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LIVRO MICROECONOMIA UNIASSELVI

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2014
MicroeconoMia
Prof. Jurandir Domingues Júnior
Copyright © UNIASSELVI 2014
Elaboração:
Prof. Jurandir Domingues Júnior
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
Impresso por:
338.5
J95m Junior, Jurandir Domingues
 Microeconomia / Jurandir Domingues Júnior. Indaial : Uniasselvi, 
2014.
 219 p. : il 
 
 ISBN 978-85-7830-825-4
 1. Microeconomia. 2. Economia. 3. Mercado.
 I. Centro Universitário Leonardo da Vinci.
III
apresentação
Caro(a) acadêmico(a)! Seja bem-vindo(a) ao estudo da disciplina de 
Microeconomia. 
Teremos no decorrer deste Caderno de Estudos a oportunidade 
de perceber quanto a economia faz parte do cotidiano de nossas vidas e 
das empresas onde trabalhamos ou somos sócios, mesmo quando nem 
percebemos isso!
Um dos mais importantes economistas de nossa história, Alfred 
Marshall (1842 – 1924), definiu de forma bem clara e direta o que é Economia: 
“A economia é o estudo do homem nos negócios diários da sua vida”.
Cada ciência tem uma forma própria de descrever o mundo real com 
o objetivo de contribuir para o sucesso e o desenvolvimento da sociedade. 
Por exemplo, a Geografia – na sua perspectiva tradicional – busca interpretar 
a relação da sociedade com o mundo real através da conformação do meio 
ambiente, notadamente dos aspectos físicos (clima, relevo, hidrografia, solo). 
No caso da Economia, pode-se dizer que é uma ciência que busca 
interpretar o mundo real através de uma visão econômica. 
Na concepção dos autores Megginson, Mosley e Pietri Junior (1998), 
no estudo da administração pode-se dividir o ambiente onde as empresas 
estão inseridas basicamente em três partes: o ambiente interno, o ambiente 
de tarefas e o macroambiente, conforme podemos observar na Figura 1.
FIGURA 1 – OS AMBIENTES DE UMA ORGANIZAÇÃO
FONTE: MEGGINSON, Leon C; MOSLEY, Donald C; PIETRI JUNIOR, Paul H. Administração: 
conceitos e aplicações. 4. ed. São Paulo: Harbra, 1998, p. 68.
MACROAMBIENTE
AMBIENTE DE 
TAREFASLegal/
Político
Tecnológico Econômico
Internacional
Clientes
Interesse
Especial
Concorrentes
Fornecedores
Agências
Reguladoras
Estrutura
Tecnologia
Pessoal
Cultura
Diretrizes
AMBIENTE
INTERNO
Social
IV
No macroambiente, o mais distante do centro da figura, podemos 
identificar variáveis e agentes que a empresa não pode gerenciar, ou seja, 
estão fora de seu controle direto. É composto basicamente por variáveis de 
grande amplitude e que afetam todas as organizações de uma economia, 
dentre elas destacam-se: variáveis econômicas, sociais, tecnológicas, legais, 
políticas e internacionais.
No ambiente de tarefas, que está à meia distância do centro, são 
relacionados fatores que interagem diretamente com a organização quando 
a mesma é posta em funcionamento: clientes, fornecedores, concorrentes, 
agências reguladoras (um exemplo no caso do Brasil: ANS – Agência Nacional 
de Saúde), sindicatos. 
E por último o ambiente interno, mais próximo do centro da 
figura, em que podemos identificar a presença dos seguintes componentes: 
colaboradores, instalações industriais, máquinas, produção, cultura, 
contabilidade. São componentes que a empresa pode administrar diretamente.
A figura é um modelo do mundo real – ambiente – de uma empresa, 
vista sob a perspectiva da administração, e busca relacionar as variáveis e/ou 
agentes que têm alguma influência no dia a dia desta organização. 
Este ambiente também é chamado de mercado, ou seja, um local onde 
compradores, vendedores e outros agentes, como o governo, interagem.
De forma resumida, o sucesso dessa empresa está diretamente ligado 
à sua capacidade de interagir com este mercado, fornecendo aos seus clientes 
bens e serviços de qualidade e a um preço competitivo, que tenham alguma 
utilidade, respeitando as leis, seus colaboradores, fornecedores e o meio 
ambiente.
E é exatamente deste modo que a Economia pode contribuir de forma 
muito importante para a formação de um administrador: ajuda a entender 
como os agentes econômicos interagem em um determinado mercado, às 
vezes sob a supervisão do governo, colaborando na idealização de estratégias 
para o sucesso de uma empresa em termos econômicos.
Portanto, você como futuro administrador ou administradora, 
terá neste Caderno de Estudos a oportunidade de manter contato com os 
principais conceitos da Economia, o que ela estuda, de que ferramentas ela se 
utiliza, e também dominar um de seus ramos: a Microeconomia.
Bons estudos!
Prof. Jurandir Domingues Júnior
V
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para 
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há 
novidades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova 
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também 
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade 
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto 
em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
NOTA
VI
VII
UNIDADE 1 - INTRODUÇÃO À MICROECONOMIA ................................................................1
TÓPICO 1 - CONCEITO DE ECONOMIA .......................................................................................3
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................3
2 CONCEITO DE ECONOMIA ..........................................................................................................3
3 LEI DA ESCASSEZ .............................................................................................................................7
3.1 NECESSIDADES HUMANAS .....................................................................................................7
3.2 RECURSOS PRODUTIVOS OU FATORES DE PRODUÇÃO .................................................10
3.3 ESCASSEZ .......................................................................................................................................15
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................17
RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................20
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................21
TÓPICO 2 - A ECONOMIA COMO CIÊNCIA ................................................................................23
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................23
2 SURGIMENTO DA ECONOMIA COMO CIÊNCIA ..................................................................243 TEORIAS E MODELOS ....................................................................................................................25
4 EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ECONÔMICO .......................................................................27
4.1 MERCANTILISTAS .......................................................................................................................28
4.2 FISIOCRATAS.................................................................................................................................29
4.3 ESCOLA CLÁSSICA .....................................................................................................................29
4.3.1 Escola Neoclássica ou Marginalista ...................................................................................31
4.3.2 Teoria Keynesiana .................................................................................................................32
4.3.3 Abordagens alternativas: ideologias socialistas, Marxismo ...........................................33
5 RELAÇÃO DA ECONOMIA COM OUTRAS CIÊNCIAS SOCIAIS .......................................34
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................37
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................38
TÓPICO 3 - SISTEMAS ECONÔMICOS .........................................................................................39
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................39
2 ATIVIDADE ECONÔMICA .............................................................................................................39
2.1 SETORES ECONÔMICOS ............................................................................................................41
2.2 BENS E SERVIÇOS ........................................................................................................................43
3 AGENTES ECONÔMICOS ..............................................................................................................44
3.1 AS FAMÍLIAS OU UNIDADES FAMILIARES ..........................................................................44
3.2 EMPRESAS .....................................................................................................................................45
3.3 O ESTADO – SETOR PÚBLICO ...................................................................................................46
3.4 RESTO DO MUNDO .....................................................................................................................47
4 MERCADOS ........................................................................................................................................49
5 PROBLEMAS FUNDAMENTAIS ...................................................................................................50
6 CONCEITO DE SISTEMA ECONÔMICO ....................................................................................51
6.1 FUNCIONAMENTO DE UM SISTEMA ECONÔMICO CAPITALISTA ..............................55
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................58
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................62
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................63
suMário
VIII
TÓPICO 4 - O MUNDO DA ECONOMIA .......................................................................................65
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................65
2 MICROECONOMIA E MACROECONOMIA .............................................................................65
3 ECONOMIA POSITIVA E ECONOMIA NORMATIVA ............................................................67
4 POR QUE ESTUDAR MICROECONOMIA? ................................................................................68
RESUMO DO TÓPICO 4......................................................................................................................70
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................71
UNIDADE 2 - TEORIA DO COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR .................................73
TÓPICO 1 - TEORIA DO CONSUMIDOR OU DEMANDA .......................................................75
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................75
2 CONCEITO DE VALOR ....................................................................................................................77
3 A QUESTÃO DA UTILIDADE ........................................................................................................79
3.1 UTILIDADE TOTAL E UTILIDADE MARGINAL ...................................................................81
4 DEMANDA DE BENS E SERVIÇOS ..............................................................................................87
4.1 REPRESENTAÇÃO DA DEMANDA .........................................................................................88
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................94
RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................98
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................100
TÓPICO 2 - A QUESTÃO DAS PREFERÊNCIAS DO CONSUMIDOR ....................................101 
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................101
2 CURVA DA INDIFERENÇA.............................................................................................................102
3 TAXA MARGINAL DE SUBSTITUIÇÃO – TMS ........................................................................105
4 SUBSTITUTOS PERFEITOS E COMPLEMENTOS PERFEITOS .............................................107
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................110
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................111
TÓPICO 3 - A QUESTÃO DA RESTRIÇÃO ORÇAMENTÁRIA ................................................113
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................113
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................120
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................121
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................122
TÓPICO 4 - A QUESTÃO DA ESCOLHA ........................................................................................123
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................123
2 TEORIA DA ESCOLHA ....................................................................................................................124
3 A ESCOLHA ÓTIMA .........................................................................................................................125RESUMO DO TÓPICO 4......................................................................................................................127
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................128
TÓPICO 5 - A QUESTÃO DA ELASTICIDADE .............................................................................129
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................129
2 ELASTICIDADE-PREÇO DA PROCURA .....................................................................................130
3 FATORES QUE INFLUENCIAM A ELASTICIDADE-PREÇO DA PROCURA .....................131
4 REFLEXOS NA GESTÃO DE EMPRESAS ....................................................................................132
5 ELASTICIDADE-PREÇO CRUZADA DA PROCURA ...............................................................133
5.1 EMPREGO DA ELASTICIDADE-PREÇO CRUZADA DA PROCURA ................................134
6 ELASTICIDADE-RENDA DA PROCURA (DEMANDA) ..........................................................135
RESUMO DO TÓPICO 5......................................................................................................................136
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................137
IX
UNIDADE 3 - TEORIA DA FIRMA OU TEORIA DA EMPRESA ..............................................139
TÓPICO 1 - TEORIA BÁSICA DA OFERTA ...................................................................................141
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................141
2 TEORIA BÁSICA DA OFERTA .......................................................................................................142
2.1 ALGUNS CONCEITOS BÁSICOS ..............................................................................................144
3 TEORIA DA PRODUÇÃO – A EMPRESA E A PRODUÇÃO ...................................................147
4 A CURVA DE POSSIBILIDADE DE PRODUÇÃO ......................................................................149
5 FUNÇÃO DE PRODUÇÃO ..............................................................................................................152
5.1 PRODUÇÃO NO CURTO PRAZO .............................................................................................153
5.2 PRODUÇÃO NO LONGO PRAZO ............................................................................................157
6 REPRESENTAÇÃO DA OFERTA ....................................................................................................159
7 ELASTICIDADE-PREÇO DA OFERTA .........................................................................................164
RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................166
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................168
TÓPICO 2 - TEORIA DOS CUSTOS .................................................................................................169
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................169
2 CUSTO DE OPORTUNIDADE........................................................................................................170
2.1 CUSTOS EXPLÍCITOS E CUSTOS IMPLÍCITOS ......................................................................171
3 CUSTOS DE PRODUÇÃO................................................................................................................171
3.1 CUSTO DE PRODUÇÃO NO CURTO PRAZO ........................................................................172
3.1.1 Custo unitário de curto prazo .............................................................................................175
3.2 CUSTO DE PRODUÇÃO NO LONGO PRAZO .......................................................................180
3.2.1 Economia de escala ...............................................................................................................180
4 RENDIMENTOS E MAXIMIZAÇÃO DOS LUCROS DA EMPRESA ....................................182
4.1 MAXIMIZAÇÃO DO LUCRO NO CURTO PRAZO ...............................................................182
5 PONTO DE EQUILÍBRIO OU BREAK-EVEN POINT ................................................................185
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................187
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................189
TÓPICO 3 - EQUILÍBRIO DO MERCADO ......................................................................................191
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................191
2 PREÇO DE EQUILÍBRIO ..................................................................................................................191
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................195
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................196
TÓPICO 4 - ESTRUTURAS DE MERCADO ....................................................................................197
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................197
2 CONCORRÊNCIA ..............................................................................................................................198
2.1 CONCORRÊNCIA PERFEITA OU PURA .................................................................................199
2.2 CONCORRÊNCIA IMPERFEITA ................................................................................................200
2.2.1 Monopólio ..............................................................................................................................200
2.2.2 Competição monopolística ..................................................................................................203
2.2.3 Oligopólio ..............................................................................................................................204
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................210
RESUMO DO TÓPICO 4......................................................................................................................212
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................213
REFERÊNCIAS .......................................................................................................................................215
X
1
UNIDADE 1
INTRODUÇÃO À 
MICROECONOMIA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir desta unidade, você será capaz de:
• diferenciar os vários entendimentos da palavra economia;
• identificar quais são os fatores de produção e como eles podem ser com-
binados pelas empresas com o objetivo de produzir bens e serviços que 
atenderão as necessidades e desejos dos consumidores;
• identificar os diferentes sistemas econômicos que organizam as economias 
de diferentes nações, suas características e seu funcionamento;
• diferenciar a microeconomia da macroeconomia;
• identificar como a microeconomia pode contribuir para o sucesso das em-
presas e nas atividades deum administrador.
Esta unidade está dividida em quatro tópicos. No final de cada um deles você 
encontrará um resumo do conteúdo e atividades que o(a) ajudarão a fixar os 
conhecimentos estudados.
TÓPICO 1 – CONCEITO DE ECONOMIA
TÓPICO 2 – A ECONOMIA COMO CIÊNCIA
TÓPICO 3 – SISTEMAS ECONÔMICOS
TÓPICO 4 – O MUNDO DA ECONOMIA
2
3
TÓPICO 1
UNIDADE 1
CONCEITO DE ECONOMIA
1 INTRODUÇÃO
A economia é um tema bastante complexo e extenso, cheio de conceitos 
abstratos, e que se utilizada normalmente de um linguajar próprio, que já foi 
classificado muitas vezes como “economês”, e que por esse motivo assusta no 
primeiro contato.
Nesta unidade estaremos abordando alguns desses conceitos iniciais 
de forma bem clara, para que você, acadêmico(a), possa se sentir seguro para 
enfrentar os desafios que vem pela frente com o estudo da Microeconomia. Para 
que isso realmente aconteça, estaremos utilizando exemplos do dia a dia de nossas 
vidas para ilustrar como a economia faz parte das muitas decisões que somos 
forçados a tomar todos os dias, em virtude, por exemplo, de não termos recursos 
financeiros na quantidade que sempre desejamos, o que claramente nos impede 
de comprar o que realmente gostaríamos de ter e atender aos nossos desejos. 
Recorrendo às principais publicações sobre o tema economia, veremos 
que muitas são as maneiras de definir esta ciência. Porém, basicamente todas 
dizem a mesma coisa. Uma das mais difundidas é a de que a Economia é o 
estudo da alocação de recursos escassos considerando as necessidades infinitas 
da sociedade formada por nós, seres humanos. 
Interessante não? Então vamos lá!
2 CONCEITO DE ECONOMIA
Mesmo sendo um assunto que requer algum conhecimento, a economia 
é um tema que está sempre em discussão nas mais variadas esferas da sociedade 
moderna: desde o nosso lar, no ambiente escolar, no ambiente de trabalho, nas 
mesas dos restaurantes e bares etc. 
Junto com outras notícias, como as sobre futebol, não se passa uma 
única noite sem que os telejornais das diversas estações de televisão brasileiras e 
também do mundo, abordem a economia quando apresentam notícias ligadas à 
inflação, ao desemprego, às taxas de juros, ao salário. 
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À MICROECONOMIA
4
Nesse momento vale lembrar que muitas vezes estas discussões não estão 
baseadas em conhecimento teórico ou científico, mas sim no senso comum, ou 
seja, em nossas experiências pessoais, que por sua vez, em muitos aspectos não 
servem para as outras pessoas e vice-versa. E isto na verdade é o que na maioria 
das vezes nos impede de ver e entender o mundo real como ele é, além de gerar 
medo e desconfiança!
É muito importante entender que não é a mesma coisa discutir futebol e 
economia! As discussões de assuntos da vida econômica de uma sociedade, como 
a sociedade brasileira, não podem ser simplificadas demasiadamente. Vejamos: 
se o seu time ou o meu perder um jogo ou até o campeonato, o reflexo negativo 
disso em sua vida e na minha será muito pequeno e passageiro! Basicamente, 
esse momento negativo fica restrito à torcida de cada time. Entretanto, se o nosso 
governo tiver que aumentar os impostos e/ou os juros em função da inflação, por 
exemplo, toda a sociedade sofrerá as consequências por um longo tempo!
 Portanto, não é difícil de entender o motivo que leva esse assunto a ser 
polêmico e a despertar tanto a curiosidade das pessoas. 
Vamos relembrar alguns acontecimentos do nosso dia a dia, que envolvem 
decisões que por sua vez se refletem no lado econômico: ir trabalhar utilizando 
o transporte coletivo ou usar nosso automóvel/motocicleta; decidir a compra de 
produtos nos supermercados/farmácias/lanchonetes conforme sua utilidade; 
necessidade de abastecer com combustível nosso carro ou motocicleta; recarga de 
créditos nos telefones celulares; usar o limite do cheque especial (considerando os 
juros) oferecido pelo banco onde possuímos uma conta corrente; optar por fazer 
nosso almoço em casa ou ir a um restaurante. 
Todos esses atos têm uma estreita relação com a economia, pois além de 
afetarem a nossa própria vida, afetam a vida das outras pessoas, das empresas 
e também do Estado (governo), através do recolhimento de impostos ou na 
obrigação de oferecer um serviço de transporte público de qualidade para que as 
pessoas possam se deslocar de casa para o restaurante ou trabalho, por exemplo.
Vamos adotar como exemplo, para introduzir a economia como objeto 
de nossos estudos, a decisão que uma determinada pessoa, que mora sozinha no 
centro da cidade de São Paulo – SP, e tem de tomar cotidianamente a seguinte 
decisão: fazer o almoço em casa ou ir a um restaurante. 
 O primeiro ponto que podemos lembrar é que morando no centro de uma 
cidade tão grande não é possível para esta pessoa produzir seu próprio alimento, 
ou seja, não pode plantar arroz, feijão, farinha ou tampouco criar galinhas ou 
porcos. O segundo ponto é certamente bastante óbvio: se não se alimentar 
essa pessoa não poderá sobreviver! Em outras palavras, se alimentar é uma 
necessidade fisiológica, ou seja, é uma necessidade básica para o funcionamento 
TÓPICO 1 | CONCEITO DE ECONOMIA
5
do nosso corpo. Assim, uma decisão de onde, quando e como consumir alimentos 
também é inevitável!
Deste modo, se optar por fazer a refeição em casa, a pessoa deve 
inicialmente dispor de tempo para isso, deixando de lado outros afazeres, como 
por exemplo, assistir a um programa na televisão. Por não ter a condição de 
produzir seu próprio alimento, deve comprar de produtores ou de alguma 
empresa especializada, o que é necessário. Em um supermercado é possível 
se comprar todos os itens necessários para fazer um almoço completo. O que 
também demanda tempo, que é limitado a 24 horas por dia. Além de todos os 
ingredientes, é necessário também ter gás de cozinha e todos os utensílios à 
disposição: panelas, pratos, talheres, frigideiras e principalmente um fogão. 
É bom considerar também a quantidade de comida que vai fazer para 
que não haja desperdício. Não podemos esquecer também de um ponto muito 
importante: a disponibilidade de recursos financeiros para a aquisição de tudo 
isso (nosso salário também é limitado). No final da refeição ainda é importante 
lavar toda a louça que foi utilizada, e então: detergente, esponja, água... Ufa! 
Realmente é bastante coisa para um simples almoço.
Então o mais fácil seria almoçar no restaurante mais próximo, certo? 
Inicialmente a pessoa deve economizar tempo e possivelmente dinheiro. Será? 
Para fazer todas essas tarefas que a pessoa considera trabalhosas demais, 
um pequeno empresário, o dono do restaurante, precisa ter à sua disposição uma 
equipe composta por cozinheiros, ajudantes de cozinha, garçons e atendentes. 
Como ele produz alimentos em uma quantidade maior, certamente não compra 
os ingredientes em um supermercado, mas sim em um distribuidor, de certa 
forma conseguindo um melhor preço. O que é um fator positivo para seu negócio. 
Por outro lado, ele precisa se preocupar com o aluguel do lugar onde está 
o restaurante, pagar os impostos, pagar o salário de seus funcionários, qual a 
variedade de pratos que vai oferecer aos seus clientes (como consumidor esta 
pessoa não vai querer ir a um restaurante e comer todos os dias a mesma coisa!), 
a quantidade a ser produzida, pois é bom que não falte nem sobre muita comida, 
organizar muito bem o ambiente – meses, pratos, talheres, copos etc. 
Além de tudo isso, é necessário ter as autorizações necessárias para ter o 
restaurante: alvará da vigilância sanitária, da prefeitura, dos bombeiros. Agora 
é a vez do dono do restaurante dizer: UFA! São muitas coisas para levar em 
consideração. Resultado: é provável que esta pessoa gaste muito mais dinheiro 
decidindo almoçar em um restaurante. Mas nem por isso os restaurantes estão 
vazios! Existe uma procura constante por este tipo de serviço.
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À MICROECONOMIA
6
Fica fácil com este exemplo perceber como uma simples decisão afetatodo 
o dia a dia de famílias, produtores, consumidores e do governo. As perguntas 
começam a surgir:
- Do lado das famílias e consumidores: O que consumir? Quando consumir? 
Fazer ou comprar pronto? Qual a quantidade a consumir? Tenho dinheiro para 
consumir quais produtos/serviços? Compro importado ou nacional? Quais 
são minhas necessidades? Quanto devo pagar por um determinado produto?
- Do lado dos produtores: O que produzir? Quando produzir? Tenho recursos 
(ingredientes, pessoas, dinheiro) para produzir? Que quantidade produzir? 
Para que tipo de clientes? Quais são as necessidades dos meus clientes? Quais 
são meus custos? Que preço cobrar?
- Do lado do governo: que serviços públicos são necessários? Quem deve 
fiscalizar os produtores de alimentos? Quem é o órgão responsável por 
liberar as autorizações necessárias ao funcionamento das empresas? Todos os 
empregos são formais, ou seja, com a carteira de trabalho assinada? Qual é a 
riqueza total do país? Quanto contribui cada trabalhador ou empresário para 
o crescimento econômico do país?
Este tipo de decisão acontece todos os dias com a grande maioria dos 
habitantes do nosso país, com uma infinidade de empresas instaladas e com os 
três níveis de governo no Brasil: federal, estadual e municipal.
Deste exemplo podemos identificar a primeira definição para a palavra 
economia. Segundo diversos estudiosos, dentre eles Oliveira (2006, p. 153) expõe 
que “o termo economia é originário da palavra oikosnomos (oikos = casa e nomos 
= lei), e significa a administração de uma casa”. Então, baseados em nosso 
exemplo, estamos exercendo os princípios econômicos quando administramos 
os recursos (salários, nossa força de trabalho, nossa disponibilidade de tempo, 
utensílios domésticos, alimentos etc.) que estão à nossa disposição para fazer 
frente às necessidades da nossa vida cotidiana.
Outra definição é a dos autores Samuelson e Nordhaus (2004, p. 3) que 
apontam que a “Economia é o estudo de como as sociedades usam recursos 
escassos para produzir bens úteis e distribuí-los entre pessoas diferentes”.
Se formos um pouco mais fundo, pensando no que dizem essas duas 
definições, chegaremos à conclusão de que isto envolve tomar decisões, ou seja, 
se decidirmos consumir alguma coisa (bem e/ou serviços) ou ainda fazer alguma 
poupança será necessário abandonar o consumo de outra.
Aqui aparece então, outro importante termo da economia: a racionalidade. 
As decisões requerem uma racionalidade. Em nosso exemplo, se a pessoa decidir 
TÓPICO 1 | CONCEITO DE ECONOMIA
7
por almoçar no restaurante, está agindo de forma racional para aproveitar melhor 
o seu tempo. Porém, nem sempre agimos de forma racional. Muitas vezes agimos 
por impulso ou por hábito. E isso também será levado em conta pela economia.
Outro consenso entre muitos estudiosos do tema é o de que a Economia é 
uma ciência social, podendo ser definida como:
[...] uma ciência social que estuda como o indivíduo e as sociedades 
decidem (escolhem) empregar recursos produtivos escassos na 
produção de bens e serviços, de modo a distribuí-los entre as várias 
pessoas e grupos da sociedade, a fim de satisfazer as necessidades 
humanas da melhor maneira possível. (PINHO; VASCONCELLOS, 
2006, p. 2).
Analisando as palavras que formam esta definição, surgem dois termos 
que necessariamente precisam ser abordados devido à sua importância no 
contexto econômico, são eles: escassez (na definição acima = recursos produtivos 
escassos) e necessidades (no nosso caso = necessidades humanas). 
Da união destes dois termos surge o principal foco de estudos da Economia 
como ciência: “A Lei da Escassez”, que será abordada no próximo item.
3 LEI DA ESCASSEZ
Para Hall e Lieberman (2003) a fonte de todos os problemas que a 
economia procura entender e sugerir soluções visando a um futuro melhor para 
a sociedade como um todo é a escassez de recursos. Deste ambiente de escassez 
surgem as escolhas que produtores, consumidores, empresários e governo são 
forçados a fazer cotidianamente para atender aos seus objetivos.
Para entender melhor como a escassez se tornou o principal foco da 
Economia vamos inicialmente abordar alguns conceitos básicos, começando 
pelas necessidades humanas.
3.1 NECESSIDADES HUMANAS
Pode-se entender uma necessidade humana como a percepção de que 
alguma coisa está faltando, gerando então um desejo, uma busca por satisfação. 
Oliveira (2006) amplia o entendimento de necessidade, identificando que 
a necessidade pode ser entendida como uma exigência tanto individual como 
coletiva, que deverá ser satisfeita mediante o consumo de um bem e/ou serviço.
Considerando o entendimento deste mesmo autor, as necessidades 
humanas podem ser classificadas como:
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À MICROECONOMIA
8
• Individuais absolutas ou universais: são comuns a todos os indivíduos de 
todas as sociedades, em todos os momentos e normalmente associadas a 
nossa condição humana, ou seja, necessidades básicas de origem natural ou 
biológica, como por exemplo: comer, beber, vestir etc.;
• Individuais relativas: são diferentes para cada indivíduo ou sociedade 
e influenciadas por uma série de fatores, dentre eles: valores, costumes, 
região onde moram, gosto etc. Exemplos: habitantes do litoral que têm sua 
alimentação baseada em frutos do mar precisam dos apetrechos de pesca para 
capturar peixes.
• Coletivas: são aquelas que a sociedade como um todo deseja e ligadas ao bem-
estar comum. Exemplos: saúde, segurança, educação, empregos, saneamento 
básico etc.
Vale ressaltar que não importa, nesta disciplina de Microeconomia, 
aprofundar a discussão acerca das necessidades: se são fruto da nossa própria 
condição humana, se são aspirações de toda uma sociedade ou se ainda criada 
através de estratégias de marketing. O ponto principal é de que elas existem! São 
uma realidade e por consequência, sentimos uma vontade de satisfazê-las em 
busca de um sentimento de bem-estar.
Outra realidade é que nós, seres humanos, essencialmente somos 
diferentes. Isto quer dizer então que, se percebemos diferenças entre os indivíduos, 
as necessidades também serão diferentes e portanto, em busca da satisfação o 
comportamento de cada pessoa e de cada sociedade será diferente.
Lembram-se do nosso exemplo inicial? Não há dúvidas de que nós todos 
precisamos nos alimentar para sobrevivermos. Contudo, algumas pessoas decidem 
consumir sua refeição em um restaurante – preparada em maior quantidade e 
com variedade – e outras preferem prepará-la em casa, por gostarem de uma 
refeição no estilo “caseiro”, pouca variedade, mas com um sabor mais apurado.
Muitas são as teorias que buscam explicar como se dá o processo de 
surgimento e satisfação das necessidades humanas. Uma das teorias largamente 
empregada nos cursos de administração, basicamente nas disciplinas voltadas à 
gestão de pessoas e de teoria da administração, e que permite entender de forma 
bastante clara este processo, é a que foi apresentada pelo psicólogo americano 
Abraham Maslow e ficou conhecida como “hierarquia de necessidades de 
Maslow” ou “pirâmide de Maslow”.
A Figura a seguir apresenta esta teoria sobre as necessidades humanas.
TÓPICO 1 | CONCEITO DE ECONOMIA
9
 FIGURA 2 – HIERARQUIA DE NECESSIDADES DE MASLOW
FONTE: O autor
Dedicando-se ao estudo do comportamento humano, Maslow identificou 
os seguintes níveis de necessidades:
1. Necessidades básicas: são as necessidades que todo ser humano possui. 
Também são conhecidas como necessidades fisiológicas, são as necessidades 
que, se não saciarmos, teremos um desconforto e isto nos impedirá de tal forma 
que não teremos outras necessidades. Necessidade de alimentação, repouso, 
sexo, abrigo e outras necessidades orgânicas.
2. Necessidades de segurança: esta necessidade está relacionada ao nosso bem 
estar. Precisamos da segurança de um lar, segurança pessoal e financeira para 
nos sentirmos bem. O ser humano tem a tendência natural de querer se sentir 
protegido e resguardarsua vida. 
3. Necessidades sociais: sentir-se aceito em um grupo é o que a maior parte dos 
seres humanos deseja. Temos a necessidade de contato e interação social e isto 
engloba desde o relacionamento no trabalho até um relacionamento amoroso 
e intimidade sexual.
4. Necessidade de estima: ser respeitado, reconhecido e bem recebido. Esta 
necessidade está ligada ao fato dos outros reconhecerem nossa capacidade 
frente ao que realizamos.
NECESSIDADES 
DE 
REALIZAÇÃO
NECESSIDADES 
DE ESTIMA
NECESSIDADES SOCIAIS
NECESSIDADES DE SEGURANÇA
NECESSIDADES BÁSICAS
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À MICROECONOMIA
10
5. Necessidade de realização: a última etapa das necessidades humanas, 
a autorrealização remete ao indivíduo que está satisfeito com seu posto 
alcançado e com a vida que leva. 
Este postulado é interpretado da seguinte forma: um ser humano tende a 
satisfazer suas necessidades primárias (mais baixas na pirâmide), antes de buscar 
as do nível mais alto. Como se estivesse subindo os degraus de uma escada.
É importante destacar que esta teoria recebe algumas críticas: 1) considera 
que todos os seres humanos são iguais, não considera que o que pode ser 
necessidade para uma pessoa, pode não ser para outra; 2) não há flexibilidade, 
ou seja, a estrutura se apresenta sem a possibilidade de inversão ou troca de 
necessidades.
3.2 RECURSOS PRODUTIVOS OU 
FATORES DE PRODUÇÃO
Dando continuidade ao nosso esforço de entender a lei básica da economia, 
é necessário agora definir o que são recursos produtivos ou fatores de produção 
e, posteriormente a sua situação de escassez.
Como já foi abordado anteriormente, a Economia é definida como ciência 
social, já que estuda as ações e/ou comportamentos dos seres humanos – que 
por sua vez formam uma sociedade – principalmente no que se refere a decisões 
que visam atender suas necessidades. Uma das características básicas de uma 
sociedade é estar em constante mudança, portanto é muito dinâmica. Assim, da 
mesma forma, a economia deve evoluir constantemente com a sociedade. 
Santos (apud PINHO; VASCONCELLOS; GREMAUD, 2006) aponta que 
os fatores de produção tradicionais descritos pelo economista Adam Smith em 
1790, em sua obra denominada “A Riqueza das Nações”, foram: terra, trabalho 
e capital. Durante muitos anos os economistas apontaram estes fatores como os 
principais responsáveis por toda a geração de riquezas da sociedade.
Com a evolução da sociedade, levando consequentemente à evolução 
do estudo da economia, foi necessário expandir estas três categorias para cinco 
categorias, considerando: o surgimento da informática, novas técnicas de gestão 
de empresas, globalização da economia, ampliação do conhecimento etc. 
Para Sandroni (2005, p. 235) estas cinco categorias seriam:
Elementos indispensáveis ao processo produtivo de bens materiais. 
Tradicionalmente, desde Say, são considerados fatores de produção 
a terra (terras cultiváveis, florestas, minas), o homem (trabalho) e o 
capital (máquinas, equipamentos, instalações, matérias-primas). 
Atualmente, costuma-se incluir mais dois fatores: organização 
TÓPICO 1 | CONCEITO DE ECONOMIA
11
empresarial e o conjunto de ciência/técnica (pesquisa). De modo geral, 
os fatores de produção são limitados e, por isso, eles se combinam de 
forma diferente conforme o local e a situação histórica.
Deste modo, atualmente são reconhecidos como recursos produtivos ou 
fatores de produção os seguintes insumos:
• Terra: abrange todos os recursos naturais fornecidos pela natureza. Nesta 
categoria temos como exemplos: água, minerais, madeiras, peixes, florestas, 
petróleo, espaços físicos para a instalação de fábricas e construção de prédios 
comerciais e habitacionais, terra fértil para a plantação de cereais, legumes e 
frutas.
• Trabalho: é o conjunto de recursos humanos e seu esforço físico ou mental; a 
mão de obra qualificada ou não: operários de fábricas, técnicos administrativos, 
motoristas, pilotos de avião, trabalhadores que realizam a colheita de café ou 
laranjas, pedreiros, carpinteiros, serventes, atendentes de lanchonetes, técnicos 
industriais, engenheiros, gerentes, e muitos outros profissionais que trocam a 
sua força de trabalho por uma remuneração.
• Capital: nesta categoria além dos recursos financeiros (dinheiro), que podem 
ser obtidos também através de empréstimos e/ou financiamentos nos bancos, 
temos um conjunto de bens e serviços bastante amplo, formado por todos os 
tipos de máquinas e equipamentos, estradas, ferrovias, aeroportos, portos, 
sistemas de telecomunicações, navios, aviões, prédios e instalações industriais, 
robôs, computadores que são necessários para a produção de outros bens e 
serviços. 
• Capacidade empresarial: um dos primeiros economistas a apontar a 
capacidade empresarial como um insumo foi o economista austríaco Joseph 
A. Schumpeter. Estudando o desenvolvimento econômico da sociedade, ele 
apontou a importância da inovação através do “ato empreendedor”, efetivada 
pelo “empresário empreendedor”. Empregando sua capacidade de gestão, 
este empreendedor está disposto a assumir riscos calculados (previamente 
conhecidos) de perder seu capital (ou de terceiros – empréstimos bancários) 
quando decide dar início a um negócio. O empreendedor certamente visa 
obter lucro com o empreendimento e para tanto reúne os recursos produtivos 
necessários à fabricação de bens e/ou serviços destinados a atender o desejo/
necessidade dos consumidores. 
• Tecnologia: também denominado de técnicas de produção. Representado pelo 
conjunto de conhecimentos e habilidades que dão sustentação ao processo 
de produção, ou seja, que permitam que a combinação dos outros insumos 
resulte em bens e serviços para a satisfação das necessidades e desejos de toda 
a sociedade. É o elo entre os fatores de produção: terra, trabalho e capital 
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À MICROECONOMIA
12
(ROSSETTI, 2002). Este componente é que permite o aumento da oferta de bens 
e serviços. Exemplo: uso de robôs para a fabricação de automóveis, conforme 
exemplo da figura a seguir.
FIGURA 3 - USO DA TECNOLOGIA NA FABRICAÇÃO DE BENS E SERVIÇOS
FONTE: Disponível em: <http://revistaautoesporte.globo.com/Revista/Autoesporte/
foto/0,,47283823,00.jpg>. Acesso em: 24 nov. 2013.
Para Mendes (2004) uma importante característica desses insumos é a sua 
versatilidade, ou seja, sua capacidade de ser utilizado na produção de diferentes 
produtos. Um exemplo bem prático dado por este autor é o caso da farinha de 
trigo, que pode ser utilizada tanto para fazer pão, como na produção de macarrão 
ou bolachas.
Aproveitando esse exemplo do macarrão, também fica fácil de imaginar 
que para a produção da maioria dos bens e serviços que desejamos ou temos 
necessidade, é indispensável a combinação destes insumos. 
Então, os recursos produtivos ou fatores de produção podem ser 
empregados de forma individual ou combinada, no processo de criação e 
fabricação de outros bens e serviços – também conhecidos como produtos – 
destinados por sua vez a atender as necessidades e desejos dos consumidores 
que formam uma sociedade. 
A próxima figura nos ajuda a memorizar este conceito.
TÓPICO 1 | CONCEITO DE ECONOMIA
13
FIGURA 4 – COMBINAÇÃO DOS FATORES DE PRODUÇÃO PARA A PRODUÇÃO DE UM BEM 
OU SERVIÇO
FONTE: O autor
Todo esse processo é denominado de atividade econômica.
Quando um desses fatores de produção é empregado, de forma combinada 
ou isolada na produção de algum bem ou serviço, deve receber em troca alguma 
forma de remuneração. 
Sendo assim, para Nogami e Passos (2003), estas remunerações são:
• Para o fator de produção terra, a remuneração auferida receberá o nome de 
aluguel.
TERRA
TRABALHO
CAPITAL
CAPACIDADE 
EMPRESARIAL
TECNOLOGIA
BENS E 
SERVIÇO
Use a sua imaginação e procure relacionar numa folha de papel tudo o que é 
necessário para que um pacote de seu macarrão preferido esteja à disposição na prateleira 
do supermercado. 
UNI
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À MICROECONOMIA
14
• Para o fatorde produção trabalho, a remuneração auferida receberá a 
designação de salário.
• O capital recebe sua remuneração sob a forma de juros.
• A tecnologia utilizada na produção de mercadorias recebe a remuneração em 
forma de direito à propriedade, também conhecida por royalties.
• A capacidade empresarial é remunerada pelos lucros obtidos nas atividades 
econômicas.
O quadro a seguir ilustra estas relações.
 QUADRO 1 – OS FATORES DE PRODUÇÃO E SUA RESPECTIVA REMUNERAÇÃO
FONTE: O autor
No Tópico 3, desta unidade, aprofundaremos a discussão dobre a 
atividade econômica, incluindo também como as sociedades estão organizadas 
para produzir estes bens, ou seja, qual é o sistema econômico que predomina em 
uma determinada nação, como o Brasil. 
Por hora, iremos nos focar no conceito de economia.
Deste modo, para finalizar, precisamos entender o termo escassez!
TÓPICO 1 | CONCEITO DE ECONOMIA
15
3.3 ESCASSEZ
Vamos considerar que você tem uma ocupação remunerada, ou seja, um 
emprego pelo qual, através do seu esforço pessoal, recebe uma quantidade mensal 
de dinheiro que simplesmente chamamos de salário, e que a Teoria Econômica 
chama de renda. Essa sua renda, seja em que quantidade ela for, é empregada 
mensalmente para atender a todas as suas necessidades.
Algumas de suas necessidades, como já estudamos antes, não podem ser 
simplesmente deixadas de lado por motivos óbvios, como comer! Outras não são 
de primeira necessidade, mas você também não pode deixar de lado: aluguel 
da casa ou parcela do financiamento imobiliário, fatura do cartão de crédito, 
a mensalidade da faculdade (muito importante!), dinheiro para o transporte 
coletivo etc. 
Ainda existem outras que você pode e deve administrar muito bem: 
conta da luz, conta da água, conta do celular, comprar roupas, consumir bebidas 
alcoólicas etc. No final, vamos supor, sua renda cobre as suas necessidades 
mensais. Ótimo!
Mas, se em função de seu emprego você precisar comprar um carro ou 
uma motocicleta? Sem recursos disponíveis para comprar à vista, ou somente 
com parte deles, certamente você poderia fazê-lo através de um financiamento 
bancário! Resolvido? Não é bem assim.
Mesmo assim, depois de alguns dias você teria um novo compromisso 
financeiro: a parcela do financiamento do carro ou da moto! E, portanto, teria de 
deixar de lado ou pelo menos reduzir um de seus compromissos anteriores para 
pagar esse novo.
Resultado: sua renda (salário) não é suficiente para fazer frente a mais esta 
necessidade! Em outras palavras ela é escassa! 
Não se desespere, todos os brasileiros que são assalariados estão na 
mesma situação e precisam tomar a mesma decisão!
E as empresas? Será que enfrentam o mesmo problema? 
Com certeza! Imagine o dono do restaurante em nosso exemplo inicial. 
Ele precisa tomar decisões que envolvem a combinação dos fatores de produção. 
Uma delas, vamos dizer mais estratégica pode ser: devo investir meus recursos 
financeiros na ampliação da capacidade de atendimento, ou seja, número de 
lugares do restaurante ou devo investir a mesma quantidade de recursos na 
qualidade do ambiente, como por exemplo, a instalação de novos aparelhos 
de ar-condicionado? Qual dessas duas decisões vai gerar um melhor resultado 
financeiro?
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À MICROECONOMIA
16
Como ele não possui recursos financeiros infinitos precisa fazer uma 
escolha.
Esta mesma conclusão pode então ser estendida a todos os recursos 
produtivos ou fatores de produção que vimos anteriormente: tudo o que a 
natureza coloca à nossa disposição é finito, mais cedo ou mais tarde vai acabar. 
A quantidade de pessoas bem formadas e treinadas – mão de obra qualificada – 
também é finita, principalmente se considerarmos uma determinada cidade ou 
região; além disso, o número de empresários/empreendedores dispostos e aptos 
a concretizar novos negócios; e por fim, toda a tecnologia é um dia substituída 
por outra mais eficiente e torna-se obsoleta!
Agora, para finalizar este tópico, podemos então recordar a principal 
definição de economia, sabendo exatamente o que significa e tirar uma conclusão 
sobre como a economia pode contribuir com a sociedade.
Definição de Economia como ciência:
[...] uma ciência social que estuda como o indivíduo e as sociedades 
decidem (escolhem) empregar recursos produtivos escassos na 
produção de bens e serviços, de modo a distribuí-los entre as várias 
pessoas e grupos da sociedade, a fim de satisfazer as necessidades 
humanas da melhor maneira possível (PINHO; VASCONCELLOS, 
2006, p. 2).
Uma conclusão que podemos tirar é que a principal contribuição da 
economia como ciência é auxiliar as pessoas, as famílias, as empresas e o governo 
em seu processo de tomar uma decisão: como alocar seus recursos que são 
escassos em diferentes alternativas de como satisfazer suas necessidades que são 
ilimitadas.
TÓPICO 1 | CONCEITO DE ECONOMIA
17
LEITURA COMPLEMENTAR
ÁGUA: O RECURSO NATURAL ESTÁ ESCASSO
Países do norte da África e do Oriente Médio já vivem com poucos recursos 
hídricos, mas desenvolvem técnicas que ajudam a economizar.
População mundial precisa saber administrar bem recursos hídricos para economizar para o 
futuro (Foto: Divulgação/UNESCO © Edson Fogaça)
As perspectivas para o planeta são alarmantes. De acordo com a Unesco, 
até 2050 cerca de 60% da população mundial irá viver em condições de estresse 
hídrico, e uma proporção semelhante ficará sem saneamento básico adequado. 
Alguns países do norte da África e do Oriente Médio já vivem com oferta de água 
insuficiente para suas populações. E, se não forem tomadas medidas emergenciais, 
a previsão é de que não seja possível mais a presença humana na região.
De acordo com o coordenador de Ciências Naturais da Unesco Celso 
Schenkel, isso é um alerta e não exatamente a previsão do futuro. “Os dados 
inspiram medidas para que estes países mudem esta tendência”, explica. No 
norte da África, por exemplo, cerca de 90% dos recursos hídricos são usados para 
a agricultura, o que está bem acima da média mundial, que é de 70%. “Nestes 
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À MICROECONOMIA
18
países com oferta pequena de água, quanto menor é a oferta, melhor é a qualidade 
da água e melhor é o cuidado no uso dela”, conta. Ou seja, há redução das formas 
de desperdício e busca por novas fontes de investimento de água.
Os países da região acabam procurando água de aquíferos subterrâneos, 
a água tem qualidade, há um combate incessante ao desperdício, e novos acordos 
sobre o uso da água são elaborados.
Um exemplo do uso consciente da água em países do Oriente Médio 
e do norte da África é a utilização de técnicas específicas para cada tipo de 
plantação. Entre elas está a irrigação por gotejamento, que permite que a planta 
receba a quantidade de água exata. Nem mais, nem menos. A técnica, que 
nasceu nos desertos de Israel, também ganha espaço nas lavouras brasileiras. 
Apesar das tentativas de preservar o pouco de recurso hídrico que existe 
nestes países, a dificuldade de encontrar água causa migração humana, e também 
da fauna silvestre. “Por exemplo, se os gnus se mudam para um local com 
agricultura, haverá conflito. Os conflitos não são necessariamente entre povos 
apenas”, conta Celso.
Segundo a Unesco, desde 1870 existem 450 acordos bilaterais sobre 
compartilhamento de recursos hídricos. Muitos deles estão em regiões entre 
países que estão em guerra ou conflito. Mas eles não quebram a palavra por nada. 
O conceito é: ninguém pode sair perdendo. “É preciso fazer um acordo ganha-
ganha”, conta Celso.
Com os rios secando, países podem enfrentar problemas na pesca, no transporte e em energia 
(Foto: Divulgação/UNESCO © Edson Fogaça)
TÓPICO 1 | CONCEITO DE ECONOMIA
19
Para que o mundo continue tendo água é preciso combater o desperdício, seja 
ele nas indústrias, na agricultura ou no uso diário de cada um. A tecnologia pode 
ajudar bastante. “Os sistemas de abastecimento de água em si já desperdiçam muito. 
Há a captação da água, o tratamentodela e a distribuição. Neste momento, perde-
se, em média, entre 40 e 50% da água. Isso acontece por causa da má qualidade dos 
sistemas, que são obsoletos. Fora os gatos, os vazamentos”, conta coordenador de 
Ciências Naturais da Unesco.
O Brasil ainda precisa avançar muito quando o assunto é preservar seus 
recursos hídricos. Mas há ações animadoras: em São Paulo, por exemplo, algumas 
indústrias promovem o reúso da água. Trata-se da “água bruta de qualidade”, que 
não é potável, mas perfeita para ser usada nas indústrias.
Outro exemplo veio de uma montadora de automóveis que fez um 
investimento de 30 milhões de dólares em otimização dos recursos hídricos, reusando 
a água. “Eles esperavam um retorno financeiro em 5 anos, mas tiveram em 3, o que 
mostrou que é um bom investimento. Ela pagaria pela água, mas agora devolve para 
a natureza talvez até com uma qualidade melhor de quando ela foi captada”, diz 
Celso.
FONTE: Disponível em: <http://redeglobo.globo.com/globoecologia/noticia/2013/05/agua-o-
recurso-natural-esta-escasso.html>. Acesso em: 1 set. 2013.
20
RESUMO DO TÓPICO 1
Caro(a) acadêmico(a), neste tópico você viu que:
• A economia faz parte de nossas vidas mesmo quando não percebemos.
• Economia é o estudo da alocação de recursos escassos considerando as 
necessidades infinitas da sociedade formada por nós, seres humanos.
• Pode-se entender uma necessidade humana como a percepção de que alguma 
coisa está faltando, gerando então um desejo, uma busca por satisfação. 
• Atualmente os fatores de produção ou recursos produtivos (insumos) são: 
terra, trabalho, capital, capacidade empresarial e tecnologia.
• Os recursos produtivos ou fatores de produção podem ser empregados de 
forma individual ou combinada, no processo de criação e fabricação de outros 
bens e serviços, destinados por sua vez a atender então as necessidades e 
desejos dos consumidores que formam uma sociedade.
• A principal contribuição da Economia como ciência é auxiliar as pessoas, as 
famílias, as empresas e o governo em seu processo de tomar uma decisão: 
como alocar seus recursos que são escassos em diferentes alternativas de como 
satisfazer suas necessidades que são ilimitadas.
21
AUTOATIVIDADE
1 Complete as lacunas da sentença a seguir e obtenha a definição básica de 
Economia:
A economia é uma ciência__________, pois estuda como o indivíduo e a 
sociedade__________ empregar os recursos produtivos que são ____________ 
na produção de __________ e serviços a fim de satisfazer as___________________ 
dos seres humanos que são ___________________.
2 Além do exemplo da água como insumo escasso, que foi citada no texto da 
leitura complementar, cite outros 5 (cinco) insumos que claramente possuem 
uma quantidade finita.
3 Utilizando como exemplo um produto que você costuma consumir no seu 
dia a dia, relacione os fatores de produção ou insumos, com os componentes 
que são utilizados na fabricação deste produto.
4 É possível produzir algum bem ou serviço sem utilizar os fatores de 
produção?
5 Qual dos fatores de produção a seguir é considerado o elo, ou seja, que liga 
os demais fatores de produção?
a) ( ) Trabalho.
b) ( ) Terra.
c) ( ) Recursos financeiros.
d) ( ) Tecnologia.
e) ( ) Capacidade empresarial.
22
23
TÓPICO 2
A ECONOMIA COMO CIÊNCIA
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
No tópico anterior, com o esforço pessoal de cada um de vocês, foi 
construída a primeira parte de uma base teórica para entender mais profundamente 
o que significa economia. 
Identificando cada um dos termos que formavam um conceito 
previamente apresentado, alcançamos nosso objetivo de perceber a Economia 
como uma ciência social que tem por objetivo estudar como é possível atender 
as necessidades humanas – ditas ilimitadas – levando em conta que os recursos 
produtivos disponíveis para este fim são escassos.
Na apresentação deste Caderno de Estudos foi dito a você que a Economia, 
assim como as outras ciências, busca explicar o mundo real como forma de 
contribuir com o processo de desenvolvimento e de sucesso da sociedade.
 Esse processo de explicar o mundo real é definido como método de 
investigação, que no nosso caso torna-se um método de investigação econômica. 
Na verdade, isto é uma tarefa bastante complicada, pois o mundo real é muito 
complexo com muitos fatos, comportamentos humanos diferentes e variáveis a 
considerar.
Mas nem por isso os economistas desistiram!
Para que seja possível contribuir com a interpretação do mundo real, os 
economistas utilizam algumas ferramentas, dentre elas estão os modelos e de 
estatística.
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À MICROECONOMIA
24
2 SURGIMENTO DA ECONOMIA COMO CIÊNCIA
Na tentativa de explicar o mundo que o cerca, o ser humano ao longo do 
tempo e ainda hoje, emprega diversas formas de conhecimento como: a tradição, 
as crenças/mitos, a religião, a arte, a ciência e até o bom senso.
Após um grande domínio da religião – basicamente até os anos 1700 – 
sobre as outras formas de conhecimento, o surgimento do Renascimento (que 
pode ser entendido como uma renovação da civilização) no século XVII, trouxe 
como novidade o emprego da ciência em substituição à religião. Os estudiosos 
passaram a contestar as explicações baseadas exclusivamente na fé, e passaram a 
observar com mais critério o mundo real que estava à sua volta, como forma de 
interpretar os acontecimentos.
É atribuído a Galileu Galilei o emprego de critérios mais racionais – 
uso da razão e não da fé – desenvolvendo um método inovador de enxergar o 
mundo real, hoje conhecido como método científico, que se baseava em alguns 
passos, a saber: 1) observação dos fenômenos do mundo real; 2) tentar recriar 
esses fenômenos via experimentação, 3) representar estes fenômenos por meio de 
equações matemáticas. 
O escopo deste método era descobrir as leis naturais, universais e eternas 
por meio da regularidade dos fenômenos. Prevendo os fenômenos e não apenas 
descrevendo-os, a sociedade poderia dominar a natureza e fazê-la trabalhar em 
benefício próprio. Apesar de inicialmente se restringir ao campo das ciências 
naturais, mais tarde serviria de modelo para as ciências sociais, sob os princípios 
de racionalidade, objetividade e neutralidade (COSTA; FLÁVIO, 2005).
Portanto, como aponta Bêrni (2002), o surgimento da Ciência Econômica 
está intimamente ligada às profundas transformações pelas quais a sociedade 
ocidental passou a partir do século XV, tendo seu ápice nos séculos XVII e XVIII.
Vasconcellos e Garcia (2010, p. 17) apontam que “Existe consenso de que 
a teoria econômica, de forma sistematizada, iniciou-se quando foi publicada a 
obra de Adam Smith ‘A Riqueza das Nações’, em 1776”. Inclusive este economista 
foi posteriormente agraciado com o título de Pai da Economia, em virtude da 
amplitude de seu trabalho.
 
Neste sentido, Costa e Flávio (2005, p. 5) apontam que:
A história da ciência econômica é bastante recente. Sendo portanto, 
uma das ciências mais jovens das ciências sociais. Na verdade, sua 
história enquanto ciência, ou enquanto um conjunto coerente de 
reflexões sobre as relações econômicas, só começou há cerca de 
duzentos anos, na era moderna.
TÓPICO 2 | A ECONOMIA COMO CIÊNCIA
25
E completam esta afirmação com o seguinte argumento:
Embora as atividades econômicas de que a ciência econômica se 
ocupa – produção, distribuição, circulação e consumo – estivessem 
presentes em todas as sociedades e em todas as épocas, muito tempo 
se passou até que se pudessem levantar questões relevantes acerca da 
produção material da sociedade. Até este momento as preocupações 
em torno da produção material da sociedade foram marginais, não 
havendo necessidade de uma área específica do conhecimento, ou 
seja, de uma ciência econômica para estudar tal assunto (COSTA; 
FLÁVIO, 2005, p. 5-6).
Deste modo, podemos concluir que antes deste período histórico conhecido 
como Idade Moderna, em termos econômicos, a vida dos seres humanos em 
grupo era marcada por um estilo de vida mais simples,que buscava atender as 
suas necessidades mais básicas e de satisfação imediata (comer, estar protegido, 
se reproduzir).
3 TEORIAS E MODELOS
Como em outras Ciências Sociais, a Economia se baseia na possibilidade 
de interpretar os acontecimentos do mundo real econômico como forma de gerar 
respostas a perguntas que intrigam a sociedade. 
Contudo, a Economia tem de lidar com um importante obstáculo ao 
empregar o método científico: é praticamente nula a possibilidade de experimentos 
laboratoriais, ou seja, é quase impossível de se realizar experiências de laboratório 
referente à vida econômica das pessoas devido ao grande número de variáveis 
econômicas envolvidas e à própria dinâmica da sociedade.
Para contornar esse obstáculo os economistas empregam o método 
científico, em nosso caso: método de investigação econômica!
A Figura 5 apresenta um esquema da sequência de passos do método de 
investigação econômica, geralmente empregado.
Uma variável econômica é algo que influencia nas decisões relacionadas com 
os problemas econômicos fundamentais (os problemas econômicos fundamentais serão 
abordados no próximo tópico) ou algo que descreve os resultados dessas decisões. Uma 
variável tem como característica básica a possibilidade de assumir diferentes valores. 
Exemplo: valor da renda de um consumidor.
UNI
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À MICROECONOMIA
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FIGURA 5 - ESQUEMA DO MÉTODO DE INVESTIGAÇÃO ECONÔMICA
FONTE: Baseado em: Mochón (2006)
Partindo da observação do mundo real o investigador, ou seja, o 
interessado em explicar algum fenômeno econômico, idealiza uma teoria.
A teoria permite esquematizar – em outras palavras, colocar em uma 
determinada ordem, organizar – o que o investigador observou no comportamento 
econômico do mundo real, com a finalidade de explicar o porquê de certos 
acontecimentos ou justificar a relação entre duas ou mais coisas ou variáveis. Sem 
a criação de uma teoria, a única coisa que o investigador pode fazer é observar e 
descrever o que vê no mundo real (MOCHÓN MORCILLO, 2006). 
Tendo idealizado uma teoria, o investigador cria um modelo.
Modelos são representações do mundo real de forma resumida, com uma 
quantidade reduzida de variáveis, consideradas principais para o entendimento 
do fenômeno que o modelo pretende explicar. Em outras palavras, um modelo é 
a “representação das principais características dos componentes de uma teoria” 
(RIZZIERI, 2006, p. 4).
Desta forma, um modelo pode ser entendido como uma simplificação 
da realidade, no caso da Economia, da realidade dos agentes econômicos e dos 
mercados nos quais eles interagem (BERNI, 2002; MORCILLO, 2006).
As teorias econômicas são apresentadas, de modo geral, sob a forma de 
equações matemáticas. Portanto, no decorrer deste caderno estaremos empregando 
a matemática como uma ferramenta para facilitar nosso entendimento sobre 
determinado assunto do mundo real que queremos explicar.
TÓPICO 2 | A ECONOMIA COMO CIÊNCIA
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Continuando nosso esquema do método de investigação, depois da 
construção de um modelo o investigador passa a tarefa de coletar dados. Na 
ciência econômica os dados estão ligados diretamente às atividades econômicas. 
Estes dados podem ser obtidos através da base de dados já existentes, construídas 
por outros investigadores – que são chamadas de fontes secundárias – ou 
através de instrumentos – entrevistas, questionários – com a participação direta 
do investigador. No prêmio Nobel de Economia, em 1976, Milton Friedman 
justificava que somente através da confrontação com dados, uma teoria e seu 
respectivo modelo podem se revelar úteis para analisar uma determinada classe 
de problemas concretos.
Por último, cabe ao investigador como última etapa desse processo, 
comparar os dados obtidos com o modelo construído anteriormente. Assim, 
o investigador tem a possibilidade de verificar se a teoria elaborada após a 
observação do evento do mundo real tem validade ou não, e se o modelo elaborado 
explica esse mesmo evento e pode ser utilizado para que um administrador ou 
pelo Estado, por exemplo, possa tomar alguma decisão baseada nele.
Vale ressaltar que este processo de investigação não termina nunca e 
o investigador deve voltar ao ponto inicial, ou seja, a observar o mundo real 
constantemente, em busca de teorias e modelos que explicam cada vez melhor os 
acontecimentos da realidade. Caso uma teoria, com seu respectivo modelo, não 
conseguir explicar satisfatoriamente a realidade, deve ser abandonada em favor 
de uma teoria mais adequada (RIZZIERI, 2006).
4 EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ECONÔMICO
Como vimos anteriormente, assim como as demais ciências sociais, a 
economia evolui à medida que a sociedade se desenvolve no contexto histórico, 
ou seja, a ciência econômica acompanha a evolução da própria humanidade, pois 
analisa a evolução do comportamento humano e da tecnologia em função das 
atividades econômicas da sociedade.
Assim, é natural que ao longo da história do pensamento econômico 
possa-se distinguir a coexistência de diferentes linhas de pensamento. Para 
entendermos melhor o cenário atual da Economia como ciência, precisamos voltar 
no tempo para entender de que forma evoluiu a Teoria Econômica no contexto 
das transformações históricas, dando origem a diferentes formas de interpretação 
da economia.
O esquema exposto na Figura 6 apresenta um apanhado geral da evolução 
do pensamento da Economia como ciência – considerando os principais expoentes 
e seu tempo – dando maior ênfase para o período histórico a partir do século XVI, 
já que como vimos anteriormente, trata-se do período onde as interações entre os 
membros da sociedade tornaram-se mais voltadas para o lado econômico.
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À MICROECONOMIA
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FIGURA 6 – ESQUEMA DA EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ECONÔMICO
FONTE: TROSTER, Roberto Luís; MOCHON MORCILLO, Francisco. Introdução à economia. 2. 
ed. São Paulo: Makron Books, 1994, p. 18.
A seguir vamos abordar brevemente as principais escolas.
4.1 MERCANTILISTAS
Vasconcellos e Garcia (2010) apontam que esta primeira escola econômica 
surgiu a partir do século XVI, e tinha como foco entender o processo de acumulação 
de riquezas de uma nação.
 Dentre suas principais características temos: forte presença do Estado na 
condução dos assuntos econômicos; direcionamento da economia para o comércio 
entre as nações com posterior acumulação dos resultados deste comércio; e avidez 
por estocagem de metais preciosos com símbolo de poder, o que resultou em 
constantes conflitos armados.
TÓPICO 2 | A ECONOMIA COMO CIÊNCIA
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4.2 FISIOCRATAS
A escola francesa da Fisiocracia – que significa “regras da natureza” – 
surgiu no século XVIII em uma clara oposição ao mercantilismo.
Vasconcellos e Garcia (2010) apontam como suas principais características:
• Liberdade econômica, ou seja, pregava que não deveria haver o intervencionismo 
do estado em favor do mercantilismo. Seriam competência do estado apenas 
as funções de manutenção da ordem econômica e da propriedade privada.
• Adoção de imposto único que incidiria sobre a propriedade de bens.
• A riqueza tem como única origem a produção com base na terra (natureza), que 
em sua visão possuía a capacidade de gerar excedentes, riquezas. Portanto, o 
foco da sociedade seria a agricultura em detrimento do comércio e das finanças.
4.3 ESCOLA CLÁSSICA
Os clássicos dos quais destacamos Adam Smith (1723-1790), David Ricardo 
(1772-1823), Thomas Malthus (1766-1834) e John Stuart Mill (1806-1873), não 
concordavam com seus antecessores fisiocratas na questão relativa à centralidade 
da terra como única geradora de riquezas.
Segundo os pensadores dessa escola, a geração de riqueza está diretamente 
relacionada com a produtividade da mão de obra, e esta produtividade é sempre 
incremental e baseada na especialização das tarefas produtivas e da divisão do 
trabalho.
Vasconcellos e Garcia (2010) assinalam como características da obra de 
Adam Smith:
• Livre concorrência: sem interferência do estado oequilíbrio econômico seria 
causado pela própria atuação dos agentes econômicos, que movidos por 
ideais individualistas – busca da maximização do lucro – promoveriam o bem 
estar de toda a sociedade. Esta teoria ficou conhecida como a Teoria da Mão 
Invisível.
• A causa da riqueza das nações é o trabalho humano, sendo que a moeda tem 
somente a função de meio de troca.
• Os mercados de consumo e a iniciativa privada devem ser ampliados para que 
a produtividade e a riqueza sejam ampliadas. 
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À MICROECONOMIA
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• O papel do Estado estaria restrito apenas à proteção da sociedade e à 
manutenção de obras e instituições necessárias.
David Ricardo é outro importante pensador do período clássico. 
Usando como ponto de partida as ideias de Adam Smith, desenvolveu modelos 
econômicos para analisar os problemas econômicos de sua época. A obra mais 
importante deste pensador foi Princípios de economia política e tributação, que 
gerou duas importantes teorias:
• Teoria das vantagens comparativas: aplicada ao comércio internacional. Em 
resumo argumenta que cada nação deve se especializar em produzir aquilo 
– matérias-primas, bens – em que são relativamente melhores e comprar de 
outras nações aquilo em que são relativamente piores na produção.
• Lei dos rendimentos decrescentes: resumidamente aponta que considerando 
um determinado processo produtivo em que se empregam uma variedade de 
insumos ou fatores de produção, se a quantidade de um insumo for aumentada 
e a quantidade dos outros insumos permanecer constante, a produção total 
por insumo irá cair.
Adicionalmente, Vasconcellos e Garcia (2010, p. 20) apontam que:
A maioria dos estudiosos considera que os estudos de Ricardo deram 
origem a duas correntes antagônicas: a neoclássica, por suas abstrações 
simplificadoras, e a marxista, pela ênfase dada à questão distributiva e 
aos aspectos sociais na repartição da renda da terra.
O economista e filósofo John Stuart Mill é outro membro da Escola 
Clássica. Reconhecidamente um liberal, tem como obra mais importante o livro 
Princípios de Economia Política, de 1848, que é considerado o primeiro grande 
manual de Economia. 
Vasconcellos e Garcia (2010, p. 21) apontam ainda que:
Seu trabalho foi o principal texto utilizado para o ensino de Economia 
no fim do período clássico e no início do período neoclássico. Sua obra 
consolidou o exposto por seus antecessores e avançou, por incorporar 
mais elementos institucionais, definindo melhor as restrições, 
vantagens e funcionamento de uma economia de mercado.
Além de economista, Thomas Malthus também era estatístico, demógrafo 
e sacerdote da Igreja Anglicana na Grã-Bretanha. Preocupado com as possíveis 
consequências negativas – principalmente a falta de alimentos – do crescimento 
desordenado da população, elaborou uma teoria que ficou conhecida como Teoria 
Neomalthusiana. 
Em termos gerais, para este economista existia um grande potencial 
de que em determinado momento a população humana excederia em muito 
TÓPICO 2 | A ECONOMIA COMO CIÊNCIA
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o potencial da terra na produção de alimentos. O que certamente teria como 
consequências a fome e a pobreza. Ele defendia que as nações deveriam 
implantar medidas de controle populacional de controle da natalidade, como por 
exemplo a limitação voluntária de nascimentos nas famílias pobres. Aceitava 
sem receios que as guerras seriam uma solução para interromper o crescimento 
populacional. Entretanto, Malthus não previu o ritmo e o impacto do progresso 
tecnológico, nem as técnicas de limitação da fertilidade humana que se seguiram 
(VASCONCELLOS; GARCIA, 2010).
Após essa breve abordagem, podemos concluir que a Escola Clássica 
através de seus pensadores, lançou as bases para que a Ciência Econômica se 
desenvolvesse a partir de um referencial teórico próprio com foco nas questões 
econômicas (VASCONCELLOS; GARCIA, 2010).
Dessas bases surgiu a Escola Neoclássica.
4.3.1 Escola Neoclássica ou Marginalista
Vasconcellos e Garcia (2010) apontam que a Escola Neoclássica ou 
Marginalista refere-se ao período histórico que iniciou na década de 1870 e 
desenvolveu-se até as primeiras décadas do século XX.
Segundo Vasconcellos e Garcia (2004, p. 22),
Destacam-se os aspectos microeconômicos da teoria, pois a crença 
na economia de mercado e em sua capacidade autorreguladora fez 
com que não se preocupassem tanto com a política e o planejamento 
macroeconômico. Os neoclássicos sedimentaram o raciocínio 
matemático explícito inaugurado por David Ricardo, procurando 
isolar os fatos econômicos de outros aspectos da realidade social.
Troster e Morcillo (1994, p. 110) complementam que os membros desta 
escola dão atenção especial ao indivíduo, ou seja, “em vez de considerar a 
economia globalmente, os marginalistas centravam suas análises nas decisões 
dos sujeitos econômicos individuais e nas condições e preços do mercado”.
Outro ponto que identifica claramente os membros desta linha de 
pensamento é sua especial preocupação pela determinação dos preços de 
mercado.
Um dos destaques dessa linha de pensamento é o economista e 
matemático francês León Walras (1831 – 1910), que dedicou-se a interpretar e a 
expor a Economia com uma visão matemática, com o objetivo de ampliar o caráter 
científico desta ciência, igualando-a às ciências físicas (TROSTER; MORCILLO, 
1994).
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Algumas de suas contribuições são:
• Buscou provar que os resultados de um mercado de livre concorrência (que 
estipulou como concorrência perfeita) são benéficos para a sociedade.
• A concorrência perfeita se origina de uma situação de mercado na qual os 
compradores e os vendedores se reuniam em um leilão coletivo, de forma 
que as condições de cada troca seriam conhecidas. Procedendo assim, os 
vendedores deste mercado teriam a oportunidade de reduzir seus preços 
conforme os compradores receberiam suas ofertas (TROSTER; MORCILLO, 
1994). 
• Idealizou a Teoria do Equilíbrio Geral: inter-relação entre todas as atividades 
econômicas.
Outro importante pensador dessa corrente foi o economista inglês Alfred 
Marshall (1842 – 1924), considerado por muitos o fundador da moderna economia. 
A obra mais notável desse pensador foi Princípios de economia, publicada em 
1890, e que serviu de linha mestra da economia até a metade do século XX.
Algumas de suas contribuições são:
• Formalização matemática dos conceitos econômicos.
• Emprego do conceito de equilíbrio parcial: em função das incontáveis variáveis 
as quais o estudo da economia está sujeito, se faz necessária a utilização de uma 
análise parcial dos problemas econômicos. Portanto, o termo ceteris paribus 
(tudo mais permanecendo constante) é introduzido na abordagem matemática 
econômica.
• “O comportamento do consumidor é analisado em profundidade; o desejo 
do consumidor de maximizar sua utilidade (satisfação no consumo) e o do 
produtor de maximizar seu lucro são a base para a elaboração de um sofisticado 
aparato teórico” (VASCONCELLOS; GARCIA, 2004, p. 22).
4.3.2 Teoria Keynesiana
Dentro da Escola Neoclássica surge a figura do economista inglês John 
Maynard Keynes (1883 – 1946). Suas obras provocaram um impacto tão forte 
no estudo da economia que sua contribuição ficou conhecida como a Revolução 
Keynesiana. Sua obra mais importante é Teoria geral do emprego, dos juros e da 
moeda de 1936.
O momento histórico em que Keynes construiu seu pensamento é marcado 
por uma economia que atravessa uma grave crise, e que ficou conhecida como a 
Grande Depressão de 1929. Nesta época havia um grande desemprego tanto na 
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Europa como nos Estados Unidos, este último marcado pela quebra da Bolsa de 
Valores de Nova York, em 1929 (VASCONCELLOS; GARCIA, 2010).
Considerando esse cenário, Keynes buscava identificar através desta obra 
quais os motivos ou variáveis que o governo de cada país deveria controlar com 
o objetivo de reduzir o desemprego.
Alguns pontos de destaque

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