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Heloisa Lemos – Medicina Taubaté LXIII Malária Agente etiológico – Plasmodium sp. Esses protozoários são responsáveis pelo desenvolvimento da malária. Dentre as espécies que causam a malária humana temos: Plasmodium falciparum, onde a maioria dos casos é letais; Plasmodium vivax, sendo o mais frequente no Brasil; Plasmodium ovale (restrito a África) e Plasmodium malariae (raro no Brasil). No inseto vetor, (Anopheles), as formas do protozoário produzidas são capazes de invadir hepatócitos (forma de esporozoito) e hemácias. (merozoitos). -Morfologia O plasmodium tem a morfologia muito variada, e faz seu ciclo evolutivo dentro dos eritrócitos (as formas evolutivas vão variar para as espécies). Esporozoitos, trofozoitos, esquizogontes, merocito, merozoito, gametocito, ovozigoto, oocisto são formas evolutivas que podem aparecer no ciclo de vida do plasmodium. A malária tem como hospedeiro invertebrado o mosquito Anopholes darlingi principalmente. Esses mosquitos não são de área urbana e se reproduzem em áreas silvestres, sendo que apenas a fêmea que causa a doença por conta do seu habito hematófago, e é durante a sua alimentação que ela inocula junto com a sua saliva as formas infectantes do parasito. 1. Esporozoítos: é a forma infectante para o humano. É dotado de complexo apical (com suas três estruturas). Esse esporozoíto só consegue invadir hepatócitos e é nelas que ocorre o primeiro ciclo reprodutivo do parasita. 2. Trofozoítos: indica reprodução assexuada. São encontrados na fase jovem e depois na fase madura. O jovem tem um núcleo e uma pequena porção de citoplasma. Quando ele amadurece, há o núcleo e uma grande região de citoplasma, sendo que na fase madura ele esta apto a iniciar reprodução assexuada. 3. Esquizonte: fase reprodutiva, sendo que a reprodução assexuada dos plasmódios acontece por Esquizogonia, que forma os esquizontes. Nessa forma há um citoplasma espalhado e um núcleo dividido. 4. Merócito ou Rosácea: cada núcleo do esquizonte começa a ir para a periferia da célula e “pega” sua porção de citoplasma, nesse momento a célula já está pronta para se romper. 5. Merozoítos: quando a hemácia se rompe, ela libera o merozoito, que são os parasitas livres. 6. Gametócitos: é a forma infectante para o mosquito. Após ele ingerir o gametocito, ocorre a diferenciação dele, se transformando em um gametocito feminino ou masculino. Ocorre então a fecundação, formando o ovozigoto, e a partir disso há a produção de oocistos, que tem em seu interior vários esporozoitos. No primeiro ciclo, que ocorre no hepatócito, esporozoítos penetraram nas células hepáticas e formam trofozoito jovem, trofozoito maduro, esquizonte, merocito e merozoitos. Os merozoitos ao sairem do hepatócito penetram na hemácia, e realizam tudo de novo nessa sequência. Chega um momento que há produção de gametocito, e o mosquito de habito hematófago vai se alimentar e acaba ingerindo esses gametocitos. ➔ Em resumo: •Esporozoíto: forma inoculada pelo mosquito; •Trofozoítos (jovem e maduro): núcleo indiviso; •Esquizonte: núcleo dividido e citoplasma espalhado; •Merócito/Rosácea: núcleos e citoplasma organizados; •Merozoíto: invade hemácias •Gametócito: infectante para mosquito • Macro e Microgametas: forma reprodutiva (mosquito); • Oocineto: ovo/zigoto móvel formado pós reprodução sexuada; • Oocisto: dá origem aos esporozoítos Heloisa Lemos – Medicina Taubaté LXIII - Ciclo de vida O ciclo da malária é do tipo heteroxeno, com reprodução sexuada (troca de gametas apenas no mosquito Anopheles - sendo assim o hospedeiro definitivo é o mosquito, e o homem é o hospedeiro intermediário, onde ocorre reprodução assexuada). O parasita é estenoxeno, não adquirindo uma grande variedade de espécies, e é obrigatório. No homem, durante a hematofagia do Anopheles, ele inocula no hospedeiro a forma infectante de esporozoito ( que está no oocisto). Esse esporozoito cai na circulação, mas não é capaz de entrar na hemácia, por isso, ele precisa primeiro infectar o hepatócito, para formar os merozoitos. O esporozoíto tem a capacidade de localizar, se aderir e penetrar nos hepatócitos por conta do complexo apical, e quando eles penetram no hepatócito, se inicia a reprodução assexuada (ciclo pré eritrocítico), que só ocorre quando há esporozoítos na circulação humana. Todo esporozoito inoculado realiza esse ciclo dentro do hepatócito. No hepatócito, o esporozoito vira trofozoito jovem, trofozoito maduro, esquizonte, merocito, rompe o hepatócito e libera o merozoito, porque é o merozoito que tem a capacidade de penetrar na hemácia. Ele penetra na hemácia e inicia o ciclo eritrocítico, realizando tudo de novo (trofozoito jovem, trofozoito maduro, esquizonte, merocito e merozoito), rompendo assim a hemácia e liberando merozoitos. Depois de vários ciclos formando apenas merozoitos, ocorre uma modificação, com a formação de gametocitos, que só vão sofrer diferenciação dentro do inseto. Quando o inseto realiza hematofagia, esse gametocito, no estomago, se diferencia em macrogametocito (feminino), e microgametocitos (masculino). Vai haver fecundação e consequente formação de uma estrutura móvel chamada oocineto, que tem mobilidade permitindo atravessar a parede do estomago do Anopheles e cair na cavidade geral. Com isso, ele se arredonda, e evolui para o oocisto, que no seu interior tem inúmeros esporozoitos. Quando o oocisto se enche de esporozoitos, ele se rompe e eles migram até o aparelho sugador do mosquito, sendo inoculados e dando início a um novo ciclo. A forma infectante para o homem (hospedeiro intermediário) é o esporozoito, e a forma infectante para o mosquito (hospedeiro definitivo) é o gametocito. -Sintomatologia • FEBRE: *acessos maláricos em períodos regulares - • PICOS FEBRIS: correspondem aos ciclos esquizogônicos acompanha a ruptura das hemácias. - Pigmento malárico: é uma pigmentação escura do fígado, baço e outros órgãos, sobretudo na malária crônica devido ao metabolismo dos plasmódios e a deposição de Hemozoína nos órgãos atingidos. - Diagnóstico 1. Diagnóstico clínico: • Febre intermitente com sintomas que se repetem com regularidade a cada 48 ou 72 horas. Heloisa Lemos – Medicina Taubaté LXIII • Baço aumentado e doloroso • Residência ou procedência de zona endêmica. 2. Diagnóstico laboratorial - Profilaxia Utilizar redes para mosquitos, repelentes e deixar as janelas fechadas - Tratamento Drogas anti-maláricas • CLOROQUINA: algumas cepas de P. falciparum já são resistentes; • DERIVADOS DE ARTEMISINA; • QUININA; • CLINDAMICINA -Predomínio em região litorânea – trilhas ecológicas. - Autoctone = adquiriu e manifestou no mesmo local de origem (caso importado) - Indivíduos que tiveram vários episódios de malária podem atingir um estado de imunidade parcial, apresentando poucos ou mesmo nenhum sintoma no caso de uma nova infecção;
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