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Resumo de Contrato de Trabalho Doméstico - Direito do Trabalho

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Larissa Santos 
 
 
 
Trabalho doméstico é aquele realizado por pessoa física em caráter contínuo, 
no âmbito residencial de uma pessoa ou família, sem destinação lucrativa. Não é 
considerado trabalho doméstico aquele em que o trabalhador atua em qualquer atividade 
que gera lucro para o patrão, mesmo que o trabalho ocorra na residência do empregador. 
É um trabalho significante como qualquer outro, contudo, embora as evoluções 
legislativas concedendo alguns direitos a estes trabalhadores, até recentemente eles 
permaneceram laborando sem reais direitos trabalhistas. 
O trabalho doméstico no Brasil teve sua origem no período de escravidão e era 
exercido por crianças, homens e mulheres negros, em geral escravos vindos da África, 
que laboravam em jornadas extensas e totalmente desumanas de trabalho. 
A primeira norma contemplando o trabalho doméstico surgiu em 1830 e se 
limitava a tratar do contrato escrito sobre prestação de serviços feitos por brasileiros ou 
estrangeiros, dentro ou fora do Império. Com a abolição da escravatura, em 1888, os 
ex-escravos passaram a ter direitos e deveres como cidadãos comuns, bem como 
adquiriram direito a remuneração pelo seu trabalho, passando aqueles que trabalhavam 
em casas de família a serem denominados empregados domésticos, mas o trabalhador 
doméstico continuou sem qualquer regulamentação de suas atividades, estando à mercê 
de abusos por partes de seus empregadores. 
Assim, em 1916, o Código Civil disciplinou contratos trabalhistas ligados à 
locação de serviços dos empregados, inclusive domésticos. 
Após as criações de diversas regulamentações, algumas poucas prerrogativas e 
proteções a estes trabalhadores só surgiram apenas no ano de 1972, com a Lei nº 5.859, 
que trouxe alguns direitos como benefícios e serviços da previdência social, férias 
anuais com o adicional de 1/3 e carteira de trabalho. 
Os domésticos também foram contemplados com o direito ao vale transporte 
(Decreto nº 95.247/87) e a Lei nº 5.859/72 ficou sendo a lei específica que definia a 
relação do empregado doméstico até a promulgação da Constituição Federal Brasileira de 
1988, ainda em vigor. 
Com a Constituição de 1988 os domésticos obtiveram alguns direitos, previstos 
em nove dos trinta e quatro incisos do art. 7º. 
Contrato de Trabalho Doméstico 
Larissa Santos 
Em que pese todas as leis e a busca de melhores condições de trabalho, o 
trabalhador doméstico permaneceu até recentemente desfavorecido e discriminado, com 
vedação de muitos direitos à categoria persistindo, ainda, resíduos da época da escravidão. 
Somente em 2013 é que se conquistou uma grande vitória, com a aprovação da Proposta 
de Emenda Constitucional nº 66, conhecida como “PEC das domésticas”, que alterou o 
art. 7º da Constituição Federal, visando igualar os direitos dos trabalhadores domésticos, 
urbanos e rurais. 
Embora o enorme avanço, alguns direitos ficaram pendentes de regulamentação, 
causando muitos transtornos e incertezas para os trabalhadores domésticos, que ainda se 
sentiam lesados diante de todas as limitações enfrentadas. 
No dia 02 de junho de 2015 foi publicada a Lei Complementar nº 150, de 1º de 
junho de 2015, que entrou em vigor na data da sua publicação, com aplicação a todos os 
contratos de trabalho doméstico e não se aplicando às diaristas. Engloba os direitos 
garantidos aos domésticos antes e depois da Emenda Constitucional de 72, trazendo 
novidades legislativas e revoga a antiga Lei dos Domésticos (Lei 5.859/72). 
Com o advento da Lei Complementar 150/2015, surgiram, expressamente, os 
direitos trabalhistas aos empregados domésticos, visando garantir uma maior qualidade 
na prestação dos serviços destes para com seus empregadores. 
Somente com a confecção de leis que venham a beneficiar os trabalhadores 
menos vistos pela classe patronal, é possível se fazer justiça. Foi assim, com os 
empregados domésticos com o advento da Lei Complementar nº 150/2015. Diga-se de 
passagem, que nem a constituição de 1988, considerada a constituição cidadã olhou para 
essa classe trabalhadora que é fundamental para as nossas vidas. Pois, não temos como 
sobreviver sem seus serviços essenciais que complementam o nosso desenvolvimento. 
Finalmente o reconhecimento de uma classe tão sofrida, tão necessária foi 
contemplado com benefícios legais, justo e a tempo de corrigir distorções com outras 
classes. Portanto, os direitos do trabalhador doméstico reconhecidos foi mais uma 
conquista legítima que a muito tempo se esperava.

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