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1 PORTA 4 Sempre salve o seu PDF quando termi- nar sua leitura, para que todas as suas ações de estudo fiquem gravadas. Para uma melhor experiência em dispo- sitivos móveis, baixe o aplicativo Adobe Acrobat Reader ao invés de ler este PDF pelo seu navegador. CLIQUE AQUI PARA BAIXAR. https://get2.adobe.com/br/reader/otherversions/ Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização, por escrito. Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Bibliotecário responsável: XXXX – CRB 00/000) REITOR Waldemiro Gremski VICE-REITOR Vidal Martins PRÓ-REITORA DE GRADUAÇÃO Renata Iani Werneck PRÓ-REITORA DE PESQUISA, PÓS-GRADUAÇÃO E INOVAÇÃO Paula Cristina Trevilatto PRÓ-REITOR DE MISSÃO, IDENTIDADE E EXTENSÃO Ir. Rogério Renato Mateucci DIRETORA DA PUCPR ONLINE Cinthia Bittencourt Spricigo CRIAÇÃO Decano Ericson Savio Falabretti Coordenadora EAD da Escola de Educação e Humanidades Katia Ethiénne Esteves dos Santos Coordenadora do curso de Pedagogia Daniele Saheb Pedroso NEP da EEH William Franco da Silva AUTORIA Karina Inês Paludo Thalita Folmann da Silva DESIGN EDUCACIONAL Sirlene Donaiski Motin DIRETOR EXECUTIVO David Stephen GERÊNCIA EDITORIAL Cristiane Oliveira GERÊNCIA ADMINISTRATIVO-FINANCEIRA Lilian D’Ávila Arruda GERÊNCIA COMERCIAL Cleverton Oliveira GERÊNCIA DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Paulo Afonso Arruda DESIGN GRÁFICO Tiago Rocha André Luiz Duarte Regiane Rosa REVISÃO DE DESIGN EDUCACIONAL Thalyta Mabel Elisângela Silva Lilian Noguchi PRODUÇÃO DIGITAL E GAMIFICATION Matheus Cohen Paulo Afonso Arruda Caio Bento Jonathan Carlos PRODUÇÃO AUDIOVISUAL Evelin Raupp Arcélio de Paula REVISÃO DE LÍNGUA PORTUGUESA Miriam Brito SUMÁRIO PORTA 4 – TODAS AS PESSOAS PODEM APRENDER?........................................... 8 ESTAÇÃO 1 - DE FATO, UM FATO! ................................................................................................... 9 ESTAÇÃO 2 – ACESSANDO IDEIAS .........................................................................11 TRANSTORNOS DE APRENDIZAGEM E DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM .........1 1 SAÚDE FÍSICA E IMPACTOS NA APRENDIZAGEM ................................................................12 QUALIDADE DA INTERAÇÃO E IMPACTOS NA APRENDIZAGEM .................................12 E qual constatação podemos fazer? ...................................................................................13 Os transtornos de aprendizagem ...........................................................................................15 TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE E TRANSTORNOS DE APRENDIZAGEM .....................................................................................................................................16 INDICADORES DE AUXÍLIO E AVALIAÇÃO DE PESSOAS COM TRANSTORNO .....17 TAREFAS TDH/TDAH ............................................................................................................................. 18 CONTEXTO EDUCATIVO E TEMPO ...............................................................................................19 DISLEXIA .....................................................................................................................................................24 CAUSAS DA DISLEXIA .........................................................................................................................24 DISLEXIA – REGIÕES CEREBRAIS AFETADAS .........................................................................24 DISLEXIA – SINTOMAS .......................................................................................................................25 Verificação dos sintomas da dislexia .................................................................................25 DISLEXIA: APRENDIZAGEM DA MATEMÁTICA E ESCRITA ................................................27 DISLEXIA NA EDUCAÇÃO INFANTIL E ANOS INICIAIS ......................................................28 SUGESTÕES DE ATIVIDADES PARA DISLÉXICOS ..................................................................28 PROPOSTAS PEDAGÓGICAS DE INTERVENÇÕES AO PÚBLICO DISLÉXICO ........28 DISGRAFIA ................................................................................................................................................29 DISGRAFIA – OBSERVAÇÕES GERAIS ...................................................................................... 30 DISCAUCULIA – ESTRATÉGIAS DIDÁTICO-PEDAGÓGICAS ............................................31 DISGRAFIA – PRINCIPAIS OBSTÁCULOS .................................................................................36 DISCALCULIA ..........................................................................................................................................36 DISCALCULIA E SUAS CONSEQUÊNCIAS ................................................................................37 RACIOCÍNIO MATEMÁTICO – ÁREAS CEREBRAIS ENVOLVIDAS................................37 MATERIAIS DE APOIO ........................................................................................................................ 38 TRANSTORNOS E DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM .................................................. 38 DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM – INCIDÊNCIA ..........................................................39 DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM – DETECTAR ..............................................................39 DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM – IMPORTÂNCIA DA MEDIAÇÃO .................. 40 EDUCAÇÃO INCLUSIVA ......................................................................................................................41 RESUMO DA ESTAÇÃO ......................................................................................................................42 ESTAÇÃO 3 – COMPARTILHANDO EXPERIÊNCIAS ............................................. 44 TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO .................................................................................44 ESTRATÉGIA PEDAGÓGICA .............................................................................................................45 ESTAÇÃO 4 – EU, HUMANO! .................................................................................. 46 EMPATIA .....................................................................................................................................................46 TRABALHO EM EQUIPE ..................................................................................................................... 48 ESTAÇÃO 5 – FICA A DICA! .................................................................................... 50 ARTIGOS, REPORTAGENS E SITES .................................................................................................51 MOMENTO CINEMATECA .................................................................................................................51 VÍDEOS ........................................................................................................................................................52 ESTAÇÃO 5 – DESAFIO ACEITO! ............................................................................ 53 ORIENTAÇÕES DA ATIVIDADE ........................................................................................................53 LISTA DE DESAFIOS ..............................................................................................................................54 DESAFIO 1: “Como se apropriar dos conteúdos curriculares?” ...........................54 DESAFIO 2: “Quais estratégias pedagógicas utilizar?” .............................................54 ESTAÇÃO 6 – DESAFIO ACEITO .............................................................................55 Mão na massa ....................................................................................................................................57 8 PORTA 4 – TODAS AS PESSOAS PODEM APRENDER? Olá, estudante! Quando realizamos a autoria deste material, focamos muito na sua aprendizagem para este curso e para sua vida. Quando esse processo decorre de um modo diferente do previsto, podemos falar de um desenvolvimento atípico. Será que todas as pessoas podem aprender ou existem alguns indivíduos que não conseguem? Essas perguntas serão respondidas ao longo da Porta 4, ao tratarmos sobre Dificuldades e Transtornos de Aprendizagem. Prepare-se porque as estações estão cheias de assuntos e estratégias muito interessantes! Vamos? Você já sabe, mas quero lembrar que precisa realizar a estação 6 ao final do estudo dessa porta e que a estação 5 é opcional, mas tenho certeza de que se você a visitar aprenderá muito! Então, está preparado(a) para a Estação 1 desta porta? Vamos lá! 9 ESTAÇÃO 1 - DE FATO, UM FATO! Conheça a história de Diego Duarte, um profissional que enfrenta um grande desafio em sua vida. ÁUDIO TRANSCRIÇÃO No começo dessa jornada você conheceu um pouco da minha história. Sou o estudante chamado Diego Duarte, lembra? Assim como você, eu tenho vários desafios em minha vida. Um deles é a dificuldade em relação à leitura. Pode ser que você já tenha ouvido falar em Dislexia ou pode ser que você não saiba ainda do que se trata. Então, vamos lá! Vou explicar o que é, contando um pouco sobre a minha trajetória. É muito comum que as pessoas aprendam a ler e a escrever nos primeiros anos de escolaridade, pois é o período da alfabetização. A maior parte dos meus colegas conseguiu se alfabetizar logo no primeiro ano do Ensino Fundamental. Mas, por mais esforço que eu fizesse, não conseguia entender o que eram as letras, como juntá-las para ler palavras, frases e textos. Era ainda mais difícil quando a professora me pedia pra fazer a leitura em voz alta para a turma. https://youtu.be/IfzWXQiVyYg 10 Eu me engasgava, ficava vermelho de vergonha e muitas vezes era motivo de deboche dos meus colegas. Em casa, minha família me castigava por conta do mau desempenho que eu apresentava na escola. Insistiam que eu treinasse a leitura. Meus pais acreditavam que eu não me esforçava o suficiente, que eu era preguiçoso, e eu precisava aprender que, para ter as coisas na vida, era necessário me esforçar. Com muito esforço, consegui me alfabetizar ao final do 5º ano do Ensino Fundamental. Em seguida, já no Ensino Médio, eu não conseguia compreender os textos que precisava ler. Para entendê-los, eu assistia alguns vídeos sobre o assunto. Isso me ajudava muito a interpretar o contexto de discussão. Outra coisa que me auxiliava era a explicação de um dos meus melhores amigos. Sempre que possível, após a aula, nós marcávamos encontros, para que pudesse me ajudar a esclarecer dúvidas. Também precisei de ajuda de várias pessoas quando iniciei minha vida profissional, mas desta vez, foi em relação à minha organização pessoal. Muitos achavam que eu não queria seguir regras, que eu era desorganizado. Mas nem elas e nem eu, sabíamos que era algo mais complexo. Sabe quando comecei a entender o que acontecia? Na Universidade, quando ingressei no Curso de Letras. Meu sonho era ser professor, apesar de duvidar que isso seria possível. Em uma das aulas destinadas à instrumentalização para a docência, discutimos acerca da aprendizagem da leitura e da escrita no desenvolvimento típico e atípico de estudantes. Foi aí que percebi que eu tinha Dislexia do Desenvolvimento. Ou seja, nasci com uma dificuldade para a leitura. E descobri que, infelizmente, ainda não há cura para essa dificuldade. No entanto, verifiquei algumas das estratégias que podem beneficiar as pessoas com tal condição. Além disso, descobri que muita gente tem essa dificuldade. Em aula, assisti uma entrevista com Steven Spielberg, em que relatou as suas estratégias para conseguir ler e entender os textos, os conteúdos dos filmes, uma vez que ele também é disléxico. 11 Não podemos negar que, mesmo com essa condição, ele contribuiu muito para o mundo cinematográfico. Durante bastante tempo ouvi que eu deveria ter escolhido uma profissão que exigisse menos leitura. Mas quando soube da história dele, percebi que eu poderia, sim, atuar na profissão que era o meu grande sonho, o meu projeto de vida. Agora, pretendo auxiliar outros estudantes, ou seja, os meus alunos. Todos nós temos desafios a serem enfrentados, mas somos capazes de ultrapassar as dificuldades com garra e determinação. E temos a condição de encarar os desafios, com o apoio de pessoas especiais que estarão presentes na nossa jornada! Então, desejo que você tenha ânimo e dedicação para vencer seus desafios e ajudar os seus alunos a ultrapassar os obstáculos que eles encontrarão no curso da vida! Enfim, foi um prazer compartilhar minha história com você! Um forte abraço e bons estudos. ESTAÇÃO 2 – ACESSANDO IDEIAS TRANSTORNOS DE APRENDIZAGEM E DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM Olá, estudante! Diversos são os elementos imbricados no processo de aprendizagem, no qual condições biológicas, emocionais e sociais do indivíduo influenciam diretamente a apreensão dos conteúdos estudados em sala de aula, não é? O cérebro tem um valor ímpar para que o processo de aprendizagem possa acontecer. Qualquer irregularidade em seu funcionamento pode dificultar o desenvolvimento das pessoas, bem como aspectos físicos, emocionais e sociais. 12 SAÚDE FÍSICA E IMPACTOS NA APRENDIZAGEM Quando se fala em saúde física e seu impacto na aprendizagem, pode-se pensar em doenças que prejudicam o funcionamento cerebral, tais como hipotireoidismo, anemia, doenças renais, problemas ortopédicos, entre outras. O impacto causado poderá ser por conta de especificidades dessas doenças ou também em razão do tratamento. QUALIDADE DA INTERAÇÃO E IMPACTOS NA APRENDIZAGEM Outro fator que afeta a aquisição da aprendizagem é a qualidade da interação disponibilizada para o sujeito. O ambiente social (família, escola, entre outros) interfere e influencia os fatores psicológicos do indivíduo, impulsionando seus comportamentos, o que pode favorecer ou impedir a aprendizagem. 13 Os eventos sociais que mobilizam emoções negativas atrapalham o processo de aprendizagem, pois, de acordo com Cosenza e Guerra (2011), o esforço cognitivo necessário à aprendizagem será empregado em outra demanda. E o que isso quer dizer? E qual constatação podemos fazer? Embora o cérebro tenha relação direta com o processo de aprendizagem, nem sempre as dificuldades e intercorrências no ato de aprender se originam nele. Influências ambientais, qualidade das relações familiares, métodos de ensino e fatores socioeconômicos podem interferir significativamente neste processo. Clique para saber o que Cosenza e Guerra (2011) dizem sobre isso. 14 Condições socioeconômicas (nutrição com baixa qualidade de nutrientes, falta de condições para aquisição do material didático, falta de acesso a espaços culturais, entre outros) prejudicam o desenvolvimento do potencial do sujeito, uma vez que ele não usufrui de experiências cognitivas, motoras e socioemocionais essenciais para a reorganização do sistema nervoso (COSENZA; GUERRA, 2011). Mesmo que nem todas as dificuldades de aprendizagem estejam relacionadas às alterações na estrutura e funcionamento do cérebro, não se pode destacar que em alguns sujeitos essa seja a causa. HORA DA PAUSA! Agora, pegue sua xícara de café e preste atenção nisso. Podemos ter um estudante em sala de aula com um cérebro que funciona de um modo diferente daqueles sujeitos que estão no mesmo estágio de desenvolvimento, na mesma faixa etária. O funcionamento cerebral diferenciado pode ser resultante de comprometimentos orgânicos, identificados como transtornos de aprendizagem. Vamos entendermelhor sobre este tema lendo o texto a seguir 15 Os transtornos de aprendizagem Os Transtornos de Aprendizagem (TA) se manifestam por conta de “[...] alterações geneticamente determinadas em circuitos específicos, prejudicando a aquisição de habilidades cognitivas como a escrita, a leitura ou o raciocínio lógico-matemático” (COSENZA; GUERRA, 2011, p. 132). Referem- se à “[...] comprometimento ou atraso no desenvolvimento de funções ligadas à maturação biológica da parte central do sistema nervoso, e que se inicia ainda na infância” (NEVES; BATIGÁLIA, 2011, p. 78). Essas alterações podem se dar em circuitos cerebrais específicos com funções específicas, como também em circuitos com atividade em várias regiões cerebrais, o que pode provocar prejuízos em mais funções. Os TAs traduzem o baixo desempenho na aprendizagem de um indivíduo se comparado com pessoas sem essa condição. Podemos verificar um percentual considerável de sujeitos que apresentam transtornos de aprendizagem, cerca de 2 a 10% da população, conforme indicam Cosenza e Guerra (2011). Quando se fala em TA, podemos tomar como base para explicação o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, atualmente em sua quinta versão, por isso nomeado de DSM-5 (APA, 2013). De acordo com Dornelles (2014, p. 57), trata-se de “[...] uma desordem neurodesenvolvimental, de origem biológica, que é a base das dificuldades, em nível cognitivo, que estão associadas às expressões comportamentais do transtorno”, o que afeta a habilidade cerebral de captar e processar informações de modo eficaz. 16 TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE E TRANSTORNOS DE APRENDIZAGEM Além dos transtornos de aprendizagem, temos também o Transtorno de Déficit de Atenção (TDA) ou (TDAH), que pode vir ou não acompanhado da Hiperatividade. Clique nas imagens para ver os exemplos. Fonte: Associação Brasileira de Déficit de Atenção (p. 14-16). 17 INDICADORES DE AUXÍLIO E AVALIAÇÃO DE PESSOAS COM TRANSTORNO Embora os indicadores possam auxiliar a avaliar características de pessoas com o transtorno, segundo a ABDA (Associação Brasileira de Déficit de Atenção), com base na recomendação da Associação Psiquiátrica Americana, é necessária a presença de uma quantidade específica de sinais. Tais sinais não podem estar associados a eventos que provoquem naturalmente os comportamentos citados, mesmo em sujeitos sem a presença do transtorno de aprendizagem. São indicadores que precisam estar presentes, desde os primeiros anos de vida, e não somente numa fase específica. Com certeza o auxílio de um profissional da área, habilitado a avaliar transtornos de aprendizagem, se torna o caminho mais assertivo para que o TDA/TDAH possa ser diagnosticado. Outros sinais podem ser indicativos de TDA/TDAH. Clique nas imagens para conferir. Fonte: Adaptado de Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders. 4. ed. Washington, DC. American Psychiatric Association, 1994. Hiperatividade e Impulsividade Desatenção Clique nos campos a seguir para conhecer as características de TDA/ TDAH. 18 Embora o diagnóstico seja importante para indicar possíveis alternativas para a pessoa com TDA ou TDAH, ele não resolve os desafios que se apresentam a ela. Quando se fala no processo de aprendizagem, ter o diagnóstico não demonstra solucionar o desafio que se apresenta. E em sala de aula, como deve ser? O professor precisará reconhecer as estratégias que poderão ser empregadas para que o estudante possa aprender, mesmo com a presença dos comportamentos indicativos do transtorno. Algumas alternativas podem ser adotadas em sala de aula para auxiliar o estudante com transtorno de déficit de atenção, especialmente quando apresenta dispersão na realização de tarefas ou demonstra estar disperso em seus pensamentos: andar ao lado do aluno, tocar no ombro, falar o nome do estudante, evitar a exposição ao grupo, evitar que o aluno fique em evidência na sala (BUDEL; MEIER, 2012). TAREFAS TDH/TDAH Por sua vez, os estudantes com TDAH precisam ser ensinados a estar mais atentos, a esperar a vez para falar, a planejar as tarefas considerando prioridades, a respeitar o limite do próximo. Essas recomendações são necessárias pois muitos ambientes, especialmente familiares e escolares, não propiciam tais aprendizagens, considerando o diagnóstico ou até mesmo a medicação como suficiente para que a pessoa possa apresentar bom desempenho em sala de aula (BUDEL; MEIER, 2012). Outras recomendações podem aperfeiçoar o trabalho docente frente aos estudantes com TDA/TDAH, bem como com outras condições que interferem no processo de aprendizagem, como citam Budel e Meier (2012): 19 CONTEXTO EDUCATIVO E TEMPO Para Smith e Strick (2001), o desequilíbrio químico causado no organismo da pessoa, característico do transtorno, pode provocar dificuldades nas relações interpessoais e no desenvolvimento intrapessoal. Por essa razão eles fazem algumas recomendações. Conheça quais são elas: 20 O ambiente poderá impulsionar o desenvolvimento do estudante com TDA/TDAH. Nesse sentido, “[...] as crianças que recebem um incentivo carinhoso durante toda a vida tendem a ter atitudes positivas, tanto sobre a aprendizagem quanto sobre si mesmas [...]. Dessa maneira, [...] veem a si mesmas como basicamente competentes e bem-sucedidas” (SMITH, STRICK, 2001, p. 31), o que contribui para que superem os obstáculos encontrados por conta das inadequações neurobiológicas. Vamos entender um pouco mais sobre esse assunto? Então, aumente o volume e clique para ouvir o podcast “Aprendizagem em pares”. https://materiaisonline.pucpr.br/objetos/podcast/GE0105/p4pa.wav 21 ÁUDIO TRANSCRIÇÃO Olá, estudantes, estamos aqui professora Thalita e eu professora Karina, e queremos falar com você sobre aprendizagem em pares para isso nós vamos ouvir um pouco mais sobre a experiência da professora Talita, e começo perguntando, professora Thalita, conta para nós: O que é aprendizagem em pares? R: Diferentes autores postularam a importância da aprendizagem com outras pessoas, ou a aprendizagem por meio da interação. Dentre esses autores podemos citar Piaget e Vygotsky, eles defenderam que a construção do conhecimento se efetiva por meio das trocas entre os aprendizes. Portanto, a aprendizagem em pares é a aprendizagem que se efetiva na troca de conhecimentos entre os aprendizes. Nesse sentido, podemos dizer que a sala de aula se torna um ambiente cooperativo, uma comunidade de aprendizes. [Prof. Karina] Muito interessante pensarmos sobre a relação entre os pares dentro da sala de aula, e ainda sobre esse espaço da sala de aula, conte pra nós: Como nós podemos tornar esse ambiente colaborativo? Então, professora Karina, o importante logo no início destacar que o ambiente não se refere apenas ao ambiente físico, tomando como ponto de análise o espaço físico, acreditamos que ele precisa estimular o trabalho colaborativo. Sendo assim, é necessário que o ambiente seja centrado no aluno, e não mais no professor. Também é importante entender que o mobiliário precisa atender a essa necessidade. Um bom exemplo é a possibilidade de ter mesas que podem ser organizadas em grupos de trabalho. No livro “Metodologias ativas para uma educação inovadora”, os autores Gonçalves e Silva eles indicam que a disposição de mesas e cadeiras interfere nos espaços da aula como ambiente colaborativo. Portanto, a organização do ambiente precisa ser pensada para a exigência de um espaço que permita a colaboração entre os sujeitos envolvidos no processo de aprendizagem. Além disso, é importante que as atividades pedagógicas mobilizem a sua realização em grupos de trabalho, não de forma individual ou compartimentada. [Prof. Karina] Professora Thalita, nós já entendemos o que é a aprendizagem em pares, agora fale pra nós qual a importância pedagógica do trabalho que é pautado na aprendizagem em pares? 22 R: então, professoraKarina, aprender em interação é uma condição para que a aprendizagem se efetive, como afirmou Juan Ignácio Pozo no livro que escreveu e que recebeu o título “Aprendizes e Mestres”. Nessa perspectiva, deve-se ultrapassar a ideia de uma aprendizagem individualizada e pensar numa aprendizagem em que predomine a organização cooperativa. Sendo assim, os estudantes são organizados em grupos de trabalhos, nos quais, juntos, buscarão alcançar um objetivo comum. Para tanto, as atividades precisam constituir problemas e cada integrante precisará contribuir para que a meta seja atingida. Quando a organização se efetiva de modo cooperativo, os estudantes tendem a motivação intrínseca, e orientam-se para a aprendizagem ou pelo interesse em aprender. Há uma preocupação maior com o processo e com a construção da aprendizagem. Já quando a organização se delimita para a competitividade, aspectos como resultado e consequência costumam motivar os aprendizes. Na organização cooperativa deve-se considerar a importância dos conflitos, muito embora se fale em cooperação. Nesse caso, os conflitos poderão suscitar a construção do conhecimento, quando ideias são discutidas, pontos de vista são analisados, quando as explicações são compartilhadas. Como afirma Pozo “todo conflito cognitivo é necessariamente também um conflito social, com outros, contra outros, por causa de outros e graças a outros”. [Prof. Karina] Professora Thalita, você acabou de mencionar sobre a importância e a existência do conflito cognitivo quando da aprendizagem em pares, existe outro fator que se mostra favorável à organização cooperativa em sala de aula? Outro fator que justifica a importância então da aprendizagem em pares, ou da organização cooperativa em sala de aula, se refere ao suporte e apoio entre os próprios estudantes. Os estudantes poderão ajudar seus pares na construção do conhecimento. Ora um colega será o “mestre”, ora outro colega será o “aprendiz”. Os estudantes poderão ajudar melhor seus colegas, em certas ocasiões, do que o próprio professor. Poderão utilizar uma linguagem mais acessível, poderão utilizar de uma explicação diferenciada, poderão aproveitar-se de certa proximidade com o colega, poderão ter apresentado a mesma dúvida anteriormente, ajudando outra pessoa no desafio que já ultrapassaram. 23 Entendi, tendo em vista que estamos aqui com estudantes que estão se preparando para serem docentes, que estarão no contexto da educação, te pergunto: como o professor deve atuar para que a aprendizagem em pares se efetive, para que a sala de aula seja de fato uma comunidade de aprendizes? Então, professora Karina, o bom professor é aquele que assume diferentes papéis, como bem explicou Pozo. O professor precisará atuar como provedor, modelo, treinador, orientador e assessor. A primeira função diz respeito à necessidade de explicar acerca de um assunto, expor os seus conhecimentos sobre o tema, por exemplo. Quando se fala em ser modelo, considera-se o papel da modelagem no desenvolvimento, especificamente, habilidades sociais. Por sua vez, o professor treinador se dedicará a fornecer exercícios necessários para que a aprendizagem se efetive, envolvendo um programa estabelecido para o alcance dos objetivos. Já o professor orientador atuará de modo a valorizar os conhecimentos prévios dos estudantes. Ele permitirá que o estudante seja autônomo na definição de suas metas, partindo do que o aluno já sabe para promover a construção de conhecimento. Por último, não menos importante, tem-se a figura do professor assessor, que é o docente que visa questionar os estudantes, mais do que dar respostas. Ele supervisiona o trabalho dos estudantes, intervindo com questionamentos que os levem a pensar sobre suas ações. Para tanto, atuar frente a somente um desses personagens pode se mostrar insuficiente numa nova cultura de aprendizagem. O ideal, professora Karina, é que os cinco personagens citados possam compor o professor no exercício de sua profissão. [Prof. Karina] Professora Thalita, muito obrigada pelas suas preciosas contribuições, certamente a partir da sua explanação nós conseguimos entender que mesmo os nossos estudantes com dificuldades ou transtornos de aprendizagem podem aprender, desde que o ambiente onde ela está inserida lhes proporcionem condições para superar as suas predisposições biológicas, e ainda, que essas condições ambientais lhes permitam ainda conhecer, sobretudo, as suas potencialidades. E nesse contexto, nós reforçamos e ressaltamos o quão é importante que os processos escolares abarquem a aprendizagem em pares. Queridos estudantes, espero que este podcast tenha auxiliado e promovido ainda mais o aprendizado para você. Um grande abraço e até mais! 24 DISLEXIA Dentro dos TAs, temos Dislexia, que é uma condição neurobiológica que afeta, especialmente, a capacidade de ler, por conta de três aspectos que se mostram comprometidos: precisão/fluência no reconhecimento de palavras, decodificação e soletração. Em razão dessas dificuldades primárias, manifesta-se a incompreensão diante de uma leitura, ou seja, a compreensão textual se mostra limitada. CAUSAS DA DISLEXIA A limitação na capacidade de ler vem sendo investigada e, segundo Rodrigues e Ciasca (2016), duas causas podem ser atribuídas ao aparecimento da dislexia. Primeiramente, falamos no desenvolvimento inadequado e no mau funcionamento cerebral, afirmações com base em exames de neuroimagem. Além disso, acredita-se que o fator genético é o causador do transtorno, uma vez que mais de 50% de crianças disléxicas são de famílias em que há outras pessoas com o transtorno. DISLEXIA – REGIÕES CEREBRAIS AFETADAS Observe quais são as regiões afetadas: 25 DISLEXIA – SINTOMAS Alguns dos seguintes sintomas podem ser percebidos em pessoas disléxicas: Verificação dos sintomas da dislexia SINTOMA SIM NÃO Leitura de palavras é feita de forma imprecisa ou lenta, demandando muito esforço. A criança pode, por exemplo, ler palavras isoladas em voz alta, de forma incorreta (ou lenta e hesitante); frequentemente, tenta adivinhar as palavras e tem dificuldade para soletrá-las. Dificuldades na consciência fonológica. Dificuldades na fala. Limitação no reconhecimento de palavras. Dificuldade para compreender o sentido do que é lido. Pode realizar leitura com precisão, porém não compreende a sequência, as relações, as inferências ou os sentidos mais profundos do que é lido. Dificuldade na ortografia, sendo identificado, por exemplo, adição, omissão ou substituição de vogais e/ou consoantes. 26 Dificuldade com a expressão escrita, podendo ser identificados múltiplos erros de gramática ou pontuação nas frases; emprego ou organização inadequada de parágrafos; expressão escrita das ideias sem clareza. Persistência da dificuldade por pelo menos 6 meses (apesar de intervenção dirigida). Habilidades acadêmicas substancial e qualitativamente abaixo do esperado para a idade cronológica (confirmado por testes individuais e avaliação clínica abrangente). Baixo desempenho em testes cronometrados; leitura ou escrita de textos complexos ou mais longos e com prazo curto; alta sobrecarga de exigências acadêmicas. As dificuldades não são explicadas por deficiências, transtornos neurobiológicos, adversidade psicossocial, instrução acadêmica inadequada ou falta de proficiência na língua de instrução acadêmica. Dificuldades na compreensão de conceitos matemáticos básicos para a faixa etária. Fonte: Baseado no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos mentais-DSM-5, elaborado por Rodrigues e Ciasca (2016). 27 Como vimos no quadro, no caso de um desses sintomas se manifestarem, há forte indício de que a pessoa seja disléxica, desde que outros fatores não estejam influenciando, tais como: • Encaminhamento metodológico inadequado do professor; • Emoções negativas que interferem na aprendizagem;• Outras limitações neurobiológicas e problemas ambientais (RODRIGUES; CIASCO, 2016). DISLEXIA: APRENDIZAGEM DA MATEMÁTICA E ESCRITA Você sabia que, em alguns casos, há influência da DISLEXIA na aprendizagem da matemática, comprometendo-a? Além disso, estudantes disléxicos poderão apresentar dificuldades na manutenção da atenção, na coordenação motora, no desenvolvimento das funções executivas, como também podem apresentar sinais que evidenciam quadro depressivo, ansiedade ou transtornos disruptivos (RODRIGUES; CIASCO, 2016). Também, estudantes com dislexia podem manifestar dificuldades relacionadas à escrita, evitando atividades que requerem tal habilidade linguística, realizando registros com limitações, com troca de letras e ilegibilidade. 28 DISLEXIA NA EDUCAÇÃO INFANTIL E ANOS INICIAIS Nesta fase, deve haver um trabalho direcionado para a exploração da dimensão fonológica com atividades pedagógicas que propiciem aos estudantes refletir sobre os sons que são semelhantes e diferentes nas palavras, criar rimas, identificar rimas, realizar jogos com movimentos para a percepção do tamanho das palavras, introduzir de modo gradual atividades de reconhecimento de letras e atividades de escrita. SUGESTÕES DE ATIVIDADES PARA DISLÉXICOS Dando sequência às sugestões de estratégias didático-pedagógicas a serem empregadas junto a estudantes com dislexia, Rodrigues e Ciasco (2016) indicam ainda atividades para o desenvolvimento da habilidade de decodificação, de habilidade sintática, semântica, atencionais e relacionadas ao conhecimento prévio, o que inclui atividades metacognitivas envolvendo a leitura. São várias as atividades que podem ser trabalhadas. Clique no ícone a seguir: PROPOSTAS PEDAGÓGICAS DE INTERVENÇÕES AO PÚBLICO DISLÉXICO • Tempo extra para terminar atividades pedagógicas. • Ajuda para efetivação de registros. • Mudança na proposta de trabalhos para atender às especificidades. • •Ajuda na compreensão de orientações com o uso da técnica de sublinhar. • Uso de técnicas de destaque de informações nas leituras de textos. • Redução do tamanho a serem lidos. • Eliminação de distratores. https://conexao.xalingo.com.br/2019/10/21/5-jogos-para-ensino-de-criancas-com-dislexia/ 29 • Inclusão de atividades práticas. • Fornecimento de glossário. • Utilização de gravações. • Repetição de instruções. • Criação de rotinas. • Compartilhamento de anotações sobre o tema trabalhado. • Diversificação de informação visual e verbal. • Realização de revisão. • Diversificação de estratégias avaliativas. • Diversidade de estratégias para responder às atividades. • Direcionamento do aluno a ficar próximo ao docente. • Incentivo ao uso de agenda • •Consideração ao nível de dificuldade das atividades propostas. DISGRAFIA Tanto temos ouvido sobre DISGRAFIA. Mas você sabe do que se trata? É outro transtorno que afeta o desempenho de estudantes no que se refere à escrita, pois caracteriza-se como um distúrbio que afeta a habilidade de escrever. Nessa condição, o estudante apresenta muitos equívocos na hora de escrever. 30 DISGRAFIA – OBSERVAÇÕES GERAIS Para entender o que acontece, vamos recuperar a explicação de Romani, Olson e Betta (2013) acerca dos dois dicionários mentais que possuímos: e . São reconhecidos como Modelo de Dupla Rota. 31 DISCAUCULIA – ESTRATÉGIAS DIDÁTICO- PEDAGÓGICAS Quando há comprometimento nas duas rotas, isso dificulta a identificação das letras, caracterizando o transtorno adquirido da escrita, como podemos observar a seguir: Já quando a dificuldade ocorre somente na rota lexical, Romani, Olson e Betta (2013) afirmam que há o que chamamos de comprometimento na recuperação de letras, como é possível verificar a seguir: X TRANSTORNOS ADQUIRIDOS DA ESCRITA Comprometimento nas duas rotas ESCRITA ROTA LEXICAL ROTA NÃO LEXICAL = Comprometimento da ativação prolongada das letras Comprometimento na memória temporária ortográfica • Perda rápida de informações; • Perda das letras intermediárias na escrita, interferência das letras vizinhas; • Mais erros em palavras com estrutura silábica complexa. Fonte: Pixabay COMPROMETIMENTO NAS DUAS ROTAS = COMPROMETIMENTO DA ATIVAÇÃO PROLONGADA DAS LETRAS 32 Esse comprometimento resulta em erros relativos ao significado de palavras, no emprego da sequência de letras e na dificuldade de completar a escrita de determinada palavra pelo esforço cognitivo demandado no início da tarefa de escrever. Esses são os principais obstáculos para os estudantes com disgrafia (ROMANI; OLSON; BETTA, 2013). E esses estudantes, podem aprender a escrever? A resposta é sim. Esses estudantes também podem aprender. Segundo Moojen (2011), as intervenções para esses casos precisam incluir propostas para o trabalho com o conversor grafema-fonema, tais como: X ESCRITA ROTA NÃO LEXICAL Comprometimento na rota lexical ROTA LEXICAL TRANSTORNOS ADQUIRIDOS DA ESCRITA • Quantas sílabas (ou pedaços) tem a palavra? • Qual a palavra maior? • Que palavra vai ficar se tirar “SA” de “SAPATO”? E se tirar o “TO”? • Que palavra vai ficar se eu colocar “GA” antes da linha? E se colocar o“CA” depois de “BONÉ”? ATIVIDADES de consciência silábica TRABALHO COM CONVERSOR FONEMA/GRAFEMA • Procurar palavras que rimem com outras palavras selecionadas. • Agrupar cartões de acordo com as rimas. • Descobrir o segredo das palavras “COLA”, “BOLA” e “SOLA”. • Escrever o nome e recortar conforme as sílabas. • Unir os cartões formando o nome. • Trocar as fichas das sílabas de lugar e decodificar (mesmo que formem pseudopalavras). • Analisar a imagem articulatória de cada fonema ao ser emitido (espelho). • Descobrir palavras que podem ser formadas, utilizando somente as letras do nome. • Palavras que rimem com o nome. • Que palavra ficaria se eu tirasse o som /g/ de “GATO”? E se eu colocar um “P”? • Que palavra ficaria se eu colocasse o som /s/ na frente de “ACO”? ATIVIDADES envolvendo rimas ATIVIDADES de consciência fonêmica Carolina Trocas entre surdos e sonoros Erros semânticos ocasionais. Comprometimento na sequência de letras. Letras iniciais recebem mais ativação, dificultando completar o que falta. Erros mais comuns em disgráficos. COMPROMETIMENTO NA RECUPERAÇÃO DE LETRAS 33 V B D Gaou Z J G ei F P T C, QU, K X, CH S, SS, C, SC, Ç Também, as atividades para auxiliar os estudantes com transtornos da escrita precisam considerar o trabalho com as regras contextuais, como Esse comprometimento resulta em erros relativos ao significado de palavras, no emprego da sequência de letras e na dificuldade de completar a escrita de determinada palavra pelo esforço cognitivo demandado no início da tarefa de escrever. Esses são os principais obstáculos para os estudantes com disgrafia (ROMANI; OLSON; BETTA, 2013). E esses estudantes, podem aprender a escrever? A resposta é sim. Esses estudantes também podem aprender. Segundo Moojen (2011), as intervenções para esses casos precisam incluir propostas para o trabalho com o conversor grafema-fonema, tais como: X ESCRITA ROTA NÃO LEXICAL Comprometimento na rota lexical ROTA LEXICAL TRANSTORNOS ADQUIRIDOS DA ESCRITA • Quantas sílabas (ou pedaços) tem a palavra? • Qual a palavra maior? • Que palavra vai ficar se tirar “SA” de “SAPATO”? E se tirar o “TO”? • Que palavra vai ficar se eu colocar “GA” antes da linha? E se colocar o“CA” depois de “BONÉ”? ATIVIDADES de consciência silábica TRABALHO COM CONVERSOR FONEMA/GRAFEMA • Procurar palavras que rimem com outras palavras selecionadas. • Agrupar cartões de acordo com as rimas. • Descobrir o segredo das palavras “COLA”, “BOLA” e “SOLA”. • Escrever o nome e recortar conforme as sílabas. • Unir os cartões formando o nome. • Trocar as fichas das sílabas de lugar e decodificar (mesmo que formem pseudopalavras). • Analisar a imagem articulatória de cada fonema ao ser emitido (espelho). • Descobrir palavras que podem ser formadas,utilizando somente as letras do nome. • Palavras que rimem com o nome. • Que palavra ficaria se eu tirasse o som /g/ de “GATO”? E se eu colocar um “P”? • Que palavra ficaria se eu colocasse o som /s/ na frente de “ACO”? ATIVIDADES envolvendo rimas ATIVIDADES de consciência fonêmica Carolina Trocas entre surdos e sonoros 34 sugere Moojen (2011). Para tanto destacam-se algumas estratégias pedagógicas: Fundamental que haja o trabalho com as irregularidades da língua, ou seja, palavras que são escritas com determinadas letras e que não têm uma regra para explicar o emprego a partir de atividades pedagógicas como: SO M BRA AM BAS PO NT E MA NT A JA NT O BRA BAS TE TA TO SO A PO MA JA RR a e i o u a e i o u a e i o u RRRR a e i o u caro careta moro muro era carinho coro carro carreta morro murro erra carrinho corro TRABALHO COM REGRAS CONTEXTUAIS Regras contextuais simples NASALIZAÇÃO - OMISSÃO - SUBSTITUIÇÃO SO____BRA A___BA PO____TE MA___TA JÁ___TO R/RR - “A cigarra e a formiga”. - Separar em colunas palavras escritas com “R” ou “RR”. *Trabalho em casos de omissão de M/N em final de sílaba. *Discriminação R/RR entre vogais. RAZÕES ARTICULATÓRIAS PARA O USO DO /m/ ANTES DE /p/ E /b/: OS TRÊS FONEMAS COMPARTILHAM O MESMO PONTO ARTICULATÓRIO (FONEMAS BILABIAIS). /n/ LINGUODENTAL, DIFICULTARIA COARTICULAÇÃO ANTES DE /p/ E /b/ Regras contextuais complexas (mais tarde) Regras contextuais simples /S/ S Sapo SS Assim CEI Céu Circo Ç Adoçante Açucar SC SÇ Descer Desço X Experiência XC Excelente Z Vez TRABALHO COM IRREGULARIDADES DA LÍNGUA Uso de estratégias mnemônicas Uso de estratégias lúdicas Função cognitiva da memória Codificação-armazenamento/registro e recuperação Repetição (memória permanente) Aspectos morfológicos Grafemas para representar fonema /s/ Entender a radicalidade das palavras, prefixos e sufixos. Ex.: nascer, nascimento, renascer... Quando? • Em início de palavras e antes de A, O, U. • Em início de palavras e antes de E, I (S ou C). • Ç e SS nunca no início. • SS não se pode usar imediatamente antes ou depois de consoante. • SS sempre nomeio, entre vogais (Ç também). ´ *Nove possibilidades 35 sugere Moojen (2011). Para tanto destacam-se algumas estratégias pedagógicas: Fundamental que haja o trabalho com as irregularidades da língua, ou seja, palavras que são escritas com determinadas letras e que não têm uma regra para explicar o emprego a partir de atividades pedagógicas como: SO M BRA AM BAS PO NT E MA NT A JA NT O BRA BAS TE TA TO SO A PO MA JA RR a e i o u a e i o u a e i o u RRRR a e i o u caro careta moro muro era carinho coro carro carreta morro murro erra carrinho corro TRABALHO COM REGRAS CONTEXTUAIS Regras contextuais simples NASALIZAÇÃO - OMISSÃO - SUBSTITUIÇÃO SO____BRA A___BA PO____TE MA___TA JÁ___TO R/RR - “A cigarra e a formiga”. - Separar em colunas palavras escritas com “R” ou “RR”. *Trabalho em casos de omissão de M/N em final de sílaba. *Discriminação R/RR entre vogais. RAZÕES ARTICULATÓRIAS PARA O USO DO /m/ ANTES DE /p/ E /b/: OS TRÊS FONEMAS COMPARTILHAM O MESMO PONTO ARTICULATÓRIO (FONEMAS BILABIAIS). /n/ LINGUODENTAL, DIFICULTARIA COARTICULAÇÃO ANTES DE /p/ E /b/ Regras contextuais complexas (mais tarde) Regras contextuais simples /S/ S Sapo SS Assim CEI Céu Circo Ç Adoçante Açucar SC SÇ Descer Desço X Experiência XC Excelente Z Vez TRABALHO COM IRREGULARIDADES DA LÍNGUA Uso de estratégias mnemônicas Uso de estratégias lúdicas Função cognitiva da memória Codificação-armazenamento/registro e recuperação Repetição (memória permanente) Aspectos morfológicos Grafemas para representar fonema /s/ Entender a radicalidade das palavras, prefixos e sufixos. Ex.: nascer, nascimento, renascer... Quando? • Em início de palavras e antes de A, O, U. • Em início de palavras e antes de E, I (S ou C). • Ç e SS nunca no início. • SS não se pode usar imediatamente antes ou depois de consoante. • SS sempre nomeio, entre vogais (Ç também). ´ *Nove possibilidades 36 DISGRAFIA – PRINCIPAIS OBSTÁCULOS Vimos no texto indicado algumas estratégias didático-pedagógicas que podem ser ofertadas para propiciar aos estudantes a compreensão do sistema de escrita alfabética. Então, é provável que estejam passando pela sua cabeça inúmeros questionamentos, é isso mesmo, não é? Mas o importante é ter em mente que o papel do professor é contribuir para que esses estudantes possam avançar no processo de aprendizagem. Mesmo com a presença de um transtorno da escrita, a sua formação deve sempre continuar buscando novas pesquisas, materiais e elementos que colaborem com este processo. DISCALCULIA Outro termo que temos ouvido com frequência é DISCALCULIA. Mas, você sabe o significado dessa palavra, sabe do que se trata? Está vinculada a um comprometimento cognitivo em relação aos conhecimentos matemáticos. Essa dificuldade, segundo Cosenza e Guerra (2012, p.113), “[...] parece resultar de uma deficiência do senso numérico (a noção de quantidade e suas relações)”. Isso não quer dizer que há uma dificuldade generalizada, percebida em outras áreas. Trata-se de uma limitação específica para lidar com números nas atividades pedagógicas e, também, nas atividades diárias. 37 DISCALCULIA E SUAS CONSEQUÊNCIAS De acordo com Cosenza e Guerra (2016), “[...] parece haver uma alteração dos circuitos do lobo parietal, causada por uma lesão precoce ou por defeito genético no momento de sua formação.” (p.114). Normalmente é um transtorno que acomete mais de um membro da família. É importante mencionar que esse transtorno pode acarretar déficit de atenção e hiperatividade. RACIOCÍNIO MATEMÁTICO – ÁREAS CEREBRAIS ENVOLVIDAS Vejamos quais as principais áreas do cérebro envolvidas no raciocínio matemático: 38 MATERIAIS DE APOIO No entanto, mesmo com essa estrutura cerebral deficitária, é possível proporcionar intervenções para que as pessoas discálculas possam aprender. Uma das estratégias que beneficiam essas pessoas é o emprego de materiais de apoio, como por exemplo, as calculadoras. Além disso, pode-se propor o uso de jogos, a interação com os colegas como estratégias para potencializar a capacidade do aprendiz. E o que mais pode ser feito? TRANSTORNOS E DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM Estudantes com discalculia também podem aprender, desde que as estratégias empregadas possam ser planejadas de modo a atender as necessidades de aprendizagem e beneficiá-los na construção e reconstrução de conhecimentos matemáticos. E quando falamos em estudantes com desempenho abaixo do esperado, é comum a confusão entre dois termos. Acesse nos post-its mais informações. 39 DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM – INCIDÊNCIA As dificuldades de aprendizagem têm incidência em de 15% a 20% da população no primeiro ano escolar, podendo chegar até 50% das crianças nos primeiros seis anos escolares, traduzindo o fracasso escolar. Para verificar quais são, clique em cada barra do gráfico: DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM – DETECTAR Há estudantes que apresentam habilidades e comportamentos abaixo do que se espera para sua faixa etária e etapa escolar? Este é um sinal de alerta aos docentes para uma possível dificuldade de aprendizagem. Devemos ressaltar a tendência de responsabilizar o estudante com dificuldades ou transtornos por sua não aprendizagem. Contudo, essa é uma postura inadequada. Para Pott (2018, p. 358), “[...] no cotidiano escolar é a compreensão dos problemas de aprendizagem como causa de um problema individual, biológico. Este é um dos “problemas” dos “problemas” de aprendizagem”. 40 DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM – IMPORTÂNCIA DA MEDIAÇÃO Se considerarmos que a aprendizagem é um processo determinado por múltiplos fatores, sendo um deles o social, a superação das dificuldades não pode ser creditada apenas ao indivíduo e nem ser justificada por sua condição biológica. Assim o desenvolvimento do estudantecom DA/TA tem mediação por parte do docente para promover o desenvolvimento de cada um. Estudantes com TA ou DA necessitam de estratégias pedagógicas direcionadas para atender suas particularidades, o que nos faz relacionar à perspectiva inclusiva de educação! TODOS PODEM APRENDER Quer saber o que Cosenza e Guerra (2011, p. 138) pensam sobre isso? 41 EDUCAÇÃO INCLUSIVA Para termos uma melhor compreensão sobre a educação inclusiva, vamos assistir ao vídeo a seguir. ÁUDIO TRANSCRIÇÃO Olá estudantes, tudo bem com vocês? A história da educação brasileira é capaz de demonstrar que o acesso à formação nem sempre foi proporcionado aos sujeitos que apresentavam um perfil atípico. Nesse sentido, podemos destacar, por exemplo, os estudantes com deficiências, que ficaram à margem dos processos escolares por muitos anos. Diante disso, a educação inclusiva parte do pressuposto de que todo e qualquer indivíduo precisa e pode estar inserido no universo escolar. A partir da prerrogativa da equidade, defende que os estudantes precisam ter suas diferenças valorizadas, assim como oportunidades de desenvolvimento. Tendo em vista o paradigma inclusivo e a incidência de estudantes com dificuldades e transtornos de aprendizagem, não podemos deixar de mencionar aqueles com deficiências, transtorno do espectro autista e altas habilidades/superdotação. https://www.youtube.com/watch?v=lWnJHnLE-v0&feature=youtu.be 42 Então, vamos destacar a modalidade de educação denominada Educação Especial. Essa modalidade abarca três públicos de estudantes, que são os seguintes: Indivíduos com deficiências, assim como sujeitos com transtorno do espectro autista e os estudantes com altas habilidades/superdotação. Essa modalidade de educação defende que seu público-alvo apresenta necessidades educacionais especiais, o que requer serviços e recursos adequados para atender tais necessidades. Isso significa que os processos educacionais precisam levar em consideração todos os seus estudantes, inclusive aqueles com dificuldades e transtornos de aprendizagem, deficiência, transtorno do espectro autista, altas habilidades/superdotação, dentre outros perfis, por meio do acesso e permanência, de qualidade, em sua trajetória acadêmica. Queridos estudantes, esperamos que vocês tenham gostado desse conteúdo. Um grande abraço e bons estudos! RESUMO DA ESTAÇÃO Consiste em um conjunto de fatores sócio-econômicos, psicológicos e culturais, que proporcionam falha pedagógica de etiologia individual extrínseca. Distúrbio de Aprendizado é, por sua vez, disfunção intrínseca oriunda da parte central do sistema nervoso, em que se destaca a Dislexia ou dificuldade de leitura diagnosticada, em geral, à idade de 7 a 9 anos, durante os anos iniciais escolares. 43 REFERÊNCIAS COSENZA, R. M.; GUERRA, L. B. Neurociência e Educação: como o cérebro aprende. Porto Alegre: Artmed, 2011. DORNELES, B. V. et al. Impacto do DSM-5 no Diagnóstico de Transtornos de Aprendizagem em Crianças e Adolescentes com TDAH: Um Estudo de Prevalência. Psicologia: Reflexão e Crítica, 27(4), 759-767. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/prc/v27n4/0102-7972-prc-27-04-00759.pdf. Acesso em: 03 set. 2020. KEINERT, M. H. J. M.; ANTONIUK, S. A. Espectro Autista: O que é? O que fazer? Curitiba: Íthala, 2017. MOJEN, S. M. P. A escrita ortográfica na escola e na clínica: teoria, avaliação e tratamento. São pauto: Casa do Psicólogo, 2011. NEVES, P. C. A.; BATIGALIA, F. Diferenciação diagnóstica entre distúrbio e dificuldade de aprendizado em crianças de 7 a 9 anos: revisão de literatura. Arq Ciênc Saúde. 2011 abr-jun 18(2):77-80. Disponível em: http://repositorioracs. famerp.briracs_olivoll 8- 2/IDT%203%20-%20abr-junh%202011.pdf. Acesso em: 03 set. 2020. POTT, E. T. B. O “problema” dos problemas de aprendizagem. Psicopedagia, São Paulo, v. 35, n. 108, p. 357-361, dez. 2018. Disponível em: http:// pepsic.bvsalud.org/pdf/psicoped/v35n108/11.pdf. Acesso em: 03 set. 2020. RODRIGUES, S. D.; CIASCA, S. M. Dislexia na escola: identificação e possibilidades de intervenção. Revista Psicopedagogia, vol. 33, n. 100, pp. 86-97, 2016. ROMANI, C.; OLSON, A.; BETTA, A. M. Transtornos de escrita. In: SNOWLING, M. J.; HULME, C. (orgs.). A ciência da leitura. Porto Alegre: Penso, 2013. SMITH, C.; STRICK, L. Dificuldades de aprendizagem de A a Z: um guia completo para pais e educadores. Porto Alegre: Artmed, 2007. 44 ESTAÇÃO 3 – COMPARTILHANDO EXPERIÊNCIAS É um prazer saber que chegou a essa estação para um momento de reflexão sobre os transtornos e dificuldades de aprendizagem, bem como sobre o papel do ambiente no desenvolvimento de estudantes com essas condições. Preparamos algumas propostas pedagógicas para que você possa aplicar seus conhecimentos e conhecer ainda mais sobre o tema estudado. Desejamos que você desfrute e aprenda muito! TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO Uma pessoa com o Transtorno de Déficit de Atenção pode apresentar: Impulsividade; Desatenção ou Hiperatividade. Indique as características referentes a cada um desses aspectos, colorindo com AZUL para sim e LARANJA para não. Então, consegue identificar as características corretas? Depois de arriscar um palpite, confira o gabarito-resposta: 45 ESTRATÉGIA PEDAGÓGICA Qual necessidade de aprendizagem do estudante com dislexia é suprida diante da estratégia pedagógica sugerida? Este é o desafio: associe a carta ao seu campo correspondente, indicando seu número nos campos centrais da figura a seguir. Crie um quadro síntese que contemple as principais estratégias pedagógicas a serem adotadas pelos professores diante de estudantes com transtornos de aprendizagem e TDA/TDAH. 46 ESTAÇÃO 4 – EU, HUMANO! Olá, estudantes! Chegamos à Estação 4 e como você sabe, é hora de desenvolver habilidades socioemocionais, as soft skills! Para a Porta 4, você precisa responder desafios que requerem empatia e trabalho em equipe, e os vídeos disponível auxiliarão você nesta etapa. EMPATIA É a capacidade de compreender o modo de pensar e sentir do outro. Podemos nos fazer as seguintes perguntas: Consigo compreender um ponto de vista diferente do meu? Tenho condições de me colocar no lugar de outra pessoa, compreendendo seus sentimentos e pensamentos? Encontro, com mais rapidez, as respostas para os problemas vividos pelos outros. Vamos saber mais sobre EMPATIA no vídeo a seguir. https://www.youtube.com/watch?v=tRqGdhxQuhc 47 ÁUDIO TRANSCRIÇÃO Eu me lembro quando era pequeno que, quando iríamos aprender uma brincadeira nova, o primeiro passo era assimilar as regras do jogo. Deveríamos entender o que nós iríamos fazer e, claro, a apreensão, o conhecimento pleno ou digamos, o total, viria depois com a prática. Isso quer dizer que, nas relações que nós estabelecemos com o mundo, com os outros, com as coisas, com o transcendente, essas relações têm algumas regras. Nós precisamos compreender muito bem como se estabelecem essas regras do jogo, para interagirmos com o jogo. Podemos dizer que talvez haja uma grande regra de jogo de vida, podemos nomeá-la como empatia. Sim, com certeza você já ouviu muito essa palavra, já nos foi solicitada várias vezes posturas empáticas diante da existência. A palavra empatia nós emprestamos lá dos gregos, a palavra empatia é a união de duas palavrinhas gregas, o prefixo “em”, que quer dizer “dentro”, e “pathos”, que quer dizer doença, sofrimento, limites. Empatia significa, literalmente, etimologicamente, estar dentro do sofrimento do outro e, veja uma coisa importante, estar dentro do sofrimento do outro não quer dizer tomar o sofrimento do outro para si, quer dizer sofrer junto, amparar-se, estar junto com a outra pessoa. Quantas e quantas vezes nós precisamos desenvolver essa virtude, esse valor, essa qualidade. Não é apenas o fato de pensarmos algo, é de vivenciarmos esse algo. Porém, a empatia não é uma simples emoção que aflora em nosso coração, a empatia não é aquelesentimento de “dózinha” que nós temos no cotidiano, como a gente fala. A empatia é uma postura de vida, é um valor, é uma virtude, por isso pode ser desenvolvida, pode ser articulada e o primeiro passo para a gente articular uma definição, ou melhor, uma postura empática na existência, é a gente entender que a empatia tem algumas estruturas. A primeira estrutura da empatia é a percepção, sim, estarmos atentos ao que acontece ao nosso redor, com as outras pessoas, com o mundo. Estar atento às situações é o primeiro passo de uma posição empática, perceber o outro como o outro, perceber o seu olhar, a sua postura corporal, o seu tom de voz, o modo como se veste, os sinais que expressa corporalmente, perceber o outro é fundamental. Em tempos em que nós nos relacionamos com os outros por meios virtuais, como esse, também é possível percebermos o outro. A percepção é fundamental para uma relação de empatia. 48 Mas o segundo passo ou a segunda estrutura da empatia é justamente distinguir muito bem o que é sujeito e o que é objeto, ou seja, distinguir aquilo que eu posso ter relações pessoais e aquilo que simplesmente eu posso entrar numa relação, digamos, fria e calculista. Perceber quem são pessoas e quem são objetos. Tratar as pessoas como pessoas, tratar os objetos como objetos, nunca trocar essas posições. E o terceiro passo depois da percepção e depois, justamente, dessa percepção que nós temos de sujeito e objeto, é a comunhão. Quando eu percebo que o outro é um outro, que tem um rosto, que tem nome, que tem concretude de vida, eu vou entrar numa relação de comunhão com a outra pessoa. A empatia passa por esses três processos e, como hoje precisamos de um mundo que desenvolva uma cultura da empatia, é talvez um dever de humano sermos empáticos. Por isso, um convite que o século XXI nos lança é justamente esse, empatia é a palavra-chave para as nossas relações. TRABALHO EM EQUIPE O trabalho em equipe envolve a capacidade de cooperar, habilidade de colaborar para com a realização das demandas, capacidade de receber e dar feedbacks e a habilidade de responsabilizar-se pelo processo de construção do trabalho. 49 Vamos saber mais sobre TRABALHO EM EQUIPE no vídeo a seguir. ÁUDIO TRANSCRIÇÃO Oi, tudo bem? Eu vou falar com vocês sobre algo que provavelmente você já fez e que, certamente, vai fazer de novo, que é o trabalho em equipe. Em diversos espaços das nossas vidas nós somos inseridos em situações em que temos que trabalhar em equipe. Lembra quando você juntava os amigos e amigas para brincar, escolhiam seus times por afinidade, né? Só os melhores amigos! Pois é, o mundo adulto também é cheio de atividades em equipe, a diferença é que não estamos falando de algum jogo e nem sempre podemos escolher a equipe com quem iremos atuar. Por definição, o trabalho em equipe é quando um grupo resolve criar um esforço coletivo para resolver um problema, mas isso não é tão simples, até porque, nem parece simples. O trabalho em equipe é, na verdade, um combo com diversas habilidades ou soft skills que precisam ser colocadas em prática ao mesmo tempo. Você precisa ter empatia com os demais integrantes do time, aplicar toda a assertividade da sua comunicação, ter a inteligência emocional e capacidade de resolução de conflitos, porque estamos falando de pessoas diferentes, com experiências, perspectivas e ideais distintos, porém com o mesmo objetivo. https://www.youtube.com/watch?v=FMgSvwFnxCg 50 Esse objetivo deve ser conhecido por todos os integrantes, além disso, é muito importante considerar e respeitar as particularidades de cada membro do grupo e, assim, você tem um grupo que se complementa. O cenário atual está cheio de trabalhos em equipe, quer um exemplo? Digamos que você é coordenador pedagógico em uma edtech e está pensando em criar um produto educacional tecnológico, mais especificamente, um aplicativo. Muito bem, você irá precisar de pessoas que possam trabalhar com os processos pedagógicos de aprendizagem, com programação e desenvolvimento de aplicativos, designers educacionais, alguém que conheça os aspectos legais, uma pessoa responsável pela publicidade e pelo comércio digital e alguém que acompanhe as questões financeiras, já que, se é um produto, queremos que ele traga lucro. E pode ser que você ainda precise de outras pessoas, com outros conhecimentos para sua equipe. Que diversidade de áreas e profissionais envolvidos, não é? Pois bem, essa diversidade é essencial para alcançar o objetivo do seu grupo. Mas como incorporar todas as ideias que sairão de uma reunião, por exemplo? A gente sabe que não tem como juntar tudo, elas precisam ser discutidas na equipe e várias dessas ideias podem ser rejeitadas, inclusive a sua. Para se ter resultados, o trabalho precisa ser feito de forma colaborativa e ninguém está dizendo que você vai aprender a trabalhar de forma colaborativa da noite para o dia, você vai desenvolvendo isso com a prática, mas o bom relacionamento profissional e o comprometimento dos integrantes com o objetivo são a essência de um bom trabalho em equipe. Acho que é isso, até mais! ESTAÇÃO 5 – FICA A DICA! Olá! Nesta estação, vamos listar alguns materiais interessantes que você poderá consultar para conhecer um pouco mais sobre os temas estudados. São artigos, vídeos e reportagens de pesquisas atuais que valem muito a pena você dedicar um tempo! Veja a seguir e aproveite! 51 ARTIGOS, REPORTAGENS E SITES Clique nos títulos do seu interesse para ter acesso aos conteúdos. • Triagem e diagnóstico de dificuldades/transtornos de aprendizagem – desfecho de avaliações interdisciplinares – Larissa Partelini. [https://www. scielo.br/j/rcefac/a/KSPxMVGKpxFPhxRHwZjXPjQ/?format=pdf&lang=pt] • Dislexia na escola: identificação e possibilidades de intervenção – Sonia das Dores Rodrigues. [http://pepsic.bvsalud.org/pdf/psicoped/ v33n100/10. pdf] • Cognição numérica em crianças com transtornos específicos de aprendizagem – Paulo Adilson da Silva. [http://pepsic.bvsalud.org/pdf/ tp/v23n1/v23n1a14.pdf] • TDAH no adulto – Ligado em Saúde. [https://www.canalsaude.fiocruz.br/ canal/videoAberto/tdah-em-adultos-LES-1854] • Os principais tipos de problemas de aprendizagem – Educa+ Brasil. [https:// www.educamaisbrasil.com.br/educacao/noticias/os-principaistipos- de- problemas-de-aprendizagem] Você já assistiu aos filmes “Como estrelas na Terra?” e “O primeiro da classe”? Convido você a assistir esses dois filmes que tratam do processo de aprendizagem de um estudante e de um professor, em que ambos protagonistas apresentam transtornos do neurodesenvolvimento. Durante a exibição dos filmes, reflita sobre as questões que listamos aqui. MOMENTO CINEMATECA 1. Quais as dificuldades enfrentadas pelos protagonistas? 2. As dificuldades enfrentadas por ambos são decorrentes do desenvolvimento neuroatípico ou decorrentes de fatores ambientais? 3. Quais as estratégias empregadas pelos professores para que o garoto pudesse aprender? 4. Mesmo com uma síndrome, um dos protagonistas conseguiu realizar seu sonho, ser professor? Você acredita na possibilidade de pessoas com limitações cerebrais desempenharem certas profissões? https://www.scielo.br/j/rcefac/a/KSPxMVGKpxFPhxRHwZjXPjQ/?format=pdf&lang=pt https://www.scielo.br/j/rcefac/a/KSPxMVGKpxFPhxRHwZjXPjQ/?format=pdf&lang=pt http://pepsic.bvsalud.org/pdf/psicoped/v33n100/10.pdf http://pepsic.bvsalud.org/pdf/psicoped/v33n100/10.pdf http://pepsic.bvsalud.org/pdf/tp/v23n1/v23n1a14.pdf http://pepsic.bvsalud.org/pdf/tp/v23n1/v23n1a14.pdf https://www.canalsaude.fiocruz.br/canal/videoAberto/tdah-em-adultos-LES-1854 https://www.canalsaude.fiocruz.br/canal/videoAberto/tdah-em-adultos-LES-1854 https://www.educamaisbrasil.com.br/educacao/noticias/os-principaistipos- de-problemas-de-aprendizagem https://www.educamaisbrasil.com.br/educacao/noticias/os-principaistipos- de-problemas-de-aprendizagem https://www.educamaisbrasil.com.br/educacao/noticias/os-principaistipos-de-problemas-de-aprendizagem 52 5. Quais saberes docentes foram essenciais a um professor específico para a compreensão acerca das situações explicitadas nas cenas sobre os problemas de aprendizagem da criança com dislexia? 6. Quais situações se mostraram desfavoráveis à aprendizagem dos protagonistas nos dois filmes? Recusando ser abatido por sua aflição, um sofredor da Síndrome de Tourette, Brad Cohen, promete se tornar um professor, superar a ignorância e o medo enquanto luta para que seu sonho se torne realidade. https://www.youtube.com/watch?v=5JwYEziQP_A O filme “Como estrelas na terra” relata a história de uma criança chamada Ishaan, de 9 anos de idade, que mora com sua família na Índia. Seu irmão é o exemplo da sala, diferente de Ishaan, que apresenta dificuldades no ensino- aprendizado e repetiu a terceira série pela segunda vez. https://bit.ly/3hqYo0J VÍDEOS Falhando em ser normal: uma história de sucesso com TDAH https://bit.ly/3z4cgny Mitos e Verdades sobre o TDAH https://bit.ly/3k3uL7F https://www.youtube.com/watch?v=5JwYEziQP_A https://bit.ly/3hqYo0J https://bit.ly/3z4cgny https://bit.ly/3k3uL7F 53 ESTAÇÃO 5 – DESAFIO ACEITO! Está é uma etapa muito importante da sua jornada: o momento de ser desafiado! Está preparado? Os casos aqui compartilhados são de pessoas reais. Isso mesmo, elas já cruzaram conosco, as autoras desta disciplina, em algum momento das nossas atuações profissionais, o que nos levou a pensar em estratégias pedagógicas para promover o seu aprendizado. Algumas pessoas parecidas com as que iremos descrever também podem ter cruzado a sua caminhada e certamente terá a oportunidade de encontrar em sua jornada estudantes com perfis muito parecidos com os quais descrevemos aqui. Sim, oportunidade! Para ajudar você a resolver o que será proposto, você poderá consultar quaisquer dos materiais que foram disponibilizados nesta etapa! Antes de começar, temos algumas orientações importantes. ORIENTAÇÕES DA ATIVIDADE 54 LISTA DE DESAFIOS Leia o texto de cada um dos desafios a seguir. Depois da leitura, escolha um dos desafios que irá apresentar ao seu(sua) professor(a)-tutor(a) e colegas. Não esqueça de publicar em seu ambiente virtual de estudos o desafio solucionado, para que seu(sua) professor(a)-tutor(a) possa avaliar e te dar um feedback. DESAFIO 1: “Como se apropriar dos conteúdos curriculares?” André se descreve como um menino muito simpático, solícito e inteligente. Hoje com 13 anos, nem sempre se percebeu dessa forma. Passou parte de sua vida se descrevendo como incapaz, visto seu baixo desempenho acadêmico. Seus primeiros anos escolares foram muito desafiadores, marcados por grande dificuldade na apropriação da leitura. Ele relata que ouviu por parte dos docentes que ele era preguiçoso e que nunca conseguiria aprender. Com base no estudo realizado, qual foi o diagnóstico que André recebeu? Quais características lhe permitiu inferir sobre esse diagnóstico? Quais estratégias podemos propor para que ele se aproprie dos conteúdos curriculares? DESAFIO 2: “Quais estratégias pedagógicas utilizar?” Marina tem 34 anos de idade e sempre foi uma menina diferente. Com tendência a falar bastante, coleciona broncas de professores pelo comportamento que apresentava. Seu histórico acadêmico apresenta um bom desempenho, com boas notas e preferência pela matemática. Já foi considerada intrometida, impaciente e inquieta. Tem dificuldade em iniciar e terminar. Ler um livro inteiro, por exemplo, é praticamente impossível. Seus pensamentos parecem 55 ter vida própria! Geralmente, estão divagando, fazendo com que ela perca informações importantes. A dificuldade em concentração e a agitação foram as principais razões para seu médico administrar medicação. Tendo em vista o relato sobre a vida de Marina, qual diagnóstico você indicaria? Explique sua resposta. Além disso, quais estratégias pedagógicas podem ser úteis para estudantes com a mesma condição que ela? ESTAÇÃO 6 – DESAFIO ACEITO Agora é com você! Esperamos que consiga atingir o melhor resultado possível a partir das habilidades já desenvolvidas. Após a resolução do desafio, selecione cada uma das rubricas de correção e avalie seu próprio desempenho! 56 TRANSTORNOS DE APRENDIZAGEM TRABALHO EM EQUIPE APRESENTAÇÃO DO DESAFIO EMPATIA 57 Mão na massa Os resultados que você desenvolveu para o desafio escolhido, deverá compartilhar no Fórum criado no ambiente virtual da disciplina, no qual você e outros estudantes e o(a) tutor(a) poderão interagir. Você escolheu o desafio e esperamos que consiga atingir o melhor resultado possível, a partir das habilidades já desenvolvidas. Bom trabalho! 58 PORTA 4 – TODAS AS PESSOAS PODEM APRENDER? ESTAÇÃO 1 - DE FATO, UM FATO! ESTAÇÃO 2 – ACESSANDO IDEIAS TRANSTORNOS DE APRENDIZAGEM E DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM SAÚDE FÍSICA E IMPACTOS NA APRENDIZAGEM QUALIDADE DA INTERAÇÃO E IMPACTOS NA APRENDIZAGEM E qual constatação podemos fazer? Os transtornos de aprendizagem TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE E TRANSTORNOS DE APRENDIZAGEM INDICADORES DE AUXÍLIO E AVALIAÇÃO DE PESSOAS COM TRANSTORNO TAREFAS TDH/TDAH CONTEXTO EDUCATIVO E TEMPO DISLEXIA CAUSAS DA DISLEXIA DISLEXIA – REGIÕES CEREBRAIS AFETADAS DISLEXIA – SINTOMAS Verificação dos sintomas da dislexia DISLEXIA: APRENDIZAGEM DA MATEMÁTICA E ESCRITA DISLEXIA NA EDUCAÇÃO INFANTIL E ANOS INICIAIS SUGESTÕES DE ATIVIDADES PARA DISLÉXICOS PROPOSTAS PEDAGÓGICAS DE INTERVENÇÕES AO PÚBLICO DISLÉXICO DISGRAFIA DISGRAFIA – OBSERVAÇÕES GERAIS DISCAUCULIA – ESTRATÉGIAS DIDÁTICO-PEDAGÓGICAS DISGRAFIA – PRINCIPAIS OBSTÁCULOS DISCALCULIA DISCALCULIA E SUAS CONSEQUÊNCIAS RACIOCÍNIO MATEMÁTICO – ÁREAS CEREBRAIS ENVOLVIDAS MATERIAIS DE APOIO TRANSTORNOS E DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM – INCIDÊNCIA DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM – DETECTAR DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM – IMPORTÂNCIA DA MEDIAÇÃO EDUCAÇÃO INCLUSIVA RESUMO DA ESTAÇÃO ESTAÇÃO 3 – COMPARTILHANDO EXPERIÊNCIAS TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO ESTRATÉGIA PEDAGÓGICA ESTAÇÃO 4 – EU, HUMANO! EMPATIA TRABALHO EM EQUIPE ESTAÇÃO 5 – FICA A DICA! ARTIGOS, REPORTAGENS E SITES MOMENTO CINEMATECA VÍDEOS ESTAÇÃO 5 – DESAFIO ACEITO! ORIENTAÇÕES DA ATIVIDADE LISTA DE DESAFIOS DESAFIO 1: “Como se apropriar dos conteúdos curriculares?” DESAFIO 2: “Quais estratégias pedagógicas utilizar?” ESTAÇÃO 6 – DESAFIO ACEITO Mão na massa Button_vid_diego: Botão 165: cliq 1: cliq 2: cliq 3: Clique aqui 1: Clique aqui 2: Clique aqui 3: RESP clique aqui 1 : RESP clique aqui 1 3: RESP clique aqui 1 2: cliq 4: Clique aqui 4: RESP clique aqui 1 4: cliq 5: Clique aqui 5: RESP clique aqui 1 5: Btn_mulher: Btn_crianca: RESP_menino: RESP_mulher: cliq 7: hip imp: des 3: cliq 6: cliq 8: des: hip: imp: RESP des: RESP hip: RESP imp: RESP hip imp: RESP des 3: RESP temp: RESP cont: cliq 9: temp: cont: POD 3: POD 2 Bot 2: sint 1: Off sint 2: Off sint 3: Off sint 4: Off sint 5: Off sint 6: Off sint 7: Off sint 8: Off sint 9: Off sint 10: Off sint 11: Off sint 12: Off cliq 10: Clique aqui 6: lex: nao lex: cliq 11: RESP lex: RESP nao lex: cliq 12: lob frontal: lob esq: lob temp: lob occ: RESP lob frntal: RESP lob esq: RESP lob temp: RESP lob occ: Clique aqui 7: RESP clique aqui 1 7: cliq 13: cliq 14: Btn_Dificuldade: RESP_dificuldade: RESP_transtorno: Clique aqui 8: RESP clique aqui 1 8: cliq 15: Botão 183: Btn_transtorno: Btn_dificuldade: cliq 16: cliq 17: RESP dificuldade: RESP transtorno: EX1: cliq 18: EX1 resp: EX2: cliq 19: Botão 187: RESP Ex2: campo_01: campo_03: campo_05: campo_07: campo_02: campo_04: campo_06: campo_08: Botão 189: Botão 190: Clique aqui 9: cliq 20: RESP clique aqui 1 9: corpos2: Off corpos3: Off corpos4:Off corpos5: Off Botão 1017: Botão 1018: Botão 1019: Botão 1020:
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