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O romance Torto Arado tem como história a família de Zeca Chapéu e 
Salustiana, e suas filhas Bibiana e Belonísia, descendentes de escravizados, em que o 
cenário da obra é uma fazenda fictícia Água Negra, um local que representa o sertão 
brasileiro e suas relações sociais, o trabalho servil e o latifúndio, marcados pela seca, a 
violência, e também pelas lendas, crenças e religiosidades próprias da mistura cultural e 
da ancestralidade africana, fora também outros problemas como o trabalho infantil, a 
dificuldade de se aposentar, a ausência de remuneração pelo trabalho, o trabalho de 
domingo a domingo e as desigualdades raciais, sociais e de gênero, que é o foco desse 
trabalho. 
Desde o período colonial, sempre houve tanto as desigualdades de gênero e 
raciais quanto as sociais no sertão. No período colonial, essas desigualdades eram bem 
mais fortes e explícitas, mas, infelizmente, ainda existem no século atual, e no sertão 
ainda é um pouco mais aflorado. 
No sertão, as mulheres, os negros, e os pobres, infelizmente ainda vivem e 
passam por muitas desigualdades e dificuldades, devido à sua minoria e tradicionalismo 
patriarcal do período colonial. Naquele período, os negros, por serem maioria e não 
terem voz, eram escravizados sem terem pagamentos, aposentadoria, nem dia de folga, e 
isso ficava à quem dos patriarcas das famílias ricas, que só viam o lado deles na questão 
de produção. As mulheres, com a supervalorização da masculinidade naquele período, 
eram inferiorizadas na sociedade, passando isso para as crianças, sendo atribuído ao 
homem todo poder sobre os filhos, a mulher, os escravos e os servos, sendo que 
mulheres viviam para a família e suas atividades voltavam-se ao trabalho doméstico, 
dificultando o acesso ao mundo externo, sendo vistas como sujeito frágil, dependente, 
emotivo, sexualmente passivo e instintivamente maternal. E os pobres ficavam nesse 
meio da escravidão e da inferiorização das mulheres. 
Na época em que o livro relata, não é muito diferente, em que os pobres eram os 
funcionários das fazendas, sendo tratados quase que como escravos, quase que sem 
pagamentos, sem folga, sem aposentadoria nem nada, sendo bastante triste essa 
realidade. Eles podiam ter uma pequena terra para moradia, mas que não atrapalhasse as 
terras dos donos das fazendas, tendo que ficar ‘esmolando’ os documentos para suas 
aposentadorias e para terem seus pequenos pedaços de terras, os quais não sediam ou 
sediam com muito custo. As mulheres do campo eram maltratadas pelo sol, pelo 
trabalho árduo, pela seca, pelas crianças que pariam muito cedo, pelas necessidades que 
passavam, dentre outros. 
Dessa forma, foi possível observar que as desigualdades raciais, sociais e de 
gênero ainda são bem marcantes narradas no livro. Uma possível intervenção jurídica 
que pode ser feita é a de assistência simples às partes de baixa renda que não tem 
condições de se defender em um processo, podendo dar a entrada em um processo e 
fazer todo um acompanhamento para essas famílias, em relação ao pagamento, 
aposentadoria, desigualdades raciais, sociais, de gênero, dentre outros processos.

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