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5 - Transformação, incorporação, fusão e cisão das sociedades

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Direito Empresarial e do Consumidor
Aula 5: Transformação, incorporação, fusão e cisão das
sociedades
Apresentação
As sociedades já estudadas até o presente momento podem realizar, no decorrer de suas atividades, algumas operações
societárias, assim entendidas como uma série de atos jurídicos em torno da possibilidade de transformação,
incorporação, fusão e cisão das respectivas sociedades originárias com diferentes �ns.
Todos esses atos têm consequências jurídicas para sócios, poder público, mercado e até mesmo para a sociedade civil
como um todo. O conhecimento jurídico e as consequências práticas de possível transformação, incorporação, fusão e
cisão são essenciais para alunos e futuros administradores.
Objetivos
Descrever os atos de operação societária de transformação, incorporação, fusão e cisão;
Identi�car as possíveis consequências jurídicas para empresários, sócios e gestores;
Reconhecer as possíveis consequências jurídicas na relação com mercado, poder público e sociedade civil como um
todo.
 Operações societárias e o Cade
O Direito societário contempla, entre outros pontos, as possíveis operações societárias, assim entendidas como atos jurídicos
que podem ser praticados por uma ou mais sociedades com objetivos diversos, mas que de um modo ou de outro sempre
afetam a sua forma de constituição e operações para o futuro.
Tais operações, idealizadas no íntimo de um ou mais empresários ou sociedade constituída, produz muitos efeitos externos,
isto é, pode afetar mercados e respectiva concorrência, arrecadação e desenvolvimento de um município, estado ou mesmo
país e suas relações comerciais com o mundo global de hoje.
Por mais que se iniciem no campo originário da autonomia da vontade e, como mais recentemente modi�cado pela Medida
Provisória 881/2019, artigo 421, na presunção de liberdade de contratar, “exercida em razão e nos limites da função social do
contrato, observado o disposto na Declaração de Direitos de Liberdade Econômica”, tais atos que resultam nas operações podem
causar um impacto signi�cativo, positivo ou negativo. Por isso, estão regulados de modo mais cuidadoso e preciso, e podem,
inclusive, receber veto formal, em caráter nítido de intervenção estatal na economia.
Quando algo assim acontece, por previsão legal, o Conselho Administrativo de Desenvolvimento Econômico (Cade)  é acionado
e, conforme previsão do próprio órgão, em sua página o�cial:
O Conselho Administrativo de Defesa Econômica - Cade é uma autarquia federal, vinculada ao Ministério da Justiça,
com sede e foro no Distrito Federal, que exerce, em todo o Território nacional, as atribuições dadas pela Lei nº
12.529/2011.
O Cade tem como missão zelar pela livre concorrência no mercado, sendo a entidade responsável, no âmbito do Poder
Executivo, não só por investigar e decidir, em última instância, sobre a matéria concorrencial, como também fomentar e
disseminar a cultura da livre concorrência.
Para além da novidade da Medida Provisória 881/2019 que institui a Declaração de Direitos de Liberdade Econômica,
estabelece garantias de livre mercado, análise de impacto regulatório, entre outras providências, o Cade já exerce um papel de
suma importância, principalmente em grandes operações societárias que possam impactar, de qualquer modo, o acesso a um
produto ou serviço que pro�ssionalmente sejam fornecidos pelo empresário ou sociedade empresária.
Lembra-se do conceito de empresário e contrato de sociedade?
Perceba a aplicação na prática, agora já em outro segmento e análise. Repare que mesmo no Estado de Direito, a simples
vontade de pessoas naturais e jurídicas, como empresários e/ou sócios, não é necessariamente autônoma e de caráter
absoluto para �ns de toda e qualquer operação societária, pois, os impactos na micro e macroeconomia podem ser
desastrosos, principalmente, em sede de livre concorrência e tributos.
Saiba mais
Veja os números de 2019 para ter uma ideia da atuação do Cade e de seu impacto na econômica e no livre mercado.
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Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online
As informações, aliadas a dados de processos administrativos que tramitam ordinariamente, demonstram a importância que
pro�ssionais da área jurídica, contábil, administrativa, sindical e de mercado têm para assessorar empresários e sociedades já
existentes que pretendem uma operação societária.
Saiba mais
Leia os textos:
Cade rejeita aquisição da Liquigás pela Ultragaz;
Compra da Alesat pela Ipiranga é vetada pelo Cade.
Uma vez já identi�cado o relevante papel do CADE, vamos então conhecer de perto o conceito e cada uma dessas operações
societárias, seus requisitos, consequências, legislação geral e especí�ca, bem como o impacto que isso pode gerar para
empresários, sócios, mercado, poder público e sociedade civil como um todo.
 Operações societárias: transformação, incorporação, fusão e cisão
Por operação societária, podemos entender atos ou conjunto de atos jurídicos que envolvam modi�cação da forma
originária de uma ou mais sociedades empresárias, fazendo que com uma ou mais sociedades sejam criadas,
normalmente com parte ou todo das sociedades anteriormente existentes.
Por que as sociedades têm interesse em agir assim?
Maior competitividade de
mercado.
Planejamento tributário. Planejamento ou replanejamento
estratégico.
Vontade de sócios (muito comum
em negócios familiares).
Nova previsão ou enquadramento
legal.
Por essas razões, as sociedades normalmente se envolvem nas seguintes operações societárias, previstas nos artigos 1113 a
1122 do Código Civil.
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 Transformação
É uma operação que resulta na passagem, em pleno funcionamento, de um tipo de sociedade para outra.
Nesse caso, não estamos falando de apenas uma sociedade limitada, e que se transformará em uma sociedade de ações. A
vantagem maior é justamente não haver necessidade de dissolução e/ou liquidação, não comprometendo operações de
mercado etc.
A Transformação vem regulada nos artigos 1113 a 1115 da Lei 6.404/1976. Conforme as previsões legais do Código Civil, não
há necessidade de dissolução ou liquidação da sociedade anterior, formando-se e adequando-se à nova com a legislação da
espécie pretendida, como especi�cada.
Segue também importante normativa sobre atos de operação societária, qual seja a INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 35, DE 2 DE
MARÇO DE 2017 que “dispõe sobre o arquivamento dos atos de transformação, incorporação, fusão e cisão que envolvam
empresários, sociedades, bem como a conversão de sociedade simples em sociedade empresária e vice-versa”.
Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online
Saiba mais
Conheça a IN 35/2017.
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Para que se opere uma
Transformação, há necessidade
de consentimento de todos os
sócios, salvo se o contrário
restou estipulado em seu ato
constitutivo, quando, então,
poderá haver a retirada do sócio
contrariado, nos termos do artigo
1113 e 1031 do Código Civil, se
for o caso.
Qualquer que seja o interesse da
Transformação, o artigo 1115
põe a salvo, protege os
interesses de credores, não
extinguindo nem agravando
créditos e situações jurídicas
para o seu recebimento. A
ressalva diz respeito inclusive à
falência conforme o parágrafo
único do mesmo artigo de lei.
 Incorporação
É a operação societária que permite uma aglutinação, uma absorção de uma ou mais sociedades por outra, que será, de
fato e de direito, sua sucessora em todos os direitos e obrigações. O conceito que retira da tipicidade legal está previsto
nos artigos 1116 a 1118 e também na Lei 6.404/76, conhecida de todos como Lei da SA, em referência direta à
legislação que regula as sociedades anônimas em nosso ordenamento jurídico.
Pela incorporação, uma ou mais sociedades são aproveitadas para compor um novo organismo, agregando valores que
interessam aos sócios e/ou acionistas, de modo a permitir melhor performance de mercado, melhor regulação tributária.
Basicamente, as mesmas razões possíveis para a Transformaçãotambém se aplicam à Incorporação.
O cuidado maior para os colaboradores e sócios das sociedades incorporadas diz respeito à realidade da nova sociedade,
em especial quanto à estrutura e organograma, aproveitamento de postos de trabalhos, contratos �rmados etc. Trata-se,
na maioria das vezes, de uma operação societária que resvala em aspectos de uma reengenharia organizacional,
considerando que cortes de pessoas, projetos e áreas são comuns, principalmente quando a sociedade incorporadora já
domina o business de uma ou mais incorporadas.
Dependendo das estruturas de todas as sociedades envolvidas, mercado e regulação, é necessária a comunicação de
fatos relevantes e de uma série de outras providências. O Código Civil prevê a necessidade das aprovações gerais, não
fazendo menção, necessariamente, a regramentos de mercado e regulação que podem ser próprios de um ou outro
negócio.
Os artigos 1117 e seguintes do Código Civil são claros ao prever a aprovação da normativa básica da operação e do respectivo
projeto de um novo ato constitutivo que deverá ser construído, de acordo com a previsão já existente para a sociedade
incorporadora. É preciso que os administradores tenham autorização formal para praticar os atos necessários não só à
incorporação, mas também à transição que se operarão com terceiros, principalmente.
Outro ponto relevante é a necessidade
de validação do patrimônio líquido da
sociedade incorporada, pois será o
parâmetro não só para os valores
envolvidos no negócio em si, mas,
principalmente, para eventuais ações ou
necessidades de apuração de haveres e
pagamentos.

Em condições normais, a atividade é
realizada por peritos especializados que
deverão, de modo sistemático e
fundamentado, apontar o valor o
patrimônio líquido da sociedade
incorporada. A sociedade incorporadora
sucede a incorporada em todos os
direitos e obrigações.
Assim que houver aprovação dos atos da incorporação, a sociedade incorporadora declara extinta a sociedade incorporada e
promove, na forma da lei, as respectivas averbações e outros ajustes necessários, inclusive de comunicação ao mercado,
sociedade civil e poder público. Tais providências podem variar bastante considerando o tipo das sociedades envolvidas, bem
como a área de atuação, se mais ou menos regulada, por exemplo.
Considerando a tipicidade do ato, a Lei 6404/1976, conhecida como Lei das Sociedades Anônimas também regula a
incorporação em seu artigo 227.
Lei 6.404
art. 227 A incorporação é a operação pela qual uma ou mais sociedades são absorvidas por outra, que lhes sucede em
todos os direitos e obrigações.
§ 1º. A assembleia geral da companhia incorporadora, se aprovar o protocolo da operação, deverá autorizar o aumento
de capital a ser subscrito e realizado pela incorporada mediante versão do seu patrimônio líquido, e nomear os peritos
que o avaliarão.
§ 2º. A sociedade que houver de ser incorporada, se aprovar o protocolo da operação, autorizará seus administradores a
praticarem os atos necessários à incorporação, inclusive a subscrição do aumento de capital da incorporadora.
§ 3º. Aprovados pela assembleia geral da incorporadora o laudo de avaliação e a incorporação, extingue-se incorporada,
competindo à primeira promover o arquivamento e a publicação dos atos da incorporação.
Repare a identidade da legislação (Código Civil e Lei das Sociedades Anônimas), o que demonstra uma preocupação muito
grande do legislador e respectivos aplicadores das normas em não gerar situações jurídicas mais con�ituosas que poderiam,
de um modo ou de outro, trazer consequências jurídicas negativas para a operação societária pretendida e seus respectivos
resultados.
Exemplo
Conheça alguns casos de incorporação e respectivas atuações do Cade:
Incorporação da Elektro pela Neoenergia é aprovada sem restrições pelo Cade;  
Cade aprova incorporação da Fox pela Disney com a venda do canal Fox Sports no Brasil;
Bolsa apresenta ao CADE requisição de análise do ato de concentração decorrente da incorporação da Cetip.
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Repare que, neste caso último, o mercado reage e formalmente solicita atuação do Cade para análise de uma incorporação no
mercado respectivo, demonstrando a preocupação que já destacamos sobre o impacto de operações societárias de grande
porte na economia de um país, região ou mesmo bloco econômico.
 Fusão
Por meio da Fusão, duas ou mais sociedades se unem para formar um nova, que em regra, também será sucessora das
duas em direitos e obrigações. É, muito provavelmente, uma operação societária de pretensão e ocorrência mais comum
que as anteriores e, normalmente, advém da vontade prévia de sócios, muito comum em sociedades de cunho
originariamente mais familiar, ou em percepções originadas do mercado e suas características.
Duas ou mais sociedades são aglutinadas, por isso, a fusão tem também mais liberdade de negociação entre as partes, em
especial de como �cará a sociedade nova. Temas como participação do capital, administração, controle, gestão de relação
com o mercado são apenas alguns pontos que podem ser deliberados com ampla liberdade, ressalvando atuações normativas
do Cade e de outros órgãos, considerando o nível de regulação da área e respectiva atividade econômica.
Crises de mercado local, regional, nacional e, principalmente, internacional têm levado grandes grupos tradicionais e
concorrentes entre si estudarem fusões, no todo ou em parte, de suas sociedades e atividades.
A Fusão, muitas vezes, é a salvação para o negócio, mas, assim, como ocorre na Incorporação, pode afetar, de modo
signi�cativo, dois importantes pontos:
Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online
1
Divisão de poderes de controle e gestão das duas
sociedades, agora concentrados em uma só.
2
Número total de colaboradores das duas sociedades, em
especial quando há �agrante sobreposição nas estruturas
anteriores.
Nesses casos, para além de preocupações naturais ligadas ao Cade e os impactos de mercado, o campo dos recursos
humanos e, mais precisamente, dos postos de trabalho, é também colocado em cheque. Considerando que existem setores de
atividade econômica com maior ou menor emprego de pessoas, automação, entre outros, os cuidados preventivos, planos de
ações internas de demissão voluntária, realocação de colaboradores são muito bem-vindos, principalmente quando há grande
número de desempregados.
Sem prejuízo da Reforma Trabalhista de 2017, bem como da Medida Provisória 881/2019, é saudável que as sociedades em
estudos e negociação para fusão levem em consideração tais impactos. O desemprego afeta diretamente não só o colaborador
e família, mas, indiretamente, a arrecadação tributária, o desenvolvimento local, e pode causar um efeito em cadeia signi�cativo
em atividades terceirizadas que giram ao redor das sociedades com intenção de fusão.
A regulação vem nos artigos 1119 a 1122 do Código Civil e também na Lei das Sociedades Anônimas, Lei 6404/1976, artigo
232. Em leitura do artigo 1120 do Código Civil, em especial os parágrafos 2o e 3o, percebe-se a maior liberdade de articulação e
combinação da proposta de Fusão:
Art. 1.120. A fusão será decidida, na forma estabelecida para os respectivos tipos, pelas sociedades que pretendam unir-
se.
§1°  Em reunião ou assembleia dos sócios de cada sociedade, deliberada a fusão e aprovado o projeto do ato
constitutivo da nova sociedade, bem como o plano de distribuição do capital social, serão nomeados os peritos para a
avaliação do patrimônio da sociedade.
§2° Apresentados os laudos, os administradores convocarão reunião ou assembleia dos sócios para tomar
conhecimento deles, decidindo sobre a constituição de�nitiva da nova sociedade.
É exatamente tal liberdade que torna a Fusão bastante atrativa para os sócios das sociedades em conversações, mas, ao
mesmo tempo, bastante temerosas para administradores e gestores contratados, considerando o redesenho de possíveis
estruturas sobrepostas e a nova realidade que se pretende para asociedade que será o resultado da Fusão das duas
anteriores.
Exemplo
Veja alguns exemplos de Fusão:
Suzano: Superintendência Geral do Cade aprova fusão com a Fibria;
Cade aprova, com restrições, fusão entre Monsanto e Bayer;
MPT pede na Justiça documentos do Cade que vão subsidiar inquérito sobre processos de fusão.
No último caso, aparece a preocupação do Ministério Público do Trabalho sobre possível demissão em massa em determinado
processo de fusão na área de atuação das sociedades.
Repare que o segmento conta com atuação bastante signi�cativa de mão de obra humana da região envolvida, prevendo o
MPT os possíveis impactos mencionados.
Leia o artigo e observe como, principalmente antes da Reforma Trabalhista de 2017, a preocupação com os postos de trabalho
nas operações societárias era algo realmente signi�cativo.
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 Cisão
Como última operação societária formalmente prevista em lei e analisada nesta aula, a cisão acarreta na transferência
de patrimônio de uma sociedade para uma ou mais de uma, que passam a existir com tal �m ou para outra(s)
sociedade(s) já existente(s). É operação de cunho obrigatório interno, mas que também afeta as relações exteriores com
mercado, sociedade civil e poder público.
Em tese, signi�ca transferência patrimonial que pode gerar
mais ou menos complicações de gestão e aproveitamento
de recursos humanos.
De acordo com o modelo de cisão, existência ou não de
sociedades pré-constituídas e estruturadas para tal
�nalidade, é até possível que percebam impactos positivos
na concorrência de mercado e postos de trabalho.
Exemplo
Repare nos casos de cisão (ou sugestão de cisão) abaixo e como o Cade vem atuando na preservação de alguma forma de
ordem econômica ligada à concorrência:
Cade impõe restrições a operações envolvendo o Grupo Telefónica 
Cade multa sociedade de anestesistas e sugere sua cisão  
Tribunal de Contas da União TCU - DENÚNCIA: DEN 00912220020 
 Comentários �nais sobre as operações societárias
Se você está no mercado de
trabalho, especialmente em
sociedade de médio ou grande
porte, já deve ter vivido
momentos (ou ouvido relatos de
colegas mais antigos) sobre
tentativas, boatos ou efetivas
operações realizadas e seus
impactos nos negócios e
empregos.
Normalmente, você terá
escolhido uma quali�cação e
colocação no mercado, consegue
sua vaga e, quando está
administrando projetos e
pessoas, vem aquela notícia:
existe uma operação societária
proposta para nossa sociedade.
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A partir desse momento, é possível que algumas das situações a seguir ocorram com você:
Haverá novas responsabilidades e um grupo seleto de pro�ssionais foi selecionado para trabalhar a proposta de
operação societária. Você é um deles!
Seus liderados pedem informações, dados, documentos, pois estão preocupados em perder empregos e veem você
como alguém que pode ajudar.
O Cade, o Ministério Público ou algum Juiz o�cia o administrador ou gestor da sociedade (você) e pede informações
que você desconhece e mesmo que conhecesse, não sabe se podem ser fornecidas.
Clientes potenciais escrevem para a sua empresa e pedem uma posição por escrito e via canal público, diante dos
boatos ou notícias.
O conteúdo aqui apresentado permite a você perceber desde o início o quanto são reguladas juridicamente as atividades
empresárias, a constituição e repercussão das sociedades no mercado, sociedade civil e poder público. É algo que ultrapassa a
venda de produto ou serviço que seu business realiza na ponta e necessitará de uma atuação jurídica especializada que, em
conjunto com os administradores e gestores, poderá desenhar diretrizes e executar planos de ação do modo mais adequado
possível.
O papel destinado aos administradores ou gestores é seguir rigorosamente as diretrizes e planos de ação de�nidos, incluindo
aí, o relacionamento e a comunicação institucional com colaboradores, normas de compliance e tudo o mais que houver
predeterminado.
Não há, em processos de operação societária, carreiras solo ou salvadores da pátria que não se comunicam com os setores
envolvidos, dividindo responsabilidades diversas e suas consequências.
 Atividade
1) Qual alternativa contém a resposta correta sobre as operações societárias?
a) São operações de ações em bolsa de valores, não afetando os outros tipos societários.
b) As sociedades limitadas não podem realizar tais operações.
c) A incorporação não pode ocorrer em sociedades anônimas.
d) Sócios têm um papel decisivo na aprovação das operações societárias.
e) O poder público não se envolve em tais operações, pois são privadas.
2) As operações societárias previstas no Código Civil são de natureza privada ou pública?
a) Privada, não havendo interferência pública, em razão da liberdade econômica.
b) Pública, pois estão previstas em lei, não havendo caráter privado.
c) Pública, pois estão sujeitas ao CADE.
d) Privada, podendo sofrer intervenções de natureza pública, considerando as atuações do CADE e outros órgãos reguladores.
e) Privada e exclusivamente dos sócios, não cabendo qualquer interferência do Ministério Público ou CADE.
3) Considerando as atribuições do CADE, marque a opção correta:
a) Tem ação preventiva, de investigar, em todo o território nacional, e posteriormente julgar cartéis e outras condutas nocivas à livre
concorrência.
b) Tem ação repressiva, de analisar e posteriormente decidir sobre as fusões, aquisições de controle, incorporações e outros atos de
concentração econômica entre grandes empresas que possam colocar em risco a livre concorrência.
c) Tem ação educativa, de instruir o público em geral sobre as diversas condutas que possam prejudicar a livre concorrência; incentivar e
estimular estudos e pesquisas acadêmicas sobre o tema, firmando parcerias com universidades, institutos de pesquisa, associações e
órgãos do governo; realizar ou apoiar cursos, palestras, seminários e eventos relacionados ao assunto; editar publicações, como a Revista
de Direito da Concorrência e cartilhas.
d) Não atuam em casos de demissão em massa, se a concorrência estiver preservada.
e) É uma entidade privada, não integrando a administração pública, considerando que o Estado não se envolve na liberdade de iniciativa
privada e econômica.
4) Os sócios de uma sociedade:
a) Não têm participação direta em incorporações, pois o CADE vai determinar a atuação de sócios, administradores e gestores
contratados.
b) Atuam diretamente nas operações societárias com papel decisivo na forma da lei.
c) Devem delegar a administração à terceira pessoa, não podendo atuar em processos decisórios de operações societárias.
d) Só atuam em operações societárias se houver delegação de poderes de gestores.
e) Necessitam, sempre por unanimidade, aprovar operações societárias.
5) A respeito da Medida Provisória 881/2019 (Declaração de Direitos de Liberdade Econômica), CADE e Ministério Público, é
correto a�rmar que:
a) A MP 881/2019 reforça a intervenção econômica do Estado na economia, concedendo mais poderes ao CADE, inclusive de cunho
preventivo.
b) A presunção de liberdade no exercício de atividades econômicas, desde que autorizada pelo Estado (quando houver necessidade), é
um princípio da MP 881/2019.
c) A MP 881/2019 reforça a atuação reativa do Ministério Público, mas limita sua atuação preventiva.
d) A MP 881/2019 reforça a atuação preventiva do CADE e do Ministério Público, mas limita a atuação reativa de ambos.
e) A MP 881/2019 em nada afeta as relações de liberdade econômica e livre concorrência e relações trabalhistas.
Notas
Referências
BRASIL. Legislação. Disponível em: //www4.planalto.gov.br/legislacao/. Acesso em 30 abr. 2019.
BRASIL. Código Civil. Disponível em: //www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10406.htm. Acesso em 30 abr. 2019.
BRASIL. Constituição da República de 1988. Disponível em:
//www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm. Acesso em 9 jun. 2019.
BRASIL. Lei 12.529/2011. Disponível em: //www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12529.htm.Acesso em 30
jun 2019.
BRASIL. Medida Provisória 881/2019. Disponível em: //www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2019/Mpv/mpv881.htm.
Acesso em 23 jun 2019.
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