na evolução da porosidade. – Processos mais importantes: dissolução e cimentação. Diagênese das Rochas Carbonáticas – Processos mais importantes: dissolução e cimentação. – Tipos de porosidade: móldica e perfurações e tocas. • Estágio mesogenético – Desde o estágio inicial de soterramento até o início da emersão. – Principais processos; cimentação e compactação • Estágio telogenético – Períodode ascensão à superfície: processos superficiais – Principais porosidade: brecha e fratura Diagênese das Rochas Carbonáticas Diagênese das Rochas Carbonáticas • PROCESSOS DIAGENÉTICOS Seis processos importantes podem ser distinguidos: cimentação, micritização microbial, neomorfismo, substituição, dissolução, compactação e dolomitização. • Cimentação Inicialmente = precipitação química nos espaços vazios. Produção de material ligante entre os grãos de uma rocha sedimentar. Os tipos de cimentos encontrados nas rochas carbonáticas são: drusiforme Calcita com baixo Diagênese das Rochas Carbonáticasc com baixo teor de Mg mosaico granular (ambientes de água doce) cimento sintaxial Diagênese das Rochas Carbonáticas Os tipos de cimentos encontrados nas rochas carbonáticas são: Fibroso (aragonitico) Calcita com altocom alto teor de Mg/ Aragonita (ambiente marinho) Micritico (HMC) Diagênese das Rochas Carbonáticas Os tipos de cimentos encontrados nas rochas carbonáticas são: Menisco Calcita com baixocom baixo teor de Mg (sedimentos recentes) Pendular Diagênese das Rochas Carbonáticas Cimento Sintaxial Cimento drusiforme Cimento fibroso Cimento Sintaxial Cimento drusiforme Cimento Menisco • Micritização Microbial – Processo de alteração dos bioclastos por algas endolíticas, fungos e bactérias. – Se a atividade dos organismos é intensa o resultado serão grãos completamente micritizados, difíceis de se distinguir. Diagênese das Rochas Carbonáticas • Neomorfismo – Mudança da forma cristalina, mantendo a mesma composição química. Ex: Aragonita � Calcita (inversão) Micrita � Espato (recristalização) – Envolve agregação e substituição de conchas de aragonita e cimento por calcita (calcitização). Diagênese das Rochas Carbonáticas Diferenciação: CIMENTAÇÃO X RECRISTALIZAÇÃO 1 – Observar o arcabouço O espato que aparece em rochas com grãos que não tem capacidade de suportar a rocha (rochas original- mente “mud-supportd”) é produto de recristalização. Pequeno espaco => cimentacao Grande espaco => recristalizacao Diagênese das Rochas Carbonáticas Diferenciação: CIMENTAÇÃO X RECRISTALIZAÇÃO 2 – Observar relíquias de matriz A- Espato límpido (sem relíquias) => cimentação B- Espato “sujo” (com relíquias) => recritalização 3 – Observar interferências espato x grãos A- Não há interferência => cimentação B- Há interferência => recristalização 4 – Observar contato entre espato x matriz A- Contato brusco => cimentação (cimentação pós- lixiviação) B- Contato gradacional => recristalização Diagênese das Rochas Carbonáticas • Substituição – Substituição de um mineral por outro de composição diferente, sem haver dissolução. Ex: Dolomitização, silicificação Obs: Tanto o neomorfismo quanto a substituição se caracterizam por preservar vestígios da mesma estrutura interna dos componen-preservar vestígios da mesma estrutura interna dos componen- tes da rocha. Em ambos ocorre um processo intergrado de dissolução/preci- pitação através de um filme de água: em um dos lados ocor- re a dissolução e no outro a precipitação. Não há formção de porosidade. A B A B Frente de dissolucao/precipitacao Neomorfismo: A = calcita, B = calcita ou aragonita Substituicao: A = silica ou dolomita, B = calcita ou aragonita • Dissolução – Resultante da passagem de fluídos pelos poros não saturados em relação à fase carbonática presente. – Grãos individuais podem ser dissolvidos se compostos por minerais não estáveis (aragonita). – É mais importante próximo à superfície nos ambientes meteóricos – Pode desenvolver porosidade vugular, cavernas e sistemas de cavernas interligadas. Diagênese das Rochas Carbonáticas cavernas interligadas. – Preferencialmente depois da deposição ou muito depois • Compactação – Produto do soterramento com sobrecarga elevada – Maior se a rocha não foi cimentada – Dois tipos principais: • Mecânica: com fratura nos grãos e redução da porosidade. • Química: Os grãos se dissolvem nos contatos, gerando contatos suturados. Gera os estilolitos Diagênese das Rochas Carbonáticas Compactação • Dolomitização • Processo complexo: transformação dos minerais originalmente calcíticos ou aragoníticos, em dolomita (CaMg(CO3)2). • Os minerais de dolomita são bastante complexos, o torna seu estudo mais complicado. Diagênese das Rochas Carbonáticas •Dolomitização por “seepage refluxion” (refluxo por infiltração) Adams & Rhodes AAPG, 44(12) Dez/1960 pp 1912-1920. MODELO PARA LAGUNAS RESTRITAS EXTENSAS E RASAS superficie de agua da laguna aumenta conc. aumenta dens. t = 35 C COMPLEXO RECIFAL FUNDO DO MAR IMPERMEAVEL HALITA HALITA + ANIDRITA ANIDRITA ZONA DE "SEEPAGE REFLUXION" ARAGONITA+CALCITA Mg CALCARIO ORGANICO 50 C 9,5pH AGUAS PROF. FRIAS CaSO4 CaSO4 n.m.m. d = 1,0 30% EVAP. RAPIDA AGUAS QUENTES t = 35 C d = 1,02 35% d = 1,05 72% NaCl 520% CaSO4 + NaCl 427% d = 1,21 353% d = 1,13 199% CO2 Obs: Desenho esquematico; exagero vertical muito grande Modelos de dolomitização Hanshow et al. (1971)Hanshow et al. (1971)Land (1985)Land (1985) ~10s m ~10s m From Warren (2000)From Warren (2000) Hanshow et al. (1971)Hanshow et al. (1971)Land (1985)Land (1985) Adams and Rhodes (1960)Adams and Rhodes (1960) ~10s m • AMBIENTES DIAGENÉTICOS – Três ambientes principais: • Ambiente diagenético marinho; • Ambiente diagenético meteórico; e • Ambiente diagenético de soterramento. – Ambiente Diagenético Marinho: Diagênese das Rochas Carbonáticas – Ambiente Diagenético Marinho: • Envolve principalmente precipitação de cimento e alteração de grãos carbonáticos por micritização e achatamento de organismos (Ex: esponjas e bivalves). • É dividida em duas zonas: digênese marinha freática ativa e diagênese marinha estagnada. Diagênese das Rochas Carbonáticas • Ambiente Diagenético Meteórico: • É dividido em duas zonas: • Vadosa: acima do nível da água. Se o clima é úmido ocorre alteração ocorre alteração especialmente de aragonita para calcita. Se é árido, ocorre pouca alteração. • freática: abaixo Diagênese das Rochas Carbonáticas • Ambiente Diagenético Meteórico Freático: – Ambiente Diagenético de Soterramento • Ocorre compactação mecânica e empacotamento dos grãos por dissolução química, cimentação da calcita que ocorre por pressão de CaCO3; e a dolomitização. • Produtos: grãos fraturados, envelopes micríticos Diagênese das Rochas Carbonáticas • Produtos: grãos fraturados, envelopes micríticos quebrados, dissolução e calcitização da aragonita e estilolitos. – Ambiente e processos diageneticos Diagênese das Rochas Carbonáticas n.m.m. superficie deposicional Meteorico Vadoso dissolucao Meteorico Freatico dis so luca o Neomorfismo Subsuperficie Compactacao Marinho Freatico => cimentacao tipo franja fibrosa dis so luca o Ativo franja fibros a cim entacao cres c. s intaxial Zona de mistura dolomitizacao Porosidade das Rochas Carbonáticas • Definição: – é a razão entre o espaço vazio total e volume total da rocha. – Valor é geralmente dado em porcentagem. • A porosidade pode ser de dois tipos: – Primária: de origem deposicional; e – Secundária: pode ser diagenética e/ou tectônica. • Choquete & Pray (1970): dividiram a porosidade dos carbonatos em três grupos principais: – porosidade de trama seletiva: poros definidos pela trama dos elementos da rocha. – porosidade de trama não-seletiva: poros não definidos pela trama dos elementos da rocha; e – porosidade de trama seletiva ou não-seletiva: poros definidos ou não pela trama dos elementos da rocha. Porosidade das Rochas Carbonáticas • POROSIDADES DE TRAMA SELETIVA • POROSIDADE INTERGRANULAR ou INTERPARTÍCULA – É a porosidade encontrada entre os grãos – É formada durante a deposição dos sedimentos – O tipo de empacotamento da trama é importante para controlaro tipo de espaço vazio encontrado. Porosidade das Rochas Carbonáticas controlar o tipo de espaço vazio encontrado. Porosidade das Rochas Carbonáticas • POROSIDADE INTRAGRANULAR ou INTRAPARTÍCULA – É a porosidade encontrada dentro dos grãos. – É muito localizada e sua efetividade vai depender muito da permeabilidade dentro do grão. Porosidade das Rochas Carbonáticas • POROSIDADE INTERCRISTALINA OU INTRACRISTALINA – Esse tipo de porosidade é aquela que ocorre entre os cristais da rocha. – Ocorre mais comumente em dolomitos substituídos e representa uma porosidade secundária. Porosidade das Rochas Carbonáticas • POROSIDADE MÓLDICA – São aquelas que revelam moldes de grãos aloquímicos que sofreram dissolução. – A dissolução da aragonita de bioclastos e oóides cria os chamados biomoldes ou oomoldes respectivamente. Porosidade das Rochas Carbonáticas • POROSIDADE FENESTRAL – Se forma devido à dessecação e a geração de gás. – Ocorrendo em finos e descontínuos horizontes. – É geralmente complementar à porosidade total da rocha. – Uma variação é chamada de bird-eye (olho de pássaro). Porosidade das Rochas Carbonáticas • POROSIDADE SHELTER – São cavidades formadas abaixo de partículas grandes, tais como conchas de boca para baixo. – São chamadas também de porosidade guarda-chuva – É geralmente um dos menores tipos de porosidade, mas pode complementar outros tipos. • POROSIDADE FRAMEWORK – formada a partir do crescimento esqueletal de organismos bioconstrutores, como os corais, estromatoporóides ou algas calcárias. – É chamado também de Growth = crescimento Porosidade das Rochas Carbonáticas • POROSIDADES DE TRAMA NÃO-SELETIVA: • POROSIDADES TIPO FRATURA, BRECHA, CANAL E CAVERNA – As fraturas resultam comumente de deformação tectônica, de escorregamentos e deslizamentos. É muito comum e pode aumentar em várias vezes a permeabilidade efetivapode aumentar em várias vezes a permeabilidade efetiva dos calcários. – As porosidades tipo fratura, brecha, canal e caverna se formam geralmente uma das outras a partir de um constante aumento no tamanho dos poros por dissolução. Porosidade das Rochas Carbonáticas Porosidade fratura Porosidade Caverna Porosidade das Rochas Carbonáticas • POROSIDADE VUGULAR Vugs são poros com diâmetros maiores que 1/16mm visíveis a olho nu, de forma equigranular, que representam a ampliação de porosidades intragranular e intergranular, envolvendo a dissolução do cimento. Porosidade das Rochas Carbonáticas • OUTROS TIPOS DE POROSIDADE – Dentre os outros tipos de porosidade de menor significância podem ser citadas: • Porosidade de perfuração (boring): ação biogênica. • Porosidade em tocas (burrow): ação biogênica.• Porosidade em tocas (burrow): ação biogênica. • Porosidade de dessecação (shrinkage): processo de dessecação por exposição subaérea • Porosidade Estilolítica: embora os estilolitos representem zonas de porosidade muito baixas ou nulas, eles podem agir tanto como porosidade ou como canais importantes para migração de fluidos. Porosidade das Rochas Carbonáticas Porosidade de tocas Porosidade estilolítica Porosidade de dessecação Fácies Carbonáticas Lacustres • Podem ser gerados modelos de fácies verticais idealizados para os lagos assim como foram para carbonatos marinhos; • As espessuras das fácies lacustres são geralmente pequenas e a linha de costa dos lagos são mais susceptíveis as flutuações climáticas e tectônicas;climáticas e tectônicas; • Os depósitos lacustres mostram mudanças de fácies abruptas e complexas, tanto lateral como verticalmente, tornando a análise das seqüências de fácies particularmente mais complicada. Fácies Carbonáticas Lacustres • HIDROLOGIA E DINÂMICA DOS LAGOS Existem dois tipos principais de lagos: – Lagos hidrologicamente abertos: tem uma saída de água (outlet) com linha de costa relativamente estável. – Lagos hidrologicamente fechados: não tem saída de água, e podem ser perenes ou efêmeros, dependendo do clima. • Muitos lagos apresentam águas estratitificadas termal e• Muitos lagos apresentam águas estratitificadas termal e químicamente. • No epilimnion (próximo a superfície) a troca de calor solar resultam em águas mornas e oxigenadas; • No hipolimnion (abaixo da termoclina) as águas são frias e densas, e podem não ter oxigênio. • Os Lagos tropicais experimentam menores variações termais e a estratificação é mais estável. Tais lagos são chamados oligomíticos. • Quando os lagos apresentam movimentações verticais eles são chamados de meromíticos. Fácies Carbonáticas Lacustres Subdivisão dos Ambientes Lacustres: Fácies Carbonáticas Lacustres • MODELOS DE FÁCIES LACUSTRES identificam-se dois grupos principais de fácies lacustres: – Fácies marginais de lago (“litoral”) e – Bacia lacustre (“pelágico”). • Fácies Marginais Lacustres – Os carbonatos são biogênicos ou bio-induzidos (<10m). – Os carbonatos são biogênicos ou bio-induzidos (<10m). – Fácies lamosas dominam a maior parte das águas rasas. – Fácies mais grossas (grainstone) são pouco desenvolvidas se comparadas com os análogos marinhos > baixas energias. – Os carbonatos de litoral podem passar lateralmente para depósitos clásticos de planície de inundação ou fluvial. – Menores quantidades de evaporitos, solos ou tufas podem ser depositadas em estágios de lago baixo. – A zona da linha de costa é dominada por sedimentos bioclásticos e algálicos. Fácies Carbonáticas Lacustres • Fácies Bacinais Lacustres – Os sedimentos formados em águas profundas e abertas não mostram evidências de vegetação in situ. – Apesar da razão de precipitação carbonática ser alta, a razão de sedimentação é baixa. – Na zona pelágica, o carbonato é suprido principalmente pela precipitação bioinduzida pelo fitoplâncton, e por resedimentações.resedimentações. – O conteúdo de sedimentos siliciclásticos finos é comumente maior do que nos depósitos marginais do lago. – Sob estratificação permanente se desenvolve anoxia e podem ser depositadas fácies ricas em matéria orgânica. – Em lagos rasos ou polimíticos que não são permanentemente estratificados, predominam fácies pobremente laminadas ou não laminadas,devido a bioturbação. Fácies Carbonáticas Lacustres • MORFOLOGIA E ENERGIA DAS MARGENS LACUSTRES • A profundidade e a morfologia das margens dos lagos controlam o desenvolvimento de fácies bacinais ou marginais lacustre: – Lagos com gradiente elevado, com margens tipo-banco, apresentam grande desenvolvimento de fácies bacinais. – Lagos com baixo gradiente, com margem tipo-rampa, apresentam essencialmente fácies marginais.apresentam essencialmente fácies marginais. • Dependendo da morfologia e da energia, a margem lacustre pode ser dividida em quatro tipos: – margem tipo banco de baixa energia; – margem tipo banco de alta energia, dominada por onda; – margem tipo rampa de baixa energia; – margem tipo rampa de alta energia, dominada por onda. Fácies Carbonáticas Lacustres 1 - Margens tipo banco de baixa energia; 2 – Margens tipo banco de alta energia; 3 – margens tipo rampa de baixa energia; e 4 – margens tipo rampa de alta energia. • As classificações das rochas carbonáticas apresentadas são as mais utilizadas pela maioria dos pesquisadores. • Cada uma com seus diferentes parâmetros classificatórios podem apresentar vantagens e desvantagens umas sobre as outras. • As classificações de Folk (1959, 1962) e Dunham (1962) podem CONCLUSÕES • As classificações de Folk (1959, 1962) e Dunham (1962) podem apresentar problemas por que ambas não consideram os efeitos dos processos diagenéticos. Apesar disso, essas duas classificações são as mais completas propostas até hoje. • Uma influência direta dos processos diagenéticos ocorre na geração ou destruição da porosidade, que é de vital interesse na indústria do petróleo.
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