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Contestação Raíssa Pinheiro

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EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DA 100ª VARA DO TRABALHO DE SALVADOR/BA
Processo n. 0000001-00.2021.5.05.0100
PÃO DE LÓ LTDA., inscrita no CNPJ sob n. XXXXX, estabelecida na Av. XXXXX, n. XX, bairro XX, CEP: XXXX, por meio de seu advogado regularmente constituído, cujos dados constam na procuração anexa, nos autos da Reclamação Trabalhista ajuizada por RAÍSSA PINHEIRO, já qualificada na inicial, vem apresentar CONTESTAÇÃO pelos seguintes fatos e fundamentos jurídicos.
1 – OBRIGATORIEDADE DA VACINAÇÃO – CORREÇÃO DA JUSTA CAUSA APLICADA
A reclamante informa que no dia 15/07/2021 Norberto Pereira, proprietário da empregadora, indagou se a ela já tinha se vacinado contra a COVID-19, já que na capital baiana as doses já estavam disponíveis para pessoas da sua idade. E Raíssa afirma que não se vacinou por prescrição médica, já que é lactante e que por conta disso foi demitida no mesmo dia por tal motivo, fazendo com que dispensa foi equivocada, eis que foi apresentada justificativa para a não vacinação.
Ocorre que alegação de que a dispensa foi equivocada não merece prosperar, tendo em vista os documentos anexados aos autos, em que resta demonstrado que que desde o surgimento da vacina a empresa faz campanhas internas de conscientização acerca de sua importância e obrigatoriedade. E outro documento que apresenta advertência que foi aplicada à Reclamante, quando ela se recusou a vacinar, destacasse que apesar de não ter sido assinado por Raíssa o referido documento, há duas testemunhas que presenciaram a mencionada recusa no dia 08/07/2021.
Por fim, a Reclamante não entregou nenhum laudo médico que fosse suficiente para amparar a negativa de sua vacinação e no momento da dispensa era a segunda vez que ela se recusava a vacinar ou apresentar qualquer justificativa juridicamente válida, limitando-se a afirmar que não se vacinaria por convicções próprias. Dessa forma, tendo em vista a decisão judicial do STF, no ARE 1267879, aduz que:
O Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que o Estado pode determinar aos cidadãos que se submetam, compulsoriamente, à vacinação contra a Covid-19, prevista na Lei 13.979/2020. De acordo com a decisao, o Estado pode impor aos cidadãos que recusem a vacinação as medidas restritivas previstas em lei (multa, impedimento de frequentar determinados lugares, fazer matrícula em escola), mas não pode fazer a imunização à força. Também ficou definido que os estados, o Distrito Federal e os municípios têm autonomia para realizar campanhas locais de vacinação. (STF - ARE: 1267879 SP, Relator: ROBERTO BARROSO, Data de Julgamento: 17/12/2020, Tribunal ais Pleno, Data de Publicação: 08/04/2021).
Sendo assim, ressaltasse o artigo 157 da CLT, que dispõe sobre as algumas obrigações da empresa como por exemplo: cumprir e fazer cumprir as normas de segurança e medicina do trabalho, adotar as medidas que lhes sejam determinadas pelo órgão regional competente, entre outras, o que foi cumprido pela empresa, pois a mesma possuí o PPRA (Programa de Prevenção de Riscos Ambientais) e o PCMSO (Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional) constando o risco COVID-19.
E o artigo 158 da CLT, onde dispõe sobre o fato de o empregado observar as normas de segurança e medicina do trabalho, o que claramente não foi cumprido pela a empregada. Posto isso, resta evidente que é inverídica a alegação da Reclamante sobre a dispensa equivocada, pois todos atos da Reclamante constituíram motivos para a demissão por justa causa.
Dessa forma, resta comprovado que a rescisão do contrato de trabalho por justa causa, devido a recusa injustificada da Reclamante e o fato da empresa ter orientado seus funcionários, assim como advertiu a trabalhadora sobre a necessidade de se e mesmo assim se recusava a vacinar, foi uma medida necessária, não podendo assim requerer o Reclamante as verbas provenientes de uma rescisão indireta, eis que não faz jus.
2 – SUSPENSÃO DO CONTRATO DE TRABALHO
A reclamante afirma que no dia 03/05/2021 foi comunicada que seu contrato de trabalho seria suspenso por 30 (trinta) dias, conforme autorizava a Medida Provisória n. 1.045, mas que deveria continuar trabalhando normalmente. Dessa forma, o contrato ficou suspenso entre 04/05/2021 e 02/06/2021 e não restando uma outra opção, ela se viu obrigada a concordar com esse acordo pois necessitava continuar trabalhando para poder custear as suas despesas e do seu filho, aceitou prestar serviços durante o período de suspensão contratual.
E por isso, afirma que tem direito a receber os salários do período de suspensão do contrato de trabalho, pois a mesma continuou prestando serviços normalmente no referido interregno. Entretanto, a empresa seguiu todos os requisitos da MP nº 1.045 para a sua implementação e não foi exigido a prestação de serviços durante a tal período, sendo assim, é improcedente o pedido de remuneração do período de 04/05/2021 e 02/06/2021, com a devida incidência dos encargos legais.
3 – HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS
Em relação aos honorários advocatícios, ressalta-se que a improcedência total dos pedidos não enseja a condenação ao pagamento de honorários advocatícios sucumbenciais. A reclamante pugna pela condenação empresarial ao pagamento de honorários advocatícios, com fundamento no disposto no art. 791-A, da CLT. Mas cabe ressaltar que tal fundamento foi considerado inconstitucional pela a Ação Direta de Inconstitucionalidade de número 5766 (ADI n. 5766), ou seja, a previsão de pagamento de honorários advocatícios inserida pela reforma trabalhista padece de vício constitucional, razão pela qual o dispositivo legal em comento não deve ser aplicado ao caso concreto.
4– PEDIDOS E REQUERIMENTOS
Diante do exposto, a reclamada requer a improcedência de todos os pedidos, nos termos da fundamentação.
Pugna pela produção de todas as provas em Direito admitidas, especialmente juntada de documentos, testemunhal, pericial e depoimento pessoal do reclamante.
Termos em que pede juntada e deferimento.
Local, data.
Assinatura do advogado
OAB nº
Endereço profissional

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