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2 Simulado - Português (1)

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PREPARATÓRIO para concursos 
 
Língua portuguesa 
 
 
CURSO CIDADE 
SCLN 113 - Bloco C - Salas 207 / 210 - Tel.: 3340-0433 / 3201-0432 / 99975-4464 / 99630-0433 - WhatsApp 
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2º SIMULADO 
 
Chega o eletricista, para trocar os fios. Vem de sandálias Havaianas, calça social, uma camiseta horrenda e com as 
ferramentas embrulhadas em jornal. Aparece o bombeiro(*), com camiseta igualmente espantada. Mas é obliterada pelo 
seu bermudão multicolorido. Faz alguns anos, chegando ao aeroporto de Bogotá, ouço o ruído ensurdecedor de uma 
esmerilhadora cortando um basculante. O seu operador é um clássico índio andino, mas veste terno, camisa branca e 
gravata, todos cobertos de limalha. 
Saltemos para um laboratório de psicologia experimental. Voluntários são convocados para um teste de avaliação. 
Aleatoriamente, metade deles recebe um guarda-pó branco, com a explicação de que o laboratório estava em obras. 
Surpresa! Os do guarda-pó obtêm melhores resultados. 
No segundo experimento, com o mesmo teste, todos recebem aventais brancos. Mas a uns se explica que são de médicos. 
Aos outros, que são de pintores. Nova surpresa. Quem ganhou o avental dito de médico fez mais pontos no teste. 
De fato, diversas pesquisas, como a citada acima, estão mostrando que as pessoas têm seu comportamento afetado pelo 
fato de portarem uniformes, deste ou daquele tipo. Lideranças nazistas e fascistas usaram a mágica do uniforme com 
objetivos funestos. Em contraste, quando visitei um quartel na Alemanha, notei que os uniformes eram deselegantes e 
mal ajustados. Claramente uma profilaxia contra o renascimento do nazismo. 
Segundo pesquisas, o uniforme condiciona o comportamento – para o bem e para o mal. Com ele, sentimo-nos diferentes 
e, nos casos benignos, mais comprometidos com o trabalho. Aquela roupa nos faz sentir participantes de um segmento 
muito especial da sociedade – qualquer que seja. 
(*) No contexto, bombeiro é designação de encanador. 
(Cláudio de Moura Castro, Veja, 23.07.2014. Adaptado) 
 
1. Os termos obliterada (1o parágrafo) e funestos (4o parágrafo) significam, no contexto, respectivamente, 
 
(A) apagada e bélicos. 
(B) esquecida e nacionalistas. 
(C) ofuscada e sinistros. 
(D) contestada e desastrosos. 
(E) contrastada e extremistas. 
 
Leia o texto, para responder à questão de número 02. 
Filmes em celuloide, discos de vinil – que época de ouro, que saudade! Tudo bem sujo, bem riscado, fazendo um barulho 
infernal. 
Quanto menos desse para enxergar, quanto pior o som, mais gostoso. Mundo bom era o mundo pré-digital. De tecnologias 
“quentes”, sem a frieza dos zeros e uns, do código binário que hoje controla nossas vidas. 
Esquecendo um pouco as artes, havia também a vida antes dos antibióticos, essas substâncias agressivas que causam tanto 
dano. 
Aquela sim era uma era maravilhosa. Morria-se de doenças incuráveis, e, graças a isso, a evolução cumpria seu curso 
natural. E as vacinas, então? Só vieram para prejudicar – dizem até que provocam autismo. 
Ressonância magnética? Um método do mal. Perturba as propriedades físicas do núcleo atômico, e a natureza é algo 
sagrado, em que nunca se deve intervir. 
Cirurgias cada vez menos invasivas, conhecimentos de genética que se aprofundam... Que tempos terríveis esses em que 
vivemos. 
Sempre é bom avisar: os parágrafos acima _______. Esse passadismo idealizado é conversa para hipster* dormir. 
(Álvaro Pereira Júnior, Folha de S.Paulo, 18.07.2015) 
 
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*Hipster (ingl.): designação de pessoa ou grupo de pessoas que adota estilo próprio, inventando modas e tendências 
alternativas. 
 
2. É coerente, para expressar os pontos de vista do autor acerca de produtos da criação humana, que a lacuna do último 
parágrafo seja completada com: 
 
(A) são literais 
(B) negam a modernidade 
(C) revelam indiferença 
(D) contêm ironia 
(E) exprimem neutralidade 
 
Leia o texto para responder às questões de números 03 a 05. 
 
Mídia influencia satisfação corporal 
 
Um estudo com 159 estudantes universitários aponta que o padrão de beleza veiculado pela mídia pode causar insatisfação 
com o próprio corpo entre os jovens brasileiros. A pesquisa foi realizada no Departamento de Psicologia da USP de 
Ribeirão Preto, pela nutricionista Maria Fernanda Laus. 
A nutricionista explica que estudos do mesmo tipo realizados em outros países já haviam relacionado “distúrbios da 
imagem corporal, mais precisamente a insatisfação, com exposição de imagens idealizadas pela mídia”. Assim, ela 
verificou essa relação em uma pequena amostra da população brasileira. De acordo com a pesquisadora, a literatura 
especializada sugere que a “insatisfação com o próprio corpo é resultado de uma discrepância entre a aparência 
autopercebida e a silhueta considerada ideal pela pessoa”. 
Com essas informações, e usando fotografias, a pesquisadora dividiu os jovens em dois grupos: um experimental, ao qual 
foram apresentadas fotos de modelos que representam ideais de beleza, e outro de controle, cujos participantes foram 
expostos a fotos de objetos neutros. 
Os resultados mostraram que “a exposição às imagens idealizadas pela mídia contribui para um aumento na insatisfação 
com o próprio corpo”. Antes de observar as imagens dos modelos de beleza, o índice de satisfação corporal dos grupos, 
tanto o experimental quanto o de controle, era praticamente o mesmo. Após a exposição aos estímulos, 37,50% das 
mulheres e 58,97% dos homens do grupo experimental selecionaram uma silhueta diferente da escolhida como desejada 
antes da visualização. Dentre estes, 80% das mulheres e 60,87% dos homens optaram por uma figura mais magra. As 
escolhas do grupo de controle permaneceram inalteradas. 
(Marília Caliari, Agência USP de Notícias, www.usp.br, 10.06.2013. Adaptado) 
 
3. De acordo com o texto, a pesquisa da nutricionista Maria Fernanda Laus consistiu em 
 
(A) comparar o ideal de beleza veiculado pela mídia brasileira com imagens idealizadas pela mídia de outros países. 
(B) observar o comportamento de jovens que alteram sua aparência para se ajustarem ao ideal de beleza presente na 
mídia. 
(C) propor alternativas para tratar os distúrbios relativos à insatisfação do jovem brasileiro com sua aparência. 
(D) entrevistar jovens que se sentem satisfeitos com sua aparência e ignoram a mídia, no que se refere aos 
estereótipos de beleza. 
(E) avaliar o índice de satisfação corporal entre jovens e sua relação com imagens idealizadas pela mídia. 
 
 
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4. Em – De acordo com a pesquisadora, a literatura especializada sugere que a “insatisfação com o próprio corpo é 
resultado de uma discrepância entre a aparência autopercebida e a silhueta considerada ideal pela pessoa”. (segundo 
parágrafo) –, o termo em destaque é empregado com o sentido de 
 
(A) simetria. 
(B) divergência. 
(C) analogia. 
(D) correspondência. 
(E) interseção. 
 
Leia o texto para responder às questões de números 05 a 08. 
 
O músico e escritor Jorge Mautner concede entrevista exclusiva à Revista E 
 
Jorge Mautner é um homem das artes. Músico, cantor e escritor, o carioca iniciou a vida profissional como jornalista, em 
1958. Só mais tarde, em 1965, deu início à carreira musical, com o lançamento de um compacto simples pela RCA Victor. 
Como as músicas eram de protesto, naquele mesmo ano foi enquadrado na lei de segurança nacional peladitadura militar 
e exilado. Inicialmente, foi para Nova York, onde trabalhou na Organização das Nações Unidas (ONU), foi massagista, 
garçom e secretário literário, por sete anos, do poeta norte-americano Robert Lowell. Depois se mudou para Londres, 
onde encontrou Caetano Veloso e Gilberto Gil e dirigiu seu único filme, Demiurgo. Regressou ao Brasil em 1972 e 
retomou a carreira de músico. 
 
O que você acha da música brasileira hoje? 
Eu a acompanho desde a geração de Dircinha e Linda Batista, Aracy de Almeida, Blecaute, Dolores Duran. Hoje em dia, 
a riqueza cultural e musical do Brasil é imensa. É como o [Rio] Amazonas e suas confluências. Por exemplo, a música 
erudita alemã, dodecafônica, atonal, foi combinada com a percussão popular. E há uma infinidade de misturas, como o 
funk, o hip-hop, o rap. 
 
Mas as pessoas reclamam que não há espaço no mercado para a música de qualidade. 
Pela multiplicidade e globalização que experimentamos agora, há oportunidades e chances para todo mundo, até para as 
coisas mais exóticas, estranhas e originais. Acontece que, antes, os autores eram muito interligados ao mundo literário, 
ao universo filosófico. Dolores Duran, por exemplo, lia Sartre, Albert Camus. Depois da queda do muro de Berlim, 
estamos numa plenitude do capitalismo liberal e da democracia. A música é mais de entretenimento. 
 
Como você, uma pessoa que gosta de informação, reage ao universo cibernético? O volume de informações cansa 
ou não? 
É ótimo, é o máximo, porque lugares são visitados e revisitados com mais rapidez. As notícias são sempre novíssimas, 
por causa das novas lentes, das novas máquinas de pesquisa digital. Na parte da literatura, o acesso a autores maravilhosos 
ficou mais fácil. E há autores que são eternos, que, mesmo tendo escrito tempos atrás, sempre têm alguma ideia que se 
aplica ao século 21. 
(Revista E, n. 100, www.sescsp.org.br, 10.06.2013. Adaptado) 
 
5. A apresentação de Jorge Mautner, no parágrafo que inicia o texto, dá ênfase à 
 
(A) razão que o levou a abandonar a profissão de jornalista. 
(B) influência da sua formação como jornalista em sua carreira musical. 
(C) produção literária e musical a que ele se dedicou durante os anos de exílio. 
(D) parceria com Caetano Veloso e Gilberto Gil no decorrer da década de setenta. 
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(E) diversidade das atividades que ele realizou desde o início da vida profissional. 
 
6. Considere o trecho: Eu a acompanho desde a geração de Dircinha e Linda Batista, Aracy de Almeida, Blecaute, 
Dolores Duran. Hoje em dia, a riqueza cultural e musical do Brasil é imensa. É como o [Rio] Amazonas e suas 
confluências. Por exemplo, a música erudita alemã, dodecafônica, atonal, foi combinada com a percussão popular. E há 
uma infinidade de misturas, como o funk, o hip-hop, o rap. 
 
Nesse contexto, são antônimos os termos 
 
(A) cultural e musical. 
(B) confluências e misturas. 
(C) riqueza e misturas. 
(D) erudita e popular. 
(E) riqueza e infinidade. 
 
7. É correto concluir que, na opinião de Jorge Mautner, 
 
(A) não se faz mais música de qualidade no mundo globalizado. 
(B) existe espaço para todo o tipo de música, incluindo a de qualidade. 
(C) música de qualidade e música de entretenimento não podem coexistir. 
(D) a queda do muro de Berlim marcou o fim da música de qualidade. 
(E) é inviável fazer música de qualidade no contexto do capitalismo liberal. 
 
Leia o texto e responda à questão 08. 
 
A consciência crítica 
No exercício da atividade de headhunter*, tenho passado grande parte da vida entrevistando e avaliando profissionais de 
todas as idades, sexo e nacionalidade e, ao longo desse tempo, tenho notado também as competências que frequentemente 
faltam aos brasileiros. 
Uma delas, rara de encontrar e não é de hoje, chamo de consciência crítica. Essa habilidade permite às pessoas que a têm 
tomar posições firmes diante dos dilemas da vida, fazer julgamentos precisos e dar opiniões claras quando necessário. 
Não me refiro aqui àquela falsa força das pessoas que dizem o que pensam com contundência, sem nem medir os danos 
que uma frase mal colocada pode causar. A consciência crítica é fruto de uma rara combinação de conhecimento e 
sabedoria – duas coisas diferentes. Talvez, por isso, seja difícil de encontrar. 
O conhecimento são os recursos que temos e usamos para fazer um diagnóstico. Precisamos separar fatos de opiniões, 
usar modelos mentais que facilitem a organização de informações e ser cuidadosos com os detalhes. Antes de fazer uma 
crítica, precisamos desse diagnóstico bem-feito. A sabedoria contribui para a elaboração da síntese, que é a conclusão de 
nosso raciocínio e a maneira como expressaremos a crítica consistente e, de preferência, construtiva. 
Minhas observações de profissionais brasileiros mostram que, muitas vezes, exatamente por não ter desenvolvido sua 
consciência crítica, a pessoa não assume nem defende posições, não opina quando perguntada e se esconde atrás de uma 
falsa postura educada, para não fazer um julgamento sobre um fato ou sobre uma atitude. 
Um traço forte da cultura brasileira é a busca da harmonia, mas ela não pode e não deve ocupar o espaço de posições 
firmes, de posturas íntegras e do prazer de assumir e defender uma causa. O pior arrependimento vem sempre da omissão 
e raramente da ação. 
(Luiz Carlos Cabrera. Você S/A, janeiro de 2015. Adaptado) 
 
* Headhunter: aquele que seleciona os melhores profissionais para áreas executivas. 
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8. Para o autor do texto, os profissionais com consciência crítica são aqueles que 
 
(A) verbalizam o que pensam com veemência, permanecendo alheios às consequências que seus julgamentos podem 
provocar. 
(B) recusam confrontos, evitando defender pontos de vista contrários aos expostos pelos colegas do grupo de 
trabalho. 
(C) tomam decisões associando conhecimento e sabedoria para avaliar adequadamente o contexto e fazer críticas 
pertinentes. 
(D) colaboram para promover um ambiente conciliador no trabalho, mesmo que isso signifique escamotear as 
próprias convicções. 
(E) têm conhecimento e sabedoria para evitar julgamentos precipitados, mas por serem cordatos eximem-se de expor 
suas opiniões. 
 
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