Buscar

PEÇA II - CONTESTAÇÃO DE RECLAMAÇÃO TRABALHISTA

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 6 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 6 páginas

Prévia do material em texto

M.M JUÍZO DA 100º VARA DO TRABALHO DA COMARCA DE 
SÃO PAULO/SP
Autos nº __.
CONSTRUTORA VIVER BEM LTDA, pessoa jurídica de direito privado, inscrita sob o CNPJ nº (x), endereço eletrônico (x), com sede na Avenida Paulista, nº 500, Bairro Bela Vista, cep 00.010-30, na cidade de São Paulo/SP, nos autos da RECLAMAÇÃO TRABALHISTA em epígrafe, proposta por PEDRO CASTILHO, vem respeitosamente perante Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado, apresentar a presente: 
CONTESTAÇÃO DE RECLAMAÇÃO TRABALHISTA,
Pelas razões de fato e de direito a seguir expostas: 
I – DAS PRELIMINARES: 
a) DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA: 
O Reclamante amparado pelo artigo 4º da Lei 11.060/50 com redação conferida pela Lei 7.510/86, que não possui condições financeiras para arcar com o ônus decorrente da propositura da presente ação judicial, assim como com os honorários advocatícios, sem que haja prejuízo de seu sustento e de sua família, solicitando assim, o benefício da justiça gratuita.
No entanto, o artigo 337, XIII do CPC, preleciona que cabe ao réu alegar preliminarmente a indevida concessão do benefício da justiça gratuita, com fundamento na subsidiariedade concedida a este codex pelo artigo 769 da CLT, nesse sentindo, vem a Reclamada requerer a total improcedência da concessão do benefício da justiça gratuita. 
Acontece que o artigo 790, § 3º da CLT estabelece que o benefício em questão será concedido a quem receber: 
Art. 790.§ 3º É facultado aos juízes, órgãos julgadores e presidentes dos tribunais do trabalho de qualquer instância conceder, a requerimento ou de ofício, o benefício da justiça gratuita, inclusive quanto a traslados e instrumentos, àqueles que perceberem salário igual ou inferior a 40% (quarenta por cento) do limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social.
Ou seja, o dispositivo aplica-se a quem recebe salário (instrumento remuneratório de contraprestação durante vínculo empregatício). 
Inicialmente, ao verificar que a renda mensal do Reclamante era aproximadamente R$ 3.000,00 (três mil reais) não se familiariza ao limite de 40% conforme o artigo 790, § 3º da CLT. E também por não se tratar, em primeiro momento, de salário em sentido estrito, mas sim pagamento de Contrato de Prestação de Serviços no valor total de R$ 36.000,00 (trinta e seis mil reais) para a atividade de prestação de serviços desempenhada durante o período estipulado. 
Em vista disso, o benefício da justiça gratuita esta fora do escopo de incidência legal referente a esse caso, por não tratar de uma correlação salarial, como será demonstrado em seguida, e pelo valor está fora do máximo legal permitido para que seja concedido esse benefício. 
b) DA INCOMPETÊNCA ABSOLUTA:
De acordo com o artigo 337, II do CPC c/c com o artigo 796 da CLT, invocando tal subsidiariedade, encontra-se a presente Reclamação Trabalhista coberta por tal preliminar. 
Nesse sentido, o Reclamante alude que se trata de um vínculo empregatício, o que no caso concreto não encontra correlação, sendo que foi celebrado contrato entre as partes de natureza cível, podendo ser observado para tal análise os artigos 593 e 594 do CPC.
Contudo, o artigo 64 do CPC, tem fundamento consubstanciado na unidade do juízo correto para desempenho para desempenho da função jurisdicional Estatal, estando a presente demanda em uma Vara de Trabalho, quando devia estar sendo analisada por uma Vara cível, requer, a respeitosamente, a remessa dos autos para juiz competente para tal. 
II – DOS FATOS: 
O Reclamante adverte que foi contratado para ocupar uma vaga como pedreiro para a Reclamada, sob a condição de empregado, entre o período de Janeiro de 2019 à Dezembro do mesmo ano, recebendo como remuneração a quantia mensal de R$ 3.000,00 (três mil reais) e que foi injustamente dispensado.
Com isso, requisita que seja reconhecido o vínculo empregatício, que seja feito o pagamento do aviso prévio indenizado, as férias proporcionais, do FGTS + multa de 40%, e também a multa do artigo 477, §8º da CLT e o vale transporte. 
SEM RAZÃO O RECLAMANTE.
III – DO DIREITO:
a) DA CARÊNCIA DE AÇÃO PELA INEXISTÊNCIA DE VÍNCULO EMPREGATÍCIO:
O Reclamante prestou serviços de pedreiro para a Construtora na qualidade de autônomo, no qual foi firmado um contrato de prestação de serviços entre as partes, conforme documento de nº __ anexo, que perdurou de Janeiro de 2019 a Dezembro do mesmo ano, para que fosse executado a obra. 
Nesse caso, trata-se de um contrato bilateral, consensual, comutativo, oneroso e solene, visto que o Reclamante foi contratado através de Pessoa Jurídica por ele mesmo constituído na forma prevista como MEI – Microempreendedor Individual, ou seja, não guarda semelhança alguma como o contrato de trabalho previsto na CLT.
Para o contrato que a CLT traz, de vínculo empregatício, é preciso que seja reconhecido, cumulativamente, as seguintes características: subordinação, habitualidade, onerosidade e pessoalidade.
 
Entretanto, a relação que fora estipulado entre as partes tem vínculo jurídico de natureza civil, tendo em vista que o contrato de documento nº__ citado acima encontra cláusula expressa que afasta a relação de emprego entre o Reclamante e a Reclamada, descaracterizando total eventual similaridade com o disposto na lei trabalhista. Inclusive, no referido contrato, existe a previsão de que a MEI do Reclamante poderia também contratar outras pessoas para auxiliar ou laborar na empreitada, afastando a característica de pessoalidade proposta pela lei trabalhista para que haja vínculo empregatício reconhecido. 
Aliás, não havia entre as partes nenhuma relação de habitualidade, característica prevista na Consolidação, sendo que no contrato firmado não havia sido estipulado dias e horários fixos para que o trabalho fosse executado, mas somente o prazo para que a atividade fosse concluída. 
Portanto, fica evidente que o caso em questão se trata de relação onerosa, com fulcro na relação civil proposta pelo contrato de prestação de serviços e não por vínculo empregatício, devido que o valor estipulado para a conclusão do serviço foi no montante de R$ 36.000,00 (trinta e seis mil reais) e não via remuneração salarial. A qual foi previamente acordado que seria efetuado em 12 (doze) prestações de R$ 3.000,00 (três mil reais). 
Em se tratando de subordinação, prevista no artigo 3º da CLT, não há correlação entre as partes. Levando em consideração que o Reclamante não estava sujeito a nenhum tipo de ordem técnica emanada pela Reclamada, assim como não havia figura de mentoria disciplinar ou comportamental, porem apenas um contato entre colaborador contratado pela Reclamada para intermediar eventuais contatos necessários entre as partes contratantes no tocante à realização da obra e para eventuais ajustes, caso fosse necessário para o bom andamento da empreitada. 
Com base nisso, pelos fundamentos expostos, o Reclamante em nenhum momento foi empregado da Reclamada, a relação jurídica que havia era e deve ser norteada pelo Código Civil, de acordo com os artigos 593 e 594 CPC, que abordam sobre a prestação de serviços, sendo assim, incompetente a Justiça do Trabalho para a apreciação da matéria.
Todavia, caso não seja acolhida a preliminar, segue abaixo a contestação do mérito da presente Reclamação. 
b) DO AVISO PRÉVIO INDENIZADO:
Conforme o pedido da Reclamação Trabalhista posta existe o dever da Reclamada de arcar com o pagamento do Aviso Prévio indenizado, com fulcro no artigo 487, § 1º da CLT.
No entanto, ocorre que, de acordo com o contrato firmado entre as partes se trata de natureza civil, sendo regido, nesse caso, pelo Código Privado brasileiro. 
O artigo 599, CC/2002, informa que: 
“(...) qualquer das partes, a seu arbítrio, mediante prévio aviso, pode resolver o contrato.”
Com base nisso, a Reclamada agiu de maneira coerente, informando o Reclamante com antecedência de 10 (dez) dias de que estava resolvendo o contrato firmado, cumprindo então a determinação legal. Fazendo análise também com o artigo 607 do CC: 
“Termina, ainda,(...) pela rescisão do contrato mediante aviso prévio (...).”
Ademais, ao aduzir que o Reclamante tem direito ao recebimento de tal benefício nos moldes da legislação trabalhista, está fugindo do escopo da relação contratual contratada entre as partes de natureza cível, afastando a pretensão do autor. 
Sendo assim, resta impugnada tal pretensão.
c) DAS FÉRIAS PROPORCIONAIS + 1/3 CONSTITUCIONAL, DO 13º SALÁRIO VENCIDO E PROPORCIONAL, DO FGTS + MULTA DE 40%: 
Assim como demonstrado, inexiste o vínculo empregatício com a Reclamada, tornando-se improcedente o pedido de pagamento solicitado do 13º salário e das férias proporcionais + 1/3 constitucional, assim como do FGTS + multa de 40%. 
IV – DA MULTA DO § 8º DO ARTIGO 477 DA CLT: 
A multa aplicada ao parágrafo em questão também decorre sob o vínculo empregatício entre as partes, o que não há correlação com o caso em questão, pois não se trata de uma relação trabalhista. 
 
V- DO VALE TRANSPORTE:
A Lei 7418/98 é límpida ao dispor que há uma obrigatoriedade do Empregador em fornecer o Vale Transporte ao seu Empregado. 
Porém, acontece que não havia vínculo empregatício pretendido pelo Reclamante, mais sim um instrumento contratual que permitiu aos celebrantes estipular cláusulas que houvesse a prestação dos serviços necessários, entre duas pessoas jurídicas de direito privado. 
Ademais, a mesma lei estipula que o Empregado deve se deslocar entre o local de trabalho e sua residência: 
“(...) através do sistema de transporte coletivo público (...)”,
Não encontrando relação ao caso discutido, tendo em vista, que o Reclamante realizava referido trajeto utilizando um veículo automotor de sua propriedade, ou seja, não amoldando ao preconizado na lei. Devendo, com isso, ser analisado o artigo 7º, § 3º do Decreto 95.247/98, o qual informa que: 
“A declaração falsa ou o uso indevido do Vale-Transporte constituem falta grave”.
À vista disso, se houvesse vínculo empregatício entre as partes suscitados pelo autor da demanda e, ciente a Reclamada de que seu prestador de serviços realizava deslocamento de sua residência ao local de trabalho com veículo próprio, utilizaria de seu poder diretivo para aplicar sanção cabível para tal falta grave. 
Contudo, prova-se, que não houve vínculo empregatício entre as partes.
VI – DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS: 
Solicita ao r. juízo, de acordo com o artigo 791-A da CLT, que os honorários sejam julgados improcedentes, haja vista que resta aprovado o direito do Reclamante em ver declarada a relação entre as partes de natureza civil. 
VII - DOS PEDIDOS: 
Diante do exposto, requer respeitosamente que:
a) Que seja as preliminares acolhidas, denegando o benefício da Justiça Gratuita ao Reclamante, bem como que seja admitindo a procedência da incompetência em razão da matéria;
b) Que o Reclamante seja notificado para apresentar contrarrazões no prazo de 15 (quinze) dias, se assim querer;
c) Seja julgado procedente a presente Contestação, em todos os seus argumentos suscitados, declarando a inexistência do vínculo empregatício postulado pelo Reclamante; 
d) A remessa dos autos ao juízo competente;
e) Que o Reclamante seja sujeito ao pagamento das custas e honorários advocatícios, na forma da lei. 
Protestando por provar o alegado por todos os meios pelo Direito admitidos, por meio de documentos, testemunhas e depoimento pessoal. 
Nesses termos,
Pede deferimento.
SÃO PAULO/SP, (x) de (X) de (X)
(Advogado)
OAB nº (x).

Continue navegando