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PLANEJAMENTO-EDUCACIONAL-E-CURRÍCULO-2

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1 
 
 
PLANEJAMENTO EDUCACIONAL E CURRÍCULO 
 
 
2 
 
 
NOSSA HISTÓRIA 
 
 
A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de 
empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de 
Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como 
entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. 
A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de 
conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a 
participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua 
formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, 
científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o 
saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. 
A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma 
confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base 
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições 
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, 
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
Sumário 
PLANEJAMENTO EDUCACIONAL E CURRÍCULO ............................... 1 
NOSSA HISTÓRIA .................................................................................. 2 
INTRODUÇÃO ........................................................................................ 5 
O que é planejar ...................................................................................... 5 
Tipos e Níveis de Planejamento .............................................................. 8 
Planejamento Educacional .................................................................... 10 
Objetivos do Planejamento Educacional ............................................... 11 
Requisitos do Planejamento Educacionais ............................................ 11 
Plano nacional de educação (PNE) ....................................................... 13 
Planejamento Escola ............................................................................. 17 
Planejamento Curricular ........................................................................ 19 
Objetivos do Planejamento Curricular ................................................... 20 
Requisitos do Planejamento Curricular .................................................. 20 
PCNs do Ensino Médio, Ensino Fundamentale Educação Infantil ....... 22 
Planejamento de Ensino ........................................................................ 36 
Objetivos do Planejamento de Ensino ................................................... 37 
Requisitos do Planejamento do Ensino ................................................. 37 
Projeto Político-Pedagógico ................................................................. 46 
HIERARQUIA E RELACIONAMENTO DOS PLANEJAMENTOS ......... 48 
PLANEJAMENTO EM EDUCAÇÃO: REVISANDO CONCEITOS PARA 
MUDAR CONCEPÇÕES E PRÁTICAS ........................................................... 49 
PLANEJAMENTO É .............................................................................. 50 
PLANO É ............................................................................................... 52 
PROJETO É .......................................................................................... 53 
file://///192.168.0.2/E$/Pedagogico/Controle%20-%20Cursos/POSTAGEM/EDUCAÇÃO/GESTÃO%20ESCOLAR%20(ADMINISTRAÇÃO,%20SUPERVISÃO%20E%20ORIENTAÇÃO)/PLANEJAMENTO%20EDUCACIONAL%20E%20CURRICULO/PLANEJAMENTO%20EDUCACIONAL%20E%20CURRÍCULO.docx%23_Toc65144503
 
 
4 
PROGRAMA É ...................................................................................... 55 
CONSTRUINDO UM CONCEITO DE PARTICIPAÇÃO ........................ 55 
CONCLUSAO ........................................................................................ 57 
REFERENCIAS ..................................................................................... 58 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
INTRODUÇÃO 
 Planejamento curricular abrange o planejamento das experiências 
vividas pelos alunos em uma escola (PILETTI, 1991). 
É o processo de tomada de decisões sobre a dinâmica da ação escolar. 
É previsão sistemática e ordenada de toda a vida escolar do aluno. Portanto, 
essa modalidade de planejar constitui um instrumento que orienta a ação 
educativa na escola, pois a preocupação é com a proposta geral das 
experiências de aprendizagem que a escola deve oferecer ao estudante, através 
dos diversos componentes curriculares (VASCONCELLOS, 1995, p. 56). 
Cada escola deve elaborar seu planejamento de currículo, inserindo todos 
os componentes escolares que, direta ou indiretamente, fazem parte do 
processo educativo, como diretor, supervisor pedagógico, orientador 
educacional e professores. Assim, definirão juntos os objetivos finais, o conteúdo 
básico e delinearão os métodos e as estratégias de avaliação. 
De acordo com Luckesi (2006, p.112), o planejamento curricular é uma 
tarefa multidisciplinar que tem por objetivo a organização de um sistema de 
relações lógicas e psicológicas dentro de um ou vários campos de 
conhecimento, de tal modo que se favoreça ao máximo o processo ensino-
aprendizagem. É, dessa forma, a previsão de todas as atividades que o 
educando realiza sob a orientação da escola para atingir os fins da educação. 
O que é planejar 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O que entendemos por "planejar"? De acordo com o dicionário Aulete, o 
verbo planejar significa: 
 
 
6 
 Idealizar plano de (edificação); PROJETAR. 
 Elaborar plano, programa, roteiro; PROGRAMAR. 
 Demonstrar a intenção de; TENCIONAR. 
 A ação de planejar sempre fez parte da história da humanidade. 
Segundo o livro “Planejamento da Educação: um levantamento mundial de 
problemas e prospectivas”, que compila “Conferências Promovidas pela 
UNESCO” – Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a 
Cultura –, sem autoria declarada, (1975, p.3), “[...] há vinte e cinco séculos, 
Esparta instituía um sistema educacional com exata adequação a objetivos 
militares, sociais e econômicos precisamente definidos." A obra alude, 
inclusive, aos escritos de Platão, em “A República”, esclarecendo que o 
mesmo “[...] propunha um plano destinado a colocar a escola a serviço da 
sociedade." (opus cit., p.4). Cita, também, outros povos e civilizações que 
utilizaram de alguma espécie de atividade que, hoje, poderíamos descrever 
como planejamento, tais como a China, durante a dinastia dos Han, e o Peru, 
dos Incas, além de “muitas outras civilizações” que “tiveram, com maior ou 
menor rigor, seus planos de educação.” (opus cit., p.4). 
 Dentre as inúmeras informações que apresenta, o estudo da 
UNESCO confirma que a intensificação do ato de planejar, tal como o 
entendemos hoje e que pode ser traduzido como a “[...] definição sistemática 
de objetivos e avaliações das diversas alternativas no emprego dos 
recursos disponíveis, por meio de técnicas especializadas, visando a 
coordenar o desenvolvimento da educação [...]”, (opus cit., p.4), é, na 
verdade, de um conceito recente. O texto da UNESCO indica que “[...] a 
primeira tentativa sistemática de planejamento educacional remonta a 
1923, data do primeiro plano qüinqüenal da URSS." Tece, completando a 
referência, que “[...] é incontestável que foi graças ao planejamento que este 
país, com 2/3 de sua população ainda de analfabetos em 1913, hoje se 
coloca entre as nações de maior desenvolvimento educacional.”. (opus cit., 
p.4). Com base no sucesso russo, as demais nações perceberam o valor de se 
preocuparem mais detidamente com as questões envolvendo a educação. Em 
pouco tempo, os países mais desenvolvidos lançaram mão de váriosplanos 
educacionais, entre eles a França (1929), os Estados Unidos (1933), a Suíça 
(1941) e, até mesmo, Porto Rico (1942). 
 
 
7 
 Após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), a necessidade de 
investimentos na área educacional tornou-se um fator decisivo para o 
desenvolvimento de muitas nações. Consequentemente, o planejamento 
educacional foi adotado como regra e como norma e, de certa forma, passou a 
fazer parte integrante dos vários planos nacionais. De forma geral, os progressos 
no campo do planejamento educacional evoluíram de maneira mais rápida nos 
países mais desenvolvidos e industrializados e mais lentamente, e bem mais 
tarde, nos países, então, denominados de terceiro mundo. No Brasil, não há uma 
data precisa quanto ao uso do termo planejamento. Segundo o economista 
Celso Lafer, citado por Padilha (1998, p.99), a primeira experiência de 
planejamento governamental no Brasil foi a executada pelo Governo Kubitschek 
com o seu Plano de Metas (1956-1961). Ainda segundo Padilha, no âmbito 
educacional, em 1961, o governo federal promulga a Lei nº 4.024/61, conhecida 
como a primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDBEN, a 
qual “[...] faz pela primeira vez, referência à formulação de um plano 
nacional de educação, mas em 1962, elaborou-se um plano que era apenas, 
basicamente, um conjunto de metas quantitativas a serem alcançadas num 
prazo de 8 anos.” (PADILHA, 1998, p.100). 
 Portanto, na educação, planejar é imperativo. Segundo Gandin 
(2005, p.19-20): 
a) Planejar é transformar a realidade numa direção escolhida; 
b) Planejar é organizar a própria ação (de grupo, sobretudo); 
c) Planejar é implantar “um processo de intervenção na realidade”; 
d) Planejar é agir racionalmente; 
e) Planejar é dar certeza e precisão à própria ação (de grupo, sobretudo); 
f) Planejar é explicitar os fundamentos da ação do grupo; 
g) Planejar é por em ação um conjunto de técnicas para racionalizar a 
ação; 
h) Planejar é realizar um conjunto orgânico de ações, proposto para 
aproximar uma realidade a um ideal; 
i) Planejar é realizar o que é importante (essencial) e, além disso, 
sobreviver... se isso for essencial (importante). 
 O planejamento é o recurso organizacional que proporciona a 
integração de todos os atores envolvidos na instituição educacional, visando 
 
 
8 
resultados positivos no processo ensino-aprendizagem. Fazer um mapeamento 
dos rumos, caminhos e possibilidades que a instituição deseja seguir, tem o 
objetivo de evitar situações e/ou decisões improvisadas. É importante ressaltar 
que um bom planejamento com a participação e compromisso de todos os 
atores envolvidos no processo ensino-aprendizagem, interfere, sobremaneira, 
nos resultados e na qualidade da educação que será oferecida pela instituição. 
Libâneo (1994, p.222) afirma que: 
"[...] a ação de planejar, portanto, não se reduz ao simples 
preenchimento de formulários para controle administrativo, é, antes, a 
atividade consciente da previsão das ações político – pedagógicas, e tendo 
como referência permanente às situações didáticas concretas (isto é, a 
problemática social, econômica, política e cultural) que envolve a escola, 
os professores, os alunos, os pais, a comunidade, que integram o processo 
de ensino." 
Tipos e Níveis de Planejamento 
 
 Não se pretende, aqui, explorar e esgotar todos os tipos e níveis de 
planejamento, mesmo porque, como aponta Gandin (2001, p. 83), é impossível 
enumerar todos tipos e níveis de planejamento necessários à atividade humana. 
Vamos nos deter, então, nos que são essenciais para a educação: 
a) Planejamento Educacional – também denominado Planejamento do 
Sistema de Educação, “[...] é o de maior abrangência, correspondendo ao 
planejamento que é feito em nível nacional, estadual ou municipal. Incorpora e 
reflete as grandes políticas educacionais.” (VASCONCELLOS, 2000, p.95). 
 
 
9 
b) Planejamento Escolar ou Planejamento da Escola – atividade que 
envolve o processo de reflexão, de decisões sobre a organização, o 
funcionamento e a proposta pedagógica da instituição. "É um processo de 
racionalização, organização e coordenação da ação docente, articulando a 
atividade escolar e a problemática do contexto social." (LIBÂNEO, 1992, p. 221). 
c) Planejamento Curricular – é o "[...] processo de tomada de decisões 
sobre a dinâmica da ação escolar. É previsão sistemática e ordenada de toda a 
vida escolar do aluno. Portanto, essa modalidade de planejar constitui um 
instrumento que orienta a ação educativa na escola, pois a preocupação é com 
a proposta geral das experiências de aprendizagem que a escola deve oferecer 
ao estudante, através dos diversos componentes curriculares." 
(VASCONCELLOS, 1995, p. 56). 
d) Planejamento de Ensino – é o "[...] processo de decisão sobre a 
atuação concreta dos professores no cotidiano de seu trabalho pedagógico, 
envolvendo as ações e situações em constante interações entre professor e 
alunos e entre os próprios alunos." (PADILHA, 2001, p. 33). 
É importante esclarecer que do planejamento resultará o plano. Ficou 
confuso? Vamos esclarecer! 
 Plano é um documento utilizado para o registro de decisões do tipo: 
o que se pensa fazer, como fazer, quando fazer, com que fazer, com quem fazer. 
Para existir plano é necessária a discussão (planejamento) sobre fins e objetivos, 
culminando com a definição dos mesmos, pois somente desse modo é que se 
pode responder as questões indicadas acima. Segundo Padilha (2001), 
o plano é a "apresentação sistematizada e justificada das decisões tomadas 
relativas à ação a realizar." Plano tem a conotação de produto do planejamento. 
Ele é na verdade um guia com a função de orientar a prática, é a formalização 
do processo de planejar. 
 Dentro da categoria plano, devemos, ainda, dar uma atenção 
especial ao plano global da instituição: o PPP - Projeto Político-Pedagógico que 
é também um produto do planejamento. A sua construção deve envolver e 
articular todos os que participam da realidade escolar: corpo docente, discente 
e comunidade. Segundo Vasconcellos (1995, p.143), "[...] é um instrumento 
teórico-metodológico que visa ajudar a enfrentar os desafios do cotidiano da 
escola, só que de uma forma refletida, consciente, sistematizada, orgânica e, o 
 
 
10 
que é essencial, participativa. É uma metodologia de trabalho que possibilita 
ressignificar a ação de todos os agentes da instituição." 
 
Planejamento Educacional 
 
A educação é hoje em dia concebida como fator de mudança, renovação 
e progresso. Por tais circunstâncias o planejamento se impõe, neste setor, como 
recurso de organização. É o fundamento de toda ação educacional. 
Como toda inovação ou mudança vai encontrar resistências o 
planejamento é a forma de gerenciar essas mudanças para que sua implantação 
se realize com o mínimo de resistências. 
A educação, por ser considerada um investimento indispensável à 
globalidade desenvolvimentista, passou, nos últimos decênios de nosso século 
a merecer maior atenção das autoridades, legisladores e educadores, pelo 
menos no mundo desenvolvido. 
Amparados em legislação pertinente, foram desencadeados processos 
de aceleração, principalmente no que diz respeito à expansão e melhoria da rede 
escolar e preparação de recursos humanos. 
O planejamento educacional põe em relevo esta área, integrando-a, ao 
mesmo tempo, no progresso global do país. Nessa ampla perspectiva 
constatamos que planejamento educacional é: 
(...) processo contínuo que se preocupa com o “para onde ir” e “quais as 
maneiras adequadas para chegar lá”, tendo em vista a situação presente e 
possibilidades futuras, para que o desenvolvimento da educação atenda tanto 
as necessidades do desenvolvimento da sociedade, quanto às do indivíduo1. 
Processo de abordagem racional e científica dos problemas da educação, 
incluindo definição deprioridades e levando em conta a relação entre os diversos 
níveis do contexto educacional. 
 
1 COARACY, Joanna. O planejamento como processo. Revista Educação, Ano I, no. 4, 
Brasília, 1972. p.79. 
 
 
 
11 
Objetivos do Planejamento Educacional 
São objetivos do planejamento educacional, segundo Joanna Coaracy: 
(...) relacionar o desenvolvimento do sistema educacional com o 
desenvolvimento econômico, social, político e cultural do país, em geral, e de 
cada comunidade, em particular; estabelecer as condições necessárias para o 
aperfeiçoamento dos fatores que influem diretamente sobre a eficiência do 
sistema educacional (estrutura, administração, financiamento, pessoal, 
conteúdo, procedimentos e instrumentos). (COARACY, 1972.p.79) 
Alcançar maior coerência interna na determinação dos objetivos e nos 
meios mais adequados para atingi-los conciliar e aperfeiçoar a eficiência interna 
e externa do sistema. 
É condição primordial do processo de planejamento integral da educação 
que, em nenhum caso, interesses pessoais ou de grupos possam desviá-lo de 
seus fins essenciais que vão contribuir para a dignificação do homem e para o 
desenvolvimento cultural, social e econômico do país. 
Requisitos do Planejamento Educacionais 
Os requisitos fundamentais do planejamento educacional são: 
 aplicação do método científico na investigação da realidade educativa, 
cultural, social e econômica do país; 
 apreciação objetiva das necessidades, para satisfazê-las a curto, médio e 
longo prazo; 
 apreciação realista das possibilidades de recursos humanos e financeiros, a 
fim de assegurar a eficácia das soluções propostas; 
 previsão dos fatores mais significativos que intervêm no desenvolvimento do 
planejamento; 
 continuidade que assegure a ação sistemática para alcançar os fins 
propostos; 
 coordenação dos serviços da educação, e destes com os demais serviços do 
Estado, em todos os níveis da administração pública; 
 avaliação periódica dos planos e adaptação constante destes mesmos às 
novas necessidades e circunstâncias; 
 
 
12 
 flexibilidade que permita a adaptação do plano a situações imprevistas ou 
imprevisíveis; 
 trabalho de equipe que garanta uma soma de esforços eficazes e 
coordenados; 
 formulação e apresentação do plano como iniciativa e esforço nacionais, e 
não como esforço de determinadas pessoas, grupos e setores. (COARACY, 
1972.p.79) 
O planejamento educacional tem como pressupostos básicos2: 
 o delineamento da filosofia da Educação do País, evidenciando o valor da 
pessoa e da escola na sociedade; 
 a aplicação da análise - sistemática e racional - ao processo de 
desenvolvimento da educação, buscando torná-lo mais eficiente e passível 
de responder com maior precisão às necessidades e objetivos da sociedade. 
Podemos, portanto, considerar que o planejamento educacional constitui 
a abordagem racional e científica dos problemas da educação, envolvendo o 
aprimoramento gradual de conceitos e meios de análise, visando estudar a 
eficiência e a produtividade do sistema educacional, em seus múltiplos aspectos. 
 
 O Planejamento Educacional, de responsabilidade do estado, é o 
mais amplo, geral e abrangente. Tem a duração de 10 anos e prevê a 
estruturação e o funcionamento da totalidade do sistema educacional. Determina 
as diretrizes da política nacional de educação. Segundo Sant'anna (1986), 
o Planejamento Educacional "é um processo contínuo que se preocupa com 
o para onde ir e quais as maneiras adequadas para chegar lá, tendo em vista a 
situação presente e possibilidades futuras, para que o desenvolvimento da 
educação atenda tanto as necessidades do desenvolvimento da sociedade, 
quanto as do indivíduo." É um processo de abordagem racional e científica dos 
problemas da educação, incluindo definição de prioridades e levando em conta 
a relação entre os diversos níveis do contexto educacional. 
 Segundo Coaracy (1972), os objetivos do Planejamento 
Educacional são: 
 
2 UNESCO, Seminário Interamericano sobre planejamento integral na educação. Wa-
shington. 1958 
 
 
13 
1. relacionar o desenvolvimento do sistema educacional com o 
desenvolvimento econômico, social, político e cultural do país, em geral, e de 
cada comunidade, em particular; 
2. estabelecer as condições necessárias para o aperfeiçoamento dos 
fatores que influem diretamente sobre a eficiência do sistema educacional 
(estrutura, administração, financiamento, pessoal, conteúdo, procedimentos e 
instrumentos); 
3. alcançar maior coerência interna na determinação dos objetivos e nos 
meios mais adequados para atingi-los; 
4. conciliar e aperfeiçoar a eficiência interna e externa do sistema. 
 É condição primordial do processo de planejamento integral da 
educação que, em nenhum caso, interesses pessoais ou de grupos possam 
desviá-lo de seus fins essenciais que vão contribuir para a dignificação do 
homem e para o desenvolvimento cultural, social e econômico do país. 
 O PNE - Plano Nacional de Educação é o resultado do 
Planejamento Educacional da União. O novo Plano Nacional de 
Educação para a próxima década (2011-2020) foi apresentado no dia 15 de 
dezembro de 2010, pelo ministro da Educação Fernando Haddad ao presidente 
Lula. O projeto de lei descreve, dentre outras coisas, as 20 metas para os 
próximos dez anos. 
Plano nacional de educação (PNE) 
 
Em 9 de janeiro de 2001, no 
governo do então presidente 
Fernando Henrique Cardoso, foi 
sancionada a Lei nº 10172, 
responsável pela aprovação do 
Plano Nacional de Educação (PNE). 
Tal documento, criado a cada dez 
anos, traça diretrizes e metas para a 
educação em nosso país, com o 
intuito de que estas sejam cumpridas até o fim desse prazo. 
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=16478&Itemid=1107
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=16478&Itemid=1107
 
 
14 
O primeiro PNE foi elaborado em 1996, para vigorar entre os anos de 
2001 a 2010. Além de possuir diversas metas, dificultando o foco em questões 
primordiais, estas não eram mensuráveis e não apresentavam, por exemplo, 
punições para aqueles que não cumprissem o que foi determinado. Além disso, 
algumas questões importantes foram vetadas pela presidência, como o aumento 
do Produto Interno Bruto (PIB) direcionado para a educação, em 3%, em razão 
das dificuldades econômicas vigentes no segundo mandato do presidente em 
exercício; e a responsabilidade pela educação, mesmo a pública, foi colocada 
como uma tarefa de todos, descentralizando a responsabilidade do Estado 
quanto a isso – embora tal descentralização não tenha ocorrido, por exemplo, 
no que tange às decisões, que poderiam ser compartilhadas considerando as 
pontuações e vontade dos diversos segmentos sociais do nosso país. Aliás, é 
válido frisar que a lei referida no primeiro parágrafo deste artigo foi originada a 
partir da pressão social de várias entidades, predominantemente constituídas 
por educadores, profissionais da educação, pais de alunos e estudantes. 
No que se refere ao novo PNE, que contempla os anos de 2011 a 2020, 
seu projeto de lei foi enviado pelo governo federal ao Congresso em 15 de 
dezembro de 2010. Este documento é mais sucinto, e também quantificável por 
estatísticas, podendo facilitar a sua execução e também fiscalização. Tal fato 
também permite com que ele seja discutido nas escolas, aumentando as 
chances de seus objetivos serem, de fato, compreendidos e também 
alcançados. 
 Suas diretrizes são as seguintes: 
I - erradicação do analfabetismo; 
II - universalização do atendimento escolar; 
III - superação das desigualdades educacionais; 
IV - melhoria da qualidade do ensino; 
V - formação para o trabalho; 
VI - promoção da sustentabilidade socioambiental; 
VII - promoção humanística,científica e tecnológica do País; 
VIII - estabelecimento de meta de aplicação de recursos públicos em educação 
como proporção do produto interno bruto; 
IX - valorização dos profissionais da educação; 
X - difusão dos princípios da equidade, do respeito à diversidade e a gestão 
democrática da educação. 
 Quanto às metas, são elas: 
 
 
15 
 Meta 1: Universalizar, até 2016, o atendimento escolar da população de 
4 e 5 anos, e ampliar, até 2020, a oferta de educação infantil de forma a 
atender 50% da população de até 3 anos. 
 Meta 2: Universalizar o ensino fundamental de nove anos para toda 
população de 6 a 14 anos. 
 Meta 3: Universalizar, até 2016, o atendimento escolar para toda a 
população de 15 a 17 anos e elevar, até 2020, a taxa líquida de matrículas 
no ensino médio para 85%, nessa faixa etária. 
 Meta 4: Universalizar, para a população de 4 a 17 anos, o atendimento 
escolar aos estudantes com deficiência, transtornos globais do 
desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação na rede regular de 
ensino. 
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 Meta 5: Alfabetizar todas as crianças até, no máximo, os oito anos de 
idade. 
 Meta 6: Oferecer educação em tempo integral em 50% das escolas 
públicas de educação básica. 
 Meta 7: Atingir as seguintes médias nacionais para o IDEB (Índice de 
Desenvolvimento da Educação Básica): 
 Meta 8: Elevar a escolaridade média da população de 18 a 24 anos 
de modo a alcançar mínimo de 12 anos de estudo para as 
opulações do campo, da região de menor escolaridade no país e 
dos 25% mais pobres, bem como igualar a escolaridade média 
entre negros e não negros, com vistas à redução da desigualdade 
educacional. 
 Meta 9: Elevar a taxa de alfabetização da população com 15 anos 
ou mais para 93,5% até 2015 e erradicar, até 2020, o analfabetismo 
absoluto e reduzir em 50% a taxa de analfabetismo funcional. 
IDEB 2011 2013 2015 2017 2019 2021 
Anos iniciais do ensino fundamental 4,6 4,9 5,2 5,5 5,7 6,0 
Anos finais do ensino fundamental 3,9 4,4 4,7 5,0 5,2 5,5 
Ensino médio 3,7 3,7 4,3 4,7 5,0 5,2 
 
 
16 
 Meta 10: Oferecer, no mínimo, 25% das matrículas de educação 
de jovens e adultos na forma integrada à educação profissional nos 
anos finais do ensino fundamental e no ensino médio. 
 Meta 11: Duplicar as matrículas da educação profissional técnica 
de nível médio, assegurando a qualidade da oferta. 
 Meta 12: Elevar a taxa bruta de matrícula na educação superior 
para 50% e a taxa líquida para 33% da população de 18 a 24 anos, 
assegurando a qualidade da oferta. 
 Meta 13: Elevar a qualidade da educação superior pela ampliação 
da atuação de mestres e doutores nas instituições de educação 
superior para 75%, no mínimo, do corpo docente em efetivo 
exercício, sendo, do total, 35% doutores. 
 Meta 14: Elevar gradualmente o número de matrículas na pós-
graduação stricto sensu de modo a atingir a titulação anual de 60 
mil mestres e 25 mil doutores. 
 Meta 15: Garantir, em regime de colaboração entre a União, os 
Estados, o Distrito Federal e os Municípios, que todos os 
professores da educação básica possuam formação específica de 
nível superior, obtida em curso de licenciatura na área de 
conhecimento em que atuam. 
 Meta 16: Formar 50% dos professores da educação básica em 
nível de pós-graduação lato e stricto sensu, garantir a todos 
formação continuada em sua área de atuação. 
 Meta 17: Valorizar o magistério público da educação básica a fim 
de aproximar o rendimento médio do profissional do magistério 
com mais de onze anos de escolaridade do rendimento médio dos 
demais profissionais com escolaridade equivalente. 
 Meta 18: Assegurar, no prazo de dois anos, a existência de planos 
de carreira para os profissionais do magistério em todos os 
sistemas de ensino. 
 Meta 19: Garantir, mediante lei específica aprovada no âmbito dos 
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, a nomeação 
 
 
17 
comissionada de diretores de escola vinculada a critérios técnicos 
de mérito e desempenho e à participação da comunidade escolar. 
 Meta 20: Ampliar progressivamente o investimento público em 
educação até atingir, no mínimo, o patamar de 7% do produto 
interno bruto do país. 
Planejamento Escola 
O ato de planejar está associado à organização de uma determinada 
ação. No âmbito das atividades escolares o planejamento é fundamental para o 
desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem e para o bom 
funcionamento da escola, pois é imprescindível para orientar a ação educativa 
de acordo com as necessidades e possibilidades de cada instituição. 
Ao realizar seu planejamento, a escola define qual o tipo de formação vai 
oferecer e organiza as etapas do trabalho a ser realizado, o que servirá de eixo 
condutor aos professores de diferentes componentes curriculares. O 
planejamento também é um momento de reflexão sobre a ação pedagógica e de 
tomada de decisões sobre as estratégias que serão utilizadas e quais formas de 
avaliação serão aplicadas no decorrer do processo de ensino. 
De acordo com Celso Vasconcelos, o planejamento escolar deve ser 
estruturado e articulado através de três níveis: o planejamento da escola, o plano 
de ensino ou plano curricular e o plano de aula. O planejamento da escola é o 
plano integral da instituição composto pelos referenciais que dizem respeito aos 
objetivos e metas estabelecidas para cada uma das dimensões de gestão da 
escola: pedagógica, administrativa, recursos humanos, recursos financeiros e 
resultados educacionais. O plano curricular ou de ensino constitui-se no 
referencial com os fundamentos de cada disciplina. Nele devem estar expressos 
as expectativas de aprendizagem, os conteúdos previstos e as propostas de 
avaliação para cada ano/série. Em coerência com o planejamento da escola e 
com o plano de ensino, o plano de aula deve constituir-se na organização 
didática do processo de ensino destinado a cada turma, levando em 
consideração tanto as defasagens como os conhecimentos prévios dos alunos 
de modo a garantir que todos os alunos alcancem os objetivos de aprendizagem 
contidos no plano de ensino; contudo, enquanto instrumento personalizado de 
https://www.infoescola.com/profissoes/professor/
 
 
18 
trabalho deve ser desenvolvido para atingir os objetivos de cada turma em 
separado. 
Planejar o processo educativo significa, portanto, organizar, racionalizar 
e coordenar a ação docente visando à articulação entre os programas 
curriculares (oficiais ou de redes privadas), a prática da sala de aula e as 
problemáticas inerentes ao contexto social e cultural onde cada instituição está 
inserida. Nesse sentido, quanto maior a clareza do docente no que diz respeito 
ao conceito de planejamento e ao ato de planejar propriamente dito, maior 
liberdade e autonomia serão aplicadas no processo de ensino e aprendizagem. 
Logo, a tarefa de ensinar não pode ser concebida como um processo cujos 
resultados estão definidos e podem ser pré-determinados como produto de uma 
ação mecanizada, pois a sala de aula constitui-se como espaço privilegiado de 
negociação, formação do pensamento crítico e de produção de novos sentidos 
ao conhecimento formal a partir de situações de aprendizagem previamente 
planejadas. 
 Veja alguns itens importantes para o planejamento escolar: 
 As diretrizes quanto à organização e à administração da escola, 
 Normas gerais de funcionamento da escola, 
 Atividades coletivas do corpo docente, 
 O calendário escolar, 
 O período de avaliações, 
 O conselho de classe, 
 As atividades extraclasse, 
 O sistema de acompanhamento e aconselhamento dos alunos e o 
trabalho com os pais, 
 As metas da escola e os passos que precisam ser dados, durante 
o ano, para atingi-las, 
 Os projetos realizados no ano anterior, 
 Os novos projetos que serão desenvolvidos durante o ano, 
 Os temas transversais que serãotrabalhados e distribuí-los nos 
meses, 
 Revisar o PPP. 
https://planejamentoeducacional.webnode.com.br/_files/200000009-09c9c0ac30/Temas%20Transversais.doc
 
 
19 
Planejamento Curricular 
Para posicionar-se ante o sistema educacional e a nova dinâmica de 
ensino, o educador é chamado a refletir, num primeiro momento, em torno de 
certos elementos que recebem hoje um novo enfoque decorrente do progresso 
científico e tecnológico. 
Atualmente a escola é vista como o centro da educação sistemática, 
integrada na comunidade da qual faz parte. Cabe-lhe oferecer aos alunos 
situações que lhes permitam desenvolver suas potencialidades de acordo com 
a fase evolutiva em que se situam e com os interesses que os impelem à ação. 
A escola atual visa ao preparo de pessoas de mentalidade flexível e 
adaptável para enfrentar as rápidas transformações do mundo. Pessoas 
que aprendem a aprender e, consequentemente, estejam aptas a continuar 
aprendendo sempre. 
Portanto, o currículo de hoje deve ser funcional. Deve promover não só a 
aprendizagem de conteúdo e habilidades específicas, mas também fornecer 
condições favoráveis à aplicação e integração desses conhecimentos. Isto é 
viável através da proposição de situações que favoreçam o desenvolvimento das 
capacidades do aluno para solucionar problemas, muitos dos quais comuns no 
seu dia-a-dia. 
A previsão global e sistemática de toda ação a ser desencadeada pela 
escola, em consonância com os objetivos educacionais, tendo por foco o aluno, 
constitui o planejamento curricular. Portanto este nível de planejamento é relativo 
à escola. Através dele são estabelecidas as linhas-mestras que norteiam todo o 
trabalho. Expressa, por meio dos objetivos gerais a linha filosófica do 
estabelecimento. 
 
Planejamento curricular é: 
(...) uma tarefa multidisciplinar que tem por objeto organização de um 
sistema de relações lógicas e psicológicas dentro de um ou vários campos do 
conhecimento, de tal modo que se favoreça ao máximo o processo ensino-
aprendizagem”.( SARUBBI, 1971.p.34) 
Sendo a previsão de todas as atividades que o educando realiza sob a 
orientação da escola para atingir os fins da educação. 
 
 
20 
 Objetivos do Planejamento Curricular 
 São objetivos do planejamento curricular: 
 ajudar aos membros da comunidade escolar a definir seus objetivos; 
 obter maior efetividade no ensino; 
 coordenar esforços para aperfeiçoar o processo ensino-aprendizagem; 
 propiciar o estabelecimento de um clima estimulante para o desenvolvimento 
das tarefas educativas. 
 Requisitos do Planejamento Curricular 
O planejamento curricular deve refletir os melhores meios de cultivar o 
desenvolvimento da ação escolar, envolvendo, sempre, todos os elementos 
participantes do processo. 
Seus elaboradores devem estar alerta para as novas descobertas e para 
os novos meios postos ao alcance das escolas. Estes devem ser 
minuciosamente analisados para verificar sua real validade naquele âmbito 
escolar. Posto isso, fica evidente a necessidade dos organizadores explorarem, 
aceitarem, adaptarem, enriquecerem ou mesmo rejeitarem tais inovações. O 
planejamento curricular é de complexa elaboração. Requer um contínuo estudo 
e uma constante investigação da realidade imediata e dos avanços técnicos, 
principalmente na área educacional. Constitui, por suas características, base 
vital do trabalho. A dinamização e integração da escola como uma célula viva da 
sociedade, que palmilha determinados caminhos conforme a linha filosófica 
adotada, é o pressuposto inerente a sua estruturação. 
O planejamento curricular constitui, portanto, uma tarefa continua a nível 
de escola, em função das crescentes exigências de nosso tempo e dos 
processos que tentam acelerar a aprendizagem. Será sempre um desafio a 
todos aqueles envolvidos no processo educacional, para busca dos meios mais 
adequados à obtenção de maiores resultados. 
 
 
 
 
21 
O Planejamento Curricular tem 
por objetivo orientar o trabalho 
do professor na prática 
pedagógica da sala de aula. 
Segundo Coll (2004), definir o 
currículo a ser desenvolvido em 
um ano letivo é uma das tarefas 
mais complexas da prática 
educativa e de todo o corpo 
pedagógico das instituições 
De acordo com Sacristán (2000), “[...] planejar o currículo para seu 
desenvolvimento em práticas pedagógicas concretas não só exige ordenar seus 
componentes para serem aprendidos pelos alunos, mas também prever as 
próprias condições do ensino no contexto escolar ou fora dele. A função mais 
imediata que os professores devem realizar é a de planejar ou prever a prática 
do ensino.” 
 Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), elaborados por 
equipes de especialistas ligadas ao Ministério da Educação (MEC), têm por 
objetivo estabelecer uma referência curricular e apoiar a revisão e/ou a 
elaboração da proposta curricular dos Estados ou das escolas integrantes dos 
sistemas de ensino. Os PCNs são, portanto, uma proposta do MEC para a 
eficiência da educação escolar brasileira. São referências a todas as escolas do 
país para que elas garantam aos estudantes uma educação básica de qualidade. 
Seu objetivo é garantir que crianças e jovens tenham acesso aos conhecimentos 
necessários para a integração na sociedade moderna como cidadãos 
conscientes, responsáveis e participantes. 
 Todavia, a escola não deve simplesmente executar o que é 
determinado nos PCNs, mas sim, interpretar e operacionalizar essas 
determinações, adaptando-as de acordo com os objetivos que quer alcançar, 
coerentes com a clientela e de forma que a aprendizagem seja favorecida. 
Portanto, o planejamento curricular segundo Turra et al. (1995), 
“[...] deve ser funcional. Deve promover não só a aprendizagem de 
conteúdo e habilidades específicas, mas também fornecer condições 
favoráveis à aplicação e integração desses conhecimentos. Isto é viável 
 
 
22 
através da proposição de situações que favoreçam o desenvolvimento das 
capacidades do aluno para solucionar problemas, muitos dos quais 
comuns no seu dia-a-dia. A previsão global e sistemática de toda ação a 
ser desencadeada pela escola, em consonância com os objetivos 
educacionais, tendo por foco o aluno, constitui o planejamento curricular. 
Portanto, este nível de planejamento é relativo à escola. Através dele são 
estabelecidas as linhas-mestras que norteiam todo o trabalho[...]. 
 
PCNs do Ensino Médio, Ensino Fundamentale 
Educação Infantil 
No Brasil, os PCNs - Parâmetros Curriculares Nacionais são diretrizes 
elaboradas pelo Governo Federal com o objetivo principal de orientar os 
educadores por meio da normatização de alguns fatores fundamentais 
concernentes a cada disciplina. Esses parâmetros abrangem tanto a rede 
pública, como a rede privada de ensino, conforme o nível de escolaridade dos 
alunos. Sua meta é garantir aos educandos o direito de usufruir dos 
conhecimentos necessários para o exercício da cidadania. Embora não sejam 
obrigatórios, os PCNs servem como norteadores para professores, 
coordenadores e diretores, que podem adaptá-los às peculiaridades 
locais. Os PCNs nada mais são do que uma referência para a transformação de 
objetivos, conteúdos e didática do ensino. 
 
Por abrangerem inúmeros fatores, os Parâmetros Curriculares Nacionais podem 
ser utilizados com objetivos distintos, conforme o contexto em que a escola está 
inserida. Além disso, a forma como foi estruturado esse documento possibilita 
aos profissionais da educação iniciarem a sua leitura por diferentes partes, sem 
seguirem uma ordenação. No entanto, com o tempo, os educadores devem 
conhecê-lo, na íntegra, para poderem compreendê-lo e se apropriarem de sua 
proposta. 
 
Em suma, os Parâmetros Curriculares Nacionais devem fazer parte do cotidiano 
da prática pedagógica, sendo transformados continuamente pelo professor. Com 
isso, cabe aos PCNs a tarefa de rever objetivos,conteúdos, formas de 
 
 
23 
encaminhamento das atividades, expectativas de aprendizagem, maneiras de 
avaliar, além da orientação dos professores para estes elaborarem um 
planejamento que possa, de fato, orientar seu o trabalho em sala de aula. Tudo 
para posicionar os educadores como agentes essenciais nessa grande 
empreitada que é o processo educacional. 
 
 
 Educação infantil 
 
 
 
O processo educativo 
Baseia pela idade de 0 a 6 anos e se realiza pela: 
Formação pessoal: trabalho de identidade e autonomia; 
Conhecimento do mundo: construção de linguagens e interações com objetos 
de conhecimento, trabalhando movimento, artes visuais, música, linguagem oral 
e escrita, natureza e sociedade e matemática. 
Segue a determinação da LDB quando a organização por idade, de 0 a 3 
anos, creches ou entidades equivalentes, e de 4 a 6 pré-escolas. 
Objetivos 
Demonstram interação entre o projeto educativo e estabelece quais capacidades 
o educando pode desenvolver como resultado do trabalho de ordens físicas, 
afetivas,cognitivas, ética, estética, de relação interpessoais e inserção social. 
 
 
24 
Conteúdos 
 
• Conceituais: construção de capacidade de lidar com símbolos, 
idéias e representações que darão sentido a sua realidade 
estabelecendo uma aproximação com a aprendizagem futura. 
• Procedimentais: saber fazer, tomar decisões no percurso do 
fazer. 
• Atitudinais: socializar, com atitudes de valores e normas, porem 
este não depende apenas da instituição, mas de todos 
responsáveis. 
Conteúdos são selecionados conforme características e 
necessidades de cada grupo, de forma que lhes seja 
significativos, devem ser trabalhos integrando com a realidade em 
diferentes aspectos, porém sem fragmentá-lo. 
OrientaçõesDidáticas 
Situam intenções e práticas que devem se nortear com: 
 
• Organização do tempo: estruturadas dentro de um tempo 
didático, as atividades são agrupadas em modalidades 
permanentes, constantes relacionadas com a aprendizagem, 
prazer e necessidades básicas de cuidado com a criança, e 
seqüências de atividades com conhecimentos específicos em 
diferentes graus de dificuldades. 
• Projeto de trabalho: conjunto de atividades visando um 
conhecimento específico com objetivo de resolver um problema 
ou obter um resultado final. 
• Organização do espaço e seleção de materiais: usa áreas 
internas e externas para desenvolver atividades propostas. 
• Observação, registros e avaliação formativa: são instrumentos 
de apoio da pratica pedagógica. Podem ser feito por gravações, 
fotos, registros. Acompanha, orienta, regula e redireciona o 
processo, reorientado a pratica da educação. Portanto é 
sistemática com o objetivo de melhorar a ação pedagógica. 
 
 
25 
Objetivos gerais da educação infantil 
• Desenvolver uma imagem positiva de si, independente, 
confiante e perceber seus limites; 
• Descobrir e conhecer seu próprio corpo, limites e valorizar 
hábitos de cuidados de saúde e bem estar; 
• Estabelecer vínculos afetivos com adultos e crianças, fortalecer 
sua auto-estima, possibilitar comunicar o e interação social. 
• Estabelecer e ampliar relações sociais, respeitando a 
diversidade e desenvolvendo atitudes de ajuda e colaboração; 
• Observar e explorar atitude de curiosidade percebendo-se 
integrante, independente e agente transformador. 
• Brincar expressando emoções, sentimentos, pensamentos, 
desejos e necessidades; 
• Utilizar as diferentes linguagens para expressar idéias, 
sentimentos, necessidades e desejos, construindo significados, 
enriquecendo cada vez mais sua capacidade expressiva. 
• Conhecer manifestações culturais, demonstrando interesse, 
respeito e participação valorizando diversidade. 
Instituição, projeto educativo, condições externa 
A proposta curricular vinculada com a realidade da comunidade local, 
deve se levar em conta as horas que a criança permanece na instituição, idade 
que iniciou na escola, alem da garantia de diversidades. Todo processo 
educativo deve ser trabalhado com professore, outros profissionais e técnico. 
O ambiente deve ser seguro, tranqüilo e alegre, deve proporcionar 
benefícios para o desenvolvimento da aprendizagem, adaptando as 
necessidades dos alunos e exigências do conteúdo. para isso o professor 
precisa conhecer as necessidades dos alunos, respeitar as particularidades e 
auxiliá-los. 
A direção da escola deve ser democrática e pluralista, propiciando um 
projeto dinâmico, favorecer a formação continuada e atualizações. 
O professor deve saber fazer uso do espaço, do material oferecido pela 
escola, devem ser seguros, selecionando de acordo com a idade e o interesse 
do educando, deixando-os disponíveis ao aluno com fácil acesso. Assim como 
a mobília deve ser adequada ao tamanho dos alunos. 
 
 
26 
As organizações em grupos devem envolver vários fatores, como o tempo de 
permanência na escola, prever momentos de mais ou menos movimentos, 
reflexão, etc. 
Os ambientes de cuidados devem estar adequados as faixas etárias, 
devem conhecer peculiaridades da criança através do dialogo com a família, 
que deve ter parceria com a escola, que devem respeitar suas estruturas, e 
preservar o direito da criança no âmbito familiar. Este acolhimento favorece o 
dizer não a discriminações e preconceitos. 
Na entrada na instituição, deve se ser flexível diante dos problemas de 
comportamentos de crianças e familiares deve estabelecer uma relação de 
confiança e parceria de cuidados na educação visando o bem estar da criança. 
Deve se manter o cuidado com a família. Nos primeiros dias, a presença da 
mãe pode ser necessário até que a criança adquira confiança e estima pelo 
professor, ajudando-a na sua adaptação. Crianças vindas de famílias 
problemáticas devem ter toda atenção e serem ajudadas para minimizar os 
problemas. Assim quando a integridade física e mental da criança esta 
comprometida, é que se deve encaminhá-lo a instituições especializadas. 
O remanejamento entre grupos de crianças deve ser evitado, assim 
como a substituição de professores deve ser feita de modo planejado, 
preparando a criança para essa situação, como também sua passagem para o 
ensino fundamental. 
Crianças vindas de famílias problemáticas, devem ser auxiliadas e apenas 
quando sua integridade estiver comprometida deve ser encaminhada para 
instituições especializadas. 
 Ensino Fundamental I 
Os PCN, voltados ao Ensino Fundamental de 1º ao 5º ano, foram 
divididos em áreas conforme a função instrumental de cada uma, possibilitando 
uma integração entre elas. Há os parâmetros para a Língua Portuguesa, 
Matemática, Ciências Naturais, Arte, Educação Física, História e Geografia, 
todos separados em livros. 
Da mesma forma, algumas questões sociais são abordadas, como por 
exemplo, ética, saúde, meio ambiente, orientação sexual e pluralidade cultural, 
também separados em livros. Quanto ao modo de incorporação desses temas 
no currículo, propõe-se um tratamento transversal, tendência que se manifesta 
http://www.cpt.com.br/cursos-metodologia-de-ensino/curso-etica-tema-transversal-fundamental-i
http://www.cpt.com.br/cursos-metodologia-de-ensino/curso-saude-tema-transversal-fundamental-i
http://www.cpt.com.br/cursos-metodologia-de-ensino/curso-meio-ambiente-tema-transversal-fundamental-1
http://www.cpt.com.br/cursos-metodologia-de-ensino/curso-orientacao-sexual-tema-transversal-fundamental-i
http://www.cpt.com.br/cursos-metodologia-de-ensino/curso-pluralidade-cultural-tema-transversal-fundamental-i
 
 
27 
em algumas experiências nacionais e internacionais, em que as questões sociais 
se integram na própria concepção teórica das áreas e de seus componentes 
curriculares. 
Proposta pedagógica 
Por terem uma estrutura flexível, os PCN poderão possibilitar 
uma proposta pedagógica, voltada às decisões regionais e locais sobre 
currículos e sobre programas de transformação da realidade educacional 
empreendidospelas autoridades governamentais, pelas escolas e pelos 
professores. Tudo isso com o objetivo de garantir que, respeitadas as 
diversidades culturais, regionais, étnicas, religiosas e políticas, a educação 
possa participar do processo de construção da cidadania, com base na 
igualdade de direitos entre os cidadãos . 
Fundamentos pedagógicos 
Inúmeras são as tendências pedagógicas que são seguidas nas nossas 
escolas brasileiras, sendo elas públicas ou privadas. Na maioria das vezes, elas 
não aparecem em forma pura, mas com características particulares, mesclando 
aspectos de mais de uma linha pedagógica. Podemos identificar a presença de 
quatro grandes tendências: a tradicional, a renovada, a tecnicista e as marcadas 
centralmente por preocupações sociais e políticas. 
 
 
28 
 
 Na pedagogia renovada, o centro das atividades escolares é o aluno, 
como ser ativo e curioso 
A pedagogia tradicional é umaproposta de educação, centrada no 
professor, cuja função se define como a de vigiar e aconselhar os alunos, corrigir 
e ensinar a matéria. Na pedagogia renovada, o centro da atividade escolar não 
é o professor nem os conteúdos disciplinares, mas sim o aluno, como ser ativo 
e curioso. O mais importante não é o ensino, mas o processo de aprendizagem. 
Já a pedagogia tecnicista valoriza a tecnologia. O professor passa a ser um mero 
especialista na aplicação de manuais e sua criatividade fica restrita aos limites 
possíveis e estreitos da técnica utilizada. A função do aluno é reduzida a um 
indivíduo que reage aos estímulos de forma a corresponder às respostas 
esperadas pela escola, para ter êxito e avançar. 
Há também duas vertentes pedagógicas, centradas nas preocupações 
sociais e políticas. São elas: a pedagogia libertadora e a pedagogia crítico-
social dos conteúdos. Na libertadora, analisam-se os problemas, seus fatores 
determinantes e organiza-se uma forma de atuação para que se possa 
transformar a realidade social e política. O professor é um coordenador de 
atividades que organiza e atua conjuntamente com os alunos. Já a pedagogia 
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29 
crítico-social dos conteúdos entende que não basta ter como conteúdo escolar 
as questões sociais atuais, mas que é necessário que se tenha domínio de 
conhecimentos, habilidades e capacidades mais amplas para que os alunos 
possam interpretar suas experiências de vida e defender seus interesses de 
classe. 
Planejamento 
Além disso, os professores terão mais facilidade de preparar um bom 
planejamento que, realmente, possa orientá-los em seu trabalho na sala de aula. 
Não somente isso, mas os PCN poderão, de forma eficaz, guiar 
os educadores para que estes discutam, em conjunto, sobre as razões que 
levam os educandos a obterem maior ou menor êxito nas atividades escolares, 
bem como poderão promover discussões de temas educacionais (com contextos 
mais significativos) com pais e responsáveis. 
 
Educação de qualidade 
No entanto, para que a educação brasileira seja de qualidade, é 
imprescindível que os professores tenham sua formação continuada, recebam 
salários dignos, participem de planos de carreira, bem como os alunos tenham 
livros didáticos de qualidade e contextualizados e recursos multimídia. Da 
mesma forma, é necessário que se crie, na escola, condições de aprendizagem 
que favoreçam o desenvolvimento da capacidade de aprender. 
Escola e cidadania 
Por meio dos parâmetros, a prática escolar deve favorecer o 
desenvolvimento das habilidades dos alunos para que estes, além de 
aprenderem os conteúdos, possam compreender melhor a realidade, 
participando, de forma crítica, das relações sociais, políticas e culturais 
diversificadas. Isso levará os educandos a exercerem, de forma efetiva, 
a cidadania. E é a escola que irá escolher, como objeto de ensino, conteúdos 
que estejam ligados às questões sociais, que marcam cada momento histórico, 
cuja aprendizagem e assimilação são as consideradas essenciais para que os 
alunos possam exercer seus direitos e deveres. 
 
 Ensino Fundamental II 
 
 
30 
 
Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais, cabe à escola possibilitar 
a educação continuada, oriunda de um planejamento sistemático, para 
os educandos do Ensino Fundamental II (6º ao 9º). Além disso, não se pode 
visualizar a educação como algo simplista, mas sim como algo que envolva os 
alunos no meio social, político e histórico do país. Tudo isso, sempre buscando 
a cidadania, o entendimento dos direitos e deveres de cada um. 
Entretanto, a evasão escolar ainda é bastante significativa. Isso pode ser 
originado pelo fato de a escola não reconhecer a diversidade da população a ser 
atendida, com a consequente diferenciação na demanda. Reconhecer a 
diversidade e buscar formas de acolhimento requer, por parte dos educadores e 
da comunidade escolar, disponibilidade, informações, discussões, reflexões. 
Caso contrário, pode gerar efeitos no plano moral, afetivo e social, podendo 
resultar em exclusão social. 
Se a escola interagir com os alunos, os pais, enfim, com todos os 
envolvidos na vida escolar dos alunos, haverá a possibilidade de se construir 
projetos que visam à melhor e mais completa formação de cada aluno. O 
relacionamento entre escola e comunidade pode ainda criar ambientes culturais 
diversificados que contribuam para o conhecimento e para a aprendizagem do 
convívio social. Além disso, é fundamental que a escola assuma a valorização 
da cultura de seu próprio grupo, propiciando às crianças e aos jovens 
pertencentes aos diferentes grupos sociais o acesso ao saber. 
Estrutura organizacional 
Os PCN se iniciam com a exposição da concepção da área, para o ensino 
fundamental. Em seguida, define os objetivos gerais da área, que expressam 
capacidades que os alunos devem desenvolver ao longo da escolaridade 
obrigatória, explicitando a contribuição específica dos diferentes âmbitos do 
conhecimento. 
Seus objetivos e conteúdos estão organizados em quatro ciclos (6º,7º,8º 
e 9º), o que evita a excessiva fragmentação de objetivos e conteúdos e torna 
possível uma abordagem menos parcelada dos conhecimentos, permitindo as 
aproximações sucessivas necessárias para que os alunos se apropriem deles. 
Cabe aos professores ministrar esses conteúdos de forma ampla e flexível. 
Referencial curricular nacional 
http://www.cpt.com.br/cursos-metodologia-de-ensino/curso-como-se-tornar-um-professor-de-sucesso
 
 
31 
Cabe aos PCN encontrar respostas a problemas identificados no Ensino 
Fundamental II, objetivando uma transformação desse ensino que atenda às 
demandas da sociedade brasileira atual. Da mesma forma, devem orientar, de 
forma clara e objetiva, o ensino do 6º ao 9º ano, adequando-o aos ideais de 
democracia e buscando a melhoria da qualidade do ensino nas escolas 
brasileiras. Isso deve ser feito, respeitando as diversidades regionais, culturais e 
políticas, existentes no país. 
Quanto aos currículos, além de se referirem a programas 
de conteúdos de cada disciplina, estes devem ser flexíveis para promover 
discussões e reelaborações quando realizados em sala de aula, já que é o 
professor que os concretiza. 
Abrangência nacional 
Tendo como característica principal a abrangência nacional, os PCN 
passam a garantir a toda a criança do 6º ao 9º ano o acesso 
ao conhecimento elaborado para que ela possa usufruir do exercício da 
cidadania. Da mesma forma, possibilita que um aluno de qualquer lugar do 
Brasil, do interior ou do litoral, de uma grande cidade ou da zona rural tenha o 
direito de aprender, assegurado pelo Estado. 
Embora a educação básica seja assegurada por essa instituição, torna-
se necessário garantir aos alunos o acesso ao conjunto dos bens públicos, entre 
os quais insere-se o dos conhecimentos socialmente relevantes. Além disso, é 
preciso que se valorize a utilização crítica e criativa dos conhecimentos e não 
somente um acúmulo de informações e conteúdos.Mesmo porque os PCN não 
se apresentam como um currículo mínimo comum ou um conjunto de conteúdos 
obrigatórios de ensino. 
 
 
32 
 
 Os professores devem guiar seus alunos para que estes possam 
compreender a cidadania como participação social e política 
Objetivos 
Por meio dos PCN, os professores devem guiar seus alunos para que 
estes possam compreender a cidadania como participação social e política, 
assim como exercício de direitos e deveres políticos, civis e sociais, adotando, 
no dia a dia, atitudes de solidariedade, cooperação e repúdio às injustiças, 
respeitando o outro e exigindo para si o mesmo respeito . Além disso, os 
educadores devem deixar claro a seus educandos que o diálogo é a melhor 
forma de mediar conflitos e auxiliar nas decisões coletivas. 
Muito importante também é que os alunos valorizem a pluralidade cultural, 
posicionando-se contra qualquer discriminação baseada em diferenças culturais, 
de classe social, de crenças, de orientação sexual, de etnia ou outras 
características individuais e sociais. Além disso, devem confiar em suas 
capacidades afetiva, física, cognitiva, ética, estética, de inter-relação pessoal e 
de inserção social para agir com perseverança na busca de conhecimento e no 
exercício da cidadania. 
 Ensino médio 
Coube ao Ministério da Educação promover um projeto de reforma do 
Ensino Médio, priorizando as ações na área da educação, com base em uma 
política de desenvolvimento social. Isso foi necessário, já que a 
http://www.cpt.com.br/cursos-metodologia-de-ensino/curso-pluralidade-cultural-tema-transversal-fundamental-i
http://www.cpt.com.br/cursos-metodologia-de-ensino/curso-orientacao-sexual-tema-transversal-fundamental-i
http://www.cpt.com.br/cursos-metodologia-de-ensino/curso-etica-tema-transversal-fundamental-i
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33 
revolução informática gerou mudanças radicais na área do conhecimento, 
estimulada pela incorporação das novas tecnologias. 
Dessa forma, a formação do aluno do Ensino Médio passou a ter, como 
alvo principal, a aquisição de conhecimentos básicos, a preparação científica e 
a capacidade de utilizar as diferentes tecnologias relativas às áreas de atuação. 
Por isso, propõe-se aos professores formar alunos que sejam capazes de 
pesquisar, buscar informações, analisá-las e selecioná-las; a capacidade de 
aprender, criar, formular, ao invés do simples exercício de memorização. 
Elaboração da reforma 
Para a formulação de uma nova concepção do Ensino Médio, seria 
fundamental a participação de professores e técnicos de diferentes níveis de 
ensino. Assim, a equipe técnica da Secretaria de Educação Média e Tecnológica 
e professores convidados de várias universidades do País propuseram a 
reorganização curricular em áreas de conhecimento, com o objetivo de facilitar 
o desenvolvimento dos conteúdos, em uma perspectiva 
de interdisciplinaridade e contextualização. 
Os trabalhos de elaboração da reforma foram concluídos em junho de 
1997, a partir de uma série de discussões internas que envolveram os dirigentes, 
a equipe técnica de coordenação do projeto e os professores universitários. 
Todos se embasaram na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, como 
principal referência legal, para a formulação das mudanças propostas, já que 
estabelece os princípios e finalidades da Educação Nacional. 
O Ensino Médio como etapa final da Educação Básica 
Como etapa final da Educação Básica, o Ensino Médio deve oferecer, de 
forma articulada, uma educação equilibrada, com funções equivalentes para 
todos os educandos: 
- A formação da pessoa, de maneira a desenvolver valores e 
competências necessárias à integração de seu projeto individual ao projeto da 
sociedade em que se situa; 
- O aprimoramento do educando como pessoa humana, incluindo a 
formação ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento 
crítico; 
- A preparação e orientação básica para a sua integração ao mundo do 
trabalho, com as competências que garantam seu aprimoramento profissional e 
http://www.cpt.com.br/cursos-metodologia-de-ensino/curso-uso-da-informatica-na-educacao-fundamental-e-medio
http://www.cpt.com.br/cursos-metodologia-de-ensino/curso-como-se-tornar-um-professor-de-sucesso
 
 
34 
permitam acompanhar as mudanças que caracterizam a produção no nosso 
tempo; 
- O desenvolvimento das competências para continuar aprendendo, de 
forma autônoma e crítica, em níveis mais complexos de estudos. 
 
Os PCN orientam os professores, buscando novas abordagens e 
metodologias 
A organização do Ensino Médio 
A reforma curricular do Ensino Médio dividiu o conhecimento escolar em 
áreas, uma vez que entende os conhecimentos cada vez mais imbricados aos 
conhecedores, seja no campo técnico-científico, seja no âmbito do cotidiano da 
vida social. 
A organização em três áreas – Linguagens, Códigos e suas Tecnologias, 
Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias e Ciências Humanas e 
suas Tecnologias – tem como base a reunião daqueles conhecimentos que 
compartilham objetos de estudo. 
Com a reforma no Ensino Médio, o currículo passou a contemplar a 
realização de atividades nos três domínios da ação humana: a vida em 
sociedade, a atividade produtiva e a experiência subjetiva, integrando homens e 
http://www.cpt.com.br/cursos-metodologia-de-ensino/curso-avaliacao-do-aluno-no-processo-educacional-fundamental-e-medio
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35 
mulheres no mundo das relações políticas, do trabalho e da simbolização 
subjetiva. Com isso, surgiram quatro eixos estruturais da educação na sociedade 
contemporânea: 
Aprender a conhecer 
Deve-se priorizar o domínio dos próprios instrumentos do conhecimento, 
compreendendo a complexidade do mundo, condição necessária para viver 
dignamente, para desenvolver possibilidades pessoais e profissionais, para se 
comunicar. Esse saber favorece o desenvolvimento da curiosidade intelectual, 
estimula o senso crítico e permite compreender o real, mediante a aquisição da 
autonomia na capacidade de discernir. 
Aprender a fazer 
Na medida em que criam as condições necessárias para o enfrentamento 
das novas situações que se colocam, surgem novas habilidades e aptidões. 
Além disso, deve-se privilegiar a aplicação da teoria na prática e enriquecer a 
vivência da ciência na tecnologia e destas no social, o que faz com que surja 
uma significação especial no desenvolvimento da sociedade contemporânea. 
Aprender a viver 
O mais importante é aprender a viver juntos, desenvolvendo o 
conhecimento do outro e a percepção das interdependências, de modo a permitir 
a realização de projetos comuns ou a gestão inteligente dos conflitos inevitáveis 
por meio do diálogo. 
Aprender a ser 
Deve-se preparar o indivíduo para elaborar pensamentos autônomos e 
críticos e para formular os seus próprios juízos de valor, de modo a poder decidir 
por si mesmo, frente às diferentes circunstâncias da vida. Além disso, deve-se 
exercitar a liberdade de pensamento, discernimento, sentimento e imaginação 
para desenvolver os seus talentos e permanecer, tanto quanto possível, dono do 
seu próprio destino. 
Aprimore seus conhecimentos acessando os Cursos CPT da 
área Metodologia de Ensino, elaborados pelo Centro de Produções Técnicas. 
http://www.cpt.com.br/cursos-metodologia-de-ensino
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36 
 
Planejamento de Ensino 
Alicerçado nas linhas-mestras de ação da escola, isto é, no planejamento 
curricular, surge, em nível mais específico, o planejamento de ensino. Este é a 
tradução, em termos mais próximos e concretos, da ação que ficou configurada 
a nível de escola. Indica a atividade direcional, metódica e sistematizada que 
será empreendida pelo professor junto a seus alunos, em busca de propósitos 
definidos. 
O professor que deseja realizar uma boa atuação docente sabe que deve 
participar, elaborar e organizar planos em diferentes níveis de complexidade 
para atender,em classe, seus alunos. Pelo envolvimento no processo ensino-
aprendizagem, ele deve estimular a participação do aluno, a fim de que este 
possa, realmente, efetuar uma aprendizagem tão significativa quanto o permitam 
suas possibilidades e necessidades. 
O planejamento, neste, caso, envolve a previsão de resultados 
desejáveis, assim como também os meios necessários para alcançá-los. 
A responsabilidade do mestre é imensa. Grande parte da eficácia de seu 
ensino depende da organicidade, coerência e flexibilidade de seu planejamento. 
Às vezes, o plano é elaborado somente por um professor; outras vezes, 
no entanto, vários professores compartilham a responsabilidade de sua 
elaboração. Neste último caso temos o planejamento de ensino cooperativo. 
Este, por sua natureza, resulta de uma atividade de grupo, isto é, os 
professores (às vezes, auxiliados por especialistas) congregam esforços para 
juntos estabelecerem linhas comuns de ação, com vistas a resultados 
semelhantes e bastante válidos para a clientela atendida. 
Planejando, executando e avaliando juntos, esses professores 
desenvolvem habilidades necessárias à vida em comum com os colegas. Isso 
proporciona, entre outros aspectos, crescimento profissional, ajustamento às 
mudanças, exercício da autodisciplina, responsabilidade e união a nível de 
decisões conjuntas. 
Inúmeras são as conceituações sobre planejamento de ensino 
encontradas nos diferentes autores consultados. No entanto, consideramos as 
seguintes: 
 
 
37 
Planejamento de ensino é: 
(...) previsão inteligente e bem calculada de todas as etapas do trabalho 
escolar que envolvem as atividades docentes e discentes, de modo a tornar o 
ensino seguro, econômico e eficiente”.( MATTOS, 1968.p.140) previsão das 
situação específicas do professor com a classe (CAPPELLETTI, 1972.p.10) 
Processo de tomada de decisões bem informadas que visam à 
racionalização das atividades do professor e do aluno, na situação ensino-
aprendizagem, possibilitando melhores resultados e, em consequência, maior 
produtividade. 
Objetivos do Planejamento de Ensino 
São objetivos do planejamento de ensino: 
 racionalizar as atividades educativas; 
 assegurar um ensino efetivo e econômico; 
 conduzir os alunos ao alcance dos objetivos; 
 verificar a marcha do processo educativo. 
Requisitos do Planejamento do Ensino 
Por maior complexidade que envolva a organização da escola, é 
indispensável ter sempre bem presente que a interação professor-aluno é o 
suporte estrutural, cuja dinâmica concretiza ao fenômeno educativo. Portanto, o 
planejamento de ensino deve ser alicerçado neste pressuposto básico. 
O professor, ao planejar o trabalho, deve estar familiarizado com o que 
pode pôr em prática, de maneira que possa selecionar o que é melhor, 
adaptando tudo isso às necessidades e interesses de seus alunos. Na maioria 
das situações, o professor dependerá de seus próprios recursos para elaborar 
seus planos de trabalho. Por isso, deverá estar bem informado dos requisitos 
técnicos para que possa planejar, independentemente, sem dificuldades. 
Ainda temos a considerar que as condições de trabalho diferem de escola 
para escola, tendo sempre que adaptar seus projetos às circunstâncias e 
exigências do meio. 
Considerando que o ensino é o guia das situações de aprendizagem e 
que ajuda os estudantes a alcançarem os resultados desejados, a ação de 
 
 
38 
planejá-lo é predominantemente importante para incrementar a eficiência da 
ação a ser desencadeada no âmbito escolar. 
O professor, durante o período (ano ou semestre) letivo, pode organizar 
três tipos de planos de ensino. Por ordem de abrangência, vai: 
 delinear, globalmente, toda a ação a ser empreendida (Plano de Curso); 
 disciplinar partes da ação pretendida no plano global (Plano de Unidade); 
 especificar as realizações diárias para a concretização dos planos anteriores 
(Plano de Aula). 
 Pelo significativo apoio que o planejamento empresta à atividade do 
professor e alunos, é considerado etapa obrigatória de todo o trabalho 
docente. 
 O planejamento tende a prevenir as vacilações do professor, oferecendo 
maior segurança na consecução dos objetivos previstos, bem como na 
verificação da qualidade do ensino que está sendo orientado pelo mestre e 
pela escola. 
 
 O Planejamento de Ensino é a especificação do planejamento 
curricular. É desenvolvido, basicamente, a partir da ação do professor e compete 
a ele definir os objetivos a serem alcançados, desde seu programa de trabalho 
até eventuais e necessárias mudanças de rumo. Cabe ao professor, 
também, definir os objetivos a serem alcançados, o conteúdo da matéria, as 
estratégias de ensino e de avaliação e agir de forma a obter um retorno de seus 
alunos no sentido de redirecionar sua matéria. O Planejamento de Ensino não 
pode ser visto como uma atividade estanque. Segundo Turra et al. (1995), 
"[...] o professor que deseja realizar uma boa atuação docente sabe 
que deve participar, elaborar e organizar planos em diferentes níveis de 
complexidade para atender, em classe, seus alunos. Pelo envolvimento no 
processo ensino-aprendizagem, ele deve estimular a participação do aluno, 
a fim de que este possa, realmente, efetuar uma aprendizagem tão 
significativa quanto o permitam suas possibilidades e necessidades. O 
planejamento, neste caso, envolve a previsão de resultados desejáveis, 
assim como também os meios necessários para alcançá-los. A 
responsabilidade do mestre é imensa. Grande parte da eficácia de seu 
 
 
39 
ensino depende da organicidade, coerência e flexibilidade de seu 
planejamento." 
 O Planejamento de Ensino deve prever: 
1. objetivos específicos estabelecidos a partir dos objetivos educacionais; 
2. conhecimentos a serem aprendidos pelos alunos no sentido 
determinado pelos objetivos; 
3. procedimentos e recursos de ensino que estimulam, orientam e 
promovem as atividades de aprendizagem; 
4. procedimentos de avaliação que possibilitem a verificação, a 
qualificação e a apreciação qualitativa dos objetivos propostos, cumprindo pelo 
menos a função pedagógico-didática, de diagnóstico e de controle no processo 
educacional. 
 O resultado desse planejamento é o plano de ensino, um roteiro 
organizado das unidades didáticas para um ano, um semestre ou um bimestre. 
Esse plano deve conter: ementa da disciplina, justificativa da disciplina em 
relação ao objetivos gerais da escola e do curso, objetivos gerais, objetivos 
específicos, conteúdo (com a divisão temática de cada unidade), tempo provável 
(número de aulas do período de abrangência do plano), desenvolvimento 
metodológico (métodos e técnicas pedagógicas específicas da disciplina), 
recursos tecnológicos, formas de avaliação e referencial teórico (livros, 
documentos, sites etc). Do plano de ensino resultará, ainda, o plano de 
aula, onde o professor vai especificar as realizações diárias para a concretização 
dos planos anteriores. 
Segue exemplo de algumas formas de planos: 
 
 
40 
 
 
 
41 
 
 
 
 
42 
 
 
 
 
43 
 
 
 
 
44 
 
 
 
45 
 
 
 
 
 
 
46 
 
Projeto Político-Pedagógico 
 Desde a promulgação da Lei de Diretrizes 
e Bases da Educação Nacional (LDB), em 1996, 
toda escola precisa ter um Projeto Político-
Pedagógico, o PPP. Esse documento deve 
explicitar as características que gestores, 
professores, funcionários, pais e alunos pretendem 
construir na unidade e qual a formação querem para 
 
 
47 
quem ali estuda. Elaborar um plano pode ajudar a equipe escolar e a 
comunidade a enxergar como transformar sua realidade cotidiana em algo 
melhor. Se for bem planejado, o documento pode gerar mudanças no modo de 
agir de todos os atores envolvidos no processo educacional e na comunidade. 
Quando todos enxergam de forma clara qual é o foco de trabalho da instituição 
e participam do processode construção do PPP, o resultado é uma verdadeira 
parceria que contribuirá, positivamente, em todo o processo ensino-
aprendizagem. 
 O processo de elaboração e implantação do projeto político-
pedagógico é complexo e alguns aspectos básicos devem estar presentes na 
elaboração do mesmo. Antes de mais nada, é preciso que todos conheçam bem 
a realidade da comunidade em que se inserem para, em seguida, estabelecer o 
plano de intenções - um pano de fundo para o desenvolvimento da proposta. Na 
prática, a comunidade escolar deve começar respondendo à seguinte questão: 
por que e para que existe esse espaço educativo? Uma vez que isso esteja claro 
para todos, é preciso olhar para os outros três braços do projeto. São eles: 
A proposta curricular- Estabelecer o que e como se ensina, as formas 
de avaliação da aprendizagem, a organização do tempo e o uso do espaço na 
escola, entre outros pontos. 
A formação dos professores - A maneira como a equipe vai se organizar 
para cumprir as necessidades originadas pelas intenções educativas. 
A gestão administrativa - Que tem como função principal viabilizar o que 
for necessário para que os demais pontos funcionem dentro da construção da 
"escola que se quer". 
 Assim, é importante que o projeto preveja aspectos relativos aos 
valores que se deseja instituir na escola, ao currículo e à organização, 
relacionando o que se propõe na teoria com a forma de fazê-lo na prática - sem 
esquecer, é claro, de prever os prazos para tal. Além disso, um mecanismo de 
avaliação de processos tem de ser criado, revendo as estratégias estabelecidas 
para uma eventual re-elaboração de metas e ideais. Indo além, o projeto tem 
como desafio transformar o papel da escola na comunidade. Em vez de só 
atender às demandas da população - sejam elas atitudinais ou conteudistas - e 
aos preceitos e às metas de aprendizagem colocados pelo governo, ela passa a 
sugerir aos alunos uma maneira de "ler" o mundo. 
 
 
48 
 A elaboração do projeto pedagógico deve ser pautada em 
estratégias que deem voz a todos os atores da comunidade escolar: 
funcionários, pais, professores e alunos. Essa mobilização é tarefa, por 
excelência, do diretor. Mas não existe uma única forma de orientar esse 
processo. Ele pode se dar no âmbito do Conselho Escolar, em que os diferentes 
segmentos da comunidade estão representados, e também pode ser conduzido 
de outras maneiras - como a participação individual, grupal ou plenária. A 
finalização do documento também pode ocorrer de forma democrática - mas é 
fundamental que um grupo especialista nas questões pedagógicas se 
responsabilize pela redação final para oferecer um padrão de qualidade às 
propostas. É importante garantir que o projeto tenha objetivos pontuais e 
estabeleça metas permanentes para médio e longo prazos. 
Importante: O PPP não deve ser confundido com o Planejamento Escolar. 
Embora os dois contenham características semelhantes, há diferença na 
duração: o Planejamento Escolar é um plano de ações a curto prazo (para o ano 
letivo), enquanto que o PPP estabelece metas para um período de 3 a 5 anos. 
HIERARQUIA E RELACIONAMENTO DOS 
PLANEJAMENTOS 
 
Na esfera educacional o processo de planejamento ocorre em diversos 
níveis, segundo a magnitude da ação que se tem em vista realizar. 
O planejamento educacional é o mais amplo, geral e abrangente. Prevê a 
estruturação e o funcionamento da totalidade dos sistemas educacionais. 
Determina as diretrizes da política nacional de educação. 
A seguir, temos o planejamento curricular, que está intimamente 
relacionado às prioridades assentadas no planejamento educacional. sua função 
é traduzir, em termos mais próximos e concretos, as linhas-mestras de ação 
delineadas no planejamento imediatamente superior, através de seus objetivos 
e metas. Constitui o esquema normativo que serve de base para definir e 
particularizar a linha de ação proposta pela escola. Permite a interrelação entre 
a escola e a comunidade. 
 
 
49 
Logo após, temos o planejamento de ensino, que parte sempre de pontos 
referenciais estabelecidos no planejamento curricular. Temos, em essência, 
neste tipo de planejamento, dimensões: 
 filosófica, que explicita os objetivos da escola; 
 psicológica, que indica a fase de desenvolvimento do aluno, suas 
possibilidades e interesses; 
 social, que expressa as características do contexto sócio-econômico-cultural 
do aluno e suas exigências. 
Este detalhamento é feito tendo em vista o processo ensino-
aprendizagem. Assim, chegamos ao nível mais elementar e próximo da ação 
educativa. É através dele que, em relação ao aluno: 
 prevemos mudanças comportamentais e aprendizagem de elementos 
básicos; 
 propomos aprendizagens a partir de experiências anteriores e de suas reais 
possibilidades; 
 estimulamos a integração das diversas áreas de estudo. 
Como vemos, o planejamento tem níveis distintos de abrangência; no 
entanto, cada nível tem bem definido e delimitado o seu universo. Sabemos que 
um nível particulariza - um ou vários - aspectos delineados no nível antecedente, 
especificando com maior precisão as decisões tomadas em relação a 
determinados eventos da ação educativa. 
A linha de relacionamento se evidencia, então, através de escalões de 
complexidade decrescente, exigindo sempre um alto grau de coerência e 
subordinação na determinação dos objetivos almejados. 
 
PLANEJAMENTO EM EDUCAÇÃO: REVISANDO 
CONCEITOS PARA MUDAR CONCEPÇÕES E 
PRÁTICAS 
O ato de planejar faz parte da história do ser humano, pois o desejo de 
transformar sonhos em realidade objetiva é uma preocupação marcante de toda 
pessoa. Em nosso dia-a-dia, sempre estamos enfrentando situações que 
necessitam de planejamento, mas nem sempre as nossas atividades diárias são 
 
 
50 
delineadas em etapas concretas da ação, uma vez que já pertencem ao contexto 
de nossa rotina. Entretanto, para a realização de atividades que não estão 
inseridas em nosso cotidiano, usamos os processos racionais para alcançar o 
que desejamos. As ideias que envolvem o planejamento são amplamente 
discutidas nos dias atuais, mas um dos complicadores para o exercício da prática 
de planejar parece ser a compreensão de conceitos e o uso adequado dos 
mesmos. Assim sendo, o objetivo deste texto é procurar explicitar o significado 
básico de termos, tais como planejamento, plano, programa, projeto, plano 
estratégico plano operacional, e outros, visando a dar espaço para que o leitor 
possa estabelecer as relações entre eles, a partir de experiências pessoais e 
profissionais. Cabe ressaltar que, neste breve texto, não se pretende abordar 
todos os níveis de planejamento, mesmo porque, como aponta Gandin (2001, p. 
83), 
é impossível enumerar todos tipos e níveis de planejamento necessários 
à atividade humana. Sobretudo porque, sendo a pessoa humana condenada, 
por sua racionalidade, a realizar algum tipo de planejamento, está sempre 
ensaiando processos de transformar suas idéias em realidade. Embora não o 
faça de maneira consciente e eficaz, a pessoa humana possui uma estrutura 
básica que a leva a divisar o futuro, a analisar a realidade a propor ações e 
atitudes para transformá-la.” 
PLANEJAMENTO É 
 Planejamento é processo de busca de equilíbrio entre meios e fins, entre 
recursos e objetivos, visando ao melhor funcionamento de empresas, 
instituições, setores de trabalho, organizações grupais e outras 
atividades humanas. O ato de planejar é sempre processo de reflexão, 
de tomada de decisão sobre a ação; processo de previsão de 
necessidades e racionalização de emprego de meios (materiais) e 
recursos (humanos) disponíveis, visando à concretização de objetivos, 
em prazos determinados e etapas definidas, a partir dos resultados das 
avaliações (PADILHA, 2001, p. 30). 
 Planejar, em sentido amplo, é um processo que "visa a dar respostas a 
um problema,

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