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Tricomoníase e Ciclosporidiose e Microsporidiose

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LIII Gleice 
Aula 12 – Parasito 
 
TRICOMONÍASE 
 
Definição: 
É uma doença infectocontagiosa, parasitaria, do sistema geniturinário do homem e da mulher. Causada pelo 
Trichomonas vaginalis. É uma DST. É a DST não viral mais comum no mundo. 
 
Na mulher, a infecção tem sido associada a sérias sequelas, como: 
- doença inflamatória pélvica 
- câncer cervical 
- parto prematuro e baixo peso em bebês nascidos de mães infectadas 
 
A infecção pelo T. vaginalis aumenta a transmissão e aquisição do HIV. 
 
Estimativa de incidência global de doenças sexualmente transmissíveis em 2005 e 2008 (milhões de casos) 
2005: 248,5 milhões 
2008: 276,4 milhões 
 
Agente etiológico 
- Tricomoníase é uma doença causada pelo protozoário Trichomonas vaginalis 
 
Morfologia 
- Esse protozoário existe somente na forma trofozoítica 
- Não forma cistos 
- O T. vaginalis apresenta mais de uma forma; sua morfologia é piriforme ou amebóide, tanto no hospedeiro atual 
quanto em meios de cultura. 
- São elipsóide ou mais algumas vezes 
- Apresenta 4 flagelos livres que surgem de uma pequena cavidade no pólo anterior da célula (canal periflagelar). 
- Existe ainda outro flagelo recorrente aderido ao corpo do parasito, denominado membrana ondulante. 
- Apresenta o axóstilo, estrutura de sustentação rígida formada por microtúbulos, que parte do centro até a 
extremidade posterior gerando saliência 
 
Ciclo de vida 
- trofozoítos 
- reproduz-se por divisão binaria longitudinal 
- não forma cistos 
 
- É um organismo anaeróbio facultativo, portanto, se desenvolve muito bem na ausência de O2. 
- Preicsa que o hospedeiro sintetize moléculas essenciais (nucleotídeos, ácidos graxos, aminoácidos) 
- Sobrevive em ambientes de 20° a 40°C e em pH ácido (idealmente, entre 5,5 e 6). 
- Contém hidrogenossomas (envolvidas no metabolismo de carboidratos) 
- hidrogenases transformam piruvato em acetato e liberam ATP e H2 
- Essas características fazem com o que o aparelho geniturinário seja o local preferencial de colonização e infecção 
desse agente. 
- Em mulheres, a T. vaginalis é encontrada na uretra, glândulas maiores e parauretrais, vagina, endo e ectocérvice 
uterinas e tubas uterinas. 
- No sexo masculino, os habitats podem ser uretra, próstata, vesícula seminal e epidídimo. 
Pseudocisto: forma intraflagelar 
 
Epidemiologia 
 
LIII Gleice 
- É uma doença sexualmente transmitida e de distribuição mundial 
- Doença não-viral mais prevalente 
- Atinge principalmente mulheres de (16 - 35 anos) e em homens sexualmente ativos 
- 4,3 milhões de casos por ano no Brasil 
 
Incidência e prevalência (em milhões de casos) de tricomoníase - 2008 
 
 
- Fatores de risco: status socioeconômico 
- Sobrevive em água tratada e em piscinas 
- Cerca de 25% a 50% das mulheres positivas são assintomáticas 
- Não é uma zoonose 
- Amplificação da transmissão do HIV 
 
Mecanismos de transmissão 
 
1. Relação sexual (mais frequente) 
2. Durante o parto 
3. Outras formas de transmissão 
- Roupa Íntima ou de cama; acredita-se também que esses mecanismos adicionais possam influir, como a 
transmissão por água ou objetos íntimos (toalhas, roupas e artigos de banho), uma vez que transmissão entre mães 
e filhas já foi observada. 
- Instalações sanitárias 
Período de Incubação: 4 a 28 dias 
 
Patogênese 
As condições para que a patogênese ocorra ainda não são totalmente esclarecidas, porém acredita-se que alguns 
fatores possam propiciar a infecção, tais como; 
- Alteração da flora bacteriana vaginal 
- Redução da acidez local 
- Diminuição do glicogênio nas células epiteliais 
- Acentuada descamação epitelial pode contribuir para ocorrência de infecção sintomática 
 
Mecanismos Moleculares: 
- Infecta o epitélio do trato genital 
- Capacidade de adesão tem papel muito importante na patogênese 
→ Adesão nasce através de proteínas: adesinas 
→ Tratamento com tripsina abole adesão 
- Cisteíno-proteases extracelulares que vai: 
→ Que digerem mucinas e imunoglobulinas locais 
- A adesão é dependente de temperatura, pH e tempo 
 
LIII Gleice 
 
 
Relação Parasito-Hospedeiro 
- Resposta imune protetora - IgA secretora 
 
- Reinfecções 
→ Ausência de imunidade adquirida 
→ Grande variabilidade de isolados 
 
Manifestações clínicas 
A maioria das mulheres que apresenta Trichomonas vaginalis na sua flora é colonizada, ou seja, possui o 
protozoário, mas não desenvolve infecção clínica. 
 
Na mulher 
Assintomática: 25 a 50% dos casos 
Vaginite aguda: 
- Corrimento vaginal fluido, bolhoso e abundante, geralmente de cor amarelo esverdeada e de odor fétido 
 
- Prurido (coceira) ou irritação vulvovaginal 
- atrapalha algumas situações sociais 
- Dor durante as relações sexuais (dispareunia) 
- Dor ao urinar (disúria) 
- Dor pélvica 
 
Vaginite crônica: 
sintomas leves 
- Aumenta a transmissão e aquisição do HIV 
- Pode até induzir uma modificação do epitélio vaginal 
 
No homem 
Assintomático (a maioria) 
Casos sintomáticos 
- Uretrite: corrimento abundante 
- Sintomatologia leve: escasso corrimento, disúria, prurido 
- Complicações (raras): epididimite, infertilidade e prostatite (próstata inflamada) 
- Susceptibilidade à doença pode ser resultado da imunossupressão associada ao HIV. 
 
Aumento da transmissão do HIV associado à tricomoníase pode ser o resultado de: 
1. Inflamação local produzida pela doença 
2. Rompimento dos tecidos produzido pela doença 
3. Alta prevalência desta doença em indivíduos infectados com HIV 
4. Suscetibilidade à doença pode ser resultado da imunossupressão associada ao HIV 
 
Diagnóstico 
Coleta da amostra 
Homem 
→ Materiais: secreção de uretra, urina (primeiro jato), secreção prostática (sêmen) e material sub-prepucial 
 
Mulher 
→ O diagnóstico é microbiológico e pode ser feito na própria consulta médica por meio da coleta da secreção vaginal 
com observação direta dos protozoários flagelados pela microscopia óptica. 
 
 
LIII Gleice 
→ Materiais 
- Secreção vaginal exame microscópico de preparação a fresco ou coradas 
- Imunofluorescência direta, bastante sensível, mas também mais cara cultura do parasito 
 
 
Tratamento 
O tratamento de escolha é o antimicrobiano Metronidazol 2g, VO, dose única (age contra anaeróbios) e a parceria 
sexual também deve ser tratada para evitar reinfecção. 
 
Porém, devido aos casos de ineficácia do tratamento em dose única e ao surgimento de cepas resistentes, 
alternativas estão sendo avaliadas. 
 
Porém, devido aos casos de ineficácia do tratamento em dose única e ao surgimento de cepas resistentes, 
alternativas estão sendo avaliadas. 
 
- Sistêmico 
→ Secnidazol 2g VO DU 
→ Tinidazol 2g VO DU 
- Na gravidez, tratar a partir do segundo trimestre 
- Na lactação: tratar com dose única 
- Suspender atividade sexual durante o tratamento 
- Não ingerir bebidas alcoólicas (efeito antabuse) 
- Tratar parceiros sempre 
Em gestantes, o tratamento além de aliviar os sintomas, previne infecção respiratória ou genital no recém-
nascido. O mesmo tratamento é recomendado para puérperas. 
- Na lactação tratar com dose única tópico com óculos ou creme de imidazólicos coadjuvantes no alívio de sintomas. 
 
Prevenção 
- Sexo seguro, incluindo uso de preservativo 
- O cuidado com os fômites (instrumentos ginecológicos, toalhas, roupas íntimas) - secreções 
- O tratamento do doente e de todos os seus parceiros 
 
Só o tratamento medicamentoso adequado não garante a eliminação da doença, visto que o indivíduo pode ser 
reinfectado caso o parceiro ou parceira não sejam tratados também, pois podem ser portadores assintomáticos. 
Os medicamentos não impedem a reinfecção. 
 
CICLOSPORIDIOSE 
 
Definição: 
● É uma doença infecciosa que atinge o trato gastrointestinal humano (delgado), causada pelo patógeno Cyclospore 
cayanensis. 
● Pequeno parasita intracelular que invademas células da mucosa intestinal do delgado 
- Patologia emergente pois este protozoário foi descrito recentemente como parasita humano 
 
Classificação 
● Agente Etiológico Cyclospora cayetanensis 
● Taxonomia 
- Filo: Apicomplexa 
- Classe: Sporozoa 
- Ordem: Eucoccidiida 
- Família: Eimeriidae 
 
LIII Gleice 
- Gênero: Cyclospora 
 
Epidemiologia 
● O primeiro caso da infecção humana por causa do Cyclospora foi descrito em 1979 
● Cyclospora é amplamente distribuído no mundo, no entanto, a prevalência exata não é conhecida 
● Têm sido observados surtos relacionados ao consumo de framboesas, morango e manjericão nos EUA e Canadá 
 
 
 
Ciclo de vida 
● Semelhante aos dos demais coccídios intestinais 
● Os oocistos eliminados nas fezes são imaturos (não esporulado, levando 7 a 15 dias para desenvolver os oocistos 
esporulados, forma infectante). 
 
 
 
Validade dos oocistos 
● A 4 °C na água: 2 meses 
● A 37 °C por 7 dias 
● Não resiste a aquecimento de 60 °C durante uma hora 
● São resistente a muitos desinfetantes, incluindo o nível de cloração utilizado em rede de tratamento de água. 
 
Patogenia e Sintomatologia 
● Assintomáticos 
● Sintomáticos 
- Diarreia: autolimitada que dura 3 a 4 dias: podem ocorrer recaídas frequentes durante um período de 2 a 3 
semanas. 
 
LIII Gleice 
- Outros sintomas: Dor abdominal, Náuseas e Vômitos, Perda de peso, Fadiga e Febre baixa. 
- Em indivíduos imunocomprometidos, o quadro diarreico é crônico e intermitente. 
 
Diagnóstico 
● Diagnóstico parasitológico 
- Pesquisa de oocistos (imaturos) nas fezes (o número de oocistos eliminados nas fezes é muito baixo) 
● Outros métodos - Biópsia de jejuno – PCR 
 
Outras considerações 
● Sazonalidade (depende da região) 
● Reservatório (o ser humano parece ser único hospedeiro do C. cayetanensis) 
● Tratamento (Sulfametoxazol + Trimetoprim) 
● Profilaxia (educação sanitária, melhoramento sanitário e controle dos alimentos) 
 
MICROSPORIDIOSE 
 
Agentes etiológicos: parasitas pertencentes ao Filo Microspora 
● 143 gêneros, 1200 espécies. ● 
 Eucariotos primitivos: aspectos moleculares e citológicos de procariotos. 
● Parasitas intracelulares obrigatórios. 
● Somente 7 gêneros têm sido descritos como patógenos humanos: 
- Enterocytozoon: E. bieneusi (espécie mais encontrada em todo o mundo) 
- Encephalitozoon: E. intestinalis, E. hellem 
- Pleistophora 
- Trachipleistophora: T. hominis, T. anthrpophthera 
- Vittaforna: V. cornea - Brachiola: B. vesicularum 
- Nosema: N. connori, N. oculorum 
● Antes era considerado como protozoário 
- Atualmente através de estudos moleculares os microsporídios foram reclassificados e são considerados como 
fungos 
 
Epidemiologia 
● O primeiro caso humano de infecção por Encephalitozoon sp foi relatado em 1959. 
● Em 1985 uma nova espécie foi encontrada em um paciente infectado pelo HIV: Enterocytozoon bieneusi. 
- Logo: doença emergente 
● Atualmente, os microsporídeos são reconhecidos como agentes etiológicos de infecções oportunistas em 
pacientes com AIDS, transplantados, crianças, viajantes, portadores de lentes de contato e idosos. 
- Pacientes não infectados pelo HIV e pacientes transplantados também têm sido encontrados infectados por 
microsporídeos 
 
Ciclo de vida 
 
 
LIII Gleice 
 
 
Patogenia e Sintomatologia 
● Infecção do trato gastrointestinal (Enterocytozoon bieneusi e Encephalitozoon intestinalis). 
● Hepatite e Peritonite. 
● Infecção ocular (ceratoconjuntivite). 
● Sinusite. 
● Infecções pulmonares (traqueobronquite, pneumonia). 
● Infecções do trato urinário (cistite, nefrite). 
● Miosite. 
● Infecções cerebrais. 
● Infecções sistêmicas. 
● Em imunocompetentes: pouca ou nenhuma sintomatologia. 
 
Diagnóstico 
● Material: fezes, urina, aspirado duodenal, bile, esfregaços conjuntivais e fluidos nasofaringeanos 
● Microscopia eletrônica 
● Microscopia óptica 
● Métodos de coloração 
● Imunofluorescência 
● PCR 
 
Tratamento 
 
 
 
Controle 
● Saneamento básico e educação sanitária. 
● Qualidade da água 
● Preparação adequada dos alimentos

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