Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
:,.. v sJJ~ :S -SJsJJ õ ~J ~JJ_LJ_LJ Automotlv• Osciloscópio ._.:..J - .!.' Autorf"J~dvrt Índice 6 • O QUE É O OSCILOSCÓPIO? i · COMO FUNCIONA O OSCILOSCÓPIO? 10 • OSCILOSCÓPIOS ANALÓGICOS. 11 • OSCILOSCÓPIOS DIGITAIS. 13 • OSCILOSCÓPIO POR COMPUTADOR 15 • OSCILOSCÓPIOS PORTÁTEIS: 15 • PRINOPAIS PARTES 17 ·BOTÕES DE AJUSTE: 18 • REFERÊNOA 19 • FREQUÊNCIA DE AQUISIÇÃO: 23 • ENQUADRAMEHTO HORIZONTAL E ENQUAORAMEHTO VER11CAL 25 • C\JRSOR HORIZONTAL E C\JRSOR VER11CAL 27 • TRIGGSR OU GATILHO 28 • COMUNICAÇÃO COM O PC. 29 • APUCAÇÃO AUTOMOTIVA 00 OSCILOSCÓPIO. 31 · FORMAÇÃO DE SINAIS 33 • SENSORES INDUTIVOS 33 • SENSORES DE EFEITO HALL 36 • SENSOR DE DETONAÇÃO 38 • SENSOR DE OXIGÊNIO 41 • POTENCIÔMETRO 42 • ELETROVÁLVULAS 47 • CORPO DE BORBOLETA MOTORIZADO 50· BOBINAS DE IGNIÇÃO 52· SISTEMA COM CENTELHA PERDIDA S4 • SISTE~1A COM BOBINAS INDIVIDUAIS 55 • MOTORES DE PASSO 57 • ALTERNADOR 61 • DIAGNÓSTICOS 61 • INTRODUÇÃO 61 • O QUE SOMENTE O OSCILOSCÓPIO PODE NOS MOSTRAR 61 • TESTE DE MAU CONTATO 63 • SENSORES INDUTIVOS 65 • SENSORES DE EFEITO HALL 67 • SENSOR DE DETONAÇÃO 68 • SENSOR DE OXIGÊNIO 70 · INTEGRIDADE DO SINAL i2 • ANÁUSE INDIRETA DO SISTEMA 74 • POTENCIÔMETRO 75 • ELETROVÁLVULAS 77 • BORBOLETA MOTORIZADA 79 • BOBINA DE IGNIÇÃO 81 • MOTORES DE PASSO 82 • ALTERNADOR ... J J:fj !:;':::; :J!B~ o .8 =:L:JJ.lJJJ Automotlv• : CAPITULO ~ 1 Osciloscópio ii O que é o~~ilo có i o? o osciloscópio é um instrumento que permite visualizar os sinais ele- trônicos de forma gráfica. Em comparação ao multímetro, isso representa uma grande vantagem, pois, nos permite analisar os detalhes da forma de onda do sinal. O multímetro, que é o instrumento mais utilizado para medições de grandezas elétricas é , em termos de equipamento, o mínimo necessário para o técnico iniciar uma análise em um circuito elétrico. Mas este equipamento mostra apenas números e, em alguns casos, uma barra gráfica, que ajuda na percepção da medição. ---- I ' ......, '- - - .... --I· I ....,~..... __ Ftgura 1 • 05Ciosoóplos e mtAfmotros. o osciloscópio, por sua vez. exibe um gráfico que mostra o comportamento de um sinal elétrico ao longo do tempo. A visualização deste gráfico nos permite julgar com maior precisão se o circuito eletrônico está funcionando corretamente. Assim, temos uma informação mais completa que a medição obtida com o multímetro. Na eletricidade básica, muitos sinais são estáveis. Quando medimos a tensão da bateria, a alimentação de um sensor ou a resistência de um potenciômetro, as medições não apresentam variações. Geralmente são valores fiXos, como, 12,7 volts, 5,02 volts ou 2,4 kohms. Para este tipo de medição, o multímetro é suficiente e conclusivo, pois os valores os valores medidos são constantes. 6 ~--------------------------------------------------- Osclloseóplo Nos sistemas eletrônicos, por outro lado, os sinais apresentam variações peculiares para cada componente, sensor ou atuador. Mesmo com o circuito funcionando corretamente, a tensão pode variar de positiva para nula ou até negativa em frações de segundo. Estas variações no sinal nos permitem identificar com maior precisão o bom funcionamento dos componentes. Mas, para visualizarmos estes sinais, não bastará utilizarmos um multimetro, vamos precisar de um osciloscópio. A figura a seguir mostra alguns exemplos dos sinais citados. vistos na tela de um osciloscópio. No primeiro quadro estão representados dois sinais de alimentação. Observe que a tensão não varia ao longo do tempo. Nos outros dois quadros temos sinais típicos do sensor de rotação e de um eletroinjetor. Veja que os sinais variam bastante. Isso impede a medição com o multimetro, pois não existe um valor único a ser medido. ,. _.,..__ .. Ao longo do livro, vamos conhecer a utilização do osciloscópio e sua aplicação no diagnóstico de sistemas eletrônicos automotivos. Aprenderemos a identificar e analisar as formas de onda dos sensores e atuadores para realizarmos diagnósticos mais conclusivos sobre os componentes. Neste primeiro capítulo conheceremos os principais componentes e recursos do osciloscópio. No capitulo seguinte vamos estudar os sinais de resposta padrão dos sensores e atuadores do sistema de injeção eletrônica, bem como sua formação e a importância da análise dos segmentos do sinal. Por fim, no terceiro capítulo, aprenderemos a realizar teste e tirar conclusões dos resultados obtidos. Ao final deste livro você será capaz de utilizar um osciloscópio para obter o sinal de resposta dos diversos componentes do sistema e realizar uma análise conclusiva sobre seu funcionamento. • Como Funciona o osciloscópio? Basicamente, o osciloscópio possui uma tela gráfica, alguns botões de ajuste e conector para a ponta de prova. Um osciloscópio de dois ou mais canais é capaz de analisar dois ou mais sinais simultaneamente, um sinal para cada canal. No nosso exemplo, temos um osciloscópio simples de apenas um canal para efeito ilustrativo. Para osciloscópios de mais canais, as funcionalidades são as mesmas. Outros mais avançados possuem recursos extras de tratamento de sinal, funções matemáticas e outros. Osciloscópio ~ •• o 1.0.. ~» 0,$• ·~ .... ~ .. 0.01·~·10 Vldcv msoctdôv AJUSTE AJUSTE o o CH 1 @) Figum 1.3 - Ropro...,laÇio do um oscilos~ simples. O monitor do osciloscópio possui eixos coordenados graduados para nos dar referências do sinal analisado. O eixo horizontal representa o tempo, geralmente em milissegundos ou microsegundos, enquanto o eixo vertical indica a tensão, em volts ou milivolts. Quando em funcionamento, visualizamos uma linha sendo traçada constantemente na tela. Esta linha corresponde aos vários níveis de tensão que o sinal assume ao longo do tempo. Mais adiante veremos como interpretar essas imagens. (\ f'l . (\ (\ . '- . . . ' - > v v v v Y•1~r:"v x ......... \Y•O\' "' ...... 11 11 11 11 • • • • Figum 1.4 - Tolo do - pio oom sinal o princõpals inform&çOos. Os botões de controle do osciloscópio são utilizados para ajustar o sinal no enquadramento da tela. As funções serão detalhadas nos tópicos sobre enquadramento vertical e horizontal, contidos neste capitulo. 8 ~------------------------------------------------- @0 - Figura 1.5- Principais boiOos de ajusle do osolosc:óplo. oonlato para calibraçêo e ooncctor para a ponta de prova. Oselloseóplo Quando a ponta de prova é inserida no órcuito que se deseja analisar, o osciloscópio faz milhares de leituras de tensão consecutivas e as mostra na tela na forma de um gráfico. Desta forma. as imagens mostradas pelo osciloscópio são formadas por milhares de valores individuais de tensão . . .. ~.» U·-v· .. - .•. ~~ u~--v·-M - -A · ..... v ·· - F"~gura 1.6 ·Formação da imagem do sinal ponto a ponlo. --------------------------------------------------~ 9 Osciloscópio Existem basicamente dois tipos de osciloscópio; os analógicos e os digitais. Os osciloscópios analógicos foram os primeiros a serem desenvolvidos e ainda são amplamente utilizados até hoje. Os equipamentos digitais são mais modernos e possuem recursos indisponíveis nos analógicos. Vejamos, a seguir, alguns detalhes sobre cada um destes tipos de osciloscópio. • Osciloscópios Analógicos. Funcionam de forma semelhante aos televisores convencionais, que possuem um tubo de raios catódicos. Um feixe de elétrons é disparado contra um revestimento de fósforo. no interior da tela. A região atingida pelo feixe se ilumina. permitindo a visualização de um ponto na superfície externa. Dois circuitos chamados defletores são responsáveis por direcionar o feixe de elétrons nos diversos pontos da tela. Um deles deflete o feixe de elétrons no sentido horizontal e o outro no vertical. F~ura1.7 ·Tubo de raios catódicos. O feixe de elétrons é disparado na extremidade esquerda da tela e percorre o eixo horizontal da esquerda para a direita. Isso ocorrecontinua e sucessivamente enquanto o osciloscópio está operando. No eixo vertical, a de flexão dos elétrons ocorre de acordo com o sinal que está sendo analisado. Se a tensão elétrica percebida pela ponta de prova é positiva, o feixe é defletido para cima. Tensões negativas desviam o feixe para baixo. Figura 1.8 • Principio básico de um tubo de ram catódicos. 10 '---------------------------------------------------- Osciloscópio Desta forma, um ponto luminescente percorre a tela constantemente. Como o fósforo mantém o brilho por um breve periodo, o feixe de raios catódicos deixa um rastro na tela. Isso torna possível a visualização de uma linha por onde os raios passaram. F"ogura 1.9 - Forma~ do traQO na tela de fósfe<o. • Osciloscópios Digitais. Atualmente existe uma grande variedade de osciloscópios digitais no mercado. Estes equipamentos possuem um princípio de funcionamento diferente dos analógicos. Figura 1.10 - Modelos de os~scópio$ digôtais de bancada. --------------------------------------------------J 11 Osciloscópio Nos osciloscópios digitais, a tensão elétrica percebida pela ponta de prova é conduzida a um circuito chamado conversor Analógico/Digital (ou, simplesmente, conversor A/D). Nesse circuito, a tensão é convertida em informação digital. A informação passa por um processador que a envia ao display de cristal líquido. \ B - . - 't•\V.6\o )(·~· Figura 1.11 • Esquema do funcionamento do um osciloscópio digital. Uma das vantagens destes equipamentos é exatamente a conversão da tensão em informação digital. Isso facilita o armazenamento dos dados ou a transferência para um computador. Outra vantagem é a ausência do tubo de raios catódicos, o que permite a construção de osciloscópios mais leves e compactos. Figura 1.12-TM 528da Teonomole<. 12 '-------------------------------------------------- Osciloscópio • Osciloscópio por Compu*'tdor É um tipo mais simples de osciloscópio, que utiliza um computador ou um notebook como plataforma de funcionamento. Nos modelos mais simples, a placa de som é utilizada como circuito de conversão analógico/digital. A ponta de prova adaptada é conectada à entrada do microfone do computador. De fato, a placa de áudio realiza normalmente a função de conversor A/D, transformando o sinal analógico de áudio captado pelo microfone em informação digital. Um software específico busca estas informações e traça os sinais na tela do computador. Os programas também possuem alguns recursos de controle e ajuste do sinal. -- Figura 1.13 • Esquema de funcionamento da um osclloscópo via PC. A vantagem do osciloscópio via placa de áudio é o seu custo. Basta ter um computador disponível, construir a ponta de prova e instalar o software. Mas, este tipo de osciloscópio também possui desvantagens. A placa de áudio da maioria dos computadores não suporta tensões elétricas acima de 5 volts. Por isso é grande o risco de danos ao circuito. A frequência de leitura de dados destas placas é da ordem de 20 qhz, ou seja, 20 mil leituras por segundo. Geralmente, os osciloscópios digitais trabalham com frequências acima de 20 MHz, ou 20 milhões de leituras por segundo. Outra questão é a própria construção da placa de áudio que possui filtros de entrada especialmente desenvolvidos para receberem sinais de áudio. F.gura 1.14-tmagemdeumPCSoope. ----------------------------------------------------~ 13 Osciloscópio Outro tipo de osciloscópio baseado em computador possui um circuito externo para realizar a leitura e a conversão A/0. Um módulo é ligado ao computador pela porta USB ou outra porta de comunicação. As pontas de prova são conectadas a este módulo, não mais à placa de áudio. Como o módulo é desenvolvido para este fim, a frequência de leitura é maior, chegando a 100 MHz ou mais. A tensão de leitura também pode ser ajustada para valores maiores, como 50 volts. Figura 1.15. Esquema de funclooamenlo de um osciloscopo via PC. O módulo converte o sinal analógico em informação digital e transfere para o computador, onde os dados podem ser exibidos na tela e armazenados. I • I ' -·· Fogura 1.16 · Alguns modelosdeosaloscóplobaseado om PC. Este tipo de osciloscópio apresenta custo semelhante ao de um oscilos- cópio de bancada. Mas. exige um computador ou notebook para funcionar. 14 ~------------------------------------------------------ Osciloscópio • Osciloscópios portáteis: Os osciloscópios tradicionais são muito utilizados em laboratório, como instrumento de bancada. Muitos são pesados e grandes e são difíceis de transportar várias vezes ao dia. Os osciloscópios portáteis foram desenvolvidos para facilitar as atividades fora da bancada, como é o caso dos centros automotivos. Em tamanho eles são pouco maiores que um multímetro, e podem ser levados com facilidade até o veículo que se deseja diagnosticar. Flgura 1.17 - TM·528. O osciloscópio TM-528, da Tecnomotor, é um exemplo de osciloscópio portátil que também incorpora as várias funções de um multímetro e um quilovoltímetro. • Principais partes Display ou ·.~ostra.:-- Os osciloscópios possuem um display para exibir o gráfico, o sinal e outras informações. Esta tela deve ter dimensões e resolução suficientes para mostrar os dados com nitidez. o gráfico mostrado no display possui dois eixos. No horizontal, está representada a escala do tempo. No eixo vertical, é exibido o nível de tensão do sinal. A escala de cada um dos eixos é exibida no canto da tela. Os eixos possuem divisões para que possamos medir, visualmente, o tempo decorrido ou a diferença de tensão entre pontos distintos do gráfico. --------------------------------------------------J 15 Osciloscópio • Y~1VIdiv o\Y=OV • +- ... Figura 1.18 ·Tela lípica de um osciloscópio. o display pode mostrar cursores horizontais e verticais, que funcionam como guias para facilitar a medição de tempo ou de diferença de tensão. O valor de tempo e de tensão onde estão os cursores e os intervalos de tempo e de tensão, compreendido entre os cursores, são exibidos no canto da tela . • ' • /\ /\ f\ I\ I ' \/ \i ·\J \) Y=2.6 V X=19,0 ms L\Y=5,2 V L\X=1 3,0ms Figura 1.19. Curoores (em vermelho) na leia do osciloscópio. Muitos osciloscópios possuem botões de função variável. A função associada a esses botões aparece no canto da tela. Para desocupar o espaço da tela as funções podem ser ocultadas por meio de um botão que liga e desliga o menu. 16 ~------------------------------------------------------ (\ (\ 1- ·-· r- - ,- - .- - v v v v I \' I I lKI{,(,, •I I ( \Pll • ,., ~~ \I'IOJtl \RI 11 11 11 11 - - - -L J Figura 1.20 • Bot6os Ylrtuals na tola de um osc:ilosc6plo. As funç6os dos bot6os variam do acetdo com o modelo o a c:onrogura~o. Osclloseóplo Alguns botões são comuns nos osciloscópios. Eles são necessários para configurar o seu funcionamento e ajustar a exibição do sinal. Os botões de escala horizontal e vertical são utilizados para alterar a escala dos eixos do gráfico. O eixo horizontal é apresentado em bases de tempo que variam de microsegundos por divisão até segundos por divisão. O eixo vertical pode ser ajustado para apresentação em milivolts por divisão até volts por divisão. o o • 1,0.. , 20 o.os... ,5 0.5- ... o.ot - -to vtaw msec/dív AJUSTE AJUSTE o o rn;·~ CH 1 ~ ~ .I Figura 1.21 • PrincipaJs bot6os de ajUSto dO O$CIIO$CÓI>io. ----------------------------------------------------j 17 Osciloscópio Os botões de ajuste horizontal e ajuste vertical são utilizados para deslocar o sinal na tela e melhor posicioná-lo. o ajuste vertical permite deslocar para cima ou para baixo o sinal analisado. Isso possibilita ajustar o ponto zero do sinal ao eixo horizontal do gráfico e melhorar a leitura dos níveis de tensão. O ajuste horizontal permite ajustar o sinal para a direita ou para a esquerda. Isto facilita a medição de intervalos de tempo entre pontos distintos dosinal. Quando os cursores estão ativados. os botões de ajuste horizontal e vertical podem ser utilizados para deslocar os cursores na tela. Mais adiante aprenderemos a utilizar este recurso. Os botões de função, próximos ao display, podem apresentar funções diferentes, dependendo da configuração do fabricante. Geralmente são utilizados para captura de tela, inversão de sinal, operações entre os sinais e outras configurações possíveis. Os osciloscópios possuem uma fonte de sinal de calibração. É um sinal fixo, gerado pelo circuito do osciloscópio, utilizado para um ajuste de compensação da ponta de prova e da visualização do equipamento. Quando a ponta de prova possui atenuações diferentes, pode ser necessário ajustá-la, para que seu circuito interno não interfira na medição. o sinal de referência é, geralmente, uma forma de onda quadrada, com frequência de 1 quilohertz e amplitude de 3 a 5 volts. o valor está sempre indicado ao lado dos contatos metálicos da fonte de sinal. • . In O '!'/' ,•• ,.. ,.,., U• •$0 ..... ~ .. O,&l·v-loO V/dN - Figura 1.22- Utilização dos contatos 6o sinal de referência. Encostando a ponta de prova no contato do sinal de referência, a forma de onda correspondente será exibida na tela. Util.izando o parafuso de compensação da ponta de prova e os botões de ajuste, horizontal e vertical, é possível enquadrar o sinal e deixá-lo no formato correto na tela e conferir se a medição realizada no osciloscópio está correta. 18 '---------------------------------------------------- Oselloseóplo • Frequência de Aquisição: Fre enc~a pefl Antes de abordarmos a frequência de aquisição dos osciloscópios. é importante revermos alguns conceitos. A frequência é a quantidade de vezes que um evento ocorre em um espaço de tempo. A unidade de medida de frequência no sistema internacional é o Hertz, cujo símbolo é Hz. O intervalo de tempo desta unidade é o segundo. Assim, Hertz é a quantidade de eventos por segundo. Por exemplo, a energia elétrica de nossa rede publica é uma tensão alternada de 60 Hz. Isto significa que a tensão apresenta 60 picos positivos e negativos a cada segundo. 60 ciclos ~AAMAWrAAAAAMUMAAAAAA!AAAAAAMMAAJAMAMAMM~AAAAAttAAAU mvv~vvvn~vvvmvvvvv~vvvvv~vvvvv~vvm~vvvmvvvvv~vvvvvqvvv -~- " (1./' ,,,. ~ f.l.o4 J, • . 1.1) Figura 1.23 • Sinal elétrico do 60 Hz. ou seja. 60 ciclos pot segundo. Um motor funcionando a 900 rotações por minuto completa 15 rotações a cada segundo. Podemos afirmar, então, que o motor está funàonandoa 15Hz. O período é o inverso da frequência. É definido como sendo o intervalo de tempo que decorre entre dois eventos consecutivos. Pode ser medido, por exemplo, entre picos consecutivos, vales consecutivos, ou quaisquer pontos ,......., I l'<rl<>olo ·-9ItfH 1- ~ ~ J1 : -vvv: Figura 1.24 • Representação de um período em formas de onda dlfetentes. Para calcular o periodo, podemos aplicar a seguinte equação: Analogamente temos: Período = --1!...-- Frcquência Frcquência = -....!...- Período --------------------------J19 Osciloscópio Se utilizarmos a frequência em Hertz, o período será dado em segundos. Como exemplo, vamos calcular o período referente à frequência de 15Hz, citada acima. Temos que; Período - Freq~ência = 1~ = 0,0667 segundos Isso significa que um motor a 900 rpm, que corresponde a 15Hz, possui um período de 0,0667 segundos, ou 66,7 milissegundos. Assim sabemos que cada rotação do motor se completa em 66,7 ms. Como exemplo, calcule o período do sinal de um corpo de borboleta eletrônico acionado pelo Módulo de Comando a uma frequência de 300 Hz. (Resposta: 3,33 milissegundos). • - Y=SV/drv õY=OV • 3,33 ms - i I ! i I X=lmsldrv \X=3.3ms f<gura 1.25. Sinal de 300Hz, pe<lododo 3.33 molosscgundes. • ·,__ Calcule, também, a frequência correspondente a um sinal cujo inter- valo entre seus picos é de 40 milissegundos (resposta: 25 Hertz). Este conhecimento é importante, pois vários osciloscópios não mos- tram diretamente a frequência. A escala do sinal é apresentada apenas em milissegundos por divisão. Por isso é importante sabermos calcular a frequência a partir do período e também o período partir da frequência. 20 '-------------------------------------------------- Osclloseóplo Freauência de Aquisição: Já sabemos que o osciloscópio executa uma série de leituras e as exibe ponto a ponto na tela. na forma de um gráfico. Uma das características que diferenciam os modelos de osciloscópios é a velocidade com que ele faz esta sequência de medições. Esta frequência de amostragem. como é chamada. pode ser de milhares, milhões e até bilhões de leituras por segundo. Quanto maior a taxa de leitura, melhor a definição da linha criada na tela, porém, maior o custo do equipamento. A unidade utilizada para expressar a taxa de amostragem do osciloscópio é a mesma para medição de frequência, o Hertz (Hz}. Os prefixos mais comuns associados ã frequência de amostragem são o quilo, para milhares. o mega, para milhões. e o giga. para bilhões. Conforme a tabela abaixo. Prefixo Nome Multiplicador Q Quilo 1.000 M Mega 1.000.000 G Giga 1.000.000.000 figura 1.26 • Prefixos mais utilizados quando ttabalhamos com a unidade de frequência hertz. Equipamentos com grande taxa de amostragem, 200 megahertz a 20 gigahertz. são utilizados para desenvolvimento ou diagnóstico de equipamentos eletrônicos de elevada frequência, como equipamentos de telecomunicações. Nos sistemas automotivos, as frequências dos sinais são relativamente baixas. Equipamentos de 50 quilohertz a 20 megahertz já são suficientes para diagnóstico de sensores e atuadores. Para termos uma idéia da frequência necessãría pa.ra trabalharmos com o osciloscópio, basta multiplicarmos por 10 a frequência do sinal. Desta forma, para cada ciclo do sinal, o osciloscópio fará 10 leituras. Esta é a quantidade mínima de pontos necessária para reproduzir a forma de onda com razoável resolução. Para analisarmos um sinal de 100Hz, por exemplo, precisamos de uma aquisição mínima de 1000Hz. --------------------------------------------------J21 Osciloscópio Se a frequência do osciloscópio for ainda maior, a forma de onda desenhada na tela apresentará mais detalhes. Uma amostragem de 2000Hz, 20 vezes a frequência do sinal, seria mais completa e agregaria mais valor ao sinal. Se a aquisição de dados for menos de 10 vezes a frequência do sinal, a resolução será muito baixa, e informações importantes serão perdidas. A figura a seguir mostra um sinal senoidal de 100Hz e algumas telas de aquisição deste sinal em diferentes frequências. Na frequência de 2 kHz, 20 vezes a frequência do sinal, a forma de onda é bem reproduzida. Com 1 kHz de aquisição, 10 vezes a frequência do sinal, o desenho é satisfatório. Uma leitura de 500 Hzjá se mostra insuficiente, pois, o sinal sofre distorções. Sin:al origin;al 100 t-lz Sin1l fd:ula:ntt S.nal o"J;in~l 101) J b S.nal o~n.aiiOO lb ;\n\O~~l SOO fb. F;gura 1.27. Sinal de 100Hz amostrado em frequénclas cfderentes. Vejamos como exemplo, a frequência de um sensor de rotação. O senso r gera uma onda senoidal com cerca de 60 pulsos a cada rotação (sabemos que, na verdade, a roda dentada possui 58 dentes, mas sua origem é de 60 dentes). Com o motor a 1000 rpm, marcha lenta, são 16,67 rotações por segundo. Assim, teremos 16,67 x 60 = 1000 pulsos por segundo. Para que o sinal possa ser visualizado, precisamos de um osciloscópio com pelo menos 10 vezes a frequência do sinal. Ou seja, uma aquisição de 10.000 hertz, ou seja, de 10kHz, é suficiente para este sinal. U'-------------------------------------------------- 1\ fi IV v Y=SV/div t1Y =O V n f\ v v v Jj f\ 111 ;; 1/ .f n A ~ v v ' fj(~ ~ . /(/ J; X=10ms/dov \X = Oms Oselloseóplo Figura 1.28 ·Sinal do sensor de ~o a tOOO rpm com amostragem de tOkHz. • Enquadramento Horizontal e Enquadramento Vertical Os botões de ajusteda escala de tempo e de tensão permitem enquadrar o sinal na tela do osciloscópio para que seja possivel analisar o sinal. A escala horizontal possui uma base de tempo expressa em segundos, milissegundos ou microsegundos por divisão. Seleóonando 1 o msfdiv (milissegundos por divisão), o sinal é mostrado de forma que cada divisão do eixo horizontal represente um período de 1 o milissegundos. Abaixo podemos ver um intervalo de 1 milissegundo representado no eixo do tempo em algumas escalas diferentes. IOOus/dw ou O, I msfdj,· 500us/ dh· ou O.S ms/di\· IOOOus/di•· ou 1,0 on>/dw l m O 0,1 A1 O.J t).J 9,S fM /J,"f (),8 1),.9 IA 1,1 ••'-' lm ··'-' O U l.f l,f 11' J,l JJJ 1J l lJ oi./ l.O l,S I m< ~ o 1,0 Figura 1.29 • Represemação de 1 miissegundo em diferentes escalas de tempo. ----------------------------------------------------j23 Osciloscópio O botão de escala de tempo permite ajustar horizontalmente o sinal. Observe que aumentando a escala de tempo, o sinal fica mais curto na tela. Reduzindo a escala, o sinal é alongado na tela. Como exemplo, vamos determinar qual é a escala mais adequada para um sinal do tipo onda quadrada de 3 volts de amplitude e 500 Hz de frequência. Primeiramente calculamos o período deste sinal, como vimos neste capítulo. Período = r 1• . = 50 1 O = 0,002 segundos ·rcqucnc1a Agora sabemos que o sinal tem um período de 2 milissegundos. Para efeito de comparação, vamos analisá-lo com escalas de 0,5 msfdiv, 1 msfdive 5 msfdiv. Figura 1.30 ~ Slnal de 3 volts em 500 Hz capturado em escalas diferentes de tempo: Observe que a escala de 0,5 msfdiv, à direita da imagem. é muito pequena e o sinal ficou alongado. A escala de 5 msfdiv, por outro lado, é muito grande e comprimiu a figura. As escalas mais adequadas à visualização são as de 0,5 e 1 ms/div. Este exemplo mostra a facilidade que temos para encontrar a escala quando podemos calcular o período do sinal. Porém, quando o sinal é desconhecido, a escala deve ser selecionada por tentativas. O botão de ajuste da escala de tensão funciona de forma semelhante, porém, com relação ao eixo vertical. A escala se baseia em tensão e os valores mais usuais estão na faixa de milivolts e volts por divisão. Vamos analisar o mesmo sinal de 3V em 500Hz. A escala de tempo. eixo horizontal, será mantida em 1 msfdiv. No eixo vertical analisaremos as escalas de 0,5 V/div. 1 V/div e 5 V/div. pois são os valores mais próximos do nível de tensão do sinal. b) t.P\'/dw r- - - r- - - '- - L... ~- r- '- - L... -...;. ~ ~ . . . . ,. v.·~ ... ·~ - ..... ;) ~~ • 'w --.... ,. ~ ....... ,. . .. . Figura 1.31 - Sinal de 3 volts em 500 Hz capturado em escalas de tensao diferentes; U'-------------------------------------------------- Oselloseóplo Observe que a escala de 5 V{cliv é muito grande, deixando o sinal comprimido verticalmente. A escala de 0,5 V/div também não é adequada por ser muito pequena. O sinal ultrapassa os limites da tela, o que chamamos de saturação. A escala mais apropriada para esta análise é a de 1 V /div. I ortam Ao analisannos um sinal, devemos conhecer ao menos o nível de tensão que ele pode atingjr. Uma tensão elevada pode danificar o equipamento. Por segurança, ao iniciar a análise de um sinal desconhecido, mantenha a escala no maior valor. Assim o equipamento estará apto a receber tensões mais altas (sempre dentro do limite operacional do equipamento). Em seguida, reduza a escala até que o sinal esteja apropriadamente enquadrado na tela. Esta dica é importante para evitar saturações de sinal e preservar a integridade e a vida útil do equipamento. A maioria dos dispositivos automotivos funcionam com tensões de 5 e 12 volts. Alguns dispositivos indutivos, porém, podem atingjr valores elevados de tensão. Os sensores indutivos, como o sensor de rotação podem gerar tensões da ordem de 30 a 40 volts, em rotações elevadas. O sistema de ignição, pela sua própria função, atinge centenas de volts no circuito primário e dezenas de milhares de volts no circuito secundário. Isso exige um equipamento adequado, desenvolvido especificamente para esta aplicação. • Cu sor orizofltal e Cursor Vertical. Um recurso comum nos osciloscópio é o cursor. Ele é utilizado para auxiliar a realização de medições de intervalos de tempo ou de diferença de tensão, diretamente na tela. O cursor é uma linha reta, horizontal ou vertical, que aparece na tela quando está ativo. Veja a ilustração a seguir X=19.0 ms óX• 13.0ms • Figura 1.32 ·Cursores horizontais (em azul) e vetticais (em vermelho). ----------------------------------------------------j25 Osciloscópio Utilizando o botão de ajuste, é possível deslocar o cursor vertical para a direita ou para a esquerda, e o cursor horizontal para cima ou para baixo. Os valores de tempo e de tensão onde os cursores estão posicionados são mostra- dos no canto do visor. Este recurso é muito útil, pois facilita a medição em um determinado ponto ou trecho do sinal. AJUSTE AJUSTE o o 1-- Figura 1.33 • Movimentaçio dos cursores vertical e horizontal (com indicação de tempo a tensão). Os cursores são posicionados na tela através dos botões de ajuste. No canto da tela é exibido o valor do intervalo entre os cursores. No eixo horizontal, o intervalo será de microsegundos, milissegundos ou segundos. de acordo com a escala selecionada . • I : : l ~ - t ~ .!-. ~ : : I : : . AJUSTE AJUSTE o o Y.OOV ,..x .. ._ \V<!' OV \Xc:-4~ Figura 1.34 - Mediçâo do tempo <fe onjeçâo utilizando os curs«es verbCais. O intervalo entre os cursores do eixo vertical acompanham a escala de tensão selecionada, geralmente milivolts ou volts. U'-------------------------------------------------- Oselloseóplo ! ·n··· I I .. I o AJUSTE AJUSTE - , ( \Y• 13.3 v) X•O.Onw \X•O.Oms f".gura 1.35 • Mediçlio da diferença de 1ençllo u1ílizando 0$ cursores horiZontais. • Trigger ou Gatilho A palavra "trigger", em inglês, significa gatilho. No osciloscópio o trigger é utilizado para disparar a sequência de leituras de forma controlada, para melhorar a exibição do sinal na tela. Sabemos que o osciloscópio funciona preenchendo a tela com a sequência de leituras do sinal, formando um traço na tela. Chegando ao final, no lado direito da tela, o circuito retorna ao lado esquerdo e inicia uma nova sequência. Quando o osciloscópio está funcionando com altas taxas de amostragem, as linhas do sinal são desenhadas em alta velocidade, chegando a dezenas de linhas por segundo. Como resultado, teremos uma série de linhas se acumulando na tela. Isso impede a análise do sinal. Fógura 1.36 • Am0$tr8gens consecu1ivas sem o uso do trigger. ----------------------------------------------------Jll Osciloscópio Podemos resolver este problema, utilizando um trigger adequado. O trigger é um padrão no formato do sinal que o osciloscópio aguarda para iniciar um novo traço na tela. Fazendo assim, os traços serão iniciados sempre a partir de um mesmo padrão. A nova linha tende a ser desenhada sobre a linha anterior, melhorando muito a visualização do sinal, mesmo em frequências altas. Na figura a seguir o trigger foi configurado para iniciar a amostragem com o sinal ascendente a partir de um determinado valor (indicado pela seta verde). Assim, sempre que a amostragem é concluída. o circuito do osciloscópio aguarda esta condição ascendente e este n.ivel de tensão para iniciar a próxima varredura. Figura 1.37 • Amostragen$ consecutivas oom lri9ger COflr.gur.>do. Os padrões mais comuns para o trigger são: nível de tensão. rampa de subida ou de descida do sinal,largura de pulso ou trigger externo. Muitos osciloscópios contam, ainda. com o trigger automático que detecta os padrões do sinal e determina um ponto da forma de onda que possibilite a melhor visualização. Uma das vantagens dos osciloscópios modernos é a possibilidade de comunicação do equipamento com um computador. Este recursopermite colher os sinais do sistema eletrônico e armazená-los no computador. Com isso, o profissional pode elaborar relatórios mais completos. com as imagens colhidas pelo osciloscópio. Também é possível manter um banco de dados com informações dos sensores e atuadores dos clientes ou dos diversos modelos de veículos. O sinal capturado pode, ainda, ser enviado por e-mail para análise de outros profissionais. O computador também facilita a análise dos dados, pois possui uma tela bem maior e os recursos são de fácil operação. 28 '---------------------------------------------------- Oselloseóplo • Aplicação automotiva do osciloscópi- Com o desenvolvimento da eletrônica, o custo dos diversos equipamentos tende a diminuir. Equipamentos mais compactos têm sido lançados, sem lançar mão da velocidade de processamento. Com isso, o osciloscópio está ganhando cada vez mais espaço nos centros automotivos. Sua versatilidade e recursos possibilitam uma análise minuciosa dos sinais eletrônicos e diagnósticos mais precisos para diversos sensores e atuadores dos sistemas automotivos. Outra grande evolução ocorreu com o surgimento dos osciloscópios portáteis, que podem ser manuseados com a mesma simplicidade de um multímetro, mas com as capacidades de um osciloscópio. Essa portabilidade é muito bem vinda no diagnóstico automotivo. hjtUm 1.38 • T:\1 528 no v lo"'"'"'· ----------------------------------------------------j29 Osciloscópio 10 Formação de sinais • lntroduç~o Agora que você conhece o osciloscópio e seus principais recursos, vamos estudar os sinais gerados pelos dispositivos eletrônicos. Este estudo é de grande importância para o trabalho com o osciloscópio, pois conhecer o comportamento dos sinais é essencial para a anãlise dos sensores e atua dores. • Sensores indutivos Os sensores indutivos são utilizados principalmente para medir a velocidade de rotação. As aplicações mais comuns são a medição da rotação do motor e, em veículos que tenham sistema de freios ABS instalado, da rotação das rodas. O sensor é montado em conjunto com um disco de aço que possui uma série de dentes. conhecido também como roda dentada ou roda fônica. Os dentes são de aço porque o ferro é necessário para gerar os efeitos eletromagnéticos envolvidos. a) Sensor de ro1ação do mo1or removido b) Sensor de ro1ação do mo1or íns1a1ado. c) Sensor de rotação da roda em um automóvel. d) Sensor de rotação da roda em uma moto. Figum 2.1. 1 • Sensores de ro1ot;ao: --------------------------------------------------J31 Osciloscópio A construção desse sensor é simples, trata-se de um pequeno imã envolvido por um enrolamento de cobre. Quando um dente se aproxima do sensor, o campo magnético ao redor do enrolamento é alterado, gerando um pulso de tensão positiva e quando este dente se afasta, o campo é alterado no sentido oposto. gerando um pulso invertido de tensão. Quanto mais rápidos forem os movimentos de aproximação e de afastamento, maiores serão os picos de tensão positiva e negativa. a) Vista em corte do seosor de rotaçlo. b) $;na! gerado com 3 l)l1Ssage<n dOS dente$, • • A {\ fi fi {\ ~ v :v v v v v 't•l'-.1 .... X• IJII'II,..,._ w-ov "'- F'tgura 2.1.2- SenSOt de rotação e seu srnal c:a~erístioo. Os sensores indutivos não recebem alimentação. A energia que gera o sinal é fornecida pela aproximação e o afastamento dos dentes em relação ao sensor. Portanto, se a rotação for muito baixa ou nula, não há energia suficiente para gerar tensão e o sinal é muito fraco. Outra função associada a este sensor é a percepção do ponto morto superior do primeiro cilindro. Essa informação extra é obtida através de uma falha de dois dentes na roda fõnica. Como os dentes são equidistantes, os pulsos são lidos pelo módulo em intervalos constantes. Quando a falha passa pelo sensor, há um intervalo maior de tempo sem os pulsos. Assim, o módulo percebe a ausência de sinal e identifica a referência de posição do eixo do motor. A alguns dentes após a falha o primeiro cilindro do motor estará no ponto morto superior. • fl • ft (\ 11 ~ h v v v V· Y•t-/0<1 x •. ,.....,.... \'t . IV "'- Ftgura 2.1.3. Sinal carac:terlslico da referência do PMS do cilindro 1. 32 ~--------------------------------------------------- Oselloseóplo Nos sistemas de freios ABS, existem sensores em todas as rodas do veículo, para identificar as velocidades de rotação e, com isso, acusar alguma tendência de travamento. Se uma das rodas tende a travar, sua rotação diminui bruscamente, consequentemente, a tensão e a frequência do sinal também diminuem. o sistema identifica o problema e atua sobre aquela roda diminuindo a pressão do fluido de freio. Nessa aplicação, não é necessária a falha de identificação da posição, pois o sistema precisa somente da informação de rotação. Porém, o principio de funcionamento é idêntico, o sinal é gerado através da aproximação e afastamento dos dentes em relação ao senso r. C· ;riosidade: A roda fõnica da maioria dos veículos possui 58 dentes. Seu formato original é uma roda de 60 dentes de onde foram extraídos 2. Portanto, fora da região da falha, o sinal se comporta exatamente como uma senoide de 60 pulsos por segundo. A base de 60 dentes existe por uma boa razão. Para convertermos a rotação de minutos para segundos, precisamos primeiramente dividir por 60. Como a frequência do sinal é de 60 pulsos por segundo, devemos multiplicar por 60. Assim, a leitura de dentes por segundo terá o mesmo valor das rotações por minuto do motor. Por exemplo, se o motor estiver a 900 rpm, o sensor gera uma senoide de 900 Hertz. Analogamente, 2500 rpm geram uma senoide de 2500 Hertz. Lembrando que isso se aplica ao trecho do sinal fora da região da falha de dois dentes. O sinal ideal deste senso r, portanto, é uma onda senoidal criada a partir das sucessivas aproximações e afastamentos dos dentes da roda fõnica. A tensão elétrica dos picos e vales é diretamente proporcional à velocidade de rotação do eixo e pode variar de 2 volts. durante a partida, até 40 volts em rotações próximas a 5000 rpm. No sensor de rotação do motor a falha de dois dentes indica a posição do ponto morto superior. A forma típica desta falha é facilmente identificada no sinal, como na figura 2.1.3 mostrada neste capitulo. • 5 ÇOI de eito 11 Os sensores de efeito Hall também são montados próximos às rodas dentadas para perceber a velocidade de rotação ou a posição de rotação do eixo. Possuem uma construção mais complexa e custo mais alto que os sensores indutivos, devido ao circuito interno com alimentação elétrica. Mas têm a vantagem de não dependerem da rotação do eixo para gerar o sinal. Dessa forma, rotações tão baixas quanto uma rotação por minuto podem ser captadas. Estes sensores funcionam por efeito magnético semelhante aos sensores indutivos, mas com a importante vantagem de serem alimentados eletricamente. Ao ser alimentado, o circuito do senso r produz um campo magnético ao seu redor. Quando algum material ferrífero (que contenha ferro, como o aço da roda dentada) se aproxima do sensor, o campo magnético é distorcido; o circuito percebe a presença do metal e altera o nível de tensão do sinal de resposta. À medida que o eixo gira, os dentes e entalhes passam pelo sensor. fazendo com que o nível de tensão se altere, gerando o sinal ao módulo. ----------------------------------------------------j~ Osciloscópio o Sem mn al próximo ao $crlSOr lntrgricbd~ no C":ll1"lpo m:tgtt.itico Tcn .. ào mi'im:\ • - . . . Y-2..-S'i .... X•1~ \Y..OV ....... Mcll;) próximo :ao $cnwr C~m))Q diStorcido Tcns3o mínim:~. • lL. - . • 'f•1~,_ .. "''"""""" \V-o v "'- - - Ftgura 2.2.1 • Princfpio de funcionamento do sensor de efeito HaU. As aplicações mais comuns dos sensores de efeito Hall são: no sensor de velocidade do veículo e no sensor de posição do eixo comando de válvulas. Alguns veículos o utilizam, ainda, nolugar de sensores indutivos, como o sensor de rotação do motor ou os sensores de rotação das rodas, nos veículos com freios ABS. Figura 2.2.2 - SenS«es 69 efeito Hall. 34 '---------------------------------------------------- Osciloscópio O sinal dos sensores de efeito Hall apresenta apenas dois níveis; um próximo da tensão de alimentação e outro próximo de zero. Seu sinal é uma onda quadrada que acompanha o formato da roda dentada. Vejamos, como exemplo, um sensor de posição do eixo comando de válvulas, alimentado pelo MC com tensão de 5,0 volts. Quando metal do eixo está próximo do senso r, o campo magnético é perturbado e a tensão do sinal cai para 0,2 volts. Ao se afastar o metal do senso r, o circuito interno eleva a tensão para 4,6 volts. o sinal mostrado no osciloscópio segue o formato da roda dentada. Os picos e vales são de tamanhos diferentes justamente para que o MC identifique a posição de cada um dos cilindros. • • r- :) .,___ . . i i Y•SV·'dN ........ y •• ,, ... ·- Figura 2.2.3 • FotmaçAo do sinal do sensot de posição do eixo comando de válvulas. O sensor de velocidade do veiculo também utiliza, em boa parte das aplicações, o efeito hall. É instalado no eixo de saída da transmissão junto a uma roda dentada. Neste caso, os dentes são idênticos e sucessivos, o MC não precisa saber a posição do eixo, apenas sua rotação. É gerada, então, uma onda quadrada, cuja frequência indica a velocidade do veiculo. No exemplo, a seguir, o sensor é alimentado com tensão direta da bateria. Observe que o nível de tensão dos picos da onda quadrada chega perto dos 13 volts, enquanto os vales estão próximos a 0,4 volts. A engrenagem possuí 16 dentes e o módulo de comando é calibrado para calcular a velocidade do veiculo a partir deste valor. • r - [I r - I• > '- · '- '-' •- '- · '-I o Y·W- ··-"'''~ ... ,_ F'tgura 2.2.4 ·Formação dO sin<>l dO S&nsor de velOCidade dO veículo. --------------------------------------------------J35 Osciloscópio Vimos que o sinal do sensor do tipo hall é uma onda quadrada que reproduz o perfil dos dentes da roda fõnica. O sensor pode ser alimentado pela bateria, cerca de 13,0 volts, ou diretamente pelo Módulo de Comando, com 5 volts. A tensão superior da onda do sinal é próxima da tensão de alimentação e o nível inferior do sinal fica próximo de zero volt. • Sensor de detonação A detonação é uma combustão fora de controle causada por fatores diversos, que não são o nosso foco no momento. O importante, agora, é conhecermos algumas das consequências desse fenômeno, que causa picos de pressão e temperatura na cãmara de combustão. Com o tempo e com a intensidade da detonação, pode haver desgastes irreversíveis e compro- metimento de peças internas do motor. O dispositivo mais utilizado para a percepção da detonação é o sensor piezelétrico. Ele possui, internamente, um disco metálico montado junto a um cristal piezelétrico. Esse material possui a interessante característica de gerar uma tensão elétrica quando pressionado mecanicamente. Figura 2.3.1 - Sensor de detonação instalado no blooo do motor. Quando ocorre uma detonação no motor, o pico de pressão gera uma forte vibração de alta frequência, que se espalha pelo bloco do motor, e pode, até mesmo, ser ouvida como um ruído metálico. O sensor de detonação é instalado no bloco do motor, de forma a receber essa vibração. Conforme o sensor vibra, seu disco metálico interno comprime e descomprime o disco de cristal piezelétrico. Ao ser pressionado e aliviado, o cristal produz picos e vales de tensão elétrica, formando um sinal de tensão alternada de alta frequência. Quanto mais intensa for a detonação, mais intensa será a vibração no sensor, bem como a pressão sobre o cristal e, com isso, maior será o nível de tensão do sinal. 36 '---------------------------------------------------- Oselloseóplo A força de atrito entre o pneu e o solo é influenciada pelo índice de deslizamento (representado pela letra grega Ã.). Este índice varia de 0%, onde a roda gira livremente acompanhando a velocidade do veículo, a 100% quando o veículo está em movimento e a roda esta completamente travada. A equação do índice de deslizamento é a seguinte: Massa VIbratória Contato metálico 1111111111 Piezelélrico Contato metálico Base F.gura 2.3.2 ·Vista em oorte e repcesentação dos oompooentes do sensor de detonação. o sensor de detonação não recebe alimentação elétrica, porque a energia mecânica da vibração da massa é convertida em energia elétrica pelo cristal piezelétrico. O módulo de comando recebe esse sinal e identifica que uma detonação ocorreu. sua principal providência é atrasar o avanço de ignição, a fim de evitar que novas detonações ocorram. O sinal do sensor de detonação, portanto, mostra um pico de tensão alternada de alta frequência, com cerca de 20 a 50 quilohertz, com amplitude inicial acima de 100 milivolts, que decai rapidamente. Y=50mV/dov W• OV X=O.Imsldov \X=Oms Figura 2.3.3 · Sinal Cipioo do sensor de detonação. ----------------------------------------------------~37 Osciloscópio • Sensor de oxigênio Também conhecido como sonda lambda, este senso r indica a presença de oxigênio nos gases de descarga. A presença desse gás indica que a mistura ar-combustível admitida está com excesso de ar, ou seja, a mistura está pobre. Sabemos que existe uma proporção ideal de ar e de combustível, chamada proporção estequiométrica. E que o módulo de comando deve manter a mistura tão próxima quanto possível deste valor. para maximizar a economia de combustível e reduzir a emissão de poluentes. Este senso r é importante para que o módulo possa ajustar o tempo de injeção e manter a mistura ar-combustível nos valores adequados. Se houver, então, oxigênio nos gases de descarga, é sinal de que a mistura está pobre. Ausência de oxigênio indica mistura rica. Então o MC ajusta a quantidade de combustível injetada para buscar o valor ideal. Nos atuais veículos com motores "flex", este senso r é um dos gatilhos que disparam a estratégia de reconhecimento, além de participar de forma crucial na identificação do combustível abastecido. _ _._:.·_.:.. ""'- I Figura 2.4.1 . Foto e visla e$Quel't'\â6ea em corte de uma $Onda lambda. O principio de funcionamento do sensor de oxigênio vem da eletro- química. Seu interior é constituído por uma cerâmica revestida com platina porosa nas superficies interna e externa. Uma das superficies é exposta aos gases de descarga e a outra exposta ao ar ambiente. Quando há oxigênio nos gases de descarga, há um equilíbrio entre as superficies do sensor, pois o ar ambiente também possui oxigênio. Assim, a tensão elétrica é baixa. Quando não há oxigênio nos gases queimados. surge uma diferença de concentração entre as superficies do sensor.Isso gera um desequilíbrio entre as superficies do senso r, que se converte em uma diferença de potencial elétrico. 38 '---------------------------------------------------- Sem oxigenio nos gases de dcsc•~ em desequiln>rio Oselloseóplo Tensão alta o nível de tensão elétrica do sensor para mistura pobre é de 100 a 200 milivolts. Para mistura rica a tensão sobe para 700 a 900 milivolts. A figura. a seguir, ilustra a variação da tensão de resposta do sensor de oxigênio em função do fator lambda. Esse fator indica a proporção de ar na mistura admitida em relação à proporção que seria ideaL Se a rnístura ar-combustível estiver corretamente balanceada, o fator lambda será igual a 1. Valores acima de 1 indicam mistura pobre e abaixo de 1 referem-se a misturas ricas. mV Mistura Mistura 1000 rica pobre 800 600 400 200 o 0,8 1,0 1,2 F"ogura 2.4.2- Te<1$l!O de te$1)0$18 da sonda lambda om runçao da~ da mistura ar-(IC)mt>uslivel. Com o motor em funcionamento é possível identificar as correções realizadas pelo módulo de comando. O sinal da sonda lambda oscila continuamente entre 100 e 900 milivolts. Observe quea variação do sinal é acentuada próximo ao ponto de mistura estequiométrica. Um leve enriquecimento é suficiente para elevar a resposta do sinaL Assim que a mistura se toma pobre. o sinal cai rapidamente. ----------------------------------------------------J39 Osciloscópio Y=0.5VIdiv <W=OV x~soomsldov \X=Oms Ftgura 2.4.3 ·Sinal tipic:o de uma sonaa lambda com o motor aqueckk> e em marc:ha lenta. O sensor de ox1geruo não recebe alimentação elétrica para seu funcionamento. O sinal é gerado a partir da diferença de concentração de oxigênio nas superficies. A alimentação elétrica, que existe em vários modelos, fornece energia elétrica exclusivamente para uma resistência de aquecimento. Esta resistência é muito utilizada para que a sonda lambda atinja rapidamente sua temperatura de operação de cerca de 500 graus célsius. Sem a resistência, a sonda depende dos gases de combustão para ser aquecida. aumentando o tempo necessário para disponibilidade de informação ao módulo. Portanto. nas sondas de 4 fios. dois são utilizados para alimentar a resistência de aqueci· mento e os outros dois transmitem o sinal do senso r ao módulo de comando. Como a sonda trabalha em temperaturas altas, acima de 500 graus, os eletrodos de platina sofrem um desgaste natural e necessitam de um tempo cada vez maior para alterar o sinal de rico para pobre e vice-versa. Em uma sonda nova. a variação do sinal ocorre de duas a três vezes por segundo. Em uma sonda envelhecida, o periodo do sinal pode chegar a 2 segundos. Acima desse tempo, o sinal da sonda estará chegando com muito atraso ao Módulo de Comando. É muito provável que o motor já esteja em um regime de carga e rotação diferente e a informação perde sua utilidade. A sonda deve ser substituída. É importante sabermos. ainda, que a sonda lambda não é capaz de identificar a quantidade de oxigênio ou o excesso de combustível nos gases, mas, apenas informar se há ou não oxigênio na descarga Como sinal padrão, a sonda lambda deve mostrar um sinal de forma semelhante a uma senoide, oscilando entre 100 e 900 milivolts. O tempo entre dois picos do sinal deve ser inferior a 2 segundos. 40 '-------------------------------------------------- Osclloseóplo • Potenciômetro São sensores resisti vos utilizados para medir deslocamento angular ou linear. Possui, internamente, um contato que desliza sobre uma trilha resistiva. Isso faz com que a resistência, entre os terminais do sensor, varie de acordo com a posição sobre a trilha. As aplicações mais comuns são nos sensores de posição da borboleta e do pedal de aceleração. O sensor de posição do pedal de aceleração é utilizado em sistemas com aceleração eletrônica do motor. Sua função é informar ao módulo de comando a posição do pedal de aceleração. Isso é interpretado como sendo a solicitação de torque por parte do motorista. O módulo, então, aciona a borboleta para suprir a demanda. A borboleta de aceleração também possui um potenciômetro, para que o módulo possa identificar sua posição de abertura. Figura 2.5.1 • Potenci<\ma1tos do poslç&o da bc<boleta o do pedal do aceleraçM. Os potenciômetros são alimentados pelo módulo de comando, para, dessa forma. obtém melhor a precisão do sinal de resposta. Conforme o contato desliza sobre a trilha. variando a resistência. a tensão do sinal de resposta também varia. A variação é proporcional ao deslocamento do dispositivo em questão, pedal de aceleração ou borboleta. O sinal inicial do potenciômetro pode ser um valor de tensão próximo de zero, e que deve aumentar, conforme se aciona o dispositivo; ou ainda, pode ser um valor próximo da tensão de alimentação, e que deve cair ao se acionar o componente; ou seja. quando acionamos e aliviamos o acelerador ou a borboleta, o sinal pode aumentar e depois diminuir, e vice-versa. A figura, a seguir, ilustra as duas situações. ----------------------------------------------------j41 Osciloscópio - --..0 ~ ~ ~ ~-·- Ontt'O"'tmo~• . ~ - + . • • Y• lVldN X•~'dN \Y•OV "' ...... Y• t~lcb X-.S()()ml;.'dlv \V•OV \X•Omt Flgura 2.5.2 ·Sinais de resposta tfpicos de potenciOmetros. Atualmente são utilizados potenciômetros de duas trilhas; cada trilha é alimentada e aterrada individualmente, aumentando a precisão e a confiabilidade. Os sinais são comparados para se obter o sinal mais preciso da posição do componente. Além disso, em caso de falha de uma das trilhas, o módulo de comando pode manter o funcionamento do sistema a partir do sinal da outra. Para visualizarmos o sinal do sensor de posição do pedal de aceleração, devemos ligar o sistema e acionar o pedal. Assim, podemos observar a variação continua e progressivamente conforme se aciona o pedal. Para visualizarmos o sinal do sensor de posição do pedal de aceleração. devemos ligar o sistema e acionar o pedal. Podemos observar a variação contínua e progressiva conforme se aciona o pedal. Nos sistemas de aceleração a cabo, o sensor de posição da borboleta pode ser analisado acionando-se a borboleta manualmente ou através do pedal de aceleração. Em veículos com aceleração eletrônica, o módulo de comando controla a borboleta de aceleração. Portanto, o acelerador deve ser pressionado e aliviado com o motor ligado, para forçar a abertura e o fechamento da borboleta por meio do sistema. Assim é possível analisar o sinal. Portanto, o sinal padrão de um potenciômetro apresenta uma variação de tensão continua, progressiva e ininterrupta que acompanha o acionamento do dispositivo onde o senso r está instalado. • Eletroválvulas São válvulas comandadas eletricamente pelo módulo de comando, utilizadas para o controle do fluxo de gases ou de fluidos. As principais eletroválvulas aplicadas nos sistemas de injeção eletrônica são as seguintes: ~ '---------------------------------------------------- Eletroinjetor lltarcha lenta Pwga do canister Partida a frio Booster Osclloseóplo Responsável por injetar o combustível de forma awmizada (pulverizada) no coletor de admissão. Controla a entrada de ar no coletor no regime de marcha lenta. Atenção: vários sistemas controlam a marcha lent.~ por meio de um motor de passo, que não é uma eletroválvula. Permite a passagem dos vapores de combustível da linha do Canister para o coletor de admissão. Controla a passagem de gasolina do reservatório de partida a fdo para o coletor de admissão. Permite que uma pequena porção dos gases de descarga retorne para o coletor de admissão. Seu principal objct.h•o é a redução da emissão de poluentes. Utilizada em motores turbo comprimidos para controlar a passagem direta da turbina (ll'nsl~te) c, com isso, a pressão de sobrcalimenração. Figura 2.6.1 · Imagens de elctroválvulas. ----------------------------------------------------j~ Osciloscópio Internamente, a válvula possui uma bobina e um eixo de acionamento. Quando energizada, a bobina cria um campo magnético que aciona o eixo. Quando a alimentação é desligada, uma mola retoma o eixo à posição inicial. As eletroválvulas se classificam em dois grupos distintos de acordo com o seu estado quando desativadas: normalmente aberta, exigindo alimentação para que sua passagem seja fechada; ou normalmente fechada que requer alimentação elétrica para ser aberta. A maioria das eletroválvulas é normalmente fechada, e o módulo de comando é que comanda a alimentação para sua abertura. As eletroválvulas podem ser alimentadas pelo módulo de comando ou pela bateria. No primeiro caso. o módulo enviará a tensão de alimentação para um dos pinos da eletroválvula no momento em que a abertura for necessária. O outro pino é constantemente aterrado para fechar o circuito. Na segunda forma de acionamento, a eletroválvula recebe alimentação constante da bateria, através de um relê e o segundo pino é ligado ao módulo. Para acionar a eletroválvula, o MC aterra internamente este pino, fechando o circuito e completando a alimentação do dispositivo.Alimenmção pelo módulo Alimentação pcb bateria MC MC ·z- Figum 2.6.2. Fe<mas de alimentaçto da otetfe)Yjlvuta. Vamos analisar a configuração de alimentação pela bateria, por ser a mais utilizada. O pino 1, no diagrama de exemplo, recebe alimentação da bateria. Sendo assim, sua tensão é constante, apresentando tensão de bateria sempre que o sistema estive em funcionamento. Analisaremos. então, o sinal do segundo pino, onde poderemos constatar os pulsos de aterramento. A tensão elétrica nesse pino varia de acordo com o acionamento. Com o circuito aberto, não há corrente circulando e a tensão da bateria é percebida no pino. Quando o módulo ativa o aterramento interno, passamos a perceber o sinal de terra, pois, com o fluxo de corrente, a eletroválvula consome a tensão elétrica deste circuito. 44 '------------------------------------------------------- Oselloseóplo Circuito aberto ~ Tensliode aUmentaçlio Circuito fechado • T ensllo de aterramento -·~· ''"W1 - Figura 2.6.3 ·Estados do clrculto da eletroválvula. Assim, a tensão alta, próxima da tensão de alimentação, indica que a eletroválvula está desativada. Tensão baixa, próxima de zero, indica que o dispositivo está ativado. I nativ:t Ath·a Y=SV/dov i."':J.Y• OV - Ath'll ln:uiva I Ativ~ 1 X=Sms/dov \X• Oms lnatÍ\'a - Figura 2.6.4. 5*1al de uma eletroválvula alimootada pela bateria ldootificando as r(l9i6es ativas e inativas. O objetivo de muitas eletroválvulas não é apenas liberar ou restringir uma passagem, mas também regular a vazão. O módulo de comando ajusta o fluxo, aumentando ou reduzindo a vazão conforme a necessidade. ----------------------------------------------------J45 Osciloscópio A forma mais simples de se obter variação na vazão é variar a tensão de alimentação, para, assim, variar a abertura da válvula. Mas esta é uma forma imprecisa e ineficiente de operação e o MC não trabalha com acionamento em tensões intermediárias. O controle da vazão se dá, então, por variação no tempo de abertura ou acionamento PWM (Pulse Width Modulation, ou modulação por largura de pulso). O módulo ativa e desativa a eletroválvula várias vezes por segundo. Nesses ciclos, a eletroválvula permanece um intervalo de tempo aberta e outro intervalo de tempo fechada. Para obter uma vazão baixa, o módulo diminui o tempo de permanência aberta em relação ao tempo de permanência fechada. Para aumentar a vazão o MC aumenta o tempo de permanência aberta, diminuindo o tempo de permanência fechada. Na ilustração a seguir estão representadas três situações distintas. Observe que a frequência do sinal ilustrado é de 50Hz para os três sinais. Isso corresponde a um período de 20 milissegundos entre dois acionamentos consecutivos. A variação na vazão é obtida aumentando o tempo em que eletroválvula é mantida aberta. O primeiro sinal do exemplo corresponde á vazão é baixa, pois a válvula permanece 2 milissegundos aberta e 18 milissegundos fechada. O terceiro sinal indica a condição de maior vazão, com a eletroválvula 17 milissegundos aberta e 3 milissegundos fechada . ... - .. ... ' r-. f . • '· Y.SV.CIIV X•~ \Y~<OV \X•Oms ""' ,_ . Al:fA Y.\ZA.O l··y r- .'~" . ,_ Y:$V.'diY x~5ms""' \Y•OV \)(•0..0 figura 2.6,5 • A.oionamen'o PWM em situações dife-rentes. 46 ~------------------------------------------------- Oselloseóplo Outro detalhe que pode ser visto ao analisarmos o sinal de várias eletroválvulas é o pico reverso de tensão, que ocorre em seu desligamento. Esse pulso é característico de sistemas indutivos, como as eletroválvulas e as bobinas de ignição. Quando o circuito indutivo é energizado. cria-se um campo magnético ao seu redor. Quando a alimentação deste circuito é retirada, a energia do campo magnético tende a sustentar a corrente. Mas, como o circuito foi aberto, a energia é convertida em um pico de tensão elétrica . • Inativa Y=10V/div óY=OV • Ativa Pico de desativação I . ! X=5ms/div \X=Oms Inativa Fjgura 2.6.6 • Pioo de descarga indutiva no desligamento da eletrovátvuta. A imagem 2.6.6 é o sinal típico de um injetor. o sinal deve apresentar um trecho com tensão de alimentação. cerca de 13,0 volts, o periodo de injeção. onde a tensão é próxima de zero, o pico de tensão de desativação do injetor e o retomo à tensão inicial. As eletroválvulas, em geral, apresentam sinais de acionamento PWM, com uma onda quadrada e períodos de abertura e fechamento variáveis. • Corpo de borboleta motoflzado Boa parte dos veículos atuais já possui o sistema de acelerador eletrô- nico, também conhecido como Drive-by-Wire, numa tradução direta significa "dirigindo por meio de fios". Nesse tipo de sistema o módulo de comando aciona a borboleta de aceleração por meio de um motor elétrico instalado no corpo de borboleta. O módulo de comando identifica a posição do pedal de aceleração e determina, após o processamento, qual deve ser a posição da borboleta. -------------------------------------------------------'47 Osciloscópio Como o módulo possui uma série de parâmetros e mapas configurados pelo fabricante, esse sistema apresenta vantagens em relação ao acionamento mecânico da borboleta. Entre elas podemos citar: economia de combustível, dirigibilidade do veículo e controle de emissão de poluentes. Para acionar a borboleta, o MC utiliza o controle PWM, semelhante ao que vimos nas eletroválvulas. Nesse caso, porém, um motor de corrente continua, ou motor "CC", é utilizado para o acionamento. o conjunto possui uma mola, para retomar a borboleta para sua posição de repouso. Figura 2.7 .1 • Corpo de bofbole1a mot01izado e seus principais componentes de acionamento. Um sinal de frequência constante é enviado ao motor de corrente contínua. Para abrir a borboleta, o MC aumenta a largura do pulso de acionamento. Isso eleva o torque, gerado pelo motor, o que força a borboleta para uma posição mais aberta. Para fechar a borboleta, o módulo diminui a largura do pulso, reduzindo o torque do motor CC. Assim a mola empurra a borboleta de volta para uma posição mais fechada. Quando observamos a borboleta com o sistema desligado, percebemos que ela está levemente aberta. A posição de repouso da borboleta não é totalmente fechada, mas com aproximadamente 10 graus de abertura. Se ocorrer alguma falha no sistema, uma quantidade miníma de ar pode ser admitida, para que se conduza o veículo a um local seguro. Em condições de marcha lenta ou de pouca carga, o motor CC deve então exercer um torque negativo para forçar o fechamento da borboleta. Para isso, o módulo de comando inverte a tensão de acionamento. o controle continua sendo do tipo PWM. Dessa vez, porém, quanto maior a largura do pulso negativo, maior será o fechamento da borboleta. J>c).!IÍÇiO de rt':Jlo4'>U)Q. 1\ lotor anopcmntc . ...., Abrrtur.t d;a borboleta T of'\IUC ~IU\"0 do motor . Figura 2.7.2 -Acionamento da botboleta motorizada. Posiçà<> de mucha lent'l. 'TOrque tlc~-ath'O do motor. ············· 2 ~"· ..... " '------------------------------------------------ Oselloseôplo A imagem, a seguir, mostra algumas posições da borboleta e o sinal de alimentação utilizado pelo módulo de comando para obtê-las. o acionamento nulo corresponde a uma pequena abertura da borboleta. Alimentações positivas proporcionam a abertura. enquanto pulsos negativos são utilizados para fechar a borboleta. .. )(• ....... v "'- A.. \J ~ ...... Figura 2. 7.3 • Sino I de aeionameniO em diferonleS posiçóes da borboleta. 49 Osciloscópio o sinal padrão de acionamento do corpo de borboleta é. portanto um PWM com frequência constante. A largura do pulso é aumentada ou diminuída para que se obtenha maior ou menor abertura da borboleta. Em regimes próximos ao de marcha lenta a tensão é invertida. • Bobinas de ignição As bobinas de ignição atuam. no sistema, como transformadores. A tensão elétrica do sistema de alimentação. com cerca de 13,0volts, é insuficiente para iniciar a centelha, que exige algo em tomo de 10 a 20 mil volts para ser formada. Esse valor elevado de tensão é alcançado pelo sistema através da carga e descarga indutiva. As bobinas acumulam energia sob a forma de campo magnético e, em seguida, descarregam-na em um curto espaço de tempo. Isso propicia a geração de pulsos com tensão de 10 a 20 quilovolts, por um breve período de tempo. Fisicamente as bobinas possuem dois enrolamentos. chamados de primário e secundário. que envolvem um núcleo de ferro. O enrolamento primário possui certa quantidade de espiras e é responsável por gerar um campo magnético. que armazena a energia da ignição. O secundário possui uma quantidade muito maior de espiras, cerca de cem vezes mais. Esse maior número de espiras multiplica a tensão elétrica. A contrapartida do aumento na tensão é a redução da corrente elétrica. Assim, a tensão no secundário é cerca de 100 vezes maior que a do primário, mas sua corrente é cerca de 100 vezes menor. O núcleo de ferro tem a importante função de concentrar o campo magnético ao redor dos enrolamentos. Sem ele a bobina deveria ter dimensões muito maiores para obter a mesma capacidade elétrica. Bot>onade ignição Figura 2.8.1 • Bobinas de ignlçllo e reprosonlliÇio osquemallca o primário das bobinas é alimentado diretamente pela bateria e seu outro terminal é aterrado pelo módulo de comando. Este acionamento é semelhante ao que estudamos nas eletroválvulas e, por ser um circuito indutivo. a forma de onda também apresenta algumas semelhanças. Nas bobinas, porém, temos um efeito indutivo muito maior e, com isso, tensões maiores. A seguir veremos detalhadamente a formação do sinal do primário das bobinas, em cinco etapas distintas. ~ '---------------------------------------------------- I i I ---.. _ Oselloseóplo l.lnicialmente o sinal apresenta a tensão de alimentação. cerca de 13 volts. A primeira queda no sinal ocorre no instante em que o módulo de comando aterra o primário da bo· bina. 2.A partir desse ponto llllCJa-se o carrega· mento da bobina. A tensão permanece pró· xima de zero, indicando que o primário con· tinua aterrado. Neste intervalo de tempo a corrente elétrica aumenta progressivamente acumulando energia na forma de um campo magnético. O periodo de carga é conhecido '-----=------' como periodo de Owell. E o deslocamento an· guiar que o motor percorre neste período é chamado ângulo de Owell. - 3.No instante correto de disparo da centelha, o MC desliga o aterramento. interrompendo o circuito primário. O campo magnético gerado l==::t __ j_ ___ _j tenta sustentar a corrente elétrica, fazendo com que a tensão se eleve bruscamente a valo· ! res entre 100 e 300 volts. Com isso, a tensão no secundário, que é cerca de 100 vezes maior, '------=------' apresenta um pico de 10 a 30 mil volts. Esta tensão é suficiente para romper o dielétrico entre os eletrodos da vela e iniciar a centelha. ........ - - - ~ . 4.Após iniciada a centelha, a tensão cai para cerca de 50 volts e se mantém nesse nível enquanto a centelha está acesa na vela de ignição. Esse trecho do sinal é chamado perío· do de queima, pois é o intervalo de tempo onde existe centelha entre eletrodos na vela. S.Quando a energia do campo magnético se esgota, a centelha finalmente se apaga. Essa interrupção da corrente é percebida com um último pico no sinal de tensão. Em seguida ele cai ao valor inicial e se estabiliza. Uma peque· na oscilação é percebida antes da acomodação do si.nal. o que é característico em circuitos in· '----------' dutivos. r~gura 2.8.2 • FormaÇio do sinal do primário das bobinas de ignit;ao. ----------------------------------------------------j51 Osciloscópio O sinal no enrolamento secundário, graças ao acoplamento eletro- magnético gerado pela bobina, é semelhante ao do enrolamento primário. Porém, com valores de tensão multiplicados várias vezes. O pico de disparo da centelha atinge mais de 10.000 volts, e a tensão da centelha fica entre 2 e 5 quilovolts. Uma particularidade do secundário é que os valores, inicial e final, da tensão estão próximos de zero, pois este enrolamento não recebe alimen- tação. 1àmbém podemos observar que as oscilações no início do período de carga e no final da centelha são mais intensas, o que se deve à maior indutância desse circuito em relação ao primário. A figura, a seguir, mostra um sinal de tensão do circuito secundário da ignição detalhando as principais formações. ! ! i ~ 1- -----' - 1'\v.-v· Y"-!IJ'r/IIN X•1Cirt'll.'cfw Y•SO"I~ X• l0rt!'l&l6v \Y•OV ,._, Wo.OV "'"""" Figura 2.8~ - Comparação entre 0$ sinal do teno30 no prirnaoo. ~ esqueroa. e do secundáriO. ~ d..,ta. • Sistema com centelha p"'~,~id" Vários veículos possuem uma bobina para acionar a ignição de dois cilindros. O mais comum é a utilização de uma bobina para a ignição dos cilindros 1 e 4, e outra para os cilindros 2 e 3. O enrolamento secundário dessas bobinas é ligado às duas velas de ignição e o circuito se fecha pelo aterramento no próprio motor. Bateria EnroU1men primário Enrofamên secundário Bobina Figura 2.8.4 • RepresenlaÇlio do cótcuao do uma bobina dupla (oentefha pedida). MC ~ '---------------------------------------------------- Osclloseóplo A bobina é acionada a cada rotação do motor e as duas velas disparam a centelha simultaneamente. Um dos cilindros estará no tempo de compressão, e a centelha efetivamente dará início à combustão. O outro cilindro, que também estará em movimento ascendente, mas no tempo de descarga, não terá sua centelha aproveitada. Por essa razão, a configuração é chamada "centelha perdida", pois das duas centelhas, uma inicia a combustão em um dos cilindros enquanto a outra apenas completa o circuito. Ao analisarmos o sinal do primário das bobinas dessa configuração, podemos ver dois acionamentos a cada ciclo de duas rotações do motor, ou seja, um acionamento por rotação. Com o motor em marcha lenta, a 900 rpm, isso corresponde a um periodo de 65 milissegundos. ~ Y=50VId•v .\Y=OV 65 milissegundos -·~-~- • 1 .. X=10msldN \X=Oms '-L Figura 2.8.5 • Sinal de - no primMo de um sistema com centelha perdida. Se captarmos o sinal do circuito secundário em um dos cabos de ignição, podemos identificar com mais clareza as centelhas efetivas e perdidas. A tensão elétrica do sinal depende da caracteristica dos gases entre os eletrodos da vela. Se a pressão é maior, a corrente elétrica terá maior dificuldade para vencer o espaço da folga da vela e a tensão elétrica é maior. De forma análoga, com a pressão menor a tensão elétrica é menor. Como a centelha efetiva ê formada no final da compressão, para iniciar a combustão, situação em que a pressão no interior do cilindro é alta, a tensão de ignição é maior. A centelha perdida ocorre durante a descarga, com a válvula de exaustão aberta. A pressão no cilindro está baixa e a tensão da ignição é menor. Ao analisarmos o sinal captado no cabo de ignição, podemos ver alternadamente um sinal mais forte e outro mais fraco. Esses sinais são formados respectivamente pela centelha efetiva e pela centelha perdida. ----------------------------------------------------j~ Osciloscópio Centelha Centelha Centelha efetiva perdida efetiva Y=10KV/div IIY=OV 1 X=10msldov \X=Oms Centelha perdida F;gura 2.8 .. 6 ·Sinal de tensAo no secundário de um sistema com centelha perdida. • Sistema com bobinas individuais Outra possibilidade ê a utilização de uma bobina para cada vela de ignição. o Módulo de Comando possui um pino dedicado a cada bobina e comanda a ignição individualmente em cada cilindro. Nessa configuração, a bobina é menor e fica mais próxima da vela de ignição. Geralmente o cabo de ignição é substituído por um prolongamento da própria bobina, que se encaixa sobre a vela. Figura 2.8.7 ·Bobinas de igniyão individuais. ~ '--------------------------------------------------Oselloseóplo Os sinais no primário e no secundário dessas bobinas seguem o mesmo padrão citado até agora. A diferença é que não existe centelha perdida. A bobina é acionada apenas uma vez a cada cido do motor, ou seja, um acionamento a cada duas rotações. Observe, na figura 2.8.8, que o período entre os acionamentos, em regime de marcha lenta, é de aproximadamente 130 milissegundos. P-'1 Y=SfJV/diV 1\Y• O V 130 mitissegundos l I • X=20msldiV \X• Oms 1..., ftgura 2.8.8 ·Sinal de tensão no ~rio de um sistema com bobinas individuais. Vimos, então, que o sinal ideal de um enrolamento primário da bobina é facilmente identificado pelas características analisadas. O início do período de carga, o carregamento em si, o disparo, a •queima" e o fim da centelha. O enrolamento secundário é caracterizado por oscilações maiores no início da carga e no final da centelha, além da tensão ser próxima de zero no intervalo entre os sinais. • Motores de passo Diferente dos motores elétricos convencionais que giram sem referência de posição, o motor de passo opera com incrementos fiXos de rotação. Esses incrementos, chamados passos, são controlados pelo módulo, o que possibilita controlar com precisão o posicionamento do eixo. A principal aplicação do motor de passo é para controle de marcha lenta. Os sistemas utilizam esse dispositivo para controlar a passagem para o ar de marcha lenta, quando a borboleta está totalmente fechada. O motor possui um eixo com fusos (roscas). que avança ou recua conforme o sentido da rotação. Quando em funcionamento, o módulo de comando aciona o motor incrementando ou decrementando passos. Isso faz o eixo avançar ou recuar, para restringir ou aumentar a passagem de ar. ----------------------------------------------------j55 Osciloscópio Figura 2.9.1 -Motor de passo de controle de marcha lenta. Internamente o motor de passo possui duas bobinas ao redor do eixo. Essas bobinas são acionadas individualmente e de forma intercalada. A cada acionamento de uma delas, o motor gira o equivalente o um passo. Para girar o eixo no outro sentido. o módulo de Comando invene a sequência de acionamento das bobinas. Assim, a cada acionamento, o roto r gira um passo no sentido contrário. O sinal de acionamento do motor de passo é uma onda quadrada aparentemente aleatória. Não existe frequência ou período que possamos medir, nem largura de pulsos como nos sinais PWM. A bobina é acionada de acordo com a necessidade. Em cada bobina podemos identificar esse sinal, mas, se analisarmos simultaneamente, nós veremos que os pulsos de uma bobina não acompanham os pulsos da outra. Isso demonstra o acionamento individual e, aparentemente, aleatório do motor. - •.. Y- SV/diV \Y• OV r- .._ I • I -X-20mSidoY \X=Oms r.gufa 2.9.2 - Sinal de acionamento de um mo:ot de passo. - • 55 '---------------------------------------------------- Osciloscópio O sinal padrão do motor de passo é uma onda quadrada, sem frequência e duração definida. Deve estar presente em todas as bobinas do motor. Não há medição de tempo a ser feita, apenas a análise do formato do sinal presente nos fios. • Alternador Este componente é responsável por gerar energia elétrica para o sistema. A energia alimenta os dispositivos eletroeletrônicos do veículo e o excedente é enviado para a bateria, que armazena a energia para a próxima partida do motor. Seu funcionamento depende de energia mecãnica fornecida pelo motor em funcionamento. o torque chega ao eixo e ao conjunto chamado roto r, que possui um enrolamento. O roto r é envolvido por outros enrolamentos, que formam o conjunto chamado estator. Dois circuitos eletrônicos, o regulador de tensão e o retificador completam os componentes principais do alternador . • Fijjuro 2.10.1 • i>rínelpals com-tos do alternador. O regulador envia uma pequena corrente elétrica ao enrolamento do rotor, criando campos magnéticos alternando pólos norte e sul. Com a rotação do roto r, os campos atravessam os enrolamentos no estator, gerando a corrente elétrica f mal. Se a tensão final é muito alta, o regulador reduz a corrente elétrica do roto r, diminuindo os campos magnéticos e reduzindo a tensão fmal. Cada um dos enrolamentos do estator gera uma corrente elétrica de tensão alternada. Os enrolamentos são distribuídos no estator, de forma que suas tensões elétricas formem senoides defasadas. A tensão é retificada, para poder alimentar o sistema elétrico de corrente continua. Ao passar pela ponte de retificação, composta por 6 diodos, a tensão passa a ser um sinal positivo. porém com pulsos. --------------------------------------------------J57 Osciloscópio Figura 2.10.2. Tensão lnlásica antes e depois da retõf1C3'*'. Fase u Fase V FaseW Os pulsos do sinal retificado têm origem nos picos de tensão elétrica de cada fase do estator. Quando o sistema está operante, a bateria absorve esses pulsos e a tensão final do sistema é um valor contínuo com poucas oscilações. Tensão retificada Alternador Bateria Fogura 2.10.3 • Põcos de tenSllo filttadOs pela bateria. Tensão filtrada Circuito elétrico Dessa forma, para visualizarmos o sinal original do alternador, precisamos retirar a bateria do circuito. Isso deve ser feito desconectando o terminal negativo da bateria com o motor em funcionamento. ~ '---------------------------------------------------- Y=SVIdiV :;.Y•OV Cerca de 13 volts Figura 2.10.4 • Sinal do alternador com a b81erio d&SOO<leclada. Osciloscópio Não é aconselhável manter o terminal da bateria removido por muito tempo, pois a bateria absorve eventuais picos de tensão, sendo, portanto, um filtro para o circuito elétrico. Em alguns sistemas, o Módulo de Comando percebe a ausência da bateria, justamente pelos picos de tensão, e desliga o motor após alguns segundos. o sinal padrão do alternador é, então, uma tensão oscilante com valor médio por volta de 13 volts. As oscilações são referentes aos picos de tensão gerados pelas fases do estator. A bateria filtra estas oscilações, portanto esse sinal somente é percebido quando seu cabo negativo está desconectado. ----------------------------------------------------j59 - .J .!JJ ~.::;; .:.HJ~ O ..:;J Oselloseóplo ii Diagnósticos • lntroduçãn Neste capítulo vamos aplicar os nossos conhecimentos na análise dos sma1s de vários sensores e atuadores. Apresentaremos muitos conceitos importantes, que ajudarão no reconhecimento das falhas no circuito ou no componente para, então, possibilitar a utilização do osciloscópio no diagnóstico de falhas. • O Je ~ '11en o o."""ilosrl,pio ,.,~de "rtS mm:trar Nos primeiros capítulos, vimos muitas informações que podem ser obtidas por meio do osciloscópio. Os sinais de resposta ou de acionamento dos dispositivos apresentam variações muito rápidas, além de alguns detalhes que são impossíveis de se observar com um multímetro. Vimos. também, a introdução ao princípio de funcionamento dos sensores e atuadores. O que nos permitiu estudar a formação dos sinais dos componentes. Quando compreendemos a teoria de funcionamento do dispositivo, sabemos o que esperar quando analisamos o seu sinal. Por esse motivo, ao final de cada item citado do capítulo 2, foi colocado um resumo sobre o sinal padrão de cada componente. Agora veremos basicamente duas formas de análise que podem ser aplicadas ao sinal obtido. Uma delas é a análise direta, onde buscamos informações sobre o próprio componente, a partir do seu sinal. Ou seja, o sinal do componente é comparado a um padrão, para podermos, com isso, identificar falhas ou sinais de desgaste do componente e falhas do circuito elétrico. como mau contato e problemas de alimentação e de aterramento. Outra forma de explorar a capacidade do osciloscópio é a análise indireta. Veremos que os sinais de alguns componentes podem nos fornecer informações importantes sobre a condição de funcionamento do motor
Compartilhar