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Enzimologia Clínica

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E�imologi� Clínic�
- A enzimologia clínica é uma das especialidades da
química clínica que tem por objetivo utilizar enzimas
como biomarcadores.
- O objetivo é quantificar enzimas (que estão
presentes no meio intracelular) no soro com o intuito
de relacionar a presença da enzima no soro com o
tecido que sofreu algum tipo de dano.
- São encontradas em todos os tecidos
- Algumas enzimas são expressas em maior
quantidade em determinados órgãos. Isso ocorre
devido a função biológica/fisiológica que essa enzima
desempenha. Dessa forma, a dosagem dessas
enzimas no soro pode indicar o tecido no qual
ocorreu lesão celular.
- Quando há lesão celular ocorre maior liberação de
enzimas, havendo aumento da sua concentração
plasmática
- Determinação da enzima no soro/plasma fornece
informações ao diagnóstico em relação ao local e
extensão da lesão
Limitações do diagnóstico com enzimas
- Falta de especificidade para um tecido particular,
muitas enzimas existem em mais do que um tecido, ou
seja o aumento plasmático pode refletir lesão em
qualquer um dos tecidos
- Se a coleta for feita muito cedo, a enzima pode
ainda não ter chegado na corrente sanguínea
- Se a coleta for feita muito tarde, a enzima pode já
ter sido eliminada
Principais enzimas de interesse clínico
● Biomarcadores da Função Pancreática
➔ Amilase
- Participa da digestão dos carboidratos
- É secretada pelas células acinares do pâncreas
para o ducto pancreático, e depois para o duodeno.
- O aumento da amilase pode ser causado por lesão
das células acinares (ex: pancreatite) ou obstrução
no fluxo do ducto pancreático (ex: carcinoma
pancreático)
- Nesses casos, a amilase fluirá para o sistema
linfático intrapancreático e, por drenagem, atingirá
os vasos sanguíneos, elevando sua concentração
sérica.
- O aumento das concentrações séricas de amilase
acontece dentro de 3 a 8 horas após o início da
doença, sendo rapidamente eliminada pelos rins,
atingindo os níveis normais em 48 a 72 horas ,
entretanto, em casos de pancreatite persistente ou
obstrução dos ductos pancreáticos, os níveis de
amilase no soro estarão persistentemente
aumentados.
- Na prática clínica a amilase é usada para monitorar
a pancreatite aguda (causas mais comuns: cálculo
biliar, infecções virais (ex.: caxumba, pneumonia...),
consumo de etanol e lesão abdominal)
- No caso de pancreatite crônica, ocorre uma
elevação discreta da amilase sérica, devido à
destruição das células acinares, responsáveis pela
produção da enzima -> são características desse
quadro: doença inflamatória contínua, lesões
irreversíveis e fibrose irregular que podem ser
causadas por consumo de etanol, doenças congênitas
e hereditárias.
Limitações da Amilase
- A amilase não é específica
- Doenças não pancreáticas podem elevar os níveis
de amilase, como perfuração do intestino, úlcera
péptica penetrante para o pâncreas, obstrução
duodenal e parotidites (caxumba)
Valores de referência
- Os valores de referência da amilase no soro são de
60 a 160 U/dl.
- Na pancreatite aguda a elevação pode ser de 4 a 6
vezes o valor de referência
- Na pancreatite crônica a elevação é de cerca de 2
vezes o valor de referência.
- Valores elevados serão encontrados em casos de
pancreatite aguda, pancreatite crônica, perfuração
de intestino, caxumba, obstrução duodenal, obstrução
do ducto pancreático (tumores).
➔ Lipase
- Secretada pelo pâncreas para o duodeno, com o
intuito de hidrolisar os triglicérides
- Aumenta na corrente sanguínea devido lesão das
células acinares pancreáticas
- O teste para determinar a lipase é muito sensível a
pancreatite aguda , em que normalmente os níveis
acompanham os da amilase
- Níveis de lipase aumentam entre 12-24 horas da
lesão, atingindo o pico em 24-48 horas, e retornam
ao normal em 7-10 dias
- Na pancreatite aguda os valores podem alcançar
de 5-10 vezes o limite superior de referência
- No caso de pancreatite crônica e obstrução
duodenal os níveis de lipase são inferiores a 3 vezes
os valores de referência
- VALOR DE REFERÊNCIA: 38 U/l
- Sintomas das pancreatites: esteatorréia (gordura
nas fezes - consequência do prejuízo na digestão de
lipídeos), diarréia (consequência da presença de
carboidratos não metabolizados no intestino que
promoverão retenção de água) e dor abdominal
(consequência do processo inflamatório pancreático)
Biomarcadores da função hepática
➔ Alanina Aminotransferase (ALT)
- Participa do metabolismo dos aminoácidos
- Muito específica para o diagnóstico de doença
hepatocelular
- Expressa em vários tecidos, principalmente fígado
- A ALT localiza-se no citoplasma das células
hepáticas , por isso, lesão tecidual ou doença que
afete o parênquima hepático irá promover liberação
de grande quantidade dessa enzima para a corrente
sanguínea, dessa forma as causas mais comuns de
elevação dos níveis de ALT são hepatopatias
- O músculo esquelético também possui ALT e em casos
onde há dano severo à musculatura pode ocorrer aumento
dos níveis séricos dessa enzima.
- Quadro clínico de miosite (inflamação crônica +
fraqueza) ou de uma rabdomiólise grave (síndrome grave
que ocorre devido lesão muscular por trauma) podem
elevar muito essa enzima
- Os valores séricos de ALT podem se encontrar
elevados nas seguintes situações: hepatites, cirrose,
necrose hepática, isquemia hepática, tumor hepático, dano
por drogas hepatotóxicas, miosite, rabdomiólise grave e
colestase (redução do fluxo biliar, causando a diminuição
ou interrupção do mesmo, ex: hepatite infecciosa e
cálculos na vesícula biliar)
- VALORES DE REFERÊNCIA: até 31 U/l (mulheres)
e 41 U/l (homens).
➔ Aspartato Aminotransferase (AST)
- Alta concentração no fígado
- Utilizada no diagnóstico de doença hepatocelular
- Lesão tecidual ou doença afetando o parênquima
hepático liberará a enzima para a corrente sanguínea
- Valores elevados podem ser : Hepatites, cirrose
hepática, necrose hepática, fármacos hepatotóxicos,
tumor hepático
****AST e ALT são descritas em conjunto como
“transaminases” e são consideradas atualmente como
teste “Padrão Ouro” para avaliação da função
hepática****
- VALORES DE REFERÊNCIA : 31 U/l e 37 U/l
➔ Fosfatase Alcalina
- Está presente em diversos tecidos, tendo maior
concentração do fígado, epitélio do trato biliar e no osso
- Pode ser usada para diagnosticar doenças
hepáticas, ósseas e biliares
- Apresenta várias isoenzimas (enzimas com mesma
função biológica que possuem estruturas químicas
moderadamente distintas)
- Isoenzima de origem hepática : FA1
- Isoenzima de origem óssea: FA2
- No fígado ela é secretada pelos hepatócitos e
pelas células do epitélio do trato biliar
- As maiores elevações de FA ocorrem nos casos de
obstrução do trato biliar
- Já nos casos de tumores hepáticos, hepatites e
fármacos hepatotóxicos as elevações da enzima são
menores (afetam o parênquima hepático)
- Valores elevados podem ser: Cirrose, obstrução
biliar intra e extra-hepática, tumor hepático, tumor
ósseo, recuperação de fraturas ósseas, fases de
crescimento normal dos ossos.
- VALORES DE REFERÊNCIA: adultos: 27 a
100 UI/l; crianças até 16 anos: 75 a 390 Ul/l
(crescimento ósseo)
➔ GamaGlutamil Transferase
- Enzima ocorre em vários tecidos
- Está localizada nos hepatócitos e no epitélio do
trato biliar, assim os níveis séricos/plasmáticos de
γ-GT são afetados tanto pela lesão hepatocelular
aguda quanto pela obstrução do trato biliar
- Pode ser usado para diagnosticar doenças
hepáticas e colestase (redução do fluxo biliar)
- No caso de uma colestase os níveis de gama
glutamil acompanha os da Fosfatase alcalina (FA)
- Valores elevados podem indicar: Hepatite, cirrose,
necrose hepática, tumor hepático, colestase,
fármacos hepatotóxicos, ingestão alcoólica.
- VALORES DE REFERÊNCIA:
Mulheres- 5 a 39 U/l e Homens- 7 a 58 U/l
***
↑ AST e ALT: lesão hepática (FA e γ-GT podem
ou não estar ↑).
↑ FA ↑ γ-GT com AST e ALT normais: Ducto biliar.
↑ FA com γ-GT, AST e ALTnormal: problema
ósseo. ***
Biomarcadores da Lesão Muscular
➔ Creatinoquinase (CK ou CPK)
- Valores elevados podem ser: miosite, traumatismo
muscular, exercício físico intenso,após cirurgia e
injeções intramusculares, uso de estatinas, infarto do
miocárdio.
- VALORES DE REFERÊNCIA:
Mulheres- 22,0 a 199,0 U/l
Homens- 22,00 a 334,0 U/l
Biomarcadores da Função Cardíaca
➔ Creatoquinase (CK) - MB
- A CK-total pode ser separada em 3 frações:
● CK-BB
Neurônio
● CK-MM
Músculo Esquelético
● CK-MB
- Encontrada predominantemente no músculo
cardíaco
- Sua determinação é bem específica para o
diagnóstico do Infarto Agudo do Miocárdio (IAM)
- Os níveis dessa enzima aumentam dentro de 3-6
horas após ocorrência do infarto, atingindo valor
máximo em 16-24 horas e retornando ao normal em
48-72 horas.
- Em função do tempo necessário para a elevação de
seus níveis sanguíneos (3-6 horas), a CK-MB é
pouco sensível para diagnóstico de IAM nas
primeiras 3 horas após o evento cardíaco, por conta
disso a enzima é utilizada para avaliação de
re-infarto.
- Nova elevação dos seus níveis antes de 72 horas
ou nova elevação após normalização prévia indica
novo infarto.
- VALORES DE REFERÊNCIA: são de 26 a 192
U/l (em mulheres) e 390 a 308 um/l (em homens).
Troponinas
- Elas são proteínas presentes nas células musculares do
aparelho miofibrilar do sarcômero, ou seja, o núcleo
básico da parte contrátil da fibra muscular cardíaca
- Consideradas padrão ouro
- As Troponina I (TnI) e Troponina T (TnT) são
encontradas especificamente no coração
- A troponina é liberada nas primeiras 4-8 horas, mas
pode não se elevar até 12 horas. O pico de sua
concentração sérica acontece entre 36 e 72 horas,
normalizando dentro de 5 a 14 dias
- NÍVEIS DE REFERÊNCIA:
Tnt até 0,1 ng/ml
Tnl: até 1 ng/ml
- Pode detectar microinfartos e também possibilita o
diagnóstico tardio de infarto do miocárdio, porém
alterações no soro NÃO são detectadas nas primeiras
horas após o início dos sintomas
➔ Mioglobina
- Presente tanto na musculatura esquelética quanto na
cardíaca
- Marcador precoce da necrose miocárdica, por isso é a
principal vantagem em relação aos demais marcadores
- Liberada na circulação após 1 a 2 horas da morte da
célula, sendo o pico da concentração sérica dessa
proteína acontece entre 6 e 9 horas, de forma que ela se
normaliza de 12 a 14 horas após o evento cardíaco
- Sua utilização não é específica para o miocárdio, pois
ela também é encontrada na musculatura esquelética. Por
isso, outras situações podem levar ao aumento dos níveis
plasmáticos de mioglobina, como miosite, exercício físico
intenso e trauma muscular (rabdomiólise).
- A medição da proteína se faz útil quando associada a
outros marcadores cardíacos
- REFERÊNCIA:
Mulheres: 12 a 76 ug/l
Homens: 19 a 92 ug/l

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